Capítulo - 20

1K 128 29
                                    

Incertezas!

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Incertezas!

Durante muitos anos esse sentimento fazia parte diariamente da minha vida, pois quando eu me apaixonei pela minha melhor amiga na adolescência, eu comecei a acreditar que esse sentimento era impuro e muito errado. Quando eu decidi entrar para o Seminário, eu não conseguia me sentir parte daquele lugar, mesmo lutando dia após dia para me adequar e me convencer que o Sacerdócio era realmente para mim.

Quando eu estava me habituando e aceitando o meu destino, Ana retornou para a minha vida, fazendo-me novamente questionar o que eu estava fazendo, principalmente por ter todos os sentimentos que eu tentei reprimir vindo à tona, de forma ainda mais avassaladora do que havia sido anos atrás. Quando eu me permiti admitir que de fato eu a amava, não apenas como um amigo e irmão mais velho, mas como um homem deve amar uma mulher, a incerteza de estar cometendo outro erro insistia em me assombrar.

No entanto, quando eu a pedi em casamento e ouvi o seu sim, dizendo que me amava e me aceitava como seu futuro marido, nunca me fez ter tanta certeza de estar fazendo o que é correto pela primeira vez na minha vida como agora. E foi nesse momento que eu senti que as amarras que eu prendia a mim mesmo se libertaram, fazendo-me sentir verdadeiramente feliz, ainda mais por tê-la em meus braços e me aconchegando aos seus.

Retornar para casa foi mais fácil do que eu imaginava que poderia ser, sem correntes me prendendo, sem medo de estar cometendo um pecado ou a incerteza de continuar sendo infeliz, pois agora não apenas o meu coração me dizia que eu estava certo, mas também a minha razão que me alertava o tempo todo o erro que eu iria cometer se insistisse em prosseguir com o Sacerdócio.

Por mais que eu estivesse nervoso e um tanto quanto ansioso, a reação da minha família já era a esperada por mim, pois tanto os meus pais como a minha irmã e o meu melhor amigo, nunca concordaram - mesmo não interferindo na minha decisão - que eu fosse Ordenado. No entanto, a reação da minha avó me deixou assustado e muito chateado, pois hoje eu percebo que para ela a minha felicidade não importa - e agora acredito que nunca importou -, desde que eu siga os desígnios de Deus que ela acha que são os corretos para mim.

Por um momento, fiquei sem reação com a sua explosão e mais ainda por ver o ódio refletido em seu olhar que era direcionado a Ana e mais uma vez, o meu Anjo mostrou o quanto é decidida, segura de si e determinada no que quer da mesma forma que eu percebi que pelo nosso amor, ela está disposta a enfrentar seja quem for, mesmo que isso ferisse os seus princípios por acreditar estar desrespeitando alguém mais velho. E eu pude comprovar isso, quando ela direcionou seu olhar para mim, antes de me beijar e cruzar a sala a passos rápidos subindo as escadas.

- Mas isso é uma falta de respeito! - Minha avó bate a bengala no chão, quebrando o silêncio ensurdecer que ficou na sala no momento que Ana e Melissa subiram as escadas. - Você não vai fazer nada, Grace? - Ela direciona seu olhar afiado para minha mãe que está incrédula com o que acabou de acontecer. - Aquela desavergonhada fala que vai ficar no quarto do meu neto para induzi-lo ao pecado, faltando um pouco mais de dois meses para a Ordenação dele e você não vai fazer nada? - Minha mãe suspira e olha para mim antes de voltar a encarar a minha avó.

Entre o Dever e o AmorWhere stories live. Discover now