๐—ง๐—ต๐—ฒ ๐—ฐ๐—ผ๐—น๐—ฑ ๐˜€๐—ถ๐—ฑ๐—ฒ ๐—ผ๐—ณ...

By DevilEyes_fanfic

663K 54.3K 34.3K

๐—ฅ๐—ฒ๐—ถ๐—ป๐—ผ ๐—œ๐—ป๐˜ƒ๐—ฒ๐—ฟ๐—ป๐—ฎ๐—น:. Tambรฉm conhecido como o lar de seres ๐˜ง๐˜ณ๐˜ช๐˜ฐ๐˜ด, ๐˜ด๐˜ฐ๐˜ง๐˜ช๐˜ด๐˜ต๐˜ช๐˜ค๐˜ข๐˜ฅ๐˜ฐ๐˜ด, ๐˜ณ๐˜ฆ... More

APRESENTAร‡ร•ES
PROLOGO.
Goodbyes.
Rumors.
Last Summer.
California Baby
Control.
Cold like my soul.
Greek Gift.
Anything.
Closed Deal
Dirty Work
Read my Lips.
Abstinence.
Dark Secrets
CROSSOVER
When ice meets fire.
Good morning.
Dear Diary.
A Good Punch.
What a time
Burned ones
Sun x Ice
Sun x Ice [2]
BONUS
Sun x Ice [3]
Hard Choices
Back to Black
Winter Prom
Ultimatum
My Heart is Yours
Ocean Eyes
If I fall you fall too
Tell Me Pretty Lies
Liar
Monsters
Theory of Chaos
Turn off
Broken Heart
New Plan
Loyalty
Gossip
Key
The Other World
The Other World | Part. 2
Consequences
After the Storm
Where is my brother?
Changelings
The Ballerina
Marks and Scars
The Price You Pay
Welcome to your Nightmare
Oblivion
Illusion or Reality?
Don't follow the light
Importante
Quem รฉ vivo sempre aparece
The Deal
Light me up
Ignite me
End or beginning?

Surprise Bitch

4.4K 386 239
By DevilEyes_fanfic

𝕬𝖑𝖋𝖊𝖆

Existe uma relação cômica entre a magia e a verdade. Ambas só podem ser vistas por aqueles que estão prontos para enxerga-las. Prontos para aceitarem sua existência.

Assim como a magia, existem várias variações da verdade. Pessoas com "dons" especiais, possuem a habilidade de enxergar além dessas variações. A verdade se altera com o tempo. Por isso, pessoas como Trelawney conseguem pensar além dele.

— Estava divagando sobre as linhas do futuro, quando me lembrei de que vocês dois viriam. — A professora de adivinhação recepciona Musa e Riven, enquanto esquenta um bule de chá. — Se tivesse me lembrado disso com três minutos de antecedência, nós já estaríamos tomando chá. Curioso, não acham?

— Bizarro. — Riven exclama e recebe uma cotovelada da fada. — hmm...é, mas muito curioso.

— Cético. Claro que sim. — A mulher abaixa os óculos para avaliar o especialista com mais atenção. — Sua amiga invernal também era, até...

— Até...? — Musa a instiga a continuar.

— O chá! — Trelawney estala os dedos trêmulos, interrompendo o diálogo (tal esse que ela não pretendia continuar). Ela vira o bule em duas xícaras e as entrega ao mesmo tempo. — Não se esqueçam de deixar um pouco no fundo.

— Nós só queremos saber onde duas pessoas estão. — Riven tenta ir direto ao assunto principal. — Não temos tempo para um chazinho e bolachas.

— A resposta está no fundo da xícara, meu caro. — Ela aponta o dedo longo e trêmulo para o recipiente. — E não vou lhe oferecer minhas bolachas, elas são importadas.

Ao ouvir que a resposta estaria na borra do chá, Musa se apressa para beber todo o líquido que por sinal estava bem quente. Como orientado, ela deixa um restinho no fundo oval da xícara.

— Deixe-me ver querida! — Trelawney pega a xícara e a vira algumas vezes para tentar ler o formato e interpretar a disposição. — Oh, a diretora Dowling não irá gostar nem um pouco disso.

