Entre o Dever e o Amor

By Franciane_Souza

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Como pode parecer o Pecado fluir de um Anjo? Essa é a pergunta que Christian Grey se faz desde que tinha 17 a... More

Notas da Autora
Prólogo
Capítulo - 01
Capítulo - 02
Capítulo - 03
Capítulo - 04
Capítulo - 05
Capítulo - 06
Capítulo - 07
Capítulo - 08
Capítulo - 09
Capítulo - 10
Capítulo - 11
Capítulo - 12
Capítulo - 13
Capítulo - 14
Capítulo - 15
Capítulo - 16
Capítulo - 17
Capítulo - 18
Capítulo - 19
Capítulo - Aviso
Capítulo - 20
Capítulo - 21
Capítulo - 22
Capítulo - 23
Capítulo - Aviso 2
Capítulo - 24
Capítulo - Aviso 3
Capítulo - 25
Capítulo - 26
Capítulo - 27
Capítulo - 28
Capítulo - 29
Capítulo - 30
Capítulo - 31
Capítulo - 32
Capítulo - 33
Capítulo - 34
Capítulo - 35
Capítulo - 37

Capítulo - 36

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By Franciane_Souza


Detesto a sensação de estar colocando o meu noivo contra a sua família mais especificamente contra a sua avó, mas a minha intenção não foi essa ao contar para ele tudo que aconteceu naquele quarto e sim que ele percebesse que a sua avó com o seu fanatismo, está completamente fora de controle, não pensando no que poderia causar ao neto.

Dona Laura precisa entender que não é dona do Christian e não pode e nem deve tentar tomar decisões por ele, até porque ele é um homem capaz de fazer isso por si mesmo. Eu imaginei que o meu noivo ficaria ainda mais decepcionado com as atitudes da avó, mas não tão irritado quanto ficou. O que poderia ser considerado uma coisa boba da minha parte, afinal, aquelas cartas foram realmente enviadas para ele, porém a intenção dela não foi que ele pudesse lê-las, mas fazer com que eu duvidasse do meu noivo quando ele havia me dito que nunca havia as recebido.

Até certo ponto é passível de compreensão que Dona Laura não esteja satisfeita em saber que o neto abandonou a vocação, que ela queria que fosse dele. Só que a partir do momento que isso passa do saudável, chegando a ponto do irracional, sem que ela meça a dimensão que o fanatismo dela começa a prejudicar outras pessoas, não dá mais para ficar calada e fazer de conta que está tudo bem, quando na verdade não está.

E sinceramente, estou ficando preocupada com o que mais ela seja capaz de fazer para que o neto possa mudar de ideia quanto ao nosso relacionamento e decidir se Consagrar Diácono, apesar de saber que Christian não é mais como aquele adolescente confuso, que se sentia culpado por me amar, acreditando realmente que estivesse cometendo um pecado.

Porém não vou ficar me preocupando com as atitudes de Dona Laura, pois esse é um problema do meu noivo, ele que lide com o descontrole de sua avó, pois a única coisa que eu farei é estar aqui para ele, esperando-o para o que precisar. Seja para expressar a sua indignação ou desabafar a sua decepção, e independente de qual seja o motivo, eu sempre irei abraçá-lo até que se sinta novamente renovado, para que possamos continuar com os nossos planos para o casamento e nos preparar mentalmente para o tempo que nós ficaremos afastados, quando ele precisar ir para New York.

- Filha, o que aconteceu para o Christian sair daqui igual a um furacão? - Dou um suspiro e acabo de descer os degraus, depois de ficar tempo demais no quarto, esperando que Christian voltasse.

- Ele ficou irritado quando eu contei o que avó dele tentou fazer, Pai. - Ele fica confuso e me jogo ao lado de Lucca, que está sentado no sofá com o seu namorado. - A Dona Laura tentou armar uma situação para me fazer duvidar do Christian, mas o seu plano acabou não dando certo. - Dou de ombros, e minha mãe fica irritada.

- A Dona Laura está precisando ouvir umas verdades, porque não é possível que depois de tanto tempo ela ainda acredite que o Christian é um menininho que pode ser manipulado. - Não falo nada, apenas fico pensando nas atitudes dela, desde que eu voltei de Milão e até que ponto isso pode influenciar o meu noivo, mas isso chama a atenção dela. - Filha, você não está achando que o Christian...

