Prometo para ela que tudo irá ficar bem, e beijo a sua testa suada e quente, minha bebê me olha com lágrimas rolando por seu rosto me abraça, deita a cabeça em meu peito e desmaia em seguida me deixando desesperado.
— Andrey me ajuda, ela desmaiou. — Lhe digo.
— Calma senhor, já estamos chegando no hospital. Ela e o bebê só precisam aguentar por mais cinco minutos. — Ele me responde.
— Eles não vão aguentar, ela está sangrando muito. — Lhe digo chorando, sem me importar que ele me veja tão vulnerável.
— Vão sim senhor, a senhora Smirnov é mais forte do que pensamos. — Ele me responde.
Cinco minutos depois chegamos no hospital, o Andrey estaciona de qualquer jeito, sai do carro, abre a porta para que eu possa sair e corremos para dentro do hospital.
O Andrey passa em minha frente abrindo espaço por entre as pessoas, uma enfermeira vem ao nosso encontro e nos guia até a sala de emergência.
Coloco a minha esposa deitada na maca, um médico começa a atendê-la e eu e o Andrey somos retirados da sala pelas enfermeiras. Fico possesso de ódio e tento entrar outra vez onde a minha bebê está, mas sou impedido pelo Andrey que me segura.
— Calma senhor, eles estão trabalhando para ajuda-la e sua presença lá dentro nervoso do jeito que está só irá atrapalhar.
— Ele diz e sei que está certo.
Me sento na porra do chão ao lado da porta e fico orando em meus pensamentos, pedindo a Deus que não os tire de mim. Eu não irei suportar perder minha esposa e nosso filho, acabei de descobrir que ele existe e já o amo.
Passa-se quase uma hora e até agora não tenho notícias da minha esposa, meu coração acelera cada vez que uma enfermeira entra ou sai da sala de emergência.
— Senhor vamos nos sentar na sala de recepção? Lá será mais cômodo para se esperar. — O Andrey diz.
— Não vou sair daqui, ela vai acordar assustada e pode precisar de mim. — Lhe respondo.
— Vamos o senhor precisa se recompor e irá assusta-la se ela vê-lo assim. — Ele diz e aceno em concordância.
Me levanto e o sigo até a sala de espera, me sento em uma poltrona e escondo meu rosto em minhas mãos. Eu não deveria te-la deixado sozinha ou deveria tê-la deixado em casa como ela me pediu.
É tudo culpa minha, minha esposa e filho estão sofrendo por que fui omisso. Era minha obrigação ter percebido antes que ela estava grávida e não estava se sentindo bem.
Acredito que ela nem sabia que e está grávida, a Cath é muito inocente e não deve ter percebido nada de diferente em seu corpo. Agora eu entendo por que ela estava tão pálida e abatida durante o vôo para cá, era nosso filhinho se fazendo presente.
Se passam mais duas horas e até agora não enho notícias da minha bebê, estou a ponto de fazer um buraco no chão de tanto andar de um lado para o outro.
Quero acreditar que tudo vai ficar bem mais é difícil, ela estava tão pálida quando a chegamos aqui. Não quero ter que escolher entre um e o outro, eu quero os dois, quero a minha pequena e preciosa família.
— Familiares de Ecatherine Smirnov? — Uma médica pergunta e levanto a minha mão.
— Como está a minha esposa e filho? — Lhe pergunto.
— A sua esposa está com a pressão arterial muito elevada, além de também está muito anêmica e com um princípio de infecção urinária que quase resultou em um aborto espontânea. Graças a Deus conseguimos conter a hemorragia e tanto ela quanto os fetos estão estáveis , mas não fora de risco. — Ela me responde.
— A senhora disse fetos? — Lhe pergunto.
— Sim, são dois fetos bivitelinos de aproximadamente onze semanas e três dias. — Ela me responde.
— Eles irão ficar bem? — Lhe pergunto ainda muito preocupado.
— Sua esposa está sofrendo de pré-eclampsia, uma doença específica da gravidez. É uma complicação grave muito frequente e perigosa e se caracteriza pelo aumento da pressão arterial durante uma gestação. A pressão alta durante o período gestacional diminui o fluxo de sangue para o bebê e habitualmente ele pode apresentar retardo no crescimento, displasia bronco pulmonar e pode levar a morte tanto da mãe quanto do feto. Para que sua esposa e filhos fiquem bem irá depender não somente da equipe médica, mas principalmente de vocês. — Ela responde me assustando.
