stop your crying, baby ও l.s

By parishouis

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Louis faz barulho à noite, gostaria de poder evitar. Harry odeia barulho à noite, gostaria de nunca ter recl... More

𓂅 1.
𓂅 2.
𓂅 4.
𓂅 5.
𓂅 6.
𓂅 7.
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𓂅 35.
𓂅 36.
𓂅 37.
𓂅 Final
𓂅 Epílogo
Extra (1/2)
Extra (2/2)

𓂅 3.

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By parishouis

boa leitura <3
all love. 🌷

—❀•❀—


Um bebê.

Os gritos de um pequenino é o que faz seu lobo girar inquieto. Ele não gosta, sente-se aprisionado e impotente por não conseguir calar os gritos aterrorizantes.

Harry volta sua atenção para o ômega, esperando por uma pista de onde poderia estar vindo aquele gemido doloroso. Mas ele olha para o lado, observando-o com o canto do olho com mais pânico do que antes.

Isso é o que ele estava escondendo ao lado de metade de seu corpo.

O menino de olhos azuis a balança a julgar pelo movimento do ombro enquanto continua segurando a porta com força, como se quisesse fechá-la. Ele tem que fazer alguma coisa.

— Olá. — Sua voz sai o mais doce e suave possível, embora se ouça sua rouquidão causada pelo grunhido que ainda está preso em sua garganta. O ômega engole e ele não consegue ver nada além de medo em seus olhos.

Odeia ser a causa disso.

— Eu sou Harry Styles, seu vizinho. Eu moro no andar de baixo, só quero conversar um pouco. — Um suspiro alto é ouvido sobre o choro que enche a sala. O menino fecha os olhos e parece querer relaxar antes de abri-los novamente.

Harry dá a ele todo o tempo do mundo enquanto aproveita a oportunidade para analisá-lo completamente.

É pequeno, muito mais do que ele. Não é de se estranhar que assim seja, já que é um ômega e ele é um alfa; mas a gola rulê folgada e de aparência suave o faz parecer muito menor.

Suas pernas estão nuas e isso dificulta para ele engolir novamente. Não vê um fio de cabelo, apenas detecta um tom bronzeado que se desvanece quase até os joelhos, correspondendo ao comprimento da roupa que cobre seu precioso corpo.

Ele realmente espera que não seja a única que está usando.

— D-desculpe, eu não esperava visitas. — O doce menino abre os olhos novamente e parece mais calmo. Isso também o acalma.

Seus olhos agora são suaves, assim como os movimentos que faz ao abrir a porta completamente e revelar o dono dos guinchos que foram acalmados pelo balanço lento do ômega que o prende ao peito.

O filhotinho deve ter apenas alguns meses, parecendo muito confortável em seu peito e com os olhos fechados aos sussurros do ômega.

Ele fica encantado com a domesticidade da cena à sua frente.

— É sobre algo importante? — Pela segunda vez em segundos, a voz terna o perturba e ele se dá conta de que coisas demais em seu vizinho lhe causam uma verdadeira distração.

Ele não consegue entender.

— Bem, é uma coisa boba. — Não pode deixar de se perder naquelas safiras confusas e na palma da mão acariciando as costas do bebê em seus braços. — Mas eu preciso te contar porque não posso ignorar mais.

— Ah, claro. — Agora é o ômega que está com cara de preocupado com o cansaço óbvio. Ele realmente não sente vontade de reclamar de nada após descobrir quem o está mantendo acordado a noite toda, mas seu corpo precisa.

— É um barulho que ouço à noite. — O mais novo acena com a cabeça dando-lhe toda a atenção. — Quando vou dormir, de madrugada, começo a ouvir algumas batidas que desconfio que sejam passos vindos deste apartamento. — O pânico obscurece novamente o rosto do ômega.

Ele se sente péssimo com isso.

— É muito alto? — Com uma voz trêmula e culpada, o menino morde o lábio e balança a cabeça.

— Não tanto, mas com tudo tão quieto naquela hora parece mais barulhento do que realmente é. Eu só queria saber o porquê e...

— V-você não sabe o quanto estou arrependido. — O ômega está extremamente preocupado novamente. Seu cheiro incrivelmente caseiro e inebriante muda. Harry não o rejeita, apenas quer com todas as suas forças devolver-lhe a tranquilidade que tanto lhe falta.

A necessidade é tão forte que ele tem que cerrar os punhos para não envolver o ômega com os braços naquele momento.

