Capítulo - 37

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Desde o jantar oferecido por minha irmã e o meu cunhado, que eu não pude deixar de pensar em tudo que ela me disse a respeito da nossa avó

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Desde o jantar oferecido por minha irmã e o meu cunhado, que eu não pude deixar de pensar em tudo que ela me disse a respeito da nossa avó. E por mais que isso seja algo desagradável a se pensar, tenho que concordar que Dona Laura sempre procurou uma forma de tentar me controlar, mas não posso me eximir da culpa de ter permitido que isso acontecesse.

Quando era adolescente e até pouco tempo atrás, antes de abrir os meus olhos para o erro que eu poderia estar cometendo se a Ana não tivesse voltado, eu não via de fato o que a minha avó fazia como um problema, mas hoje, analisando as ações dela desde aquela época, não consigo classificar as suas atitudes diferentes de manipulação e obsessão quanto a querer que eu fosse um Sacerdote.

E isso me faz perceber que ela nunca se importou com o que eu penso, com o que desejo e muito menos com o que poderia me fazer feliz. Porque se assim fosse, ela estaria feliz por mim da mesma forma que deveria ter ficado pelo próprio filho que também sofreu essa pressão por parte dela, mas que diferente de mim, soube o momento certo de retomar as rédeas da própria vida não desistindo por tanto tempo do amor da minha mãe e consequentemente da família que somos hoje.

Não quero forçá-la a aceitar as minhas escolhas, quero apenas que as respeite. Só que não saber se ela realmente conseguiu entender depois da conversa que tivemos, que a minha felicidade é estar ao lado da mulher que eu amo e não sendo um Sacerdote como tanto queria que eu fosse, deixa-me muito preocupado por apenas imaginar que ela possa ser capaz de fazer algo para prejudicar o meu relacionamento com a Ana.

Mas eu quero acreditar que a minha avó tenha entendido e que a partir de agora começará a compartilhar comigo a minha felicidade, compreendendo que esse sentimento tão avassalador que me domina, parece nunca ser o suficiente, justamente por eu sempre querer mais da única mulher que foi capaz de ter o meu coração em suas mãos. E isso não é uma questão de dependência emocional, mas de saber que posso sim ser feliz sozinho, porém decidi fazer isso ao lado da mulher que eu escolhi amar, entregando-me completamente para ela da mesma forma que ela fez o mesmo escolhendo me amar.

Eu até posso estar sendo exagerado quanto a isso, mas a verdade é que desde que me conheço por gente, ninguém conseguiu chamar a minha atenção a ponto de fazer com que o meu coração acelerasse mais rápido, ou que me fizesse desejar ou até mesmo conhecer outras pessoas. E hoje acredito que cada um tenha mesmo o seu destinado, onde uns dão sorte de conhecer a pessoa correta para se tornar completo e outras, infelizmente não.

O que me leva a crer que Deus sempre esteve me apontando à direção certa de onde o meu coração deveria estar, e agora eu tenho certeza que nunca foi usando uma batina e muito menos ser chamado de Padre, mas sim me permitindo amar e ser amado, não como um Pastor de um rebanho e sim um homem casado para futuramente poder ser chamado de Pai.

Talvez eu esteja pensando tanto nisso, justamente por estar embarcando no início da tarde para New York tendo que ficar três dias longe da minha noiva. Ainda mais por ver o quanto ela esteve preocupada quanto a essa viagem a ponto de passar mal devido a ansiedade. Fato que me deixou muito preocupado em saber que precisarei deixá-la sozinha, mesmo que eu tivesse tentado convencê-la a ficar na casa de seus pais durante este fim de semana até que eu voltasse.

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⏰ Last updated: Jun 16, 2022 ⏰

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Entre o Dever e o AmorWhere stories live. Discover now