Depois de me pôr de pé ajudando o Gabo a fazer o mesmo, olho para os outros que também já saíram do chão, vejo Akemi correr até o irmão que está sendo amparado por Nick.
- Onde estamos? - Pergunto me aproximando deles.
- No reino dos pássaros verdes, eles não eram a nossa opção, por serem distantes, e se não nos quererem aqui estamos mortos- Kai fala levando cabelos caídos no rosto para trás. - Aliás, como diabos você fez aquele escudo? - Antes que eu responda Akemi interrompe.
- Depois discutimos isso, precisamos tentar a sorte lá em cima. - Ela aponta para um ponto onde vejo um castelo na beira de precipício que dá para o mar. - Vamos não quero queimar a minha pele. - Ela diz puxando o irmão junto ao namorado.
Assim como no reino dos passaros negros os horários daqui é diferente de onde vivo no mundo humano, agora o sol está escaldante além do sal do mar não ajuda muito.
- Como é o nome daqui? - Gabo pergunta recebendo um olhar impaciente de Kai.
- Se chama montanha Oceania, esquisitinho. - Não é a Akemi que responde, mas o Nick que mal fala e quando abre a boca é para ofender.
- Está tudo bem, eu não ligo. - Olho em direção ao acastanhado que me fita com um sorriso mínimo no rosto, eu assinto voltando andar com ele ao meu lado.
- Eu ainda não entendi o porquê estarmos aqui ao invés do reino dos pássaros azuis. - Digo enquanto começamos a subir o caminho íngreme em direção aos portões do castelo, que possui em sua maioria cor branca com detalhes verdes.
- Esse o mais distante do nosso reino, o Uriah vai demorar a descobrir que estamos aqui. - Kai responde. - No nosso mundo os pássaros verdes tem fama de pacifistas, até pelos mesmo terem como símbolo o pássaro Kakapo, mas não se engane princesa eles são tão traiçoeiros quanto uma cobra do deserto.
- Então acho que foi uma ótima ideia invadir o território deles. - Digo sarcasticamente.
- Não tínhamos outra opção se quer saber, ou era eles ou enfrentar os leões dos pássaros amarelos, e também os pássaros azuis são extremamente reservados seria um erro irmos para lá sem a permissão deles perderíamos um aliado muito bom. - Eu assinto entendendo.
- Aliás, quantos reinos são? - Minha curiosidade se aflorou hoje e não estou conseguindo conter a minha língua.
- São seis mas não falamos com os pássaros vermelhos que são nossos inimigos de sangue.
- Além de serem os mais poderosos dos reinos, não queira brigar com eles. - Munir completa mordendo os próprios lábios depois de sentir algum ponto de dor.
- Certo, podem me explicar mais depois estão vindo dois homens que parecem ser da guarda. - Aponto para a frente.
Os guardas se aproximam, ambos nos avaliam parando no rosto do Kai no qual parecem reconhecer.
- Capitão Kai Green. - Franzo a testa para o possível sobrenome do moreno, eu não sabia que ele possuía um, alias eu não sei o de ninguém aqui. - O que devemos a honra de estar aqui? - O homem que parece ser mais velho que o outro que lhe acompanha pergunta.
- É bom vê-lo novamente capitão Jackson, nós precisamos de exílio, podemos conversar com o rei? - O homem que agora tem um nome para ser identificado parece ponderar mas logo depois de uma troca de olhares com mais jovem ele assente.
Eles nos escolta para dentro dos portões, que parecem ser feitos de uma porção de conchas do mar.
Jackson nos deixa em meio ao que poderíamos chamar de hall que tem grandes varandas que dão vistas diretas para o mar.
Poucos minutos depois um homem, alto que não aparenta ser muito mais velho que nenhum de nós, vem entre os dois que nos trouxe para dentro, o mesmo carrega uma coroa de conchas na cabeça.
- O que devo a honra de tê-los aqui? - Sua voz com sotaque um pouco carregado nos alcança.