— O que? O que está ai? — Musa tenta enxergar algo, mas eles ainda não tiveram a matéria de Teimancia.

— Beba, rapaz. Beba logo! — A professora apressa Riven, que até então só tinha tomada a superfície da xícara.

— Calma, está pelando! — O especialista se justifica, mas decide obedecer ao ver no olhar de Musa que a mesma estava prestes a virar o chá pela sua goela a baixo.

— Deixe-me ver. — Ela puxa a xícara, mas assim que seus olhos batem no fundo da mesma, a professora se esquiva para trás, deixando uma exclamação escapar. — Oh, cruzes!

— Isso não parece bom. Alguém morreu? — Riven espia o fundo de sua xícara.

— Você tem uma ligação muito íntima com ela. — Trelawney apoia a palma de sua mão na testa do garoto. Instantaneamente os olhos da mulher ficam brancos, não brilhantes como os de Ivy, mas sim opacos e nebulosos. — Elas estão no lugar encoberto pela magia, onde jaz a verdade. Onde tudo começou e terminou. Mas a magia impura ainda vive nos destroços da cidade. A chama vai acordar a escuridão e todos terão de lidar com a consequência. O frio vai crepitar no fogo maligno, mas nem a chama mais potente é capaz de derreter o gelo que encobre o reino da justiça, e aqueles que querem destruir a paz não aceitam essa verdade.

— Acho que ela enlouqueceu... — Riven sussurra assustado. A mulher ainda pressionava a palma da mão sobre sua testa.

A professora puxa uma quantidade imensa de ar e pisca várias vezes, como se estivessem acordando de um coma. Musa e Riven se afastam alguns passos com medo da próxima reação.

— Professora? — A fada tenta chamar sua atenção.

— Sim? — Ela enfim volta a focar sua atenção neles, como se nada tivesse acontecido.

— Você falou um monte de coisa estranha...o que significa? — Riven não utiliza muitos filtros, mas pergunta com mais hesitação que o normal.

— Pergunte ao seu amigo, ele vai entender. — Ela acena com a cabeça e começa a empurrar os dois para fora de sua sala. — É melhor não demorarem muito se quiserem chegar a tempo.

— Que amigo? — Musa pergunta preocupada em não ter entendido o recado.

— Aquele que conhece o Diabo melhor do que ninguém. — A mulher responde com obviedade.

Brandon

Musa e Riven são "despejados" da sala. A professora fecha a porta com brutalidade, encerrando completamente a conversa.

— Que merda foi essa? — Riven olha desacreditado para a porta. — Você entendeu alguma coisa? Era para eu ter entendido alguma coisa?

— Não sei, mas o Brandon deve saber. — Musa encara o nada enquanto pensa no que deveriam fazer. — Eu vou atrás dele e você procura a Ivy. Se a Trelawney estiver certa, não temos muito tempo.

— Quem te colocou no comando? — O especialista arqueia as sobrancelhas. Os últimos 20 minutos foram resumidos por ele recebendo várias ordens.

— Eu vou virar as costas e procurar o Brandon, para o seu próprio bem sugiro que faça o mesmo. — Musa o segura pela gola da blusa e deixa que seus olhos púrpura passem o resto do recado. Depois de encara-lo por tempo suficiente ela o empurra para trás e faz exatamente o que disse que faria. — A gente se encontra no campo dos especialistas em 10 minutos.

𝕱𝖔𝖓𝖙𝖊 𝕽𝖚𝖇𝖗𝖆

— Quando o vento norte encontra... — Brandon sussurra enquanto tenta transcrever para o papel as palavras que a "aura misteriosa" cantou em seu sonho. Ele sabia que tinha ouvido mais do que aquilo, mas ao acordar sentiu uma neblina atrapalhar suas memórias.

— Encontra o que? — A voz de Musa o faz saltar da cadeira de sua escrivaninha.

— Meu Deus, Musa. — Brandon usa a expressão mais mundana que existe enquanto pressiona o lado esquerdo do peito com a mão.

— Pensei que você tivesse me ouvido entrar. — Ela segura o riso.

