( Araya on )
As palavras daquela senhora me deixaram estático. Eu simplesmente dei as costas e entrei no meu carro, sem lhe olhar uma segunda vez. Fui para casa, tirei as compras e fui fazer o jantar. Não fui chamar Yodo, que finalmente está descansando, e provavelmente com Shikadai.
Eu só fiz o que tinha que fazer. Mas quando senti a mão do meu pai Toneri, no meu ombro, eu desabei. Eu não sabia que estava chorando até ele me puxar para seus braços.
_ E-ela... Di-sse... Não... Eu não quero..._ meu pai me fez sentar e logo um copo com água aparecia na minha frente.
_ Fica calmo meu filho. E tenta me contar o que aconteceu. Por favor, você está me deixando preocupado!_ ele sentou na minha frente e me fez colocar a cabeça no seu ombro.
Chorei mais um pouco e meu pai me colocou no seu colo, como se eu ainda tivesse três anos.
_ Meu amor, você se sente melhor agora?_ ele secou minhas lágrimas enquanto eu ainda suspirava.
_ Obrigado, papai._ ele fez um carinho no meu rosto e deu um beijo na minha bochecha. Eu, um homem feito e grande, no colo do meu pai, como se fosse um garotinho esperando ele me acalentar. Eu sou patético?
_ Filho, o que houve?_ ele me abraçou esperando eu contar. Mas é difícil para mim.
_ Papai, eu tenho mãe?_ acho que a pergunta o pegou de surpresa.
_ Segundo o seu tio Juugo, não. Ao menos ele disse que você e Yodo não tinham ninguém. Você sabe que a adoção de vocês não foi por meios legais e sim, por dinheiro e influência. Mas isso não quer dizer que não os queríamos ou não os amamos._ sorri apesar do aperto no peito. Ele nunca escondeu de mim as condições de nossa adoção. Mas Yodo, não sabe dos detalhes, e nem precisa saber. Nunca duvidei do amor de meus pais por nós.
_ Mas hoje aconteceu algo pai. E eu quero contar._ ele ficou me olhando até acenar para que eu começasse a falar.
Relatei tudo desde o início e ele me ouvia com toda a atenção de sempre. Ele me deixou falar, e não me fez qualquer pergunta. Éramos só nos dois tendo uma longa conversa entre pai e filho, enquanto o jantar ficava pronto.
Meu outro pai apareceu na cozinha com Mitsuki, mas ao nós ver, deu meia volta alegando comprar sorvete para a sobremesa porque a noite estava quente.
_ Acho que vou terminar o jantar papai. Mas não chama a Yodo, ela está com cólicas, deixe ela dormir._ ele me deu um beijo na cabeça.
_ Tudo bem, faça do seu jeito. Vou colocar a mesa._ ele saiu da cozinha e não tocamos no assunto. Depois que eles saíram eu fui limpar tudo. Não vou sair hoje.
Só segui para o meu quarto para pensar. Mas ao olhar pela janela vi a mesma senhora. Na porta do condomínio. Vou ter que pensar nas palavras dela em algum momento. Mas não agora.
( Araya off )
( Toneri on )
Ver meu precioso filho chorando daquele jeito, foi como uma faca no meu peito. E é exatamente por ele que resolvi sair de casa antes até deles acordarem.
Bati na porta de Juugo as 5:15 da manhã. Ele tem que me dar algumas respostas.
_ Cara, o que aconteceu?_ ele ainda estava com cara de sono e de pijama.
_ Temos que conversar agora._ ele me deixou entrar e seguimos para a sua cozinha.
_ Vou fazer um café, aí você me fala o que aconteceu para você vir na minha casa antes do galo cantar!_ sentei e fiquei esperando o café.
_ Uma mulher procurou meu filho, dizendo que é sua mãe!_ ele não estava preparado para me ouvir e acabou queimando a mão com o café quente!
_ O que?_ ele estava com a mão sob a água mas me olhava em choque.
_ Eu que te pergunto. Por que essa mulher resolveu procurar o Araya e dizer que é sua mãe, quando você me falou que ele e a Yodo não tinham ninguém no mundo? Me responde Juugo. Meu filho chorou litros ontem por causa daquela mulher! Eu quero respostas._ ele sentou na cadeira a minha frente.
