Acordar ao lado de uma mulher foi algo que sinceramente eu acreditava nunca ser possível acontecer, ainda mais que por muito tempo eu estava mesmo disposto a me dedicar totalmente ao Sacerdócio e viver apenas para Igreja, mas quando olho para o rosto adormecido da mulher que eu amo – e sempre amei – deitada em meu peito faz com que um sorriso involuntário se abra em meus lábios.
Eu tenho vivido nessas duas últimas semanas, mais do que em todos os oito anos que eu me dediquei ao Seminário e tudo isso, por que a Ana não desistiu do seu amor por mim e estava disposta a me resgatar de um futuro isolado com infelicidade iminente. E pensar que por muito tempo eu acreditei que o que eu sentia por ela fosse de fato errado. Pensar que eu ficava me martirizando por acreditar que eu estava cometendo um pecado, quando na verdade hoje eu tenho a certeza que Deus a fez exatamente para mim, dando a oportunidade de crescermos juntos, fortalecer a nossa amizade e fazer com o nosso amor nascesse e que no futuro pudesse ser solidificado.
Apesar de sempre ser considerado pelos meus pais um adolescente maduro e determinado, eu tenho que admitir também que fui muito estúpido por ter me permitido acreditar que os nossos sentimentos fossem errados, quando não tínhamos nada que pudesse nos manter afastados. Nem mesmo os nossos pais teriam sido contra se tivéssemos começado um relacionamento quando ela tivesse idade para isso, afinal, quando Ana percebeu que estava apaixonada por mim, ainda era uma criança.
Porém para mim – se eu não tivesse sido um idiota egoísta e cabeça-dura –, não teria sido nenhum problema, pois eu a esperaria, mesmo que precisássemos ficar separados por um tempo enquanto eu ingressava na Universidade, sendo que eu sempre soube que a amava, só não queria admitir isso a mim mesmo e isso faz com que eu me lembre da conversa que eu tive com o seu pai, quando ele chegou de Milão na sexta-feira passada, um dia depois do Ensaio de Casamento da minha irmã.
Estávamos na sala, aguardando que Lucca chegasse com Raymond e Carla do Aeroporto e eu não conseguia permanecer parado, entrando quase em uma crise de pânico e Ana não estava me ajudando em nada, sorrindo do meu nervosismo.
– Amor, fique calmo! Eu já falei que os meus pais sempre gostaram de você como um filho, por isso não há motivos para que você fique assim. – Ela parou na minha frente, fazendo com que eu parasse de andar de um lado para o outro, mas apenas assenti.
– Filho, a Ana tem razão. Você está agindo como se não conhecesse os pais da sua noiva. – Minha mãe falou também com um sorriso nos lábios e eu respirei fundo.
– Eu sei, mas agora é diferente, faz praticamente oito anos que não os vejo e de repente, eles chegam e encontram a filha noiva do homem que a fez sofrer durante todo esse tempo, por ter sido um idiota covarde. – Ana fechou o seu sorriso e pegou o meu rosto entre suas mãos, dando um beijo delicado em meus lábios, antes de focar em meus olhos.
– Christian, por mais que eles pudessem sim ter ficado magoados com você por um tempo, eles entenderam as dúvidas e o medo que você teve naquela época e eles não irão mais te julgar por isso. – Ela voltou a me beijar e a envolvi em meus braços, sentindo o cheiro suave de seus cabelos tentando me acalmar.
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Entre o Dever e o Amor
FanfictionComo pode parecer o Pecado fluir de um Anjo? Essa é a pergunta que Christian Grey se faz desde que tinha 17 anos, quando começou a desenvolver um sentimento diferente por um Anjo. No entanto se apaixonar e descobrir o seu primeiro amor, não seria um...