— Eu...estava concentrado. — O especialista fecha o caderno com menos discrição do que ele planejou.

— Escrevendo um poema? Ou algo que eu não podia ver? — A fada arqueia as sobrancelhas para o caderno.

— Não é nada demais. Só estava tentando lembrar de um sonho. — Brandon se assusta com a própria sinceridade.

— "Vento norte"? — Musa repete o que ele havia dito quando acordou na cama de Ivy. — Na verdade...você pode responder isso depois, junto com as outras mil perguntas que eu tenho. Agora nós precisamos correr.

— Descobriram alguma coisa com a professora Trelawney? — O especialista não hesita em mudar de assunto.

— "Elas estão no lugar encoberto pela magia, onde jaz a verdade. Onde tudo começou e terminou. Mas a magia impura ainda vive nos destroços da cidade." — Musa se esforça para repetir palavra por palavra do discurso de Trelawney. Ela ignora a segunda parte por enquanto, pois parecia algo para se preocupar no futuro. — Isso significa alguma coisa para você? De acordo com ela, isso tem alguma coisa a ver com Andreas.

— Aster dell. — Brandon responde mais rápido do que ela (e ele) esperava. — Era uma cidade ao sul de Alfea. Foi onde Andreas supostamente morreu. Ele me contou que os inimigos dele destruíram a cidade com os moradores dentro. Andreas tentou impedir, mas...quase morreu no processo.

— Por que Beatrix levaria Bloom para uma cidade destruída? — Musa tenta compreender a história.

— Talvez ela queira recruta-la. Contar sobre Andreas. Ou então... — Brandon faz uma pausa dramática.

— Por favor, acabei de ter uma conversa conturbada com a Trelawney, não faz isso comigo. — Musa pede com as mãos em sinal de prece. — Ou então, o que?

— E se Bloom for realmente de Aster Dell? Andreas sempre teve uma rixa com o povo invernal. Se Beatrix conseguir convencer Bloom de que os seres invernais mataram os familiares dela...

— Ela vai nos odiar mais do que já nos odeia agora! — Musa conclui ao mesmo tempo que ele.

Ambos entendem a seriedade do que estava acontecendo e começam a correr pelo corredor até estarem no campo de treinamento dos especialistas.

— Tem certeza de que combinaram o lugar certo? — Brandon olha em volta procurando pelo resto do grupo.

— É o Riven. Acha mesmo que ele chegaria na hora? — A fada da mente revira os olhos.

— Você não chamou ele, né? — Brandon aponta para alguém que estava atrás de Musa.

— Sam? — A fada exclama surpresa ao se virar e se deparar com o seu...ficante/namorado secreto.

— Oi. — A fada da terra acena com hesitação e um pouco de confusão ao ver os dois juntos. — Nós precisamos conversar. A sós.

— Sam, eu adoraria conversar agora, mas...

— Por que a Beatrix está espalhando que nós dividimos nosso relacionamento com o Riven? — O moreno decide ser direto a fim de conseguir prender a atenção da fada. Ele ignora a proposta do "a sós".

— O que? — Como esperado, Musa reage instantaneamente.

— Exatamente, essa foi minha reação. — Sam confirma.

— Hmm...eu vou indo. — Brandon anuncia sua saída e tenta ir de fininho para o portal fora da barreira. — Boa sorte.

— Eu não faço ideia do que você está falando. Nem sei como a Beatrix sabe d... — Musa para de falar ao ver Riven se aproximar com Ivy e provavelmente uma Stella invisível. A fada invernal segue o mesmo caminho de Brandon, enquanto o especialista se aproxima sozinho. Naquele instante tudo, ou quase tudo, fez sentido.

— Fadinha, hora de ir. — Riven aponta para a floresta e escolhe o pior apelido possível para o momento.

— Droga, eu... — A fada alterna o olhar entre Sam e a floresta. Eles já haviam perdido muito tempo.

— O que está acontecendo? — Ele insiste em conversar, principalmente porque agora mais um dos envolvidos estava presente.

— Eu explico, mas depois. — Musa afirma com uma dor no peito e enfatiza o "depois".

Muito depois. — Assim como ela, Riven enfatiza o "muito" e puxa a fada pelo braço.

