Capítulo - 32

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Há atitudes que podem ser compreendidas e até mesmo perdoadas quando nos deparamos com a falta de conhecimento, pratica ou experiência em algo, mas quando a situação é inversa e percebemos que a ignorância é praticada de forma deliberada, não há c...

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Há atitudes que podem ser compreendidas e até mesmo perdoadas quando nos deparamos com a falta de conhecimento, pratica ou experiência em algo, mas quando a situação é inversa e percebemos que a ignorância é praticada de forma deliberada, não há como abstrair tudo que nos machuca e tentar compreender o que levou uma pessoa a agir dessa forma.

É o caso de Dona Laura, que insiste em tentar manipular o neto, ignorando totalmente o que ele possa querer ou sentir, mesmo que isso o machuque como eu vi que ela tentou fazer durante o almoço, contando-me algo que deveria ter sido dito por ele. Tentando criar uma situação na qual eu poderia me sentir insegura quanto aos sentimentos dele por mim.

Não vou negar que ela tenha sim, conseguido o seu intento, mesmo que Christian demonstre em suas atitudes e com palavras o quanto me ama e está disposto a seguir a sua vida comigo, mantendo firme o propósito do nosso casamento, mas saber que essa pode ser uma possibilidade, que ele possa perceber que deve seguir com o caminho a qual tanto se preparou, deixa-me com o coração apertado.

Contudo eu não menti quando disse que não duvidava do amor dele por mim, mas a verdade é que não sei até que ponto o amor dele é forte o suficiente para não se deixar cair em alguma armadilha imposta pela ocasião da vida. E, mesmo que Christian tenha amadurecido, estando mais firme com a sua opinião e demonstrando estar blindado contra as artimanhas da Avó, infelizmente há uma parte daquele adolescente inseguro e com senso do certo e errado em demasia, dentro dele.

Mesmo que ele demonstre um autocontrole indiscutível hoje, sendo centrado e sempre comedido em suas palavras, eu sei que há uma parte daquele adolescente impulsivo, que não pensou muito quando socou o Enrico por uma crise de ciúmes que nem ele entendia o porquê, dentro dele. Sendo o mesmo sentimento que o fez me arrastar daquela praça, apenas porque se sentiu ameaçado por seu antigo colega de Escola, quando retornei para Washington, levando-me para aquele Hotel, onde nos entregamos ao que ansiamos por tanto tempo. E, é justamente esse lado dele que me deixa insegura.

Posso não estar fazendo sentido tendo esses pensamentos, mas enquanto fazemos as malas - as que iremos levar para a casa dos meus pais e deixando o restante organizado para serem levados para o nosso apartamento quando estiver pronto -, não sinto algo agradável em meu coração por me lembrar de que ele precisará ficar longe, indo para aquele Retiro, por tanto tempo, mas eu não estou preocupada com os 10 dias que ele ficará fora, mas sim o que poderá acontecer nesses mesmos dias, fazendo com que, talvez, ele mude de ideia quanto a sua vida longe do Sacerdócio.

- Ana! - Olho para o meu noivo e o vejo com o cenho franzido. - O que está acontecendo? - Quem franze o cenho agora sou eu, não entendendo o que ele está querendo dizer. - Você parou de arrumar a mala e ficou olhando para o interior dela, como se estive a milhas daqui. - Suspiro e me aproximo, abraçando-o bem apertado. - Ana?

- Prometa-me que independente do que vier a acontecer, você sempre irá se lembrar do quanto eu te amo! E, por mais que situações complicadas possam surgir, sempre irá acreditar e confiar no meu amor por você! - Ele me afasta dos seus braços, para poder encarar os meus olhos.

Entre o Dever e o AmorWhere stories live. Discover now