Snapping, 1, 2
Where are you? (Where are you?)
You're still in my heart (still in my heart)
Estalando em 1, 2
Onde está você? (Onde está você?)
Você ainda está no meu coração (ainda está no meu coração)
— ♡ —
Theo está surtando.
Theo esta surtando atoa.
Theo está surtando atoa e me incomodando.
— Mas, amor...
— Você precisava responder o comentário dele?
Rolo os olhos, me espreguiçando na cama, quando um chutinho muito animado foi dado contra minha barriga. Mordo os lábios, sentindo a respiração acelerar e um pequeno incomodo se espalhar por meu corpo. Eu gostaria de parecer uma "mãe" animada ao receber chutinhos contra a barriga, o que torna impossível apenas é que isso dói. Dói demais em mim.
— O que está acontecendo? Você tá bem, mon petit loup?
Recupero minha respiração, levando a mão de forma lenta até onde acredito estar nosso coisinho. Passo os dedos pela pele, a sentindo mais fina, mesmo não tendo como saber e, bom, o carrocinho está ali. Agora se é a cabeça ou o bumbum são outros quinhentos.
— Seu filho está me incomodando.
Declaro passando a mão de forma lenta debaixo para cima.
— Meu filho?
— É, seu filho.
— Não é nosso filho? — ele está rindo do outro lado, me fazendo sorrir para a barriga.
— Não, seu filho. Quando ele me incomoda é só seu filho.
— Do jeito que ele está apressado, não duvido nada que seja só seu. — Theo ri do outro lado novamente e meus olhos se reviram — Eu acho que vai ser nervosinho igual você.
Estou pronto para o mandar a merda por me chamar de nervosinho, quando outro chutinho me atinge, fazendo qualquer menção a briga desaparecer e um choramingo sair por meus lábios. A respiração de Theo se torna mais rápida do outro lado e sei que deveria desligar a ligação e não o deixar preocupado com minhas coisas toscas de pessoa grávida. Acontece que não quero. É quase uma necessidade ouvir a voz aveludada de Theo, mesmo sendo por telefone. Se fechar os olhos, é quase como se pudesse sentir suas mãos sobre nosso coisinho, o acalmando.
— Coloca no viva-voz. — pede, me arrumo na cama, escorando as costas contra o travesseiro e mudando para o alto falante, não querendo contestar com medo de ter a chamada finalizada — Estou com saudade de vocês.
— Estamos com saudades de você também.
Praticamente cantarolo, tentando achar uma posição que o coisinho se sinta confortável, sem me prejudicar.
— O que você quer que eu faça para te ajudar?
— Termine o que foi fazer aí e volte logo?
— Acho que já estou tentando fazer isso, mon petit loup.
Fecho os olhos, os apertando, enquanto meu apelido favorito sai dos lábios do meu Theo. É tão bom ouvi-lo. Não é como sua presença, obviamente. Mas é tão reconfortante quanto.
— Como você acha que ele será?
A pergunta foge de minha boca antes que eu posso frear.
— Espero que seja como você.
— Como mim...?
Não estou tão concreto que o nosso coisinho seja alguém desequilibrado que pode machucar as outras pessoas por não fazerem o que quer, ou porque está irritado. Na verdade, eu quero que ele seja igual a Theo. Quero que seja todo Theo. Se bem que minha mãe sempre — de forma indireta — me culpou por ser tão parecido com seu pai. Entretanto, meu pai tinha ido embora. E, bom, sempre pensei que quando Theo for embora, irá levar nosso coisinho...
— Bom igual você.
A voz de Theo me acorda dos pensamentos, apenas para a ideia de Theo estar me deixando ficar mais vivida. Se o coisinho for como Theo, ele não precisará explicar para qualquer outra pessoa o motivo de seu bebê não ser parecido com Isaac. Porque Isaac, Alec, Ethan e Jackson certamente iriam o acompanhar caso fosse embora. São a matilha de Theo. O seu bando. Sua pack. E eu não duvido nada que conseguiriam levar até mesmo Nolan junto. Alexander seria capaz de levar Nolan.
— Gentil e doce... Nosso coisinho precisa ser doce como você...
