Constelações

Od Fuqqboi

79K 9K 11.4K

Onde Sirius gosta de tatuar constelações. " - Eu acho que nunca te disse isso, mas eu amo suas sardinhas - Si... Více

Lua Cheia
Coroa De Flores
Floresta Proibida
Salão Comunal
Dorcas e Torre de Astronomia
O Trem
Lar
Halloween Parte 1
Halloween Parte 2
Sirius Black
Você está me deixando louco
Olhos Laranjas
Tick-Tock
Remus Lupin
Perdão
De Pink Floyd à Bowie
Bang
A Residência Lupin
Eu também tenho cicatrizes
Perguntas e Respostas
Velhos Hábitos
Trevo de Quatro Folhas
Milagres
Poções
Amor
O Acordo
Cão e Gato
Regulus Black
Amarrando as Pontas
Passagens Secretas

Oscar Wilde

1.4K 188 189
Od Fuqqboi


Remus odiava festas. Principalmente quando ele estava tentando ter um pouco de paz. Primeiro, ele havia tentado ler no dormitório, enquanto seus amigos festejavam lá embaixo, porém os meninos o puxaram até a festa para ele “ socializar um pouco mais”.  Em sua segunda tentativa, ler no sofá não foi a melhor opção, pois havia um casal que estava se beijando ao lado dele e Remus estava extremamente desconfortável. No final, Lily havia arrancado o livro de suas mãos e o feito levantar. Não era muito algo Lily Evans de se fazer, mas ela estava bebendo.

E então ela colocou um copo no lugar do livro em suas mãos e o fez levantar. Ele resmungou.

— Lily, como monitora você não deveria estar enchendo o saco do James para parar com a festa?

— Shhhhh, bebe.

Lily Evans era extremamente mandona. Remus imaginou que talvez fosse por isso que James Potter gostasse dela. Ele suspirou e olhou o conteúdo em seu copo. O líquido era laranja e Remus sentiu o cheiro da fruta vindo dele. Sem ter muita escolha, ele tomou um gole.

— Gostou? O James estava me ensinando a fazer batidas! Essa aí é de Gin com laranja, eu adorei.

A bebida realmente era boa, Remus mal sentiu o gosto de álcool. Ele tomou outro gole.

— O James te ensinando?

Ela deu de ombros e não respondeu. Ele sorriu de lado e tomou outro gole.

— Eu achei que você odiava o James.

Eles ficaram em silêncio por uns minutos e Remus entregou o copo vazio.

— Mais.

Ela riu e negou com a cabeça.

— Eu achei que você não bebia — Lily foi fazer a batida novamente.

Ele passou a mão pelo cabelo e observou a sala. Ele não era fraco pra bebida, é óbvio que não, mesmo que Sirius dissesse o contrário. Ele só… Esse era o problema de bebidas doces, você não percebe quanto álcool tem no copo, era isso. Ele se apoiou no sofá. Algo estava o incomodando, e ele não sabia o que.
Remus procurou seus amigos na multidão e se encontrou confuso. Ele conseguia ver James com Lily, e Frank com Alice, mas não havia sinal de Sirius, Peter, Marlene e Dorcas. Era isso que estava estranho, Sirius não estava em cima de uma mesa flertando com meio mundo.

Lily voltou com a bebida de Remus e ele tomou um gole antes de perguntar.

— Onde está o Sirius?

Lily sorriu e se sentou no braço do sofá onde Remus estava se apoiando.

— Por que? Uma vez na vida ele não está te incomodando.

— Justo. — Ele tomou outro gole.

— Ele está choramingando e sendo dramático. — Ela apontou para um ponto perto das escadas onde Sirius estava. — Marlene chutou a bunda dele.

Remus olhou pra ela, surpreso.

— Sério?! Eu achei que ela estava querendo namorar e ele não queria.

— Pelo contrário, por Merlin, Remus, vocês não conversam sobre isso? Ele é seu melhor amigo.

— É complicado…

— Garotos. — Ele foi se virar para ir atrás do amigo, mas Lily segurou sua mão. — Remus?

— Sim? — Ele acariciou a palma da amiga, um pouco surpreso com o toque.

— Você é um bom amigo. — Ela sorriu doce e soltou a mão do mesmo. Sem saber como responder, ele sorriu fraco e foi atrás de Sirius.

Sirius Black já era naturalmente dramático, Remus não sabia que poderia piorar. Ele se sentou ao lado de Sirius, que estava com a cabeça apoiada na parede e claramente havia passado seu limite para bebida. Remus tirou a garrafa da mão de Sirius e a pousou longe do mesmo.

— Acho que chega pra você hoje. — Ele tirou um cabelo de Sirius da testa suada.

