Entidades

By JhonLucasPaes

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E se anjos e demônios realmente existissem? E se os anjos descessem dos Céus, se apaixonassem por humanos e t... More

Dedicatória
Epígrafe
Nota do Autor
PARTE I - OLHOS VERMELHOS
Capítulo 1 - Lola Witt
Capítulo 2 - Fragmentos
Capítulo 3 - Distúrbio
Capítulo 4 - O Convite
Capítulo 5 - Noite Longa
Capítulo 6 - Interrogada
Capítulo 7 - Novo Mundo
Capítulo 8 - Arrebatada
PARTE II - OS SEMIANJOS
Capítulo 9 - Anjos da Noite
Capítulo 10 - As Revelações
Capítulo 11 - Cooper's Candy
Capítulo 12 - Seja Bem-Vinda a Édenia
Capítulo 13 - Primeiro Exercício
Capítulo 14 - Sangue na Neve
Capítulo 15 - Lembranças Hostis
Capítulo 16 - Verdades Secretas
Capítulo 17 - Braceletes Celestiais
Capítulo 18 - Perseguição
Capítulo 19 - Persistência
Capítulo 20 - Nova Aliada
Capítulo 21 - Segunda Fase
Capítulo 22 - O Anúncio
Capítulo 23 - Exame Valente
Capítulo 25 - Lâminas e Sangue
Capítulo 26 - Arcanjo Rafael e o Pagão
Capítulo 27 - Um Pedido de Desculpas
Capítulo 28 - Reflexos do Passado
Capítulo 29 - Uma Jornada Inesperada
PARTE III - DOMINADA
Capítulo 30 - Vísceras Expostas
Capítulo 31 - Club Red & The Red Owl
Capítulo 32 - Lucy Morris
Capítulo 33 - Estranhos no Paraíso
Capítulo 34 - Mal-Assombrado
Capítulo 35 - Mãe e Filha
Capítulo 36 - Retornando
Capítulo 37 - Transcendentes
Capítulo 38 - Profecias do Apocalipse
Capítulo 39 - O Labirinto
Capítulo 40 - Corpos Incinerados
Capítulo 41 - Os Sobreviventes
Capítulo 42 - Templo de Metatron
Capítulo 43 - Anjos Cadentes
Capítulo 44 - Príncipe das Entidades
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 24 - Primeiras Lutas

20 1 0
By JhonLucasPaes

Os rostos dosprimeiros combatentes pareciam ansiosos, com adrenalina correndo através de seus corpos, apenas esperando as ordens para darem início a uma dura luta. Cassie encarava seu adversário com um olhar selvagem e sanhoso, enquanto Path deixava visível seu caráter pífio.

- Os dois participantes da primeira luta são Cassie Hedlund e Path Morgan - anunciou Carl Woodland em voz alta.

De repente, Priam e Christopher entraram em cena arrastando uma mesa repleta de armas até o centro da arena, deixando-a ao lado dos lutadores. Eles lhes falaram alguma coisa e depois voltaram aos seus lugares atrás do diretor.

- Vocês têm o direito de escolher quaisquer umas das armas disponíveis em suas mesas - instruiu Carl. - Os lutadores deverão ficar de costas um para o outro para que a escolha de seu adversário não influencie na sua.

Cassie fez como mandado e foi até a mesa, examinou um pouco a variedade de armas brancas que tinha, mas tão logo puxou de lá dois tessen, leques de combate com hastes de metal afiadas e seda endurecida da cor vermelha. Já Path pegou um machado amolado e quase tão longo quanto seu antebraço.

Quando eles voltaram a se encarar, Path soltou uma risadinha por causa da escolha de Cassie. Ela nem por um momento pareceu intimidada. Elevou suas mãos que seguravam firmes os leques até o peito, com os cotovelos curvados. Seus joelhos estavam curvados também, como se ela estivesse pronta para pular em cima de Path, que agora se preparava com seu machado, fazendo algumas manobras com a arma.

- Agora o restante dos alunos deverá ir para o nível superior até serem chamados para as lutas posteriores - ordenou Annie McCarthy com sua voz potente.

Junto a Bonnie, subi os degraus da escada em direção à arquibancada. Acomodamo-nos em um dos bancos da fileira da frente, para uma vista melhor da luta. Ela seria perfeita se não houvesse telas grateadas ao redor. Sentia-me como se tivesse numa prisão.

- Coitada dessa garota - disse alguém atrás de mim. Eu me virei para olhar; era Leone. - Path vai acabar com ela. Ela foi muito burra em escolher aqueles leques... Como ela vai conseguir usar isso contra um machado? Puts!