- É bom vê-lo novamente vossa majestade. - Kai dá um passo à frente ao falar. - Viemos pedir exílio por apenas alguns dias.
- Primeiro jovem capitão preciso saber quem lhe acompanha e o por que querem usufruir da minha bondade. - Questionou, reviro os olhos mentalmente pelo tom pedante que o mesmo usa.
- Claro, esse são os irmãos Akemi e Munir Bana ambos sombras do falecido rei Amoz. - O rei em nossa frente abre a boca surpreso, parece que ele não sabia que o meu pai foi morto. - Essa é a princesa dos pássaros Cinzas Blue Sky e seu amigo Gabo. - Me encontro confusa com a minha apresentação mas faço uma pequena reverência para o rei de cabelos loiros e olhos castanhos mel.
- É um prazer conhecê-los. - Seus olhos corre por cada um de nós. - Sou o rei Caian e vou abrigar vocês por hoje, tenho que conversar com os meus conselheiros, mas como vejo que entre vocês têm um ferido e o rosto bonito da princesa estar cortado vou ser bondoso e lhes ajudar, pedirei para algum levar vocês para os cômodos de hóspedes enquanto envio uma curandeira. - Nós assentimos brevemente aliviado. - Quero a princesa e o capitão em um jantar particular a noite. - O mesmo diz antes de sair andando.
Em poucos segundos somos levados para dormitórios, cada um ficou em um, claro que Akemi ficou com Nick mas isso não vem ao caso. Pouco depois de me jogar na cama uma mulher entra no meu quarto sem bater, lhe identifiquei como a curandeira por conta de sua vestimenta, pedi para ela ir no quarto do Munir mas a mesma pareceu não me escutar tocando levemente em meu rosto fazendo sumir a pequena ardência que estava no local.
- Obrigada. - Agradeço, vejo ela assentir e sair da mesma forma que entrou sem falar.
Dou uma volta pelo quarto vendo que o mesmo possui um banheiro, então resolvo me banhar. Começo a procurar uma toalha para entrar na banheira, depois de abrir a torneira para enchê-la, encontrar um roupão de banho um pouco mais rápido do que imagine que encontraria. Assim que me jogo novamente na cama coberta pelo pano felpudo do roupão de cor verde alguém bate a porta, suspirou antes de abri-la.
- Podemos conversar antes do jantar? - Kai pergunta meio ríspido.
- Eu adoraria dormir antes do mesmo, mas tudo bem pode entrar. - Dou espaço para ele, que fica em pé parado perto da cama enquanto me fita duramente. - O que quer falar? - Pergunto ainda com a mão na maçaneta da porta.
- Tenho tanta coisa que não sei por onde começar. - Ele joga os cabelos negros para trás impaciente. - Você e o esquisito, o seu poder que aflorou de repente, o rei Caian com esse jantar que não estar me caindo bem, nós.
- Kai, acho melhor discutirmos o seu ciúmes depois, os meus poderes ainda é incógnita para mim, e o rei, bom, ele não me parece confiável, mas de onde veio os pássaros cinzas?
- É como somos conhecidos nos outros reinos mesmo sendo o reino que mais segue a linha da nossa raça pássaros negros temos como símbolo a coruja cinzenta. - Eu abro a boca em um 'A' entendendo a analogia dos reinos com seus símbolos. - A do reino branco também é uma coruja especificamente a coruja das neves.
- Hoje não foi nada fácil, não é? - Constato por meio de uma pergunta.
- Não, não foi, mas podemos tornar um pouquinho melhor enquanto não vamos ao jantar. - Kai sorriu de lado vindo até onde ainda me encontro parada.
O capitão não me dá tempo para pensar tomando a minha boca com a sua em um beijo afobado, o mesmo me prensa contra a parede ao lado da porta apertando minha cintura enquanto solto um arfar.
Hoje é um bom dia para não usar totalmente o cérebro.
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Obrigada 💜