— O que posso fazer para ajudá-los a ficar bem? Quais cuidados deveremos ter de agora em diante — Lhe pergunto.
— Sua esposa irá precisar fazer repouso absoluto ao menos até passar a maior fazer de risco, além disso também será preciso que ela permaneça deitada o máximo de tempo possível de preferência para o lado esquerdo de forma a aumentar a circulação sanguínea para os rins e o útero. Ela ira precisar de uma ambiente calmo e harmonioso, sem estresses e precisará tomar remédios que a ajudarão a manter a doença sobre controle. Recomendo que faça uma dieta regulada, pobre em sal, açúcar e gorduras e terá que aumentar a ingestão de água para cerca de dois a três litros por dia. — Ela me responde.
— Iremos seguir todas as suas instruções. —Lhe digo.
— Durante o período gestacional é muito importante controlarmos a pressão arterial e fazer exames de urina rotineiros, para evitar que a pré-eclâmpsia piore e evolua para eclampsia que é a fase mais perigosa da doença. Sigam corretamente o passo a passo e em cinco ou seis meses você e sua esposa terão os filhos de vocês em seus braços. — Ela me responde.
— Mas o tempo de uma gestação não são nove meses? — Lhe pergunto.
— Uma gestação normal sim, mas uma gestão gemelar dificilmente passa da trigésima sétima semana. — Ela.me responde.
— Posso ver a minha esposa? — Lhe pergunto.
— Sim, ela já foi transferida para um quarto de número duzentos e treze no segundo andar corredor a direita. Por enquanto deixarei somente que o senhor a visite e fique com ela, sua esposa está em um momento frágil e todo cuidado é pouco. — Ela me responde.
— Eu entendo doutora. — Lhe digo.
— A sua esposa foi medicada com sedativos para uma melhor recuperação e dormirá por algumas horas, qualquer coisa que precisar por favor não exite em os chamar. Com licença, eu preciso ir ver outros pacientes. — Ela diz.
— Obrigado doutora. — Lhe respondo e ela sai em seguida.
— Parabéns pelos bebês senhor. — O Andrey diz e aperta a minha mão.
— Obrigado Andrey, caralho estou tão feliz. — Lhe respondo.
— Senhor eu irei voltar ao hotel junto com a Svlentana para pegarmos as coisas suas e da senhora Ecatherine, depois iremos trazê-las aqui. Enquanto isso deixarei o Robert e o Scott fazendo a segurança do lado de fora do quarto. — O Andrey diz .
— Andrey proíba a entrada do Dimitri aqui, não quero ele perto da minha esposa.— Lhe respondo.
— Será feito, ele só conseguiu se aproximar dela mais cedo por que eu estava com o senhor e o Oliver não permitiu a entrada do restante da nossa equipe. — Ele diz.
— Sim, eu também errei ao não pensar que ele pudesse ir atrás dela. Antes de sair da sala que ela estava eu a pedi que me esperasse, mas acabei demorando além do esperado e provavelmente ela saiu para me procurar. — Lhe respondo.
— Tenho certeza que ele não desistirá de se aproximar dela agora que sabe a verdade sobre o seu nascimento, por esse motivo mandarei que alguns homens da segunda equipe de segurança fique do lado de fora do hospital só por precaução. — Ele diz e aceno em concordância.
— Ele que não ouse, sou capaz de mata-lo se ele votar a se aproximar dela e ferir novamente a minha esposa e filhos.
— Lhe respondo.
— Bem, eu já vou indo. Quer que eu avise a família da senhora Ecatherine que vocês estão aqui? — Ele me pergunta.
— Não é nescessário, eu mesmo aviso. — Lhe respondo e ele sai em seguida.
Vou até o elevador e segundos depois chego ao segundo andar, ando pelo corredor que a médica falou até parar na frente do quarto onde os amores da minha vida estão se recuperando.
Abro a porta e entro sentindo um misto de emoções tomar conta de mim, me aproximo da cama e meu coração dói ao ver minha bebê tão abatida.
Ela está extremamente pálida, há um aparelho ao redor de sua barriga acredito que é para monitorar nossas crianças, em seu braço tem uma bolsa de soro com medicamentos para ajuda-la a se recuperar mais rápido.
Me abaixo e selo nossos lábios e depois beijo a sua barriga que ainda não demostrar sinais de que há dois bebês crescendo dentro dela.
