Acordo sentindo meu corpo todo dolorido,
passei metade da noite em claro observando a minha esposa dormir, pois estava preocupado e com medo que ela sentisse algum desconforto.
Também usei esse tempo para pesquisar sobre tudo relacionado a gestação gemelar, pré-eclampsia e enjôos. Não consigo ficar tranquilo, mesmo após a médica dela ter dito que a Cath e nossos filhos estão estáveis.
Estou angustiado e preocupado, pois além dos problemas relacionados a gestação que infelizmente é de risco tem também a ameaça Vladmir e Natalya pairando sobre nós e só ficarei tranquilo quando conseguir pegá-los.
Me levanto antes mesmo de o dia clarear, visto a minha camisa e vou para o banheiro. Escovo meus dentes, lavo meu rosto e saio do banheiro deixando o banho para depois quando a minha bebê acordar.
Calço um chinelo, pego meu celular e saio do quarto para ir até a cantina pegar o café da manhã da minha esposa, ontem após as pesquisas que fiz encontrei uma lista de alimentos que ajudam a aliviar essa fase da gestação.
Também encontrei algumas receitas em versões mais saudáveis das coisas que ela geralmente gosta de comer, pretendo fazer todas para ela quando estivermos em nossa casa.
Já do lado de fora do quarto encontro o Robert e o Scott de vigia fazendo a nossa segurança, tenho que me lembrar de dar um aumento de salário para eles, a Svlentana, o Andrey e a toda equipe de segurança que vem fazendo um ótimo trabalho para manter a mim, minha esposa e avó seguros.
— Bom dia. — Lhes digo.
— Bom dia senhor. — Eles me respondem em uníssono.
— Ficamos sabendo que o senhor e sua esposa serão pais, parabéns pelos bebês. — O Robert diz.
— Obrigado Robert. — Lhe respondo.
— E como a senhora Smirnov está? — O Scott me pergunta.
— Ela está bem, está se recuperando. — Lhe respondo.
— Que bom senhor, estamos muito felizes por ouvir isso. — Ele diz e sei que está sendo sincero.
Todos os meus funcionários que trabalham diretamente conosco adoram a minha esposa, ela é bondosa, gentil, educada e trata todos com respeito.
— Quando o Andrey e a Svlentana chegar vocês podem ir para Hotel descansar, peço que me desculpem por não ter providenciado um lugar para descansarem durante o revezamento de vocês. — Lhes digo.
— Não se preocupe senhor, nós entendemos. — O Robert me responde, aceno para eles e saio em seguida.
Ando pelo corredores do hospital até chegar a cantina que ficava no andar que a Cath está internada. Ao chegar pego uma bandeja e começo a procurar pelos alimentos que pesquisei, mas havia poucas opções principalmente por ainda ser muito cedo.
— Bom dia, me chamo Selene e sou a nutricionista do hospital. Você precisa de ajuda? — Uma senhora de aparentemente cinquenta anos me pergunta.
— Bom dia, me chamo Dominique e sim eu preciso. Estou preparando uma bandeja de café da manhã para minha esposa, ela está grávida e vem sofrendo de enjôos pesquisei sobre alimentos específicos para essa fase mas não encontrei quase nada aqui. — Lhe respondo.
— O que a sua esposa geralmente gosta de comer de manhã? — Ela me pergunta.
— Ela gosta muito de bolo mas é algo que ultimamente quase não come mais, ela também gosta de ovos mexidos. — Lhe respondo.
— Ela gosta de quais frutas? — Ela me pergunta.
— De todas com exceção de abacaxi, pois tem alergia. — Lhe respondo.
— Como você já escolheu corretamente uma boa parte dos alimentos, eu vou só preparar uma salada de frutas e fazer um chá de gengibre que também é muito eficaz contra enjôos. Me dê alguns minutos e já volto com tudo pronto. — Ela diz e sai em seguida.
Aproveito que já estou na cantina, preparo uma bandeja de café da manhã para mim, me sento em uma mesa e começo a comer a minha refeição.
Quando acabo de me alimentar, pego mais uma xícara de café e fico esperando a nutricionista aparecer com o café da manhã da minha esposa. O que não demora muito, pois minutos depois ela vem até onde estou.
— Aqui está. —Ela diz e coloca a bandeja sobre a mesa.
— Obrigado. — Lhe respondo e ela se vai.
Faço um sinal pedindo a conta a garçonete, ela vem até a mesa e me entrega a comanda com o valor. Pego minha carteira, retiro uma nota de dentro e a entrego.
— Pode ficar com o troco. — Lhe digo.
— Obrigado Senhor. — Ela diz e apenas aceno de volta.
Pego a bandeja de café da manhã da minha bebê, saio da cantina, e volto para o quarto o quarto onde ela esta internada. Ao chegar entro e a encontro acordada, coloco a bandeja na mesa de cabeceira e vou até ela.
Desejo bom dia para a minha amada família, pergunto como ela está se sentindo ou se sente dor, beijo seus lábios e depois o seu ventre. Fico preocupado quando ela reclama que sente dor de cabeça e cólica.
Explico brevemente para ela sobre a doença gestacional que ela está sofrendo e também falo sobre os cuidados que teremos que ter durante a gestação. Fico chateado por preocupa-la, mas minha menina é madura e sei que entendeu e fará tudo que for preciso para nossos filhos nascerem saudáveis.
Encerro o assunto para que ela possa comer, inclino a cama, pego a bandeja com o seu café da manhã e coloco em sua frente. Ela olha com uma careta para a comida e comenta que talvez não seja uma boa idéia comer por causa dos enjôos, mas a tranquilizo ao contar sobre a pesquisa que fiz.
Quando ela acaba de comer a última colherada da salada de frutas percebo que seu rosto fica ainda mais pálido do que já está, afasto rapidamente a bandeja, retiro o soro só suporte, a pego em meus braços e corro para o banheiro.
Quando o enjôo cessa, eu dou descarga, a ajudo a ficar de pé e a amparo enquanto a Cath escova os dentes. Quando ela acaba, a pego em meus braços e volto para o quarto.
Deito ela na cama, coloco o soro de volta no suporte, me sento a seu lado e beijo a sua testa fria, olho seu rosto pálido e parte meu coração vê-la assim.
Alguns minutos depois alguém bate na porta e a médica responsável pelo seu atendimento passa por ela, acompanhada de uma enfermeira que empurra uma cadeira de rodas.
A médica se apresenta para a Cath examina a pressão arterial dela, as duas conversam brevemente sobre o seu estado de saúde. E para minha total alegria assim como a minha bebê ficamos sabendo que iremos ver nossos filhos pela primeira vez.
A enfermeira se aproxima da cama e retira o soro do suporte, eu me levanto pego a minha esposa em seus braços, a coloco sentada na cadeira de rodas e empurro para fora do quarto.
Andamos pelo corredor até chegar a sala de exames, entramos no lugar, retiro a Cath da cadeira de rodas, coloco ela deitada na maca, cubro as suas pernas com o lençol, me afasto e sento em uma poltrona ao seu lado.
A médica levanta a camisola dela e expõe a pequena barriga ainda plana, espalha um geo sobre todo o seu ventre e começa a fazer movimentos circulares com um aparelho. Logo a imagem de nossos filhos aparece na tela, e me emociono ao vê-los pela primeira vez
A médica nos mostra a mãozinha de um deles, não sou um médico mas pelas poucas imagens que vimos pude comparar com as que vi durante as minhas pesquisas e percebi que os corpinhos deles estão todos formados.
Me lembro de ter lido algo sobre os bebês normalmente terem seu corpinho formado até os três meses de gestação e a Cath está com quase isso, em alguns dias ela completará o terceira mês.
A médica pergunta se queremos ouvir os corações deles e nem consigo respondê-la de tão emocionado que estou só com as imagens que vi, ainda bem que a Cath respondeu por nós e logo o som mais lindo que já ouvi ecoa pelo quanto e isso me faz chorar de felicidade.
Acho estranho os coraçõezinhos deles serem tão acelerados e pergunto se é normal, estou preocupado pois infelizmente o irmão da Cath morreu por causa de uma deficiência no coração, mas graças a Deus está tudo certo.
Ao fim do exame ela anota algo em sua prancheta, limpa o ventre da minha esposa com um lendo de papel, coloco a camisola dela de volta ao lugar e começa a nós falar sobre a gestação, as complicações que a Cath está tendo e o que terá que ser feito de agora em diante.
Fiquei muito triste ao saber que ela terá que tomar antibióticos injetáveis a cada três semanas de agora em diante, pois sei o quanto ela tem medo de agulhas. Mas minha bebê aceitou que não há o que fazer para mudar isso, é algo nescessário para manter tanto ela como nossos filhos bem e longe de infecções.
Tiro minhas dúvidas quanto a viagem de volta para Sóchi e sobre os enjôos que a Cath vem sentindo, e respirei aliviado quando ela disse que não terá problema quanto a viagem e que também tem remédios para aliviar os enjôos.
Infelizmente a Cath terá que ficar hospitalizada até ter certeza que a infecção de urina não é mais um risco para ela e nosso filhos, sei que ela queria estar longe de Moscou e torço para que a estadia nossa aqui seja curta.