— Ela não me quer mais, Moony. — Sua voz estava com um tom choroso e Remus não sabia o que fazer quando as pessoas choravam.

— Eu sinto muito, Pads. — Ele fez cafuné no garoto, que deitou a cabeça no ombro de Remus. — Você tem muitas garotas atrás de você.

— Eu seiii, mas eu quero ela.

— Sirius, você nem gosta da Marlene assim, você só estava confortável com ela ali.

— Desculpe Sr. Psicólogo.

Remus revirou os olhos. Ele tomou um gole da própria bebida.

— Você roubou minha bebida. — Sirius resmungou, mas não fez um esforço para pegar de volta.

— Roubei. — Ele fez cafuné no garoto de cabelos cacheados. — Ela te disse o porquê?

— Ela tá apaixonada por outra pessoa — Ele revirou os olhos e fungou.

— Oh, mesmo? Eu sinto muito, Pads. — Remus enrolou um cacho em seu dedo, o fio sedoso de cabelo tomando o formato ao redor de seu indicador, como se ele estivesse sempre ali.

Sirius xingou e eles ficaram em silêncio por alguns minutos. No fundo, o som do mais novo single do Queen preenchia o silêncio entre os dois. Remus tomou outro gole de seu copo e percebeu que sua visão estava um pouco embaçada quando ele tentava focar de longe. Sirius pegou o copo de Remus e o virou, tomando o resto e acabando com seu conteúdo. Lupin o xingou.

— Eu achei que você não bebia. — Sirius disse, sorrindo de lado. — E que porra é essa? Bebida doce do caralho, de mulher.

Remus deu um empurrão nele.

— Então fale com seu melhor amigo, porque foi ele quem fez.

Sirius riu e se inclinou, seu rosto ficando perto com o do Remus.

— Ele gosta desses drinks, eu prefiro algo mais forte.

— Eu tô sabendo como você é muito macho. — Remus brincou.

Sirius mordeu o próprio lábio e empurrou Remus pro chão, ficando em cima dele e fazendo cócegas. Remus riu alto e se debateu.

— Sirius! Sirius! Não!

O mais velho riu e continuou com a tortura.

— Me diz quem é muito macho agora. — Uma risada saiu da garganta de Remus que fez até o coração de Sirius bater mais rápido. Remus deu tapinhas no braço de Sirius até o mesmo parar com a brincadeira, se inclinando para trás e sentando nos próprios calcanhares.

— Eu vou te matar. — Remus disse, parando pra tomar ar, com a bochecha doendo de rir.

— Ah não vai nada. — O Black sorriu e esticou a mão para Remus.

O mais novo pegou a mão e se apoiou nela para sentar no chão. Suas bochechas estavam vermelhas por causa do álcool, e Sirius pensou como ele estava sexy assim.

— Meu punho está muito perto das suas partes pra você pre me provocar assim.

— Quando medo eu tenho de você, Lupin.

— Ah, mas deveria.

— Blá, blá, blá, eu sou Remus Lupin, eu sou um lobisomem assustador que lê romances gays na sala de aula quando está entediado.

Remus encostou no próprio peito e fez uma feição ofendida.

— Com licença? Como você... Sirius!

Remus estava confuso, se perguntando como Sirius sabia o que ele fazia durante as aulas, ainda mais os livros que ele lia. Claro, de todas as pessoas Sirius era o que menos tinha dúvida da sexualidade de Remus, mas… Sirius Black não lia literatura bruxa, muito menos trouxa. Era impossível ele ter noção do tipo de livros que Remus consumia.

Sirius sorriu com o jeito que ele havia embasbacado Remus, ele gostava de causar essas reações no outro garoto.

— O que? Eu sei uma coisa ou outra. — Ele se inclinou, fazendo eles ficarem mais perto.

Remus sentiu sua mão suar com seu nervosismo. Sirius estava perto demais, e seu corpo não reclamava nem um pouco disso. E claro, eles estavam em um canto onde ninguém os veria a não ser que realmente estivessem procurando, mas ainda era em público e o mais perto de pessoas que eles já haviam feito algo. O problema é, Remus normalmente estaria sóbrio o suficiente pra lidar com essa situação, mas ele não estava, então ele soltou uma risada de nervoso, sentindo suas bochechas esquentarem. Por Merlin, ele se sentia como uma garotinha apaixonada. E bem, era quase isso. Ele se esqueceu de responder e Sirius tomou isso como algo positivo.
Agora ele estava tão perto que Remus conseguia sentir a respiração quente de Sirius fazendo carinho em sua pele, ele conseguia sentir o hálito do mais velho, que dