We got here the hard way
All those words that we exchange
Is it any wonder things get broke?
Chegamos aqui da maneira difícil
Todas aquelas palavras que trocamos
É de se admirar que as coisas quebraram?
— ♡ —
Sinto a garganta seca, é a primeira coisa que noto ao abrir os olhos. A segunda, é que estou no quarto que divido com Alec. A terceira, que os dois idiotas que considero meus irmãos estão embrulhados no pé da cama, bem abraçados, Alec com parte do corpo em cima de Isaac.
Observo o quarto, vendo meu celular na mesa de cabeceira, a tela rachada. Tento não fazer movimentos bruscos demais ao puxar minhas pernas de perto deles, e alcançando o aparelho eletrônico.
Que esteja funcionando!
Que esteja funcionando!
Que esteja funcionando!
Isso! Comemoro em silêncio assim que a tela se acende em uma foto dos dois idiotas dorminhocos comigo. Ethan que havia tirado, foi na primeira transformação de Alec, transformação completa, Isaac também presente, o lobo castanho claro.
Desbloqueio a tela, parando na mensagem de Jackson explicando onde deveríamos encontrar os Crescentes. Um rosnado fica preso em minha garganta. Não sei como tudo terminou, se eles ajudaram Isaac e Alec depois que apaguei.
Encaro os dois garotos ainda apagados, eles tinham se arrumado melhor nos pés da cama de casal. Pergunto-me se eles se quer cogitaram a ideia de dormir na cama do mais novo, mas pelos tênis nos seus pés, está claro que a ideia inicial não era ceder ao cansaço.
Reparo no moletom que estou usando, agradecendo que a cura dos Dreads Doctors demora, mas funciona perfeitamente, ao menos, o suficiente para nao deixar nenhuma marca em meu peitoral.
Volto minha atenção para os dois garotos, sentindo um medo fora do normal ao lembrar do que havia acontecido na última missão. Na forma que apaguei, nunca na vida apaguei apenas com alguns tiros.
Lembro-me quem surgiu em meus pensamentos no momento. É incrível como teu cérebro se liga a coisas tão vagas no desespero. Tanta coisa para pensar e consigo visualizar os malditos olhos do Dunbar? Isso é sério?
Alec ressona, a boca levemente aberta, os braços na volta de Isaac. O mais velho esta agarrado a ele, o queixo apoiado nos cachos gordos do Hale, quase desaparecido no meio das madeixas.
Aproximo-me dos dois meio relutante, os arrumando melhor no colchão, usando de uma delicadeza que nem pensei que tinha ao apalpar o travesseiro embaixo da cabeça de Isaac, já que Alec parece um coala agarrado no loiro. E estou sem paciência nenhuma para separar esses dois. Puxo a manta por seus corpos, me encaminhando para fora.
Chris Argent está na cozinha, uma espátula em uma mão, um pote de vidro na outra, a frigideira na boca do fogão. Ele nao se vira alarmado como nas primeiras vezes, apenas continua fazendo suas panquecas, sem se importar que Theo Raeken senta nas cadeiras da bancada. Pergunto-me quando deixei de parecer uma ameaça para o homem.
— Obrigada. — agradeço baixo, apoiando os cotovelos na bancada e sorrindo para as costas do caçador.
— Não tem o que agradecer.
— Eu estaria morto. — contraponho — Isaac poderia estar morto e...
— Nunca deixaria nada acontecer com vocês.
O Argent se vira, desligando o fogão e me olhando na cara, a expressão séria. Engulo em seco, porque mesmo convivendo bastante tempo com Chris durante o ano, devido às muitas visitas, ele nunca me olhou nos olhos.
— Não gosto dessa vida que você e Isaac vivem, Theodore. Não é seguro, mesmo tendo o apoio de Jackson e Ethan, mesmo que ganhem muito. Nada vale a segurança de vocês. — baixo a cabeça — Eles não seguiram o plano, estavam pouco se doendo que vocês poderiam ou não morrer, acho que nao ligaram nem para suas próprias crianças.
— Acha que deveríamos sair não é?
— Nem todo dinheiro vale a segurança de uma casa. Vocês criaram algo bom aqui em Paris, mas não sei se a cidade é para vocês. Acho que nenhum dos três realmente acredita que aqui seja o seu lugar.
— Quando eu sai de lá, foi por um motivo, Argent. Não queria aquela loucura, não queria estar dentro da barca com o farol apontado na minha cara e se voltar, se voltarmos, é o que nos receberá. Lobisomens tão loucos quanto eu já fui, sobrenaturais surgindo do nada, espíritos malignos...
— Casa. — me interrompe — Você e Isaac são iguais, saíram de Beacon Hills alegando precisar ficar longe do foco sobrenatural, mas aceitaram uma proposta como a de Jackson e Ethan? Os parabenizo por querer ajudar ômegas mundo a fora, mas ficar na linha de frente dos caçadores? Aqui é igual Beacon Hills, a diferença é que não tem julgamentos por fazer suas próprias escolhas e nem a pack McCall.
Elevo meus olhos até os seus novamente, sentindo minhas costas tensionar.
— Você foi perdoado, Theo. Sabe disso. Quando você apareceu a quase três meses na cidade, até Malia te recebeu bem. A mesma Malia que quase te matou, que berrou para todos que nunca te perdoaria. E ela perdoou. Acho que chegou a hora de rever o que realmente é mais importante para você, a segurança de vocês, da sua família, ou continuar se culpando por tudo que fez antes.
Meus olhos estão arregalados, não pela verdade óbvia, mas a expressão que ele usou, "minha família", Isaac e Alec sao minha família, meus irmãos e, ao mesmo tempo que é incrível perceber isso, ter alguém. É completamente assustador a responsabilidade por trás dessa simples palavra. Família.
— Você me lembra muito eu sabia? — o caçador sorri — Escolher se estabelecer, priorizar a família é assustador, não é? Mas não é, você está escolhendo aqueles dois que ficaram no seu quarto, que devem estar apagados lá, que praticamente voaram em cima de Duene, o alfa Crescente por não seguir o plano, por arriscar sua vida. Sua sorte é que nao foi pego totalmente de surpresa, consegue imaginar como seria precisar sair disso por conta de um filho? Comigo foi assim, Allison me tirou da rua, da linha de frente e me trouxe novamente para as sombras, para a segurança, porque eu tinha algo para lutar, algo que precisava de mim.
— Ela parecia ser uma pessoa incrível, Chris.
— Allison não era só uma pessoa incrível. Ela era tudo, era minha vida e me arrependo de não ter entendido isso muito antes, por ter me cegado com as ideias de Gerard.
Ele aperta a espátula contra sua mão, apoiando as mãos em punhos próximas as minhas. Quando os Dreads Doctors disponibilizaram fichas dos sobrenaturais e humanos que deveria enganar, a ficha de Allison estava presente, ela havia acabado de morrer e ainda era uma pessoa influente para a pack.
Na época, achava aquilo uma idiotice. Porém, depois que conheci a pack McCall, me aproximei mais de Chris Argent, me pergunto se eu mesmo não seria influenciado pela garota de ouro. Porque somente sua lembrança já parece perfeita para mim.
— Ainda nao consigo entender como você é filho de Gerard.
— As vezes nem eu consigo entender como. — Ele pisca — Pensa sobre o que falei. Eu estou em Beacon Hills, ficaria feliz se estivessem conosco.
— Conosco é? — pergunto tentando quebrar um pouco o clima pesado.
— Melissa, Noah, Jenna, Peter e Parrish. — enumera sem paciência, principalmente o nome do Hale — Somos um grupo bom.
— Terceira idade né?
Argent estreita os olhos, jogando a espátula que tinha largado na bancada, me fazendo desviar por pouco.
— Malia também aparece as vezes, sabia.
— Para lembrar de dar os remédios para a velharada. — Rio, sem perceber que ele tinha pego o vidro de novo, me jogando o resto da massa crua — Argent, porra!
— Não fala palavrão, merda!
Levanto emburrado, pegando um pano de prato de dentro da primeira gaveta do armário e tirando a massa com o auxílio da pia.