Apos ter respostas satisfatórias por parte da médica eu e minha esposa voltamos para o quarto, ao chegarmos eu tranco a porta, retiro as roupas dela e a levo para o banheiro.
Espero ela escovar os dentes, e quando acaba eu a pego em meus braços, coloco ela embaixo do chuveiro e começo a dar banho nela. Lavo seus lindos cabelos ruivos e sorrio ao imaginar nossos filhos com os cabelos parecidos com os dela, com certeza serão lindos como a mãe.
Quando acabo de lavas seus cabelos, ensaboo seu corpo e ao chegar a barriga fico a acariciando, procurando por alguma mudança de ontem para hoje.
Começamos a falar sobre o sexo deles e sou sincero ao dizer que não me importo com o que seja, para mim tudo que importa e que sejam saudáveis. E se tivermos somente duas meninas ou dois meninos, poderemos tentar outra vez futuramente.
Ao fim do banho a seco e trago de volta para o quarto, enquanto ela passava alguns cosméticos em seu corpo eu fui até nossa mala e peguei um conjunto de langeris e um vestido para ela.
E após a ajudar a se vestir e coloca-la sentada no sofá, eu peguei roupas limpas e fui para o banheiro. Tomei um banho rápido, me sequei, passei alguns cosméticos, me vesti, calcei meus chinelos e sai do banheiro.
Destranquei a porta e me sentei ao lado dela, a trouxe para se deitar em meu colo, liguei a TV e coloquei no reality show sobre culinária que ela adora assistir e enquanto isso eu fiquei lendo e-mails em meu telefone.
Cerca de duas horas depois uma enfermeira trouxe nosso almoço, comemos em silêncio e após a refeição a levei para o banheiro e após escovamos o nosso dentes eu a trouxe de volta para a cama.
— Tenta dormir um pouquinho bebê, você parece cansada. — Lhe digo e a beijo.
— Deita aqui comigo, não gosto dormir longe de você. — Ela me responde e faço o que me pediu.
Ela deita em meu peito e faço um carinho em seus cabelos, alguns minutos depois percebo que ela dormiu e me levanto cuidadosamente para não acorda-la.
Vou até a sacada com a intenção de abrir para o ar puro entrar, quando puxo a cortina vejo uma mulher olhando fixamente em direção ao quarto que estamos, de onde estou não dá para ver perfeitamente seu rosto mas tenho certeza que é a Natalya.
Sem tirar os olhos de onde ela está, pego meu celular e ligo para o Andrey, falo para ele o que está acontecendo e encerro a chamada. Logo em seguida a porta se abre, ele entra no quarto e vem até onde estou.
— A segunda equipe de segurança está indo nesse momento até ela para tentar pega-la, o hospital está cercado é impossível ela conseguir fugir. — Ele diz.
— Ela não parece estar com medo de ser pega. — Lhe respondo.
— Comportamento típico de sociopatas, eles não se importam em esconder os seus erros ao cometer crimes. — Ele diz.
Continuo achando estranho ela está se sacrificando assim, sei lá algo não bate. Não após tudo que eles vem fazendo para fugirem de nós, isso está fácil demais.
Olho ao redor e vejo duas vans suspeitas há alguns metros de distância de onde ela está, e entendo que a desgraçada não veio até aqui sozinha ela é apenas uma distração para que os meus seguranças se afastem e nos deixem desprotegidos.
— Mande seus homens de volta para dentro do hospital, ela não está aqui sozinha. — Lhe digo e aponto para onde eu vi as vans.
— Porra. — Ele responde praguejando, pega seu celular e começa a gritar ordens para a equipe de segurança.
— Tudo certo? — Lhe pergunto.
— Sim, também já pedi ajuda ao Oliver e ele falou que em dez minutos chega aqui com os outros polícias. — Ele me responde.
Acho que ela percebe que descobrimos o plano deles, faz um sinal para uma das vans e quinze homens saem lá de dentro e entram outra vez logo em seguida.
A desgraçada sobe em uma moto, olha em minha direção, sorri e sai logo em seguida sendo seguida pelas duas motos.
— Temos que sair daqui, o hospital definitivamente não é um lugar seguro para estarmos nesse momento, infelizmente estamos expostos, eles já sabem quem somos, mas nós só conhecemos o Vladmir e a Natalya. — Ele diz e sei que está certo, mas não posso tirar a Cath daqui sem ter recebido o tratamento adequado.
— Redobre a segurança, contrate mais homens. —Lhe respondo.
— Tem algo mais por trás disso senhor, após tudo que descobrimos nós últimos meses tenho certeza que essa perseguição não é mais só por recalque e inveja por parte deles. — Ele me responde.