— É só... eu não estou fazendo isso por diversão, sério. — Ele engasga e Harry precisa controlar seu pânico ou o rosnado que está reprimindo irá alertar toda a vizinhança quando o soltar.

— Calma, por favor. Está tudo bem. — Dessa vez ele consegue deixar o tom tão suave quanto quer, então o ômega se cala e acena com a cabeça, respirando devagar.

— Meu bebê está doente. — Essa frase é recebida como um soco no estômago. Aquele filhotinho é seu e não está bem. Ele precisa de tempo para processar a nova informação. — Ele está com bronquiolite e está muito mal há alguns dias, com febre e respirando muito rápido. E-eu só sei que ele fica muito sobrecarregado e a única coisa que funciona para ele dormir um pouco é balançá-lo enquanto eu ando.

Não consegue acreditar, ele quer morrer.

Este pobre ômega tem um filhotinho doente e ele aparece em sua casa para reclamar de um barulho insignificante. Agora que ele mencionou todo o assunto, consegue ver como seu rosto parece cansado e triste.

Se sente muito zangado consigo mesmo.

— Deus, me perdoe. Eu não queria culpá-lo por nada, muito menos sem ter conhecido a causa. Eu me sinto muito mal.

— Não, não — Seu vizinho nega efusivamente com os nervos à flor da pele. — Você está absolutamente certo, n-não é uma desculpa para não deixá-lo descansar. Eu me sinto mal, me desculpe, por favor.

— Não há porque se desculpar... — Ele faz uma pausa para que o ômega lhe dê seu nome. Não pode deixar de ficar inquieto para saber.

— Louis. — O ômega diz rapidamente. — Louis Tomlinson. — Que nome lindo; quase tanto quanto o dono.

— Louis, você não precisa se sentir mal, sério. Sua situação é completamente compreensível e peço que ignore o que acabei de dizer. Deve ser muito difícil lidar com tudo isso.

A empatia é necessária em seu trabalho. Ele sente muito pelas perdas das vítimas dos incêndios e pelas lágrimas sabendo que seus pertences nunca mais serão os mesmos. No entanto, com o passar dos anos, ele se tornou mais duro quanto a isso, então não pode deixar de se sentir um tanto indiferente em ocasiões comuns do seu dia a dia.

Agora, não pode nem imaginar o ômega na frente dele perturbado por ter seu bebê chorando e sofrendo desesperadamente. É insuportável só de pensar.

— Faço o que posso. — diz, beijando a cabecinha do filhotinho enrolado em um cobertor branco e macio. — É realmente desanimador quando os remédios não funcionam como deveriam; sem falar que a lanchonete que eu trabalhava está passando por reformas depois de um incêndio outro dia e agora é mais difícil para eu conseguir o que meu filho...

Levantando a cabeça, Louis dá a ele um olhar constrangido. A tristeza em seus olhos se mistura com um sorriso tímido que o faz engolir em seco.

Seu estômago parece inquieto e ele franze a testa tentando descobrir o porquê.

— Sinto muito, estou te contando minhas mágoas e você só quer dormir.

— Não, não. Eu perguntei, não me importo com o que você quer me dizer. — Ele quer saber se está tudo bem. Precisa saber. — Você precisa de alguma coisa? Não hesite em me pedir qualquer coisa, eu posso conseguir.

— Oh, n-não, meu Deus. — Louis ri e ele não entende o porquê, só sabe que não se importaria se aquela risada fosse o barulho que o acorda todas as noites.

Em quê estava pensando? Ele deve estar mais cansado do que pensava.

— Você não precisa fazer nada por mim, não se preocupe. — Ele franze a testa com isso.

— Não é um incômodo. — Outra risada, desta vez acompanhada de um leve rubor que faz seu lobo abanar o rabo de satisfação. Ele tem a sensação de que sua parte humana está faltando alguma coisa.

— Você é muito gentil, Harry. — Seu sorriso cai e o ômega olha para ele novamente, tímido. — Eu não conheço muitas pessoas por aqui. Me mudei recentemente e não saio muito. — Harry está morrendo de vontade de saber o que acontece em sua cabeça quando fica triste do nada. Não gosta disso. — Obrigado por ser tão legal comigo.

Tinha alguma outra alternativa? Claro que não.