- Sinceramente, Mãe, eu não sei até que ponto a Dona Laura seria capaz de mexer com a cabeça do meu noivo. - Suspiro e deito a cabeça no ombro do meu irmão do coração.

- Bella Mia, o Christian ama você, e isso ficou mais do que claro para quem tem olhos para enxergar.

- Eu não duvido do amor dele por mim, Lucca, da mesma forma que não tenho a menor dúvida do quanto eu o amo, mas a questão é que eu não sei quanto tempo ele vai suportar essa pressão que avó está fazendo, tentando convencê-lo a se Consagrar Diácono.

- E o que você pensa em fazer, minha Filha? - Meu pai faz com que eu o encare. - Vai deixar que uma mulher que apesar de toda experiência de vida que tem, continua perdida sem saber o caminho que deve seguir para viver em paz, atrapalhar a sua vida com o homem que você ama? - Nego, pois isso nunca passou por minha cabeça.

- De forma alguma, Papai, eu jamais desistiria do Christian ou permitiria que a avó ou qualquer outra pessoa atrapalhasse a nossa vida, mas... Eu me coloco no lugar do meu noivo, entende? - Ele assente e abraça a minha mãe, que deita em seu ombro. - Eu fico pensando o quanto isso é desgastante para ele, por saber que precisa escolher um lado, pois de um tem a avó que mesmo do jeito torto dela, sabemos o quanto ama o neto, e do outro, tem a mulher que ele pretende começar uma vida, que mesmo que a conheça desde quando ela nasceu, ainda assim não é como a sua família.

- Você está errada, Ana! - Assustamo-nos quando Christian entra na sala, mais sério do que costuma estar. - Eu realmente amo a minha avó, mas você sempre foi e sempre será a minha família também. - Ele se aproxima e estende a mão para que eu possa pegá-la, fazendo-me levantar. - Você sempre foi mais do que a minha melhor amiga, a menininha que eu sempre senti que deveria proteger, o meu anjo de olhos azuis. - Ele sorri de lado e acaricia o meu rosto. - Eu não preciso escolher um lado, pois independente de qual seja, você sempre estará nele, porque eu te amo e cometi o erro de nos afastar uma vez, não pretendo cometê-lo novamente.

Deixo as suas palavras acalmarem o meu coração e o abraço, mesmo que eu saiba que nem tudo depende dele e muito menos de mim, pois há situações que não podemos prever antes que tome proporções maiores do que gostaríamos de admitir.

- Eu também te amo, Christian, mas você tem que concordar comigo que para convencê-lo a ser Consagrado, a sua avó é capaz de fazer até mesmo o que não conseguimos imaginar. - Afasto-me para encarar os seus olhos. - Antes eu apenas ignorava a forma rude que ela me tratava, e isso desde que éramos crianças, acreditando que um dia ela poderia mudar quando percebesse que realmente nos amamos, mas sinceramente, estou começando a ficar com medo das atitudes dela.

Ele fica em silêncio por um momento e sei que está pensando na conversa que teve com a sua avó, mas antes que eu pergunte algo, ouvimos Lucca pigarrear, chamando a nossa atenção, enquanto se levanta do sofá pegando na mão do namorado para fazer o mesmo.

- Khalan e eu iremos subir para o quarto, buonanotte famiglia!

- Nós também estamos indo, até amanhã, meus Filhos!

Meus pais também se levantam, e eu sorrio para eles, desejando boa noite, assim como Christian, para logo em seguida vê-los subir as escadas, fazendo-me suspirar por também estar cansada.

- Você quer conversar agora ou subiremos para o nosso quarto também?

- Podemos conversar no nosso quarto, enquanto tomamos um banho, pois estou realmente cansado, físico e mentalmente.

Apagamos as luzes, subindo para o nosso quarto em seguida, onde tomamos banho, e ele me conta como foi à conversa com a sua avó, fazendo-me perceber que as atitudes da Dona Laura realmente estão ultrapassando do fanatismo religioso que acreditávamos ser. Mas agora não quero pensar mais no que aconteceu, pois só cuidarei do meu noivo que nesse momento está precisando mais de mim do que um dia jamais precisou.

[...]

Um mês depois.

- Bella Mia, você engordou depois da última prova e isso faz apenas uma semana. Olha só o tamanho que estão os seus seios!