- Cassie é forte. Ela vai ganhar, eu sei que vai - retruquei. - Independentemente da arma que ela escolheu.

Leone deu de ombros.

- Se você diz...

- Shhhhh! - fez Bonnie, como se tivéssemos num cinema. - A luta já vai começar.

Carl ergueu uma das mãos, como se estivesse segurando uma tocha.

- Vocês estão prontos? - Mal consegui ouvir.

- Sim - responderam Cassie e Path juntos.

Todos se inclinaram para ver melhor, ninguém ali queria perder os detalhes daquele confronto.

- Então comecem! - disse Carl, enquanto dava um pulo para trás, se juntando aos outros Ceifadores.

A princípio, Path e Cassie ficaram parados, somente analisando um ao outro. Mas foi então que Path resolveu avançar com seu machado. Cassie se abaixou rapidamente e conseguiu cortar a lateral do corpo de seu inimigo com a ponta de metal afiada de seu tessen. Path cerrou os dentes e se desequilibrou um pouco, mas não caiu. Cassie era muito ágil comparada a ele, que só tinha força bruta.

À medida em que a luta prosseguia e minha irritação se dissipava, eu passei a ficar muito tensa, principalmente quando Path arremessou Cassie para longe. Eu havia conhecido Cassie há pouco tempo, ela era incrível, havia me ajudado no exercício dos Braceletes e em meu treinamento... por esses e outros infinitos motivos eu torcia para que ela vencesse. Na verdade, eu torceria para qualquer outra pessoa que lutasse contra o idiota do Path Morgan.

Enquanto as lâminas se tocavam, o aço que parecia poder se dilacerar em mil pedaços continuou firme e forte, lutando um contra o outro, enquanto assobios e estalos metálicos tomavam conta da arena.

Quando Path ficou vulnerável, Cassie aproveitou o momento para chutar suas costelas, exatamente no local onde o havia ferido anteriormente. Apesar disso, Path aguentou a dor e não recuou. Na verdade, foi ainda mais estratégico; segurou a perna direita de Cassie e depois desferiu um ataque em sua panturrilha com toda a força, fazendo-a desabar com tudo no chão.

E foi aí que inesperadamente me deparei com uma cena agonizante: Path ergueu com ambas as mãos o machado coberto de sangue e brandiu-o num golpe lateral paralelo ao chão, carregado com todo seu peso em direção à coxa de Cassie. Ela urrou de dor - nesse momento, todo mundo que estava sentado próximo de mim fez uma cara feia - e seus lábios ficaram imediatamente pálidos. Ela choramingava e segurava a perna como se quisesse impedir que ela se soltasse do resto de seu corpo. Path, com sangue frio, retirou lentamente o machado de dentro da perna dela, fazendo com que a dor de Cassie só aumentasse.

Cerrei os dentes.

- Path é a maldade em forma de gente... - murmurou Bonnie ao meu lado, completamente horrorizada.

- Nem tanto - discordou Leone. - Ele só leva as coisas a sério demais, apesar de ser essa a intenção do Exame. - Ele se aproximou de mim. - Eu disse que ele ia acabar com ela.

- A luta ainda não terminou - rebati logo em seguida, e ele abriu um sorriso gelado.

Cassie começou a se arrastar pelo chão, para o mais longe possível de seu adversário com cara de psicopata. Mas Path não deixaria isso acontecer, então andou vagarosamente em sua direção, avançando com seu machado que fazia uma extensa trilha de sangue. Era óbvio que Cassie não tinha mais força nenhuma para continuar lutando, mas... havia algo dentro de mim que insistia em acreditar que ela ainda poderia vencer de alguma forma.

Depois de um tempo, Cassie simplesmente parou de se arrastar, e aparentemente o sangramento em sua perna também, pois aquela ferida bastante visível e em carne viva havia sumido completamente. Eu sabia o porquê: Cassie era rara, Cassie era Transcendente.

Como um vulto, ela saltou do chão e, surpreendendo a todos, arremessou um de seus leques pontiagudos bem no meio do abdômen de Path, que caiu sobre o chão com os olhos esbugalhados. Logo em seguida Cassie correu e pulou em cima do corpo de seu adversário e começou a dar uma sequência de socos nele. Chegou a um ponto em que eu mal conseguia ver o rosto de Path, apenas uma camada roxa e inchada sobre sua face, e uma fonte de sangue borbulhando em sua boca. Cassie arquejou e se levantou, apoiando-se em seus joelhos. Eu podia jurar que ela já tinha terminado tudo o que queria fazer, mas acabei sendo surpreendia de novo ao vê-la pegar o machado dele, e o acertar com tudo na cabeça com a outra extremidade, como um martelo. Cansada, ela tombou ao seu lado e sentou-se, ofegante.