— Quem é Jenna? Namoradinha nova do Noah? — pergunto ao mais velho — Achei que ele tava namorando com a mãe da Lydia. É estranho isso né? Ele estar com a mãe da nora, já que Stiles namora Lydia e tal.
— Virou fofoqueiro desde quando? — Argent ri pegando um prato no armário para comer suas panquecas.
— Só queria saber. — encolho os ombros, também pegando um prato.
— Primeiro de tudo, Noah namora a mãe da Lydia sim. Segundo, não é estranho, desde que Stiles e Lydia terminaram a quase dois anos. E, por último, Jenna é mãe do Liam.
Liam
Lembro do pequeno beta do Scott. Seus olhinhos azuis, a boca rosada, as bochechas coradas, alguns suspiros.
Merda!
Praticamente me jogo no banco que estava, escondendo a ereção que se formou apenas ao lembrar do baixinho das vistas do Chris, sorrindo nervoso para o homem que se mantinha alheio a minha crise, comendo sua panqueca.
— Eu te disse que Liam voltou para Beacon Hills? — ergue seus olhos — A mãe dele, Jenna, acabou fraturando o pé e meio que exigiu que ele voltasse.
— Uhm. — murmuro me mexendo desconfortável.
Vamos lá, Raeken! Pense em cosias ruins, lembre de sua irmã morta, dos Dreads Doctors, o gemido do Liam...
Não!
O gemido de Liam, não.
Porra!
— Que cheirinho de... — Isaac surge do corredor, franzindo a testa antes de sorrir para mim.
Desgraçado.
— Panquecas né? — completo com os olhos arregalados.
— É! Panquecas picantes. — sorri se. aproximando.
— Picantes? Mas são de mirtilo. — Chris nos olha confuso.
Isaac dá de ombros, parando atrás de mim e passando seus braços por meus ombros, apoiando sua cabeça sobre a minha.
— Você está bem? — o sussurro é tão doce que tombo a cabeça para trás, querendo encarar os olhos de Isaac, porque consigo sentir a fragilidade em sua voz.
— Pronto para outra.
— Por favor, não. — pede.
Nos encaramos. Nao consigo lembrar em que momento esse cara se tornou tão importante na minha vida.
— Desculpa te preocupar.
— Você é um babaca, ainda não sei porque me preocupo. — murmura antes de dar um tapa na minha cabeça.
E isso é a forma amorosa de Isaac Lahey mostrar que se preocupa.
— Theo! Isaac! — um Alec descabelado aparece no corredor dos quartos.
— Hey! — sorrio para o baixinho.
Alec pisca os olhos, intercalando sua atenção entre nós, antes de praticamente correr até onde estou parado com Isaac e se jogar sobre nós.
Caímos no chão.
Minhas costas ardem, Isaac geme dolorido e Alec ri. E, de repente, tudo parece sumir.
Estou em casa.
Não em Beacon Hills como Chris afirma ser minha casa, mas junto com esses dois garotos, eles são a minha casa e mesmo se estivesse deitado embaixo de uma viela qualquer, ponte qualquer, em uma pocilga qualquer, ainda me sentiria em casa. Porque eles são a minha casa.
Todavia, Chris tem razão. Não posso mais arriscar a minha vida, muito menos as desses dois babacas em missões suicidas, precisamos recomeçar do jeito certo.
— ♡ —
EM "COM AMOR, RAEKEN" O PAPAI DO BONDINHO MARAVILHA É O PETER, EM "NOSSO PEQUENO PROBLEMA" É O CHRIS, COMO CHAMAMOS ISSO? APROVEITAR AS OPORTUNIDADES KKKKKKKK
OUTRA COISA: DECIDI QUE ESSE LIVRO VAI SER MALISAAC E SCIRA, JÁ QUE O OUTRO TEM SCISAAC E MALIRA.
CHRIS FALANDO DA ALLY...
ELES SE ABRAÇANDO...
THEO FICANDO DURO...
O CAPÍTULO BEM LEVINHO HEHEHEH
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO.
ATÉ MAIS, BEIJO.