— Não me agradeça por isso. — Talvez soe muito sério, porque Louis acena com a cabeça sem olhá-lo nos olhos. — É o mínimo que posso fazer. Tratar bem um ômega e seu filhote é o básico da nossa natureza e o que define uma boa pessoa.

— Muito obrigado. — Percebendo que agradeceu novamente, ele se apressa em retirá-lo. — Desculpe.

Tão meigo.

— Também não se desculpe, não há porque disso. — Desta vez o rosto dele fica com um vermelho mais intenso. Ele não pode evitar amar essa cor instantaneamente.

— E-eu, eu não sei o que dizer. — Seus olhos se encontram novamente e um pequeno suspiro sai dos lábios do menor, despenteando o cabelo de seu filhote e fazendo-o se contorcer em seus braços. — V-você gostaria de um pouco de chá? Eu entendo se é muito tarde, e-eu não quero te incomodar. Só quero te compensar...

Um precioso ômega está oferecendo-lhe uma bebida para se desculpar por tentar cuidar de seu filhote. Isso não deveria estar acontecendo, ainda mais quando eles não se conhecem e o seu alfa deve estar esperando por ele, dormindo.

Não deveria querer com todas as suas forças ficar.

Um grunhido involuntário o traz de volta, mais uma vez admirando o doce menino que recuou um pouco e cujos olhos mais uma vez refletem o medo que ele odiou desde que o viu pela primeira vez.

— Louis, me perdoe. — Droga, ele é um bruto. O filhote que ficou quieto por alguns minutos começa a se mover inquieto. Ele tem que sair mesmo que não queira. — Muito obrigado pelo convite, mas não posso aceitar.

— Oh — Tristeza novamente. Louis morde o lábio, envergonhado e Harry não suporta o fato de que ele possa pensar que fez algo errado.

— Eu tenho que levantar muito cedo amanhã. Além disso, seu alfa deve estar esperando por você e eu não acho que ele vai gostar de me ver aqui.

Fique quieto.

Sua voz interior, que ele não ouvia há muito tempo, o repreende por aludir ao dono da marca que Louis certamente tem no pescoço. Percebe que ele não a enxerga por causa do suéter que cobre toda a sua pele macia.

Menos mal; não acha que conseguiria aceitar esse tapa da realidade.

— Hm... — Louis gagueja um pouco e olha para trás distraído e assustado. Ele está começando a ficar muito nervoso. — E-e...s-sim, você está certo. Eu prometo não fazer mais barulho. — Ele diz baixinho, enquanto tira a franja da testa com a mão que não segura o filhote.

— Faça todo o barulho que precisar, o importante é que seu bebê se recupere logo. — Suas palavras trazem um sorriso terno que deveria permanecer fixo no rosto delicado do ômega para sempre. — Por favor, o que você precisar, estou aqui.

Uma necessidade horrível de cuidar dessas duas criaturas se espalha em seu peito toda vez que ele as olha. Chega a ser doloroso mesmo.

— Vou ter isso em mente. — Quando ele está prestes a se despedir, o bebê começa a chorar e seus cabelos se arrepiam quando algo em seu peito o puxa em direção ao apartamento.

Se sente mal.

— Oh, meu amor. — Louis começa a balançar e cantarolar algo para o menino. — Está tudo bem, baby. Mamãe está aqui. — Sua mandíbula se contrai com o doce tom de voz e seu alfa só quer estender a mão e enterrar a cabeça em seu pescoço assim como o bebê está fazendo.

— E-eu tenho que ir. Foi um prazer. — Ele realmente tem que ir. — Durma bem.

— O mesmo, Harry. Muito obrigado por vir e desculpe novamente. — Louis diz enquanto olha para cima. Alguns segundos perdidos em seus olhos são suficientes para ele acenar com a cabeça e se despedir com um movimento fraco de mão.

O ômega faz o mesmo e, com um último sorriso, fecha a porta, deixando-o perplexo do outro lado do patamar.

Ele veio resolver seu problema de sono e só ganhou mais um motivo para não dormir.

❀•❀

— Meu filho!

Evitando se afastar involuntariamente, ele aceita o abraço da mãe e os beijos pegajosos em seu rosto. Ele a ama mais do que tudo no mundo, mas suas constantes demonstrações de afeto o cansam.

— Mãe, por favor. — Descolando-se de seu peito, sua mãe lança-lhe um olhar semicerrado, não lhe restando outra alternativa senão deixar as malas no chão da entrada, abrir os braços para receber bem a doce mulher e respirar o seu perfume de lírios e cerejas.