Path Morgan havia perdido; estava inconsciente, é claro. Ou morto. Devido às circunstâncias, esta segunda hipótese era bastante considerável, mas eu preferia não acreditar nela.

Carl, o instrutor, foi até Cassie e a ajudou a se levantar. Ela mancava bastante, mal conseguia ficar em pé, porém um leve sorriso aliviado domava seus lábios. Ela conseguiu.

- A campeã da primeira luta é Cassie Hedlund! - anunciou Carl, levantando a mão direita de Cassie.

Um tempo depois, uma porta lateral do coliseu abriu-se donde surgiram curandeiros de vestes brancas, com olhares desesperados e atenciosos estampados em seus rostos encarquilhados. Eles primeiro colocaram o corpo de Path em uma maca, dando prioridade ao mais ferido, e só em seguida ajudaram Cassie, e assim os tiraram da arena.

Será que esses curandeiros conseguirão ressuscitar Path?

Todos estavam chocados demais para distinguir se Path morrera ou não, e isso fazia com que meu corpo ficasse pesado de medo, mesmo que estivesse apoiado em um banco. Balancei a cabeça e tentei não pensar mais nisso.

- Meu deus... - murmurou Leone, incrédulo. - A Cassie... o Path... O que diabos rolou ali, afinal? Aquilo foi justo?

- Eu disse que ela era forte - falei, com a garganta um pouco seca.

Após alguns minutos, Carl reapareceu.

- Agora vamos anunciar a próxima luta...

Os placares eletrônicos foram ligados novamente. Senti rapidamente meus batimentos cardíacos se intensificarem e meu corpo começar a suar frio. Eu não... ainda não... Acalmei-me um pouco quando uma garota ruiva de olhos castanhos surgiu na tela.

MILENA WU

E em seguida também outra garota:

JENNIFER YOUNG

A luta delas foi incrivelmente rápida. Milena Wu escolheu uma espada comum, e Jennifer Young optou por um florete. A adversária de Milena era muito pequena e lenta, mal conseguia manejar a arma de maneira correta, enquanto ela parecia muito forte e ágil, conseguindo vencer a luta com um único golpe nas costas de Jennifer.

Milena Wu saiu ilesa, e por isso não precisou de assistência dos curandeiros. Voltou para a arquibancada, comemorando sua vitória.

Quando voltei a olhar para cima, recuei ao ver um rosto conhecido em uma das telas. Leone Mollison. E o seu adversário era Jason Lewis - o garoto que havia se aliado indevidamente a Path no exercício dos Braceletes, e que certamente tinha arremessado aquela maldita faca em meu braço.

Eles desceram das arquibancadas e foram até a mesa prateada, e ambos puxaram de lá a mesma arma: facas.

- Vocês estão prontos? - Carl perguntou.

- Sim - disseram os dois.

- Por favor, comecem.

Leone foi o primeiro a avançar, e ele acabou obtendo sucesso em acertar o braço de seu oponente. Ele recuou com rapidez, mas Jason chutou a faca da mão de Leone logo em seguida, pulando com ferocidade para cima dele. Leone até tentou escapar, mas não conseguiu de jeito nenhum. Houve um combate corpo a corpo agonizante na arena, socos e pontapés foram dados, até que repentinamente uma faca acabou fincada no ombro de alguém.

Leone abriu a boca e soltou um grito de horror, como se nunca houvesse sentido uma dor tão intensa. Bonnie ficou apavorada no meu lado e deixou escapar um berro estridente, que também ecoou pelos quatro cantos da arena.

Com muito esforço, Leone conseguiu se levantar e, desajeitado, empurrou Jason, ganhando tempo para recuperar sua faca. Jason também preparou a sua, uma veia pulsando na lateral de sua testa. Houve um breve momento de tensão, trocas de olhares sugestivos, e então ambos saltaram impetuosamente para cima um do outro, dando início a uma longa sequência de sons metálicos.

Bonnie permaneceu apreensiva assistindo à luta de Leone, seu corpo todo estremecia de medo. Isso tudo era porque não queria ver seu amado morrer ou porque não queria que seu amigo perdesse? Eu tinha minhas dúvidas.

