Constelações

Od Fuqqboi

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Onde Sirius gosta de tatuar constelações. " - Eu acho que nunca te disse isso, mas eu amo suas sardinhas - Si... Více

Lua Cheia
Coroa De Flores
Floresta Proibida
Salão Comunal
Dorcas e Torre de Astronomia
O Trem
Lar
Halloween Parte 1
Halloween Parte 2
Sirius Black
Você está me deixando louco
Olhos Laranjas
Tick-Tock
Remus Lupin
Perdão
De Pink Floyd à Bowie
Bang
A Residência Lupin
Eu também tenho cicatrizes
Perguntas e Respostas
Velhos Hábitos
Trevo de Quatro Folhas
Milagres
Poções
Oscar Wilde
Amor
Cão e Gato
Regulus Black
Amarrando as Pontas
Passagens Secretas

O Acordo

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Od Fuqqboi

[10 de Março de 1977]

Desde que o sol havia nascido naquele dia frio de inverno, o castelo de Hogwarts não havia presenciado um momento de paz. E claro, os marotos eram os responsáveis por isso.

Quando as meninas desceram do dormitório, o salão comunal estava vibrando em animação. Todos estavam esperando pela grande festa que haveria naquela noite de quinta-feira. Porém, por ser um dia de semana, eles teriam de esperar até depois das aulas para arrumar tudo. James e Sirius pareciam os mais animados, Remus estava com uma cara de quem queria estar em qualquer outro lugar. Elas se aproximaram.

— Feliz aniversário, Remus! — Lily disse, sorrindo e envolvendo o garoto num abraço apertado, ficando na ponta dos pés.

Remus a apertou, a tirando do chão por um segundo. Quando ele a soltou, as bochechas da garota estavam vermelhas.

— Obrigado, Lily.  — Ele colocou a mão nos bolsos. Ele parecia cansado.

Sirius passou seu braço pelos ombros de Remus, o apertando.
As outras garotas também deram seus parabéns, e o grupo seguiu para tomar o café da manhã. Eles se sentaram à mesa e o garoto foi recebido com vários parabéns, e em seguida Sirius começou a cantar o parabéns, puxando boa parte da mesa e depois boa parte do salão. Remus queria se enfiar debaixo da mesa e nunca mais sair de lá, mas um sorriso estava estampado em seu rosto.

Sirius se sentou novamente depois que a música acabou, seu sorriso estava o maior que Marlene havia visto em semanas, desde que eles haviam terminado.

— Feliz? — Remus perguntou, tentando conter o próprio sorriso.

— Demais.

Até às 13:00 horas, Sirius havia puxado o parabéns 6 vezes diferentes. Depois desse horário, Remus perdeu a conta. Ele recebeu tapinhas nas costas e presentes, além de parabéns dos próprios professores.

Quando as aulas acabaram, os marotos subiram para a torre da grifinória, onde as garotas já estavam arrumando o salão comunal para a festa.

— Vocês não ajudaram na minha festa! — Sirius exclamou, subindo numa cadeira e ajudando as garotas com as decorações.

— Você não é o Remus — Dorcas respondeu, soprando um balão em seguida.

— Ah, esse conquistador de corações.— James disse, sorrindo e jogando a própria bolsa no tapete. Sirius riu alto.

— Ah cale a boca, Prongs. — Remus respondeu, constrangido. Ele já não conseguia pensar em ninguém gostando dele, quanto mais alguma garota como a Dorcas. Não que fizesse diferença de qualquer forma, ele não tinha interesse algum em nenhuma das garotas.
Lily riu baixo e terminou de pendurar um cartaz que dizia "Feliz Aniversário". Ela desceu da escada e arrumou a própria saia.

Quando eram oito da noite, Remus estava se olhando no espelho, arrumando o próprio cabelo na frente do rosto para esconder as cicatrizes.