_ Ela me prometeu que nunca iria procurá-lo. Não sei o que aconteceu. Mas você tem todo o direito de saber. Foi quatro dias antes de eu levar as crianças para vocês. A Yodo já viria para mim, e eu já estava decidido a dar ela a vocês. A pequena havia perdido a mãe para o câncer, poucas semanas após o nascimento. Ninguém sabia que ela estava doente. E o pai era um idiota que poderia apostar a filha por algumas fichas. Só para continuar jogando, e bebendo. Então eu a tomei dele, digamos assim. Mas Araya, foi diferente. Eu estava no mercado, fui comprar a comida da minha tropa, e vi uma mulher sob o frio com um menino que só tinha um ano, ele estava magro, faminto e com frio. Ele nem estava com roupas adequadas a temperatura. O pequeno se aconchegou no meu colo porque eu estava quente. Então em um ato insano para proteger aquele pequeno bebê que estava gritando por socorro eu ofereci dinheiro a ela, pedi para me dar a criança. E ela me "vendeu" ele em um ato desesperado. Mas aí, quando ela veio pegar o dinheiro, ela não estava só, havia um homem com ela que me garantiu não ser o pai dele. Era o companheiro dela que a fazia pedir dinheiro na rua. Não os questionei muito, porque ela chorava demais e ele a mandava calar a boca. Que deveria esquecer do menino que ele iria ter tudo do bom e do melhor! Ele não hesitou por um segundo sequer, separar mãe e filho. Ele só queria o dinheiro, e quando o pegou foi embora na frente e a deixou para trás ainda chorando._ meu coração parecia que iria sair pela boca com seu relato. Meu bebê passou por tudo isso com apenas um ano?!
_ Juugo, ele não pode nunca saber que aquela mulher o vendeu. Ele não merece isso. Ele é meu filho, meu filho entendeu. E se meu filho se machucar, vou fazer ela amargar isso até o fim de sua existência. Meu filho, ninguém mágoa, ninguém o faz chorar e ninguém o trata como lixo!_ eu estava com tanta raiva que as lágrimas escorriam pelos meus olhos.
Sai da casa dele e fui direto para a minha. Meus filhos ainda dormem, mas quero ver meu menino. Araya, é meu amor, uma das minhas melhores decisões. Meu filho amado, meu anjo, meu doce anjo.
Corri escada acima ignorando meu marido que tentou me segurar, e entrei no seu quarto. Ele ainda dormia. Sorri ao vê-lo ali, protegido e aquecido. Ele é meu menino, parece que voltou a ser criança. Meu pequeno bebê!
Tirei os sapatos e deitei com ele, lhe abraçando forte.
_ Vou te proteger meu amor, não importa o que aconteça eu vou sempre te proteger!_ ele se aconchegou nós meus braços e continuou dormindo sereno. Como deve ser para sempre.
( Toneri off )
( Araya on )
Acordei depois de uma noite de sono conturbada com meu pai me abraçando e dormindo comigo. Parece que voltei a ser criança, quando ele dormia comigo quando chovia muito e haviam raios e trovões.
Toque eu cabelo platinado e vi a hora. Dormi tanto que perdi a hora. Já passava das 9:00 da manhã. Fazia tempo que eu não dormia tanto e tão bem.
_ Papai? Já está tarde!_ ele abriu os olhos e ficou me olhando. Deu um beijinho na minha testa e sorriu.
_ Não vai hoje para aula. Quero passar o dia com você meu filho!_ sorri com o pedido. Somos tão unidos que sei quando algo faz mal a ele.
_ Tudo bem papai, mas o que faremos o dia todo?_ ele sentou e eu levantei lhe estendendo a mão.
_ Vamos sair, com seu pai. Vai se arrumar, te espero lá embaixo para tomar café!_ sorri e fui para o meu banheiro e enquanto ele saia do quarto. Em quarenta minutos eu estava na cozinha e meus pais se olhavam. Achei melhor não perguntar. Passaremos o dia juntos e isso é incrível!
_ Onde vamos?_ eu já estava no carro quando resolvi perguntar algo.
_ Por mim iríamos viajar mas seu pai acha que é maluquice fazer isso no meio da semana. Já que você tem prova. Então vamos só relaxar um pouco em algum lugar e você vai gostar!_ sorri e olhei para meu pai Kakashi que ainda estava fazendo bico para meu pai Toneri.
Acabei rindo deles e uma ideia me veio a cabeça.
_ Eu quero ver o mar. Vamos a praia! Hoje o dia vai ser incrível!
Continua...
História pesada do menino Araya. 😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭
Mas espero que coisas boas aconteçam com ele. Ele é um nenê e merece