Lucca me repreende, mas de fato o vestido está mais apertado, mesmo que eu não possa vê-lo, pois ele me obrigou a usar uma máscara alegando que só posso ver o meu vestido no dia do casamento, o que confio cegamente nele - literalmente -, entregando-me em suas mãos para fazer o que achar melhor.

- Eu realmente estou comendo um pouco mais, principalmente depois de saber que a viagem do Christian foi antecipada, Lucca.

Há duas semanas, Christian recebeu uma ligação da secretaria do Seminário avisando que devido à agenda do Arcebispo que entrevistará os Seminaristas coincidir com um evento importante que ocorrerá no Vaticano, o Retiro foi antecipado. Mas pelo menos o pedido dele em não fazer parte do Seminário de fato foi atendido, e ele não precisará ficar dez dias como seria a princípio, reduzindo para três. E ele embarcará na sexta-feira, o que será daqui a dois dias e isso tem me deixado muito ansiosa, apesar de imaginar que o problema não seja somente por isso.

- Serão apenas três dias, Bella Mia, mas além de precisar se controlar para o seu casamento que será em um mês, ainda teremos que ir à Milão, para o nosso último desfile. E sinceramente, eu não estou disposto a vê-la fazendo aquelas dietas malucas, ou ficar horas a fio na Academia para ter que perder peso. - Dou um suspiro, enquanto ele retira o meu vestido e depois de alguns segundos, eu retiro a máscara, sabendo que posso me vestir.

- Eu sei Lucca. E sinceramente se não fosse o fato de querer atender esse pedido do Paolo, eu não faria a mínima questão de voltar a Milão tão cedo. - Sento-me no sofá e olho em volta, vendo que ele fez do quarto de hóspedes um verdadeiro Ateliê improvisado. - E como está sendo a sua nova vida morando com o Khalan?

Uma semana depois do casamento da Melissa, o que acredito que tenha sido a conversa que tive com o Khalan, ele conseguiu convencer o Lucca a vir morar com ele em seu apartamento. Assim como levá-lo para conhecer os seus pais de forma oficial, pois Lucca estava reticente em conhecer os sogros. E quanto ao Stronzo do Sean, apesar de ainda tentar atrapalhar a vida dos dois, resolveu dar uma trégua a eles, apenas porque não está em Washington, por causa de um trabalho fotográfico que precisou fazer no Canadá.

- Você está mudando de assunto, Bella Mia. - Dou risada, e ele se senta ao meu lado, abraçando-me pelos ombros. - E falando em Milão, precisamos resolver o que iremos fazer com o nosso apartamento, lembrando que a Donatella continua responsável pela manutenção dele toda semana. - Apenas assinto, mas realmente precisamos resolver essa questão. - Mas respondendo a sua pergunta, a minha nova vida não poderia estar melhor, parecendo que agora tudo está em seu devido lugar, entende?

- Entendo sim, Lucca. É justamente assim que me sinto desde que Christian e eu nos reencontramos.

- É! Eu me lembro do quanto você ficava depressiva, chorando pelos cantos quando começava a pensar no passado. Como é que você falava mesmo? - Ele faz uma falsa cara pensativa, fazendo-me segurar o riso, pois ele sabe exatamente o que eu falava. - Ah, é... "Aquele covarde do meu ex-melhor amigo é um idiota". - Ele afina a voz, numa imitação da minha.

- Eu falava isso sim, mas não ficava depressiva coisa nenhuma, seu Exagerado. - Dou um beliscão em suas costelas, fazendo-o se encolher e dar risada. - Gosto de ver você assim, Lucca.

- Assim como, Bella Mia?

- Leve, sorrindo verdadeiramente e sem aquela tristeza que sempre estava presente em seus olhos. - Ele sorri de lado e me aperta em seus braços.

- Mas eu realmente estou feliz, mesmo que ainda sinta vontade de quebrar aqueles dentes brancos do Sean de vez em quando. - Volto a dar risada, mas ele suspira. - Mas o que está acontecendo? Estou sentindo que você está querendo me falar alguma coisa, além de estar muito preocupada. E acredito que não seja apenas pelo fato que o Christian irá para New York. - Meu sorriso se fecha e quem suspira agora sou eu.