— Vem, senta aqui que nós estamos atrasados. — Sirius disse, sinalizando uma cadeira pra Remus. O garoto se sentou e arqueou a sobrancelha.

— Eu estou atrasado pra minha própria festa?

— Foi culpa do jantar, o James e o Peter já estão lá embaixo animando a festa.

Remus puxou as mangas do próprio suéter, segurando-as em seu punho, enquanto Sirius pegava um lápis de olho. Remus corou.

— Sirius, não, não, não.

— Vai ser pouco, confia em mim.

— Eu não fico bem de maquiagem.

— Eu discordo — Sirius disse, lembrando de Remus naquele apartamento trouxa.

— Isso foi um elogio?

Sirius não respondeu e começou a maquiar o olho de Remus. O garoto fez uma leve careta com isso.

— Hoje eu vou te fazer beber, é seu aniversário.

Remus resmungou. Ele estava sim, planejando beber, mas atuar e tirar um proveito da situação não iria machucar ninguém.

— Eu proponho um acordo.

— Elabore. — Sirius disse, esfumando o preto na pálpebra de Remus.

— Eu deixo você me embebedar hoje... Se você não beber nada.

Sirius considerou, terminando a maquiagem. Ele deu um passo para trás para admirar Remus, quer dizer, o seu trabalho em Remus.

— Fechado.

O aniversariante sorriu largo e se levantou, se olhando no espelho. Suas bochechas esquentaram e ele olhou para Sirius.

— Você é bom nisso.

— Eu sei, eu sou bom em tudo. — Sirius disse, com um sorriso crescendo no seu rosto.

Remus revirou os olhos.

— Eu nunca mais elogio você.

— Você me ama que eu sei.

— Ah, o ego Black.

Sirius riu baixo e se posicionou ao lado de Remus na frente do espelho. As roupas pretas de Sirius tinham um contraste bonito com as marrons de Remus. Eles se encararam pelo espelho e Sirius desceu sua mão até a de Remus, seus dedos se entrelaçaram e Lupin não conseguiu conter um sorriso. Os dedos de Remus estavam gelados como sempre, e se ele não fosse um lobisomem, Sirius pensaria que ele era um vampiro.

O Black se virou para o garoto mais alto e acariciou as bochechas rosadas, sentindo o calor em sua mão. Calor esse que apenas aumentou quando o toque de Sirius fez carinho na pele de Remus.
Lupin inclinou sua cabeça para baixo, para poder encontrar seu olhar com o de Sirius. Aproveitando a oportunidade, o mais baixo ficou na ponta dos pés e deu um selinho no aniversariante.

— Feliz aniversário, Remus.

O salão comunal brilhava com vermelho e dourado. Frank estava cuidando da música, como sempre, mas dessa vez, Alice também estava lá, ajudando-o a escolher o disco certo e a reforçar o feitiço que aumentava o som da vitrola. Remus pensou em como em todas as últimas festas que eles fizeram algo deu errado, mas não que isso fosse incomum com os marotos. Bem, pelo menos dessa vez Sirius não estaria bebendo, o que os salvaria de metade dos problemas. Remus pisou no tapete vermelho e uma garota de um ano mais nova veio conversar com ele, ele a reconheceu como a garota para quem ele deu aulas sobre poções nos últimos meses.

Sirius encostou-se ao lado de James.

— Ele tem um harém atrás dele e nem percebe. — James comentou, mas Sirius não respondeu, então continuou. — Ou talvez ele saiba e faça de propósito. As garotas acham que não está nem aí e aí sim que ele as conquista.

— Por Merlin, você está falando como um velho. — Sirius resmungou. — Não faça isso hoje que eu não posso beber.

— Fazer o que? — James perguntou e se dirigiu com Sirius à mesa de bebidas.

— Me encher o saco.

— Isso eu sempre faço.

Sirius sorriu e fez dois copos de suco de laranja, um batizado e o outro não. James fez uma batida leve de gin para si mesmo.

