A Court Of Flowers in the Sta...

By Warfalcone

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"Feyre Archeron, Quebradora da Maldição, Feyre Abençoada pelo Caldeirão, Feyre a Grã - Senhora da Corte Notur... More

Parte I
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capitulo 5
BÔNUS
Capítulo 6
AVISO
Capítulo 7
Capítulo 7.5
Capítulo 8
Capítulo 8.5
Capítulo 9
Capítulo 9.5
Capítulo 10
Capítulo 10.5
Capítulo 11
Capítulo 11.5
Capítulo 12
Capítulo 12.5
Capítulo 13
Capítulo 13.5
Capítulo 14
Capítulo 14.5
Capítulo 15
Capítulo 15.5
Capítulo 16
Capítulo 16.5
Capítulo 17
Capítulo 17.5
Bônus 2.0
Capítulo 18
Capítulo 18.5
Capítulo 19
Capítulo 19.5
Capítulo 20
Capítulo 20.5
Bônus 3.0
Capítulo 21
Capítulo 21.5
Capítulo 22
Capítulo 22.5
Capítulo 23
Capítulo 23.5
Capítulo 24
Capítulo 24.5
Capítulo 25
Capítulo 25.5
Bônus 4.0
Capítulo 26
Capítulo 26.5
Capítulo 27
Capítulo 27.5
Bônus 5.0
Capítulo 28
Capítulo 28.5
Parte II
A Herdeira
Capítulo 29.5
Capítulo 30
Capítulo 30.5
Bônus 6.0
Capítulo 31
Capítulo 31.5
Capítulo 32
Capítulo 32.5
ESPECIAL DE NATAL E ANO NOVO
Capítulo 33
Capítulo 33.5
Capítulo 34
Capítulo 34.5
Capítulo 35
Capítulo 35.5
Capítulo 36
Capítulo 36.5
Bônus 7.0
Capítulo 37
Capítulo 37.5
Capítulo 38
Capítulo 38.5
Capítulo 39
Capítulo 39.5
Capítulo 40
Capítulo 40.5
Capítulo 41
Capítulo 41.5
Capítulo 42
Capítulo 42.5
Bônus 8.0
Epílogo
EXTRA I

Capítulo 29

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By Warfalcone

{Alya}

— Você não tem a metamorfose de seu pai… sua magia é pura. - Franzi o cenho. - As rainhas slegs precisavam de alguém que pudesse controlar e abrir o portal. Alguém que pudesse controlar os slegs em seu novo mundo. Alguém que garantisse que os daglans não as colocasse nos confins como vingança. Alguém que garanta a destruição do mundo. Elowen teve uma visão de uma criança, que deveria ser feita com a junção de seus poderes, precisariam de alguém que metamorfosease, para que seus poderes fossem compatíveis. E esperaram. O colar não é a chave, Alya. Você é. Você é a herdeira de Vermillion, a chave para a destruição de Prytian. Elas não queriam apenas o colar… queriam que você despertasse. Para enfim o portal despertasse. 

Eu a encarei, sentindo meu sangue gelar. 

— O que mais elas precisam?

Bryaxis encarou as ruas de Velaris. 

— Do Eclipse lunar. Será quando as estrelas desaparecerão e o mundo irá se alinhar. O colar ajudará Atchlys o suficiente para trazer tudo de volta. A guerra já começou, Alya. 

Eu senti meu estômago revirar e encarei o doce de trufado estelar que havia comprado para mim e para Bryaxis, que por sinal, adorou. 

— Tem alguma chance de impedir isso? 

Perguntei baixo e ela me encarou. 

— Você é a chave. O que você abriu, talvez consiga fechar. Mas não sozinha… preciso avaliar melhor, talvez conversar com aquela de olhos prateados… A antiga e nova. Amren, acredito eu. 

Concordei com a cabeça.

— Vermillion… isso me coloca como sleg?

— Não. - Bryaxis falou sem exitar. - Mas certamente te deu alguns dons… por que acha que os pegasus a respeitaram? Eles moravam na montanha que é a Prisão, antes que ela virasse aquele lugar sem vida. De certa forma, são tão seus súditos quanto são de Helion… talvez até mais. 

— Alya. - Fui trazida à realidade, ao ouvir a voz de Feyre. Ergui meu rosto e ela me encarou com preocupação. - Você está bem? 
 
Concordei com a cabeça e forcei um sorriso. 

— Apenas imersa demais. 

Falei, antes de olhar o quadro em minha frente. Feyre estava me mostrando sua galeria, onde crianças aprendiam arte. E eu estava vendo uma de suas aulas, o que de certa forma, achei espetacular. As crianças amavam aquilo e Feyre com certeza levava jeito. 

— Hum… não sei, acho que as proporções não estão tão boas. 

Uma voz falou perto de meu ouvido, fazendo todo meu corpo se arrepiar. Me virei rapidamente, quase que me chocando contra o corpo musculoso de Nyx. Seus olhos azuis se fixaram em mim e senti um calor inexplicável passar por todo meu corpo quando um sorriso se espalhou por seus lábios. Engoli em seco. 

— O que está fazendo aqui? 

Perguntei baixo. Nyx passou os olhos pelo meu corpo, parecendo observar com atenção o vestido floral que eu usava, que deixava minhas pernas à mostra. Ele sorriu de canto, pegando o pincel de minha mão e esticando o braço para o quadro atrás de mim, fazendo algo o qual não tive o mínimo interesse de ver. Não quando ele estava tão… pela Mãe. Agora eu entendia o que Kalina queria dizer quando disse que era difícil se manter afastada. 

— Pensei em fazer uma visita. O que acha de almoçarmos juntos? 

Que a Mãe me ajudasse, principalmente quando os olhos de Nyx me encararam novamente com tanto desejo que quase me fizeram estremecer de prazer. 

— Eu… 

— Tio Nyx! 

Uma criança gritou pulando nele, nos tirando daquele estupor. Eu pisquei, antes de sentir minhas bochechas aquecerem, observando o olhar divertido de Feyre em mim. 

— Oi Sam. Caramba! Quando você cresceu tanto? 

A criança riu, o encarando com certa admiração. 

— A Grã-senhora falou que estou quase do seu tamanho! Hoje eu ajudei ela e o grão senhor a trazer alguns quadros pra cá e ele disse que estou tão forte, que posso até mesmo derrotar o general Cassian! 

Pressionei meus lábios com aquilo e observei Nyx se abaixar encarando a criança com diversão. 

— Eu não tenho dúvidas de que você o derrotaria… 

A criança estufou o peito de forma orgulhosa e eu não consegui controlar a baixa gargalhada que saiu de mim. Nyx me olhou com um sorriso, juntamente com Sam. 

— Ele também me ajudou a pegar os materiais,  Nyx. 

Falei baixo e Sam pareceu se sentir mais orgulhoso, antes de se inclinar pra Nyx. 

— Sua namorada é muito bonita… 

Ele sussurrou meio alto e Nyx riu baixo, concordando com a cabeça, enquanto eu com certeza ficava vermelha. Nós ainda não havíamos conversado desde que voltamos, dois dias atrás. E certamente não conversamos ontem, quando fui falar com Bryaxis e quando soube da notícia de que meu pai estava na Cidade Escavada, para onde Rhysand, Cassian e Azriel haviam ido nessa manhã. 

— Eu sei. Ela é perfeita. - O bastardo falou, me fazendo desejar empurra-lo, antes de se levantar com um sorriso, enquanto Sam se afastava. Nyx me encarou com um sorriso. - Então? Vamos almoçar? Namorada… 

Bufei revirando os olhos, antes de retirar o avental que Feyre havia me emprestado e me virar para avisa-lá que iriamos sair. Então vi o que Nyx havia feito no quadro e sorri. Não era nada demais, apenas uma estrela de oito pontos próxima a uma das rosas que eu desenhei. 

O encarei pelo canto dos olhos, antes de caminhar até Feyre com o avental em mãos.  

***

Velaris continuava sendo um lugar cheio de vida. 

Nyx estava com um nítido sorriso nos lábios, enquanto caminhávamos lado a lado. Estreitei meus olhos. 

— Quer parar de sorrir tanto?

Perguntei, com uma pequena centelha de irritação na voz, apesar de não estar realmente irritada. Nyx sorriu ainda mais. 

— Por que eu deveria, namorada

Eu bufei um riso, o empurrando pelos ombros. 

— Infantil…

Nyx riu baixo, antes de passar os dedos pelos cabelos escuros. 

— Você não deveria me empurrar assim, até dois dias atrás eu já estava até mesmo vendo a luz do Caldeirão… sabe? Naquele momento em que você disse que me amava e que aceitava ser minha parceira. 

Estreitei meus olhos, ignorando o frio que subiu por minha espinha e a forma que os olhos de Nyx perderam parte do brilho. 

— Eu tinha que arranjar uma forma de te manter nesse plano astral.  

Nyx passou o braço por cima de meus ombros. 

— Mentirosa… - Ele brincou, deixando um beijo em minha têmpora. - Mas tudo bem, posso fingir que acredito. 

Ele brincou, antes de selar os lábios nos meus. Aquilo ainda era tão estranho. Era bom... muito bom. Mas ainda assim, estranho. Como se fosse errado alguém ser feliz como eu estava sendo.

Quando nos afastamos, abri minha boca para xinga-lo de algo, mas fui calada ao ouvir música vindo de uma das praças. Uma música tão linda que me senti hipnotizada e parei, como tantas outras pessoas. Nyx parou também, ainda abraçando minha cintura. 

— O que é isso…? 

Perguntei baixo e Nyx sorriu. 

— É uma sinfonia vespertina… algumas vezes se apresentam aqui na praça, ou no anfiteatro aqui do lado. 

Eu dei um passo na direção dos músicos, meu coração parecia ecoar junto da melodia. Música era algo que me fazia desejar viver, que me acompanhou em meus mais solitários dias. Eu pisquei lentamente, contendo as lágrimas. 

— Nunca vi uma sinfonia… 

Falei baixo, sentindo Nyx entrelaçar os dedos aos meus.  A música era linda, diferente de tudo que já ouvi. 

— Eles estão tocando uma música de uma antiga sinfonia feérica reverenciada, uma música escrita em uma época em que humanos sequer caminhavam sobre a terra… - Então ele baixou um pouco mais o tom, para que somente eu pudesse o escutar. - Eu acho intrigante, mas ainda assim um pouco desafinado. 

Mas eu... eu fiquei hipnotizada. Era simplesmente deslumbrante, ao meu ponto de vista. E quando acabou, quando senti lágrimas escorrerem por meu rosto enquanto aplaudia, pude sentir uma pequena faísca brilhar em mim. Uma faísca de vida. 

{Nyx}

Depois do almoço, caminhamos a pé por uma das pontes principais sobre o rio, fazíamos companhia um ao outro em silêncio, enquanto seguíamos para o Palácio de Linhas e Joias, porque ela insistia em comprar um presente para Drystan e alguns tecidos para o ateliê que meu pai havia lhe dado. 

— Seu pai vai demorar para voltar? 

Ela perguntou baixo, tentando fingir desinteresse. Eu a olhei pelo canto dos olhos. 

— Não tenho certeza…

Alya ficou em silêncio e então parou no centro da ponte de mármore. Parei ao seu lado, observando-a encarar a água azul-esverdeada que corria suavemente. Alya apoiou os antebraços no amplo parapeito de pedras, ainda observando o rio. 

— Rhysand vai me mandar voltar, não vai? 

Ela perguntou baixo, tão baixo que quase não a escutei. Algo em meu peito apertou. 

— Não… só se você quiser voltar. 

Falei, me aproximando mais e me apoiando no parapeito também. Alya sorriu levemente. 

— Porque sou sua parceira. 

Ela falou. Eu a observei com atenção, antes de suspirar e sorrir, então neguei com a cabeça, mesmo que não houvesse sido uma pergunta. 

— Porque acho que ele acabou se apegando a você. - Ela ergueu os olhos com um minúsculo sorriso incrédulo. - É sério! Acho que ele gosta mais de você do que de mim. 

Alya riu e então suspirou novamente. 

— Drystan quer ir comigo… Rhysand disse que eu poderia decidir, já que a exigência do meu pai era apenas me ver. 

Eu continuei a encarando, mesmo que ela permanecesse com os olhos no rio. 

— Você vai deixar? 

Iriamos essa noite. Eu, Alya, meu pai e meus tios. Minha mãe disse que ficaria para vigiar Velaris, mas eu sabia que não era apenas isso. Ela não via Tamlin, a não ser que fosse extremamente necessário. 

— Não sei… Drystan é impulsivo, apesar de poucos perceberem isso. - Um minúsculo sorriso apareceu nos lábios de Alya. - Ele parece ser controlador e cruel, mas é apenas uma máscara... Um escudo... como os que seu pai tem ou até mesmo você.

Eu estreitei meus olhos levemente, mas não a contrariei. Apenas arqueei uma sobrancelha.
 
— Sou forçado a ter essa máscara, porque minha Corte é dividida e uma parte dela acredita que a crueldade é sinônimo de força… Contra o que seu irmão mantém uma máscara?

Porque até onde eu sabia, a Corte Primaveril era livre e leal. Apesar de tudo, eles eram leais por orgulho e vontade. Não era como a Cidade Escavada. 

Alya deu de ombros. 

— Sentimentos. Drystan é o tipo de pessoa que sente demais… ele vê e sente tudo. Manter isso ajuda a evitar que ele se importe demais. Ele não ama muitos... Mas os poucos com quem se importa... não tenho dúvidas de que ele destruiria o mundo por eles. E isso é o que me assusta nesse encontro. Drystan é extremamente impulsivo quando se trata do meu pai.

Eu não o culpava. Se eu tivesse vivenciado parte do que Alya vivenciou, se eu tivesse morado com ela e fosse obrigado a me afastar… eu não culpava Drystan por ser daquela forma. 

— Ele é seu irmão… Eu queimaria o mundo por meus irmãos. 

Respondi e Alya sorriu. 

— Isso é uma das razões, sim… mas Drystan tem mágoas além com meu pai. Nosso povo é a principal razão de Drystan ter reunido essa  Equipe. Ele é o futuro Grão Senhor e isso já está mais do que claro. Mesmo em questão de poderes, mesmo se eu ganhasse dele pela magia… eu abdicaria para ele assumir. 

Sorri levemente para Alya. 

— Não tem vontade de ser Grã-senhora?

Alya riu levemente, ao mesmo tempo em que vi três pares de asas adentrando pelos céus de Velaris. Meu pai havia retornardo. 

— Nunca anciei pelo título de Grã-senhora da Primaveril. Mas Drystan vive por isso, não ousaria tirar isso dele. 

Sorri de canto, a puxando pela cintura, observando seus olhos se arregalarem levemente. Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha e sorri levemente. 

— E na Corte Noturna? 

Alya sorriu levemente, revirando os olhos e não consegui conter o desejo de beijar seu pescoço. A pele de Alya se arrepiou. 

— Você está dando um show para seus cidadãos, sabia? 

Eu ri levemente, não me importando com aquilo e deixando uma mordida leve no pescoço de minha parceira. Alya arfou.

— Você não respondeu à minha pergunta…

Falei baixo. 

— Que pergunta…? 

Sua voz estava rouca e baixa, eu quase ri. Beijei outro ponto de seu pescoço e Alya conteve um arfar. 

— Seria minha grã senhora? 

Alya concordou com a cabeça, embora eu duvidasse que ela tivesse prestado atenção no que estava acontecendo. E então o corpo de Alya aqueceu. Aqueceu tanto que tive que a soltar de supetão. 

— Nyx? - Ela perguntou confusa, enquanto eu a olhava assustado. E então arfou de dor. - Nyx! 

O chão pareceu congelar e Alya quase brilhava, parecendo pegar fogo. Ela gritou e eu a segurei. O cheiro de carne queimada chegou em minhas narinas, minhas mãos pareciam estar dentro do próprio fogo. Tentei ignorar a dor. 

— Alya… Alya, tente se acalmar. 

— Faça parar! - Ela gritou, antes de soltar um uivo de dor. 

A ponte pareceu congelar, apesar de Alya queimar. Eu olhei ao redor, e nos atravessei para o jardim da casa do rio. 

"Pai! Pai, venha ao jardim é urgente!" 

Gritei pela mente, ao mesmo tempo que Alya gritou de dor. Meus braços estavam queimando, quando eu a segurei no colo, as plantas do jardim pareciam me agarrar, agarrar minhas pernas, me derrubando no chão e Alya soltou outro uivo. 

— Mas que caralhos?! 

Quase gritei, cortando aqueles ramos e correndo até minha parceira. Alya estava deitada na grama, o corpo arqueado, brilhando devido ao fogo, apesar de a grama abaixo de si estar coberta de gelo.

Ela gritava e aquele fogo a queimava e se contorcia, como se a devorasse. De algum lugar Skyler e Temrys haviam surgido e Nyx conseguiu os ouvir xingar, enquanto tentava chegar até Alya. Suas pernas pareciam ser rasgadas pelos espinhos, os quais a todo momento ele tinha que cortar. Alya parecia que iria explodir, quando escuridão dominou o local.  A escuridão da noite, cheia de sombras, vento e estrelas, invadiu o jardim.

E quando Alya explodiu em magia, meu pai atacou. Ele tentou sufocar a magia dela com sua escuridão, como se tivesse soltado um cobertor nele. Alya gritou mais alto, um ruído de dor.

— Para! - Eu gritei, tentando avançar contra meu pai. - Está a machucando! 

Meu pai não me deu ouvidos, ele parecia gritar algo que era abafado pelos ventos que pareciam vazar da própria Alya. Temrys e Skyler me seguraram e tentei me soltar de ambos, Sky gritava algo. Eu não o ouvi, minha parceira estava em agonia e eu só tinha uma coisa em mente: Chegar em Alya. 

A magia de Alya recuou de novo, e meu pai empurrou uma onda de escuridão sobre ela novamente. Velaris inteira pareceu tremer, como se houvesse um terremoto enquanto Alya gritava com dor. Percebi então, que meu pai fizera uma barreira em torno de si e de Alya, enquanto eu gritava. Gritava desesperado para que meu pai parasse de machucar Alya. 

Minha mãe apareceu ao meu lado, falando algo e eu grunhi, conseguindo me soltar de Temrys e Sky com raiva, enquanto tentava fazer meu próprio poder se chocar contra os escudos de meu pai. Ele estava a machucando e eu não conseguia enxergar nada além daquilo. 

No momento em que cheguei perto do escudo, Azriel e Cassian me derrubaram no chão.

— Me soltem, me soltem agora!

Eu gritei, o poder ondulando de mim, os empurrando para longe. Eu iria os destruir, Alya gritou mais uma vez, me fazendo me debater com mais raiva, quando Drystan me segurou. 

— Ele está ajudando! Ele está ajudando, Nyx! 

Ele gritou e eu rosnei em sua direção. O laço oscilava em meu peito e eu estava desesperado. Drystan me segurou com meus tios, e vi pelo canto dos olhos a escuridão de meu pai fazendo pressão para baixo, e a magia de Alya revisando para cima, como se os dois poderes fossem espadas se chocando em batalha, lutando pela vantagem. Alya gritava em dor, em desespero. 

— Me solta! Drystan me solte agora mesmo! 

Eu gritei, desesperado por minha parceira. O mundo pareceu ficar silencioso por alguns segundos, e então uma grande explosão dentro daquela barreira fez o chão inteiro tremer, os pássaros voaram para longe, parecendo fugir. 

A barreira continha parte da explosão, apesar do chão ainda tremer. Ouvi minha mãe gritar o nome de meu pai e então a barreira foi destruída, com meu pai sendo lançado longe e com Alya caindo no chão desmaiada. O local ficou silencioso, e então ouvi minha mãe correndo até meu pai chamando seu nome, ao mesmo tempo em que eu me soltava dos meus tios correndo até Alya. 

Em um segundo, Drystan estava ao meu lado. Alya estava desacordada, aparentemente bem… mas desacordada. Virei meu rosto para meu pai, o vendo ser levantado por meus tios. Eu encarei Alya e o encarei. 

— O que aconteceu? Você está bem?

Perguntei ao meu pai, ele estava pálido como a morte e eu não tinha dúvidas de que se meus tios o soltasse, ele cairia no chão. Feyre engoliu em seco e Drystan encarou meu pai. 

— Aquilo foi... - Ele encarou a irmã com preocupação, antes de voltar a encarar Rhysand.-  Isso foi o verdadeiro poder dela? 

Meu pai encarou Drystan, sem esconder a própria preocupação. 

— Isso foi apenas a superfície dele. - Ele sussurrou. - Droga.

Nestha deu um passo à frente, encarando meu pai. 

— Ela teve algum gatilho para esse descontrole? 

Rhysand negou com a cabeça. 

— Ela estava o contendo demais. - Ele encarou Alya e depois me encarou. - Levem ela para um quarto e chamem Madja. 

Ele falou e somente então percebi que eu estava as barras de minha calça rasgadas, com sangue escorrendo de minhas panturrilhas e de como meus braços e peito estavam queimados. 

{Alya}

Uma luz cegante parecia me despertar, de forma que fazia meus olhos arderem. Rhysand estava dormindo em uma cadeira ao lado de minha cama.

A cabeça estava meio apoiada, meio pendurada em sua mão, as asas se arrastavam na pedra e ele vestia apenas uma calça de moletom e uma camisa preta. 

Eu o encarei por longos minutos, havia uma palidez incomum no rosto dele, as sobrancelhas ainda franzidas de preocupação, como se não parasse de se preocupar comigo. 

Meus olhos arderam e meu peito apertou. Ninguém nunca ficou me vigiando enquanto eu estava mal. Quando meu pai me batia, ele ficava comigo até terminarem de fazer meus curativos e então me mandava descansar. A única vez que acordei com alguém ao meu lado, foi quando Ren ficou comigo. E agora, eu acordei com Rhysand, o homem que desprezei desde o início, me vigiando com preocupação. 

Eu pisquei tentando afastar as lágrimas e funguei baixo, o som pareceu ter sido o suficiente para acordar Rhysand, pois olhos violetas me encararam imediatamente com nítida preocupação. Ele deu um sorriso suave e precisei lutar ainda mais contra as lágrimas que queriam escapar. Nyx tinha sorte. 

— Hey… Como se sente? 

Sua voz estava rouca, como se ele estivesse cansado, mas ainda assim era gentil e suave. Ele me entregou um copo de água, a qual dei um longo e generoso gole. 

— Oi…- Senti a culpa me encher e engoli em seco. Ele obviamente deveria estar chateado pelo que fiz. - Eu sinto muito, eu…

— Alya. - Ele me interrompeu com suavidade e segurou minha mão. - Não estou bravo, só quero saber se está bem. 

Eu engoli em seco novamente, sentindo minha garganta apertar. 

— Eu estou… 

Rhys sorriu mais abertamente, soltando minha mão. 

— Isso é bom. - Ele gemeu, se espreguiçando, primeiro os braços e depois as asas, então pegou um prato na mesa, que estava coberto por uma cúpula de prata. - Guardei torta pra você. 

Encarei o prato, o pegando com cuidado. 

— Nyx está bem? 

Perguntei baixo e Rhys sorriu pra mim. 

— Ele está ótimo. Ele e seu irmão estavam aqui e não paravam de discutir. Coloquei os dois pra fora, pra te deixar descansar um pouco.

Eu sorri levemente, retirando a cúpula e vendo um pedaço generoso de torta. Minha boca salivou.  

— Obrigada… - Rhys sorriu. - Meu pai… 

— Você ainda pode vê-lo hoje, se quiser. - Ele falou me interrompendo. Concordei com a cabeça e Rhys inclinou o rosto levemente, me observando. - Não estou bravo com você por conta dos seus poderes, Alya… Ninguém está. E eu entendo como seus poderes parecem pra você. Sei como é assustador ter uma quantidade tão grande e tão forte… te entendo bem, porque passo pelos mesmos problemas. Tenho que os usar constantemente para não acabar perdendo o controle. - Rhys se aproximou. - Vou tentar te ajudar com isso, se quiser. Formas de usá-los aos poucos. Toda magia precisa de libertação, Alya. Essa pressão que você sentiu e que tentou controlar, foi sua magia gritando para se libertar e liberar a pressão. - Eu concordei com a cabeça. Rhysand me observou com atenção. - Mas não é isso que está te incomodando…

Eu o encarei, antes de suspirar pesadamente. 

— O que vai fazer quando meu pai exigir que eu volte? 

Rhysand me encarou. 

— Você quer voltar? - Neguei com a cabeça, em silêncio. - Então não irá voltar. 

Eu o encarei. 

— Ele pode declarar guerra… não podemos nos dar ao luxo de perder alianças por conta disso. 

Não era charme ou drama. Era a verdade. Eu não poderia me dar ao luxo de destruir uma possível aliança por conta de meus caprichos. Não quando tinha tantas coisas em jogo. Rhysand apenas sorriu, ao se levantar. 

— Seu pai não vai, Alya. Ele é esperto demais para declarar uma guerra abertamente contra minha Corte. Mas não importa o que ele vai ou não fazer, se você não quiser voltar, você não vai. Tem minha palavra. 

Senti meu peito apertar, quando Rhys caminhou até a porta e me encarou novamente. 

— Se arrume, partiremos em algumas horas. 

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