- Eu realmente queria conversar com você, mas tem que me prometer que ninguém ficará sabendo disso por enquanto, nem mesmo o Khalan. - Ele me afasta e faz com que eu o encare.

- Certo! Agora quem está ficando preocupado sou eu. O que está acontecendo, Bella Mia?

- Há alguns dias eu venho sentindo o meu corpo diferente. Estou comendo mais, o que ocasionou nessa alteração de peso que você percebeu. Estou sentindo mais sono, uma dorzinha no pé da barriga, que parece estar levemente inchada. Além dos meus seios realmente estarem maiores.

- Sinceramente, tenho que confessar se você não fosse a minha irmãzinha, eu poderia ficar com tesão nesses seus peitos e lhe mostraria como que um Italiano faz uma Espanhola.

- Lucca! - Dou um tapa nele, fazendo-o gargalhar. - Estou falando sério!

- Tudo bem, desculpe-me, mas eu não resisti. Você sabe que eu jamais a veria dessa forma, Bella Mia. - Sorrio e assinto, pois quanto a isso eu não tenho a menor dúvida, ainda mais sabendo o quanto ele ama o Khalan. - Mas por que você está tão preocupada assim?

- Eu acho que... Na verdade, eu tenho quase certeza que estou grávida, Lucca. - Ele arregala os olhos e fica sem reação por um momento, antes de se levantar num rompante, colocando as mãos em sua cabeça.

- Porca Miseria! E ora cosa faremo? Un bambino? Aspetti un bambino? (Puta Merda! E agora o que vamos fazer? Um bebê? Você está esperando um bebê?). - Ele dispara a falar em Italiano, e eu começo a dar risada, vendo que ele está surtando. - Perché stai ridendo? (Por que você está rindo?).

- Você está surtando e isso porque nem é o pai, Lucca!

- Mi scusi! (Desculpe-me!). - Ele volta a se sentar e respira fundo. - Você disse que "quase tem certeza", o que falta para ter certeza absoluta? - Levanto-me e pego a minha bolsa, abrindo-a para pegar um teste de gravidez que eu comprei mais cedo, voltando a me sentar e dar um suspiro.

- O que me faltou foi coragem, Lucca. - Ele revira os olhos e se levanta, pegando a minha mão para fazer o mesmo.

- Então vá agora para aquele banheiro e faça esse teste! Enquanto isso eu ligarei no Laboratório, porque independente do resultado nós iremos fazer um exame de sangue para confirmar se você está realmente grávida ou não. - Nego com a cabeça e verifico a hora.

- Preciso voltar para casa antes do almoço, Lucca! Christian foi apenas ao aeroporto buscar a Melissa e o Andrew, que devem estar desembarcando nesse momento.

- Ele sabe que você viria fazer a prova do vestido, então não haverá problema em se atrasar mais alguns minutos. - Volto a negar com a cabeça, e ele suspira. - Bella Mia, você poderia ter falado com a nossa mãe, com a Grace ou até mesmo com a Melissa depois que ela chegasse, mas não! Você esperou até hoje para falar comigo, pois era o incentivo que precisava para fazer esse teste. Porque sabia que eu estaria aqui por você, independente do que aparecer no resultado. - Suspiro e o abraço, ciente do quanto ele me conhece.

- Confesso que quando eu comecei a desconfiar sobre a gravidez, eu fiquei assustada, mas depois a ideia de saber que tenho um pedacinho do homem que eu amo em meu ventre me deixou muito feliz. - Paro de falar por um momento e respiro fundo. - Então eu me lembrei de que pode ser apenas uma suspeita e que esses sintomas sejam apenas por causa do meu ciclo, mesmo que esteja atrasado por alguns dias, e agora estou com medo do resultado dar negativo.

- Então faça o teste e se por acaso for negativo, vocês terão muito tempo para tentarem engravidar depois do casamento, ou até antes disso, levando em conta o quanto vocês dois parecem coelhos. - Afasto-me dos seus braços, vendo-o segurar uma risada.

- Você libertou o palhaço que estava preso em todo aquele mau humor, não é? - Ele dá a risada que segurava, fazendo-me sorrir também e ficar um pouco mais tranquila.

- Provavelmente, mas pode ser o sexo também. Agora pare de me enrolar e vá fazer esse teste, Anastásia Steele!

Faço careta por ele me chamar pelo nome completo, mas caminho para o banheiro pensando se eu realmente possa estar grávida. Afinal, desde que Christian e eu começamos a ter uma vida sexual ativa, nunca nos prevenimos, mas nunca falamos sobre a possibilidade de ter filhos por agora também, até porque tudo aconteceu tão rápido entre nós que apenas deixamos o fluxo seguir, como acreditamos que deveria ter sido, caso não tivéssemos ficado oito anos separados.

Confesso que eu esteja temerosa se o resultado for negativo, até mesmo porque além das mudanças em meu corpo, da fome e do meu ciclo estar atrasado, eu não senti nenhum outro sintoma que confirmasse a minha possível gravidez, mas eu sei que os sintomas variam de mulher para mulher ou simplesmente podem ser mais tardios em algumas, do que em outras, ou simplesmente não acontecerem com muitas esperam.

Só que eu apenas terei as minhas dúvidas esclarecidas se eu fizer esse teste que está em minhas mãos, e é isso que faço, esperando os três minutos mais longos da minha vida, convencendo a mim mesma que não o farei com altas expectativas, pois Lucca tem razão em dizer que Christian e eu teremos tempo de ter filhos, caso dessa vez seja negativo o resultado. E independente do que aparecer neste visor, não deixarei que me abale.

[...]

- Oi, meu Amor! - Sorrio e dou um beijo demorado em seus lábios, assim que entro em nosso quarto, na casa dos meus pais.

- Eu estava começando a ficar preocupado, Amor. Aconteceu alguma coisa?

- Acabei me perdendo no tempo conversando com o Lucca, desculpe-me! - Ele sorri, voltando a arrumar as malas. - E a Melissa e o Andrew? Ficaram no apartamento deles ou vieram para a casa dos seus pais?

- Estão nos meus pais, mas apenas para o almoço que eu recusei, achando melhor vir terminar de arrumar o restante das nossas coisas. - Apenas assinto, sabendo que o motivo é por ele estar evitando a sua avó, apesar de dizer que não está mais magoado com ela. - Logo eles iriam para o apartamento para descansar um pouco, inclusive estarão nos esperando para o jantar.

- Ótimo! Estou com saudade deles. - Entro no closet, vendo se ele não esqueceu nada, mas me lembro de que tenho algumas coisas no meu antigo quarto, que preciso pegar. - Amor, eu vou pegar alguns livros que quero levar para o apartamento.

- Enquanto você não chegava a sua mãe estava me ajudando e fez o favor de encaixotá-los para nós. Já os levei para o carro.

Faço uma careta imaginando o trabalho que a minha mãe teve em retirar tudo das caixas, depois que chegaram do depósito, para ter que encaixotar tudo novamente, mas dou risada em seguida e o abraço por trás, fazendo-o parar o que estava fazendo.

- Estou começando a achar que esse foi um aviso sutil da minha mãe para dizer que devemos ir para o nosso apartamento logo. - Ouço a sua risada, vendo-o negar com a cabeça, enquanto pega em minhas mãos, fazendo-me ficar de frente para ele.

- Sabemos que por ela, não nos mudaríamos nunca, Ana. - Ele envolve a minha cintura com seus braços e beija os meus lábios. - Mas ela sabe também que precisamos ter o nosso espaço e que decidimos não esperar o casamento para nos mudar e estamos aproveitando essa semana para organizar o que ainda falta, antes que eu precise viajar. - Faço uma careta, nada satisfeita com essa viagem, mas como não temos opção...

- Eu quero entregar algo a você. - Ele fica confuso e sorrio, afastando-me para pegar a caixinha quadrada dentro da minha bolsa.

- O que é isso? - Ele tenta desfazer o laço, assim que a entrego, mas seguro as suas mãos.

- Não, não! Você irá abrir essa caixa, só depois que voltar de viagem. - Ele desvia o olhar da caixinha e me encara ainda confuso.

- Por que eu não posso abrir agora? - Sorrio, pois ele me fez essa mesma pergunta oito anos atrás, quando entreguei o seu presente de 17 anos, mas dou de ombros.