Ele é muito fraco quando se trata dela.

— Você não sabe o quanto eu senti sua falta, você tem que nos visitar mais. — A mulher segura seus ombros e braços, sentindo-os e observando-os detalhadamente. Ele não pode negar que gosta de ser mimado assim. — Você está praticando mais esportes de novo? Com certeza não está comendo o suficiente. — Sem deixá-lo falar, ela o pega pelo braço e o leva até a cozinha.

— Mãe, claro que eu como. Se eu não... — Sua reclamação é silenciada por um pedaço de carne com molho que sua mãe tanto gosta de preparar. Ele adora isso, para variar.

— Certamente não coisas tão deliciosas quanto as minhas. Eu fiz alguns recipientes com coisas para você levar de volta. Há bifes congelados, sopa, vegetais... — Sua mãe se vira quando ele está terminando de engolir a comida. — Certamente você não está comendo legumes!

— Anne querida. Deixe o menino respirar, você nem o deixou largar as malas. — O cheiro de alfa puro, tão estranho de sentir normalmente, enche a cozinha com um toque de doçura de chocolate amargo e menta que ele herdou com orgulho.

Seu pai está feliz em vê-lo e ele não está diferente.

— Papai. — Com um abraço apertado e uma forte tapa no peito, o pai acaricia suas costas quando está à sua frente.

Não é à toa que ele já é o mais alto da casa, com o pai um centímetro mais baixo e a mãe mal atingindo a altura de seu peitoral.

— Seu pai você não se importa de abraçar, não é? — Sua mãe continua a tagarelar com raiva, então, após compartilhar um sorriso astuto com seu pai, ele se inclina para lhe dar um beijo na cabeça.

É um gesto raro vindo dele, que sua mãe sabe apreciar; pois, ela se acalma e um doce sorriso surge em seu rosto.

— Gemma não está?

— Oh, amor, sua irmã está em uma viagem com lan. — Ele franze a testa. Esperava encontrar sua irmãzinha lá; é uma das razões pelas quais ele cede a viajar a Londres pelo menos uma vez por mês.

— Outra vez? — A mãe observa-o com alguma tristeza. Ele odeia isso.

Sabe a que se deve esse olhar.

— Harry, você sabe que eles querem aproveitar agora para fazer essas coisas antes de terem filhotes. Acho que não vai demorar muito. — Com algum desconforto, ela se senta em uma cadeira da cozinha e bufa enquanto pega uma maçã da tigela no meio da mesa que eles usam para o café da manhã.

— Ela ainda é jovem. É tolice apressar as coisas assim.

— Filho. — Robin o adverte, também sentado em uma cadeira e com voz grave. — Gemma está na idade de fazer o que quiser. Aos vinte e quatro anos, marcada e com um emprego, ela é independente o suficiente saber o que quer fazer da vida. O que você não quer é problema seu.

Ele não pode rosnar para o pai, isso está claro. Mas esse tom condescendente o deixa muito zangado. Deixou claro mil vezes que não quer uma família, não agora. Não é um assunto delicado, nunca foi, tendo isso muito claro e seus pais aceitando bem.

No entanto, agora, seu lobo não tolera muito bem a ideia de experimentar algo assim.

— Eu não quero, mas abomino tanto assim a ideia. Ninguém nunca me fez querer isso e eu não vou viver infeliz o resto da minha vida forçando isso.

Sua mãe se vira abruptamente e sorri um pouco enquanto se aproxima com uma bebida para lhe oferecer. Ele revira os olhos, imaginando o que está pensando.

— Eu fico mais tranquila sabendo que você não rejeita completamente. Não me importa o que você quer fazer, mas estou feliz que deixe a porta aberta para a possibilidade. — A ômega deixa o copo na frente dele. — Algum dia alguém virá e você verá como irá amar tudo o que agora odeia.

Ele sorri, apenas por causa de todas às vezes em que ouviu isso. Sabe que a mãe quer vinte netos, não a culpa.

Seu sorriso se esvai ao notar a rodela de limão boiando na bebida do mesmo sabor e os grânulos de açúcar acumulados no fundo do copo. Seu lobo acorda com o cheiro, desapontado ao perceber que é apenas uma limonada boba.

Bebe pensativo e, com a imagem de um pequeno ômega na cabeça, encerra a conversa.

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