— Mas sério, as garotas gostam muito dele.

— Eu juro que se você continuar com esse assunto eu vou te bater.

— E qual o problema desse assunto?

— O problema é que eu não gosto dele.  — Sirius tomou um gole do seu suco. — Eu volto já.

O garoto andou pelas pessoas e se aproximou de Remus, entregando a bebida batizada, sem trocar nada além de um olhar. Remus já havia aceitado seu destino, então ele pegou a bebida e deu um gole, e, surpreendentemente, não era ruim. Essa festa não ia ser desagradável afinal.

Remus não sabia que horas eram, nem quantas bebidas ele havia tomado. Mas ele sabia que o cômodo estava quente demais e que a última bebida que Sirius havia lhe dado era doce.
Ele terminou de abrir seus presentes, sorrindo como ele não havia feito há muito tempo.
A mesa estava coberta de itens, livros, discos, chocolates, penas e outros. Ele havia aberto quase todos seus presentes, haviam apenas dois, endereçados de forma trouxa, que tinham chego naquela manhã e estavam esperando por ele no dormitório.
Um de seus favoritos até o momento era o de Lily, um rádio trouxa portátil. Além de, claro, as três caixas de presente de Sirius. Ah, se exagero tivesse nome e sobrenome, se chamaria Sirius Black.
Uma roda estava formada em frente a lareira, com mais ou menos vinte alunos, e uma garrafa no meio. Remus tentou evitar ir, enrolando o máximo possível, mas logo, depois de talvez meia hora, a bebida e seus amigos o forçaram a ir. Marlene o puxou pelo braço e o fez sentar ao seu lado direito. Do lado direito de Remus, estava o Black, que sorriu para ele. O cômodo ficou mais quente.

— O que estamos jogando? — Ele perguntou a ninguém específico.

— Verdade e desafio. — Marlene respondeu e sorriu.

Marlene tinha um baralho pronto, com uma verdade e um desafio em cada carta do baralho, logo, o jogo era de certa forma impessoal, porém mais divertido.

A garrafa girou algumas vezes no centro da roda. Sirius teve que ficar uma rodada de ponta cabeça. James admitiu ter sido quem explodiu o banheiro dos professores. Dorcas comeu três feijõezinhos sabor vômito. Um garoto um ano mais velho se declarou para uma garota de seu ano.
Remus foi o grande alvo do jogo, rodada sim, rodada não, ele era escolhido. Ele teve que comer feijõezinhos, admitir que ele havia colado no teste de poções e imitar um cachorro—ele usou todo o seu autocontrole para não fazer uma impressão de Sirius.

Na última vez que a garrafa parou em sua direção, com a ajuda da mão de Marlene, a garota sorriu. Remus estava começando a ter um pouco de medo dela.

— Verdade ou Desafio, Remus?

— Verdade.

Um sorriso travesso cresceu no rosto de Marlene enquanto ela tirava uma carta do monte. O sorriso aumentou quando ela leu o conteúdo.

— Remus, com quem foi seu primeiro beijo?

Seus sentidos não estavam muito aguçados, mas ele sentiu o perigo formigar seus dedos. O nome de Isaac não ia ser levantado nessa questão. Para esconder seu constrangimento, ele tomou um gole grande da bebida em sua mão, que desceu queimando. Ele não queria responder.

— Qual é o desafio?

— Beije a garota mais bonita dessa roda.

Ele pousou o copo no chão, sorrindo fraco. Ele nunca havia se sentido tão relaxado assim. E ele nunca havia beijado uma garota.

— Beijar a garota mais bonita dessa roda? — Ele repetiu o desafio, seus olhos dançando preguiçosamente pelas pessoas sentadas. Eles naturalmente foram atraídos para uma cabeleira ruiva.

— Uhum — Remus ouviu um sorriso na resposta de Marlene, mas ele não se virou para olhar, porque seus olhos estavam fixos em olhos verdes do outro lado da roda.