- Quero apenas que esteja com você. E assim que voltar de New York ou se acontecer alguma coisa nessa viagem e em algum momento começar a duvidar do meu amor, lembre-se que o que está nessa caixa, assim como o pingente que você nunca tirou... - Abro os botões da sua camisa, tocando no pingente em seu cordão, fazendo-o direcionar o seu olhar para ele e sorrir de lado. -... São as respostas para qualquer dúvida que surgir. - Ele coloca a mão sobre a minha, encarando os meus olhos com o cenho franzido.

- Nós já tivemos essa conversa antes, mas... Por que esse assunto novamente? - Dou de ombros e volto a fechar os botões de sua camisa. - Ana, ficaremos longe um do outro apenas por três dias e se eu não tivesse que me desvincular definitivamente do que me liga ainda ao Seminário, eu jamais iria para New York.

- Eu sei! Apenas senti vontade de dizer isso. - Dou um beijo rápido em seus lábios e me afasto. - E não se esqueça de que você só poderá abrir essa caixa, depois que voltar de New York, ou eu terei que colocar no closet, como fiz com o seu presente de 17 anos? - Ele ergue as mãos em rendição, colocando a caixa na bolsa de viagem que levará para o retiro, fechando o zíper e me dando um sorriso.

- Prometo não abrir antes disso, apesar de estar curioso, mas farei a sua vontade. - Sorrio satisfeita, mesmo tendo a sensação de déjà vu, mas sei que ele não a abrirá antes do combinado. - Então... Acho que é isso! Agora é só colocar as malas e as caixas nos carros, e podemos ir para o nosso apartamento. - Ele fala logo após dar uma olhada em volta.

- Então vamos fazer isso logo para podermos almoçar, porque eu estou com muita fome. - Ele sorri e começamos a descer o restante das malas que ainda faltavam. E agora sim, estamos prontos para irmos para o nosso apartamento e começar a nossa nova vida.

[...]

- Ana! - Sorrio sendo abraçada por Melissa, assim que abre a porta, arrastando-me para dentro do seu apartamento. - Ficar em lua de mel naquela ilha maravilhosa, foi perfeito, mas eu estava morrendo de saudade de vocês. - Ela olha para Christian, que fecha a porta, dando um sorrisinho e uma piscadela. - De você não estou com tanta saudade, pois já vi essa carinha linda mais cedo. - Ele apenas nega com a cabeça, sorrindo de lado, e caminha na direção do sofá, sentando-se, fazendo-me voltar a minha atenção a minha cunhada.

- Eu também estava com saudades, Melissa! E pelo visto a viagem foi ótima, porque você está com uma cor maravilhosa. - Ela dá uma voltinha, dando um imenso sorriso.

- Maravilhosa é pouco para definir como foi a minha viagem, Ana. Eu dei tanto e em tantos lugares que nem sei como consegui arrumar tempo para ficar bronzeada.

- Melissa Smith! Eles não precisam saber desses detalhes. - Andrew repreende a esposa, que revira os olhos, quando chega à sala me abraçando também. - Mas tenho que concordar com a minha esposa, Ana. Viajar é ótimo, mas nada é melhor do que voltar para casa.

- Eu sei exatamente como é isso, Andrew. - Lembro-me da época que Lucca eu precisávamos ficar alguns dias fora de casa, que tudo que queríamos era voltar para casa e dormir em nossas camas.

- E vocês? Já decidiram onde passarão a lua de mel? - Melissa se senta com Andrew, e eu faço o mesmo ao lado de Christian, que me acolhe em seus braços, no sofá oposto a eles.

- Decidimos ir para Punta Cana, na República Dominicana. - Christian quem responde, e Melissa dá um sorrisinho malicioso.

- Hummm! Tenho certeza que vocês escolheram Punta Cana não foi por causa das atividades aquáticas, não é verdade? - Sinto o meu rosto esquentar, por causa da sua insinuação, apesar dela não estar totalmente errada, pois realmente queremos um lugar mais tranquilo. - Seus safados! Vocês querem transar como dois coelhos na calmaria daquelas praias paradisíacas, isso sim!

- Melissa! - Christian quem a repreende agora, com o rosto tão corado quanto o meu.

- Ah, irmãozinho! Não me venha com falsos pudores, que eu sei muito bem que enquanto vocês estavam na casa dos nossos pais, aquele quarto pegava fogo. Ah, se aquelas paredes falassem! - Ela dá risada e Andrew também não consegue mais se segurar, sabendo o quanto a esposa não tem freio. - Depois a vovó ainda tem a cara de pau de acreditar que você ainda pode ser convertido num Santo. - Ela arregala os olhos e tapa a boca com a mão. - Desculpe-me! - Christian suspira e nega com a cabeça.