Minha bebê reclamou de ter engordado, agora sei de onde veio o peso que ela ganhou nos últimos dias. Os sinais estavam bem na minha frente e ano percebi, o sono em excesso, o apetite dela que aumentou e não posso esquecer dos desejos que ela já começou a sentir.
Não sei se ela estava sentindo enjôos ou qualquer outro sintoma, quando minha pequena acordar irei perguntar sobre isso para ela.
Me afasto para não pertubá o seu sono, me sento no sofá e fico esperando o Andrey voltar com nossas coisas para eu poder tomar um banho.
Pego meu celular e ligo para a Allyra para falar sobre o que aconteceu e tranquiliza-la, encerro a chamada e ligo por chamada de vídeo para a minha avó. Conto para ela que terá seus tão sonhados bisnetos.
Ela se emociona muito e queria vir imediatamente para Moscou, mas a felizmente a convenço a esperar por nós em Sóchi. Conversamos mais um pouco, contei a ela tudo que aconteceu hoje e após levar uma bronca por expor a minha esposa a tanto estresse ela encerra a chamada.
Cerca de meia hora depois escuto baterem na porta, me levanto e era o Andrey. Ele me entrega a minha mala, o agradeço e ele sai em seguida.
Coloco a mala.em cima do sofá, abro, pego roupas limpas e ou para o banheiro. Tomo um banho demorado, me seco, escovo meus dentes, m visto e volto para o quarto.
Fecho a mala, coloco no chão, me deito no sofá, e fico pesquisando tudo sobre gravidez gemelar e sobre a doença que ela está sofrendo. O cansaço me toma e acabo cochilando por um tempo.
Acordo ao escutar a minha esposa chorar, me levanto vou até ela e a abraço. Beijo seus lábios, rosto e pescoço, porra eu a amo tanto.
— Como está se sentindo bebê? — Lhe pergunto preocupado.
— Dolorida. — Ela me responde e coloca a mão em seu ventre.
— Ainda dói aqui? — Lhe pergunto e toco o lugar onde nossos filhos crescem.
— Um pouco, mas não como antes. — Ela me responde.
— Bebê você tem se sentido mal ultimamente? — Lhe pergunto.
— Sim. — Ela me responde e abaixa a cabeça, provavelmente envergonhada por ter escondido isso de mim.
— O que você tem sentido? — Lhe pergunto.
— Dores de cabeça, enjôos, azia e tonturas. — Ela me responde.
— Por que não me contou antes o que estava sentindo meu amor? —Lhe pergunto.
— Eu não queria preocupa-lo, e também estava com medo de ser algo sério e ter que ficar internada outra vez. Eu não gosto de hospitais, eles sempre nos furam com agulhas. — Ela responde apontando para o soro acoplado em seu braço.
— Bebê tenho algo especial para te contar. — Lhe digo.
— Então fala logo. — Ela me responde e sorrio do biquinho fofo que ela faz.
— Aqui dentro de você agora batem três corações. Nos estamos grávidos, teremos dois bebês. — Lhe digo.
— É sério? — Ela me pergunta com lágrimas rolando por seu rosto.
— Sim minha bebê, agora eu terei três bebês só meus. — Lhe respondo e seco as suas lágrimas, ela já é emotiva imagine agora com os hormônios da gravidez.
Eu li um artigo antes de dormir que falava que durante a gestação as mulheres ficam mais sensíveis por causa das alterações hormonais e com certeza terei que ter muito mais cuidado com a minha Cath nesse período. Ainda mais após tanta coisa ruim que aconteceu, agora mais que nunca ela precisa seguir com o tratamento com a terapeuta dela.
— Meu Deus eu vou ter a minha tão sonhada família. Obrigado, muito obrigado amor. — Ela diz e a beijo e depois beijo várias vezes a sua barriga.
— Quando poderemos ir para nossa casa? — Ela me pergunta.
— Não sei bebê, mas quando a médica vier poderemos perguntar para ela. — Lhe respondo.
— Quero ir logo para casa, não gosto desse lugar. — Ela diz e faço um carinho em seu rosto.
— Eu sei bebê, mas prometo que ficaremos aqui por pouco tempo. — Lhe respondo e a beijo.
Minutos depois ela volta a dormir provavelmente efeito da gestação e dos remédios que ela está tomando. Beijo sua testa, me sento na poltrona ao lado da sua cama e fico zelando o seu dono agora sim pouco mais aliviado por saber que minha família está a salvo e irá ficar bem.