De repente, as facas quebraram-se em centenas de pedaços, espalhando os estilhaços numa chuva de agulhas. Foi aí que eles voltaram a uma luta mano-a-mano. Jason se aproveitava do machucado no ombro de Leone e o socava. E como ele não suportava a dor, acabava e se desequilibrando em direção ao chão. E para finalizar, Jason o nocauteou com um soco no rosto com toda força que ainda lhe restava, sem dó e nem compaixão, fazendo Leone ficar mais vulnerável do que já estava.

Por um momento, todos pensaram que a luta já havia acabado, e que Leone tinha ficado inconsciente. Exceto uma pessoa.

- Vai Leon, você consegue! Por favor, não desista! - era Bonnie, com os olhos marejados de esperança.

E por incrível que pareça, aquilo acabou o incentivando a querer continuar com a luta. Leone tentou se levantar, mas caiu de peito no chão. Ele sussurrou algo parecido com "Desculpe-me Bonnie, eu tentei", mas eu não tinha certeza, pois eu mal havia conseguido ouvir.

Jason Lewis estava a poucos centímetros de Leone, encarando-o com num olhar assustador; ele tinha uma marca de nascença avermelhada na testa, parecida com chifres, o que o dava um ar ainda mais diabólico. Esse miserável não parava nunca! E para piorar as coisas, acabou resolvendo pisar no rosto de Leone com força, espremendo-o contra o chão, a ponto de seus miolos se espalharem pelo piso a qualquer momento...

Bonnie pôs as mãos na boca, com os olhos cheios d'água.

Foi aí que eu comecei a ficar de fato tensa.

Mas antes que Carl Woodland anunciasse a vitória de Jason, Leone inesperadamente conseguiu enfiar algo na perna de seu adversário, puxando e dilacerando o coro de sua bota; rasgando tão profundamente a carne de sua canela que fez a dor tão tremenda e agoniante que fizeram seus olhos arregalarem e sua boca liberar um grito estrondoso. O objeto caiu no chão, e então eu pude perceber que era um dos pedaços das facas que haviam caído durante a luta.

Jason desmoronou no chão, sufocado com a dor.

Carl surgiu e ajudou Leone a se levantar. Ele anunciou logo em seguida:

- O ganhador da terceira luta é Leone Mollison!

Bonnie abriu um sorriso largo e começou a bater palmas. Eu também estava feliz por Leone ter vencido, sua vitória havia sido de fato impressionante. Ele estava completamente machucado e não tinha condições de ficar para assistir às lutas posteriores, e então acabou sendo levado numa maca pelos curandeiros, assim como Jason.

Depois de certo tempo, encontrei-me nervosa de novo quando o primeiro placar eletrônico ligou. As imagens passavam rápido demais... mas eu podia jurar que tinha visto meu rosto em determinado momento. De qualquer forma, não tinha chegado minha vez ainda, pois acabei ficando aliviada quando vi na tela o rosto de minha melhor amiga. Meu egoísmo acabava sempre falando mais alto.

BONNIE WEBER

Olhei para o outro placar. Demorei alguns minutos para reconhecer a garota de cabelos pretos e olhos azul-marinho de meus treinos. Eu já a tinha visto em combate, era no mínimo assustadora.

EVELYN EVANS

Eu olhei de relance para Bonnie, vendo-a encarar incredulamente seu rosto estampado na tela do placar. Por fim, ela suspirou.

- É, parece que chegou minha vez de quebrar a cara.

Toquei seu ombro.

- Você vai conseguir. Estou torcendo por você - disse, sincera.

E ela abriu aquele famoso sorriso de criança.

- Obrigada, Lola. Você é uma ótima amiga.

Nós nos levantamos e demos um abraço apertado. Depois ela me soltou e virou-se de costas, caminhando até a escada. Do outro lado, vi Evelyn fazendo o mesmo, só que mais confiante.

Bonnie e Evelyn chegaram juntas ao meio da arena. Dirigiram-se até a mesa de armas e tentaram fazer suas melhores escolhas. Bonnie parecia ser a mais cautelosa. Arco e flechas não, por favor... E foi então que ela puxou de lá uma espada prateada. Evelyn pegou uma foice - uma arma de lâmina curvilínea; o clássico instrumento de manuseio da Dona Morte. Típico, pensei. Carl Woodland pôs-se rapidamente entre elas para anunciar a próxima luta:

- E as lutadoras da quarta luta da Primeira Fase são Bonnie Weber e Evelyn Evans!

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