- A Mamãe lhe contou o que aconteceu no dia do seu casamento, não é? - Ela assente, dando um suspiro também.

- Agora eu entendo o porquê de você não ter ficado para almoçar conosco, mas sinceramente, Christian? Eu sei que você sabe muito bem disso e não precisa que alguém fique repetindo, mas a culpa é sua! - Ela fala bem séria, fazendo-o assentir por ter ciência disso. - Desde que você tinha 15 anos, quando ela o obrigou a se "confessar por estar cometendo o pecado da ira", apenas por ter dado um soco no Enrico que eu disse que você não tinha que ouvir tudo o que ela falava, pois você era apenas uma adolescente e mesmo que a violência não fosse solução para resolver conflitos, jamais deveria ter deixado que ela o controlasse como fez.

- Eu sei Melissa! Eu sei que a culpa é minha! Mas agora não posso mudar o passado! O que posso fazer é apenas agradecer que a mulher que eu sempre amei não tenha aceitado tão facilmente o falso futuro que eu acreditava ser o correto para nós dois e está aqui hoje, do meu lado e a um mês de se tornar a minha esposa. - Aperto a sua mão, chamando a sua atenção e sorrio para acalmá-lo, vendo que ele está ficando irritado, fazendo-o suspirar.

- Sim, eu sei disso, Christian! Mas tenha cuidado e fique esperto com a vovó, pois algo me diz que ela ainda vai tentar alguma coisa para atrapalhar vocês dois, mas caberá somente a você permitir que isso aconteça ou não. - Ele entrelaça os seus dedos nos meus e nega com a cabeça.

- Não irei Melissa! Mas eu acredito que depois da conversa que tivemos, ela tenha entendido que o Sacerdócio não faz mais parte da minha vida, desde o momento que eu percebi que nunca foi pecado amar a Ana, e que diferente do que ela sempre me fez acreditar, a minha vocação nunca foi ser um Padre, vivendo apenas em prol de uma Igreja, mas sim amar e ser amado pela mulher que foi destinada a ser minha.

- Até porque hoje você virou um Pecador que não tem medo de pecar, não é verdade, Irmãozinho?

Apesar de ficarmos envergonhados pela falta de "vergonha" da Melissa, acabamos dando risada, extinguindo o clima pesado, que começou a dominar a sala. E sinceramente? Eu espero mesmo que a Dona Laura tenha entendido que independente do que ela possa pensar, Christian e eu nos amamos e em breve estaremos casados.

Eu só não sabia o quanto poderia estar errada em pensar que ela não fosse tentar mais nada.


Ana pode ter razão numa questão, pois independente do quanto Christian e ela se amam, até que ponto ele tem forças para lidar com situações que são "colocadas" deliberadamente no caminho deles 🤔🤔?

Hum! Lucca está bem soltinho agora, não é verdade! Mas com, afinal, agora ele tem o homem que sempre amou ao seu lado, mesmo que o Stronzo insista em não dar sossego para eles 😤😤.

Eita! Será que Ana está grávida ou não 🤔🤔? Será que foi isso que ela deu de presente para o Christian 🤔🤔? Ou apenas mais um presente, como o pingente de oito anos atrás, já que ela disse que não iria se abalar independente de qual resultado desse no teste de gravidez, não é mesmo 🤔🤔?

E Melissa voltou ainda mais sem freio do que antes, mas fazer o quê se isso é mais forte que ela, não é verdade 🤣🤣?

Ana! Ana! Não me assuste desse jeito, Criatura! Oremos que Dona Laura dê o sossego que vocês merecem, Amém 😏😏!

PS.: Desculpem-me pelo cronograma de Entre o Dever e o Amor está totalmente fora do que deveria ter ocorrido 😔😔, mas para não atrapalhar o Cronograma de Fevereiro (que deixarei no fim do dia no meu Livro de Avisos 📖), teremos apenas este capítulo. Porém... Tentarei ver o que acontece durante essa semana, mas sem promessas ou compromissos, Ok?

E nos vemos/lemos em Destinos Entrelaçados, Spin-off da Série Destinos na terça ou na quarta 😉😘!


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