— Musa espera ai! — Sam protesta surpreso por ela realmente virar as costas.

— Desculpa, Sam. Preciso que confie em mim. — A fada tenta se contactar com o olhar dele e transpassar sua verdade. Talvez teria sido mais fácil se Riven não estivesse tão determinado a tira-la dali.

— Que lindo, tirou essa frase de um livro também? — O especialista comenta a cena que ao seu ver era o cúmulo do clichê.

— Cala a boca, Riven. — Ela exclama quase explodindo de raiva, mas um pequeno lapso de sanidade faz com que ela volte para o presente. — Que história é essa de trisal?

— Como eu saberia? — Riven demora mais do que o normal para responder.

— Porque com certeza é coisa sua! — Ela quase grita.

— Hmm...não sei do que você está falando. — Ele simula a expressão mais confusa que conseguiu encontrar.

— Quer que eu refresque sua memória? Posso bater na sua cabeça inúmeras vezes seguidas. — Musa o ameaça com um pouco mais de brutalidade do que o de costume.

— Suas ameaças estão começando a ser menos ameaçadoras. — Ele tenta quebrar a tensão mudando de assunto e lançando um sorriso ingênuo.

Sem o menor pingo de paciência, Musa empurra Riven na direção de um amontoado de arbustos. O barulho faz alguns pássaros voarem para longe.

— Vocês conseguem ser um pouquinho mais discretos? — Stella estala os dedos e aparece "magicamente" ao lado de Musa. A fada da luz não perde tempo e tira uma foto, antes que Riven conseguisse se livrar dos arbustos. — Essa vai para o anuário de Alfea.

— Se Alfea sobreviver até o fim do ano. — Ivy usa um senso de humor pessimista e estende a mão para levantar Riven. Ela tira uma folha presa em seu cabelo e comenta com um sorriso ácido: — Aposto que isso feriu seu ego inflado.

— Sério? Você também, princesa Frozen? — Riven olha incrédulo para a fada.

— Podemos parar de enrolar? — Brandon entra no meio dos dois. — Temos que ir para Aster Dell. Se demorarmos demais, Bloom vai voltar ainda mais brava.

— Aster Dell? — Ivy muda sua expressão ao ouvir o nome da cidade.

— Acho que Beatrix vai contar sobre Andreas, para recruta-la. — Brandon tenta explicar da forma mais sucinta possível.

A princesa invernal fica estática por alguns segundos. Um turbilhão de ideias vaga pelos seus pensamentos, não de uma forma desorganizada, mas na disposição de um jogo, onde pessoas não são pessoas, são apenas peões com nomes.

— Ótimo, agora que todos já entenderam a gravidade do problema, vamos logo! — O moreno tenta ignorar a reação inesperada da garota, mas quando a mesma vira para o lado contrário da floresta e caminha de volta para a barreira, Brandon protesta confuso: — Ivy?

— Ela enlouqueceu? — Riven pergunta para ninguém em específico.

— Onde você vai? — Stella também intervém na caminhada, quase correndo atrás da mesma.

— Hora de por o Plano B em ação. — A fada invernal responde sem olhar para trás.

•─────✧─────•

Ivy não havia deixado nenhuma ordem além de uma frase enigmática. Nenhum deles entendia do que aquilo se tratava, mas nenhum deles ousou sair dali também, apesar da vontade. Brandon era o mais inquieto. Ele sabia que, normalmente, o principal motivo para a fada não revelar seus planos, era porque eles acabavam ferindo alguém no processo, como quando ela decidiu atacar Sky "apenas" para dar um motivo plausível para ele a odiá-la.

— Ok, eu não aguento mais esperar. — Stella quebra o silêncio mortal que se instaurou pelos últimos 20 minutos. — Vou procurar aquele projeto de psicopata.

— Espera! — Musa segura o braço da loira com urgência. Seus olhos estavam acesos e seu olhar estava alerta. Poucos segundos depois, todos conseguiam ouvir carros se aproximando.

— Estão atravessando a barreira de Alfea. — Riven aponta para uma fileira exagerada de carros.

— Acho que faz parte do "plano B". — Musa aponta para alguém que se aproximava dos carros.