Remus fez menção de ir até ela, quando alguém pousou a mão em seu ombro e tentou puxá-lo para trás.

— Remus, eu acho que chega pra você hoje.

Remus olhou para a mão de Sirius e fez um gesto para se livrar dela, tentando fazer Sirius soltar. O garoto apertou os dedos no local.

— Você não quer fazer isso, vamos pro dormitório.

— Deixe de ser tão ciumento, Sirius, eu posso beijar outras pessoas. — Remus empurrou a mão de seu ombro e se levantou, fazendo caminho até Lily.

Sirius ficou parado no lugar, sentindo a humilhação esquentar suas orelhas e revirar seu estômago. Ele olhou para James e conseguiu ver a tensão que estava nos ombros dele.

Remus se sentou na frente da garota, que estava com as bochechas tão vermelhas quanto seu cabelo. Ele segurou a bochecha dela, se inclinou e selou seus lábios. A garota segurou os cabelos de Remus e ele conseguiu notar que ela realmente estava esperando por isso. Não era ruim, longe disso, na verdade.
Quando o beijo eventualmente parou, Remus soltou uma risada fraca e se sentou ao lado de Lily. Ele não sabia porque estava rindo, mas algo tinha que ser engraçado.

Lily riu baixo e passou o dedo pelos lábios e ao redor da boca da Remus.

— Você está sujo de batom.

— Oops. — Ele sorriu, deixando ela limpar. Ele olhou para a garrafa que girava novamente, mas, dessa vez, não era a mesma coisa.
Porque Sirius não estava mais lá. E tampouco estava James.

Lily segurou a mão de Remus e ele piscou algumas vezes, tentando fazer sentido da situação em sua cabeça. Ele inclinou a cabeça para o lado, se dando conta. James.

Ele se levantou, largando da mão de Lily e indo em direção ao dormitório, ignorando as vozes que chamavam seu nome.

Ele abriu a porta do dormitório, dando dois passos pra dentro.

James estava falando alto, e Sirius estava tentando o acalmar. Ambos olharam para a porta quando ela abriu.

— O que você está fazendo aqui? — James perguntou, na defensiva.

— James, eu não me toquei...

— Você não se tocou?! Você tá de brincadeira, né?

Sirius não sabia o que fazer. Ele era o único sóbrio naquele recinto e isso era fora do normal, a situação toda era. Remus não sabia o que responder.

— Eu entenderia se você fizesse algo assim com o Sirius. Eu entenderia se você quisesse o afetar assim, mas o que eu fiz pra você?!

Remus deu um passo pra trás, ele nunca havia visto James assim. Sirius pousou a mão no peito do James, como forma de o segurar. Nenhum dos dois sabia o que dizer.

— Você sempre soube que eu gosto dela, que tipo de amigo faz isso?!

— Eu não poderia dizer a verdade... — Remus disse, com a culpa afundando em seu peito.

— É um jogo trouxa! Você poderia ter mentido! Você sempre fez isso muito bem.

Sirius sentiu o ar no cômodo ficar perigoso. Ele estava perdido no que fazer.

— Remus, é melhor você ir, você já fez o bastante. — Ele disse.

— Ou você poderia ter beijado qualquer outra garota!

— Remus. — Sirius alertou.

— Caralho, Remus, você nem ao menos gosta de garotas!

Sirius sentiu o silêncio se instalar. A tensão era forte e ele sentiu suas mãos suarem de nervoso. James se virou, respirando rapidamente e encarando a parede, evitando encontrar o olhar de Remus.

Sirius observou Remus dar outro passo para trás e sair pela porta. Ele sentiu seu estômago afundar e se virou para James, pousando sua mão no ombro do amigo. Além de ouvir, ele sentiu o corpo inteiro de James tremer quando o primeiro soluço ecoou pelo quarto.

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