Lauren Jauregui | Point of View
Estávamos saboreando uns morangos na cama, nesta altura já nuas após um sexo incrível e Camila continuava distante. Antes que me julguem, quem me agarrou foi ela, eu que não ia dizer não.
Acariciei o abdômen dela e ela me entregou mais um morango na boca.
— Vai me contar o que aconteceu?
— Está tudo bem, Lauren.
— Você está tão distante, até na hora do sexo…
— Foi ruim? - Ela perguntou visivelmente assustada.
— Não. Foi incrível, mas senti você distante. – Ela se virou e acariciou meu rosto, segurando minha mão.
— Não deu muito certo da última vez que eu tentei fazer sozinha. Não acabou muito bem, quebrei a mão e tudo mais.
— Quase morreu…
— Sim. Eu estou muito louca, não sei, mas eu acho que Alejandro está vivo.
— De onde saiu isso? - Falei acariciando o rosto dela.
— Meu tio está fazendo as coisas que Alejandro prometeu fazer e hoje na festa, eu tenho quase certeza que era ele. Aquele sorriso cínico é inconfundível.
— Se for ele, está sugerindo que ele forjou a própria morte?
— O que ele ganharia com isso? Eu estou segura? Sofia sabe? Ou ela está em perigo também?
— Bom… vamos investigar isso, tudo bem? Vou ter um mês de folga até começar a ajudar meu pai na empresa e podemos seguir seu tio, podemos planejar tudo e principalmente, você precisa manter a calma. Não surte antes do tempo, não seja precipitada, vamos aproveitar que estamos um passo à frente. Pode não ser, não?
— Sim, você está certa. Podemos confirmar isso primeiro e eu quero muito sua ajuda com isso, desculpa te meter em encrenca.
— Não. Adorei que compartilhasse isso comigo e provavelmente com o Robbie. Não faça tudo sozinha, pois você me tem. Tem muito para tudo que quiser. – Ela acariciou meu rosto e depois beijou a ponta do meu nariz.
— Eu sou muito sortuda mesmo. Você é um anjo.
— Você tem que relaxar um pouco, Camz. Não precisa estar sempre no olho do furacão, pensar tantas coisas ruins acaba atraindo um pouco de negatividade.
— Espero mesmo estar errada, Lauren. Não sei como vou reagir se meu algoz estiver vivo.
— Você nos tem ao seu lado para tudo, Camz. Ele não pode mais te machucar.
Ela me abraçou e ficamos assim por um tempo, mudamos de assunto para não a deixar mais nervosa que ela já estava.
— Eu sempre fui muito agitada.
— Eu criei uma consciência estranha sobre qual tipo de mãe eu vou ser. – Ela disse e eu me aninhei melhor contra seu peito.
— Você quer ter filhos um dia?
— Sim, agora eu estou com muito tempo para pensar no meu futuro. Pelo menos eu tinha, Alejandro estar me assombrando tem me deixado apreensiva. Se não for ele, eu estou ficando louca mesmo, deve ser sequela da cadeia ou algo assim…
— Você está mesmo com muito tempo livre, nós vamos ter que organizar sua rotina para você não ficar de fato louca. Você é ótima, Camz, está tudo bem na sua vida e caso for mesmo esse babaca, nós vamos dar um jeito nele.
— Será que Sofia sabe? – Me afastei dela para a encarar. — Estou com um dilema interno desde que o vi, Lauren. Se ela estiver com ele nisso, todo o meu sacrifício terá sido em vão.
— Não. – Me ajeitei e coloquei minha mão contra o rosto dela, a beijando após isso. — Você tem noção de como foi grandiosa sua atitude, Camz? Caralho! Você só tinha quatorze anos e ela era sua melhor amiga, ela amava você e era inocente na época, você defendeu a Sofia que merecia ser defendida. Não importa o que ela virou, Camz, mas não acho que ela saiba de algo. Sofia tem uma energia muito boa, só é um pouco mimada. Você precisa parar de pensar nisso por agora, vamos mesmo resolver isso. Só relaxe. – Beijei o pescoço dela várias vezes e mordi a orelha dela de leve.
— Você está certa, Lauren. Eu estou sofrendo por antecedência. Vamos aproveitar nossa noite e amanhã eu tenho que ver a casa.
Assenti e ela me abraçou apertado, depois pedimos algo para comer, passava das três da madrugada e estávamos na varanda, dividindo a sobremesa e trocando confidências, nos tornando mais íntimas do que parecia ser possível para mim.
Camila Cabello | Point of View
Lauren me deixou na casa de Robbie e nos veríamos mais tarde para a entrega das chaves da minha casa.
— Olá. – Me assustei com a presença de Alisha na cozinha, mas a abracei e ela beijou minha testa.
— Pensei que estava no trabalho.
— Hoje eu não tenho horários marcados, vou só se tiver alguma emergência.
— É bom descansar um pouco.
— Você precisa também, está com olheiras e emagreceu muito. Ligou o botão e não desliga mais. – Neguei e peguei um copo para tomar leite. — Desculpe, foi brincadeira.
— Eu sei, achei engraçado, mas eu quero conversar com você.
— Depois que você dormir um pouco, tudo bem? Vamos dormir juntas.
Ela me arrastou ao quarto e não demorou para eu pegar no sono.
×××
Acorde e Alisha já estava sentada na cama, escorada na guarda, assistindo a algum reality na TV.
— O que você quer conversar comigo? Está com algum problema? – Me sentei na cama.
— Sabe… adoro estar com a Lauren, conversar com ela e ter essa relação muito bacana com ela.
— Sim, vocês construíram algo muito bom juntas, foram se entendendo, se adaptando e agora estão bem. São fortes juntas e é saudável.
— Sabe o quanto eu sofri por ter relação no reformatório? – Ela me encarou rapidamente e eu já estava chorando. Ela me abraçou.
— Não fique assim, Camila. Não foi sua culpa.
— Eu não tinha que me sentir culpada? Eu não tinha que não gostar? Porque eu gostei muito e me sinto horrível por isso.
— Não tem que se sentir, minha filha. Sexo é algo natural, é algo muito bom mesmo, melhor ainda quando é assim como o seu, com entrega, com paixão, com duas pessoas se importando muito com o par. Sexo é para ser apreciado mesmo. – Ela beijou minha testa mais uma vez. — O que aquelas mulheres fizeram com você não foi culpa sua. Não deixe elas vencerem, não se prive de sentir os prazeres da vida por causa delas. Aquilo não foi sexo.
— Ás vezes me sinto com nojo de mim.
— Isso acontece com pessoas que passaram por isso, mas não deve. Você foi uma vítima e agora está começando uma vida. Veja suas relações com a Lauren reais e emotivas, nada ali é errado. Vocês são uma para a outra e acabou. – A abracei mais apertado.
— Achei que eu não faria isso outra vez.
— Agora as duas não param mais, né? – Ela disse em tom de brincadeira e eu ri, limpei um pouco as lágrimas.
— É bom pra caralho.
— Imagino que seja, não se sinta culpada por se entregar a alguém que vale a pena e se continuar assim você tem que falar com o seu psicólogo sobre isso. Você gosta dele, né?
— Sim, conversamos bastante sobre o reformatório, mas esse detalhe é mais íntimo e eu prefiro dividir com você. Você é minha melhor amiga.
— Eu amo você, Camila. Sempre pode contar comigo.
Ela me apertou mais forte e ficamos conversando sobre outras dúvidas bestas que eu tinha.
NÃO ESQUEÇAM!
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