Ivy vai de encontro aos veículos na maior calma que poderia conseguir. Ela queria desfrutar cada segundo daquele momento, então fez questão de criar uma cena.

— A gente vai lá? — Riven pergunta sem ter noção do que seria certo ou absurdamente errado. Para sua infelicidade, ele precisa deixar toda sua noção de lado quando Beatrix desce do carro, escoltada por Fara Dowling e vários soldados. Por instinto, o especialista corre até lá sem pensar nas consequências.

Quando Beatrix deixa o primeiro grito de dor escapar, todos acompanham Riven e correm para observar de perto todo o caos causado pela princesa invernal.

As mãos da ruiva estavam amarradas com um tipo de arame farpado mágico, que a apertava mais toda vez que ela se mexia. Era possível ver algumas gotas de sangue escorrerem pelo seu pulso.

— O que vocês estão fazendo? Estão machucando ela! — Brandon falha em se manter calado. Ele não se importava tanto assim com Beatrix, mas ele conhecia a sensação agonizante da tortura, então não desejaria isso nem para o seu pior inimigo.

Por enquanto.

— Só se ela tentar lutar contra as algemas. — Farah responde com uma calma induzida.

— Não é uma boa hora para estar aqui fora. — Silva puxa Brandon para trás, enquanto outros dois seguranças precisam segurar Riven.

— Por que estão prendendo ela? — Brandon questiona, relutando a se afastar. Os olhos da fada transpareciam medo e dor, mas bem no fundo existia um pingo de dissimulação.

— Descobrimos quem matou o assistente da Dowling. — Silva sussurra em seu ouvido, no intuito de que ele colaborasse e se afastasse.

— Como sabem que foi ela? — O moreno pergunta já temendo pela resposta. Uma parte adormecida dentro dele estava mais preocupada com as consequências que aquilo causaria entre ele e Andreas do que com o bem estar da "irmã postiça".

— O povo invernal fez a caridade de nos emprestar um rastreador de magia novo, depois que o nosso... — Silva se empolga ao explicar o ocorrido, até se lembrar de que estava falando com um aluno. — ...bom, isso não é relevante agora.

— Bloom... — Ivy tenta se aproximar da ruiva, mas a forma como a mesma se afasta deixa claro que a conversa entre ela e Beatrix rendeu mais do que deveria.

— Eu não falei nada sobre a música, se é isso que você quer saber. — A fada do fogo exclama sem conseguir esconder sua raiva encubada.

— Não era. — A antiga Ivy tentaria simular um sorriso amigável, mas sua nova versão nem pensou na possibilidade. Ao invés disso, ela encara os soldados levarem Beatrix para a prisão improvisada. — Às vezes é mais fácil acreditar em mentiras, porque elas são menos difíceis de digerir.

— Até agora não ouvi nada fácil de digerir. — A ruiva mantém a expressão fechada.

— Então não perca seu tempo tentando, ela só queria usar você. — Ivy se contém para não revirar os olhos.

— E o que você quer?

"Salvar a porcaria do mundo mágico?", Ivy pensa.

— Ela quer te usar para o mal. Eu quero te usar para o bem. — Novamente, essa era mais uma frase que a antiga Ivy não ousaria falar.

— Prefiro não ser usada. — Bloom fala num tom mais baixo ao perceber o olhar de Dowling sobre elas e sem mais um pingo de paciência, passa direto pela fada invernal, encerrando o assunto.

— Aqui não. — Ivy se precipita ao ver Brandon preparado para dar um dos seus típicos sermões de moralidade e confiança.

Ele concorda que o local não era apropriado, mas não faz questão de ser educado ao puxa-la para longe da entrada de Alfea. Todos do grupo, exceto Riven, os seguem para entenderem minimamente o que estava acontecendo.

— Antes que alguém diga algo, sim, eu tenho um plano. E não, eu não enlouqueci. — A princesa fixa os pés no chão ao julgar que a distância que estavam já era o suficiente.

— Seu plano inclui me matar? — Brandon é o primeiro a reagir.

— Por enquanto não. — Ela responde cínica, até perceber que dessa vez teria que se justificar.

— O que você acha que vão fazer quando ela me entregar?

— Ela não vai te entregar. — Ivy responde com certeza absoluta. — Entregar você seria a mesma coisa que entregar Andreas. Eu sei que parece radical, mas agora nós temos toda a vantagem que precisamos. Sem a Beatrix, ele vai ter que depositar toda a confiança em você: o plano, os próximos passos, as missões. Estaremos um passo a frente em tudo.

— Já que ninguém vai falar, eu falo: isso faz sentido. — Stella vai contra o seu orgulho e concorda com Ivy.

— A desconfiança da Beatrix estava se tornando um perigo pro nosso plano, não ia demorar muito para ela descobrir que você mudou de lado. Nós tínhamos que dar um jeito nela. Primeiro eu pensei em homicídio, mas...

— Meu Deus... — Brandon desiste de ouvir as outras possibilidades criminosas que Ivy estava prestes a listar. — O que eu faço agora?

— Agora você vai correr até o esconderijo dele e vai contar tudo o que aconteceu. Ele não é burro, então você precisa demonstrar preocupação genuína. — A fada dita o plano com uma convicção assustadora, principalmente para quem estava ouvindo.

— Com certeza vai ser uma preocupação genuína. — O especialista concorda e respira fundo para evitar iniciar uma discussão. Ele ainda tinha muitas coisas entaladas na garganta, mas chegou à conclusão de que não era a melhor hora para isso.

Ele só não imaginou que as horas estavam se esgotando mais depressa do que o planejado.

𝕾𝖚𝖇𝖘𝖔𝖑𝖔

— Realmente, isso não é nada bom. — São as únicas 6 palavras que Andreas usa para se expressar depois de ouvir tudo o que aconteceu com Beatrix.

— E agora? — Brandon pergunta ao assistir o homem voltar sua atenção para as anotações em cima de sua mesa.

— E agora o que? — Ele questiona com desdém, como quem diz: não tem nada que eu possa fazer.

— Vamos deixar a Beatrix lá? — O especialista usa um tom de incredulidade.

Brandon não pretendia solta-la, mas uma parte sua se colocou no lugar da fada, e sua curiosidade o fez questionar se Andreas também faria o mesmo com ele: descarta-lo como se fosse reciclável.

— A Beatrix conhecia os riscos. — O rei responde sucinto, como se depois daquilo, tudo estivesse magicamente resolvido.

— Conhecia mesmo? Porque ela parecia bem surpresa quando eles praticamente torturaram ela. Isso não te incomoda nem um pouco?

— Eu sei o que você está fazendo. Quer que eu assuma o papel de vilão para que sua consciência fique mais tranquila. — Andreas parece finalmente se estressar com a insistência do garoto, se aproximando a cada frase, fazendo Brandon se afastar na mesma proporção. — Tudo bem, se isso ajuda em algo: eu sou o vilão da sua história. Envolvi você em uma batalha que não era sua, te dei um propósito para viver e acordar todos os dias, te ensinei a ser a melhor versão de você, e tudo que eu pedi em troca foi que depositasse um pouco de confiança em mim. Está feliz? Pode me chamar de vilão agora, só não ouse dizer que eu não me importo. Beatrix ainda é da família e ela entende que alguns sacrifícios são necessários, mas você? De uns tempos para cá não parece tão interessado em fazer parte dessa família.

Andreas Gryffin não era apenas o Rei de Eraklion. Ele também era o rei da manipulação.

— Eu estou aqui pelo Sky, não pela nossa "família de mentirinha". — A voz de Brandon sai apertada pelo rancor. — E você não me ensinou a ser minha melhor versão, você me ensinou a ser uma arma. Sua arma!

E lá estava ela. A raiva adormecida que fazia todos os músculos de seu corpo tensionarem. A ira responsável por ofuscar sua consciência, como se uma âncora o puxasse para dentro de um vazio, escuro e infinito.

— Te ensinei a ser temido. — Andreas o corrige. — E você pode rejeitar nossa família assim como rejeita qualquer tipo de afeto, mas nós ainda somos tudo que te restou.

— Por quanto tempo? Porque Beatrix já era e talvez eu seja o próximo. — As unhas dele adentram a parte superficial da pele, apenas para que a dor o lembrasse de que ele ainda era uma pessoa de verdade.

Aquele ato não passa despercebido por Andreas, mas o homem prefere apenas anotar aquele fato em sua mente e pensar a respeito mais tarde. Ao invés de jogar mais lenha na fogueira, o Rei prefere voltar atrás e manter a paz com o especialista. A final, agora ele era sua única ferramenta disponível.

— Como eu disse: você precisa depositar mais confiança em mim. — Ele apoia a mão na nuca de Brandon. Era um gesto típico de persuasão. — Eu ainda tenho grandes planos para o seu futuro.

E com grandes planos, vêm grandes sacrifícios.

Ivy agindo sozinha mais uma vez e surpreendendo todo mundo como sempre. Quem amou?
Só pra avisar que isso só vai se repetir mais uma vez, porque depois...
Enfim, a gente deixa para depois kkkkkk

Como eu avisei no Insta, o começo foi bem generoso, com bastante protagonismo para Musa e Riven, mas né, como nem tudo são flores, ainda vão ter muitas complicações pela frente.
Só deixo uma coisa bem clara: não adianta tentar odiar o Sam aqui, apesar dele ser um "empecilho" pro casal que vocês tanto amam, o personagem não deu nenhum motivo para receber hate ou coisa do tipo, principalmente porque se for fazer uma comparação, ele é a pessoa menos tóxica da série, então eu não pretendo mudar isso aqui.

Importante: a segunda parte da "profecia" que a Trelawney falou enquanto tocava na cabeça do Riven vai dizer bastante sobre a continuação e desfecho da história 😗🙃

Ps: Lembrando que no próximo capítulo terá aquele "salto no tempo que eu comentei".

Continue Reading

You'll Also Like

82K 3.1K 43
๐‘†๐‘› ๐‘›๐‘œ ๐‘š๐‘ข๐‘›๐‘‘๐‘œ ๐‘‘๐‘’ ๐‘ฑ๐‘ฑ๐‘ฒ, ๐ต๐‘œ๐‘Ž ๐‘™๐‘’๐‘–๐‘ก๐‘ข๐‘Ÿ๐‘ŽเฐŒ๏ธŽ ๐‘ท๐’†๐’…๐’Š๐’…๐’๐’” ๐’‚๐’ƒ๐’†๐’“๐’•๐’๐’” (โœ“) _ _ ๐‘‡๐‘’๐‘Ÿ๐‘Žฬ ๐‘ฃ๐‘’๐‘ง ๐‘’ ๐‘œ๐‘ข๐‘ก๐‘Ÿ๐‘Ž ๐ป๐‘œ๐‘ก ๐‘œ๐‘ข ๐‘š๐‘–๐‘›๐‘– โ„Ž...
41.8K 4.8K 50
Harry Potter ( Hadrian Black ) recebe sua carta para Escola de Magia e bruxaria de Hogwarts , mas as dores e abusos de seu passado o tornam diferente...
49.9K 7.2K 43
Mavis, uma jovem leitora nordestina que vive sua vida difรญcil em seu estado, a รบnica escapatรณria sรฃo seus amigos com pรกginas e letras digitadas em ti...
20.6K 990 13
โœฟ๏ธŽ| ๐™ป๐š’๐šŸ๐š›๐š˜ ๐š๐šŽ๐š๐š’๐šŒ๐šŠ๐š๐š˜ ๐šŠ ๐š’๐š–๐šŠ๐š๐š’๐š—๐šŽ๐šœ ๐š™๐š›๐š˜๐š๐šŠ๐š๐š˜๐š—๐š’๐šฃ๐šŠ๐š๐š˜๐šœ ๐š™๐šŽ๐š•๐š˜๐šœ ๐š™๐šŽ๐š›๐šœ๐š˜๐š—๐šŠ๐š๐šŽ๐š—๐šœ ๐š๐šŠ ๐ฌ๐จ๐ง๐ฌ๐ž๐ซ๐ข๐ง๐š. Sแดษดsแด‡ส€ษชษดแด€...