Theo se arrependeria se o nosso coisinho fosse como eu. Não preciso de nenhuma bola de cristal ou banshee para prever essa tragédia. Theo poderia odiar o nosso coisinho por ser parecido comigo. Theo certamente vai me odiar. Se bem que eu provavelmente não estarei vivo... Quer dizer, Deaton ainda não parece saber como vão tirá-lo de dentro de mim, sem me matar...
— Mon petit... — a voz de Theo parece preocupado agora, me fazendo piscar os olhos, antes de focalizar em minha barriga — Você está bem? Ficou quietinho...
Franzo a testa, lançando um olhar para cima, antes de trazer minha mão livre até as bochechas. O líquido transparente presente de maneira escorregadia praticamente cuspindo a verdade na minha cara.
Estou chorando.
Simples e cru.
E eu quero a presença de Theo.
— Mon loup...? Meu amor, o que está acontecendo?
— Eu queria que estivesse aqui...
Eu quero que você não me deixe.
— Eu juro que estou fazendo as coisas o mais rápido que consigo, mon petit.
— Mas não esta sendo o suficiente.
— Eu sinto muito.
Me sinto idiota por estar choramingando como uma criança e quando a cabeça de Nolan aparece pela fresta da porta, solto um pequeno soluço, apenas para o fazer se aproximar. Nolan não se importa se estou com o celular ou não, se deitando ao meu lado da cama e passando seus braços na minha volta. Não escuto Theo por alguns segundos, porque estou ocupado demais abraçando meu melhor amigo e sentindo seu cheiro.
Gosto do cheiro de Nolan. Entendo o porquê de Alec ser tão hipnotizado por ele.
— Mon petit loup...?
— Thee...
Sussurro de volta, afundando a cabeça contra os fios loiros de Nolan.
— Quem esta com vocês?
Nolan sorri contra meu pescoço.
— Eu consigo escutar a segunda respiração, quem está com você?
Consigo perceber o tom possessivo na voz de Theo e meu lobo e eu nos sentimos quase envaidecidos por isso. Meus sentimentos estão tão confusos. É como se eu não conseguisse os acompanhar.
— Não brinca comigo, mon petit. Quem está com você?
De uma forma bem idiota, estou rindo com sua pergunta, percebendo sua respiração rápida. Ele está irritado. Gosto de pensar que Theo fique bravo por ter alguém tão próximo a mim, mesmo tendo certeza que se trata de uma coisa mais pessoal do bebê do que ciúmes de mim.
— É o Nolan.
A voz de Alexander soa do outro lado e Nolan ergue a cabeça, quase esperançoso de ver o cacheado na tela. Infelizmente estou em uma chamada de voz, graças a porcaria da internet que estava somente falhando.
— Como você sabe que sou eu?
— Como se eu não reconhecesse sua respiração.
Nolan e eu nos olhamos, os olhos arregalados, antes de começarmos a rir.
Tenho quase certeza que minhas mudanças de humor estão o afetando.
— Estou com saudades da casa cheia.
Acabo confessando de forma nervosa.
— Em seguida vamos estar aí, madrasta.
E eu odeio o Alec.
— Falar em madrasta, Isaac sumiu faz uns dois dias.
Nolan comenta, me fazendo sentir um inútil ao perceber que tinha esquecido completamente.
— Ele é bem assim. — Theo afirma do outro lado — Ele tinha o costume de sumir quando se sentia sobrecarregado de alguma forma.
— Não precisamos nos preocupar então?
— É coisa dele. — Alec afirma do outro lado.
Não sei bem quanto tempo continuamos a conversar, mas o coisinho parece a vontade o suficiente conosco para parar de me chutar como um jogador de futebol. Acho que ele deve sentir a união da matilha, mesmo faltando algumas pessoas do bando. Eu mesmo me sinto melhor apenas por ouvir eles, mesmo não sendo da matilha deles.
— ♡ —
Capítulo curtinho, mas já da para matar um pouquinho da saudade né
E aí?
Alec reconhecendo o Nolan apenas pela respiração
Liam se magoando sozinho
Theo com saudade dos bebês dele
Isaac sumido
Muita coisa para pouca palavra...
Espero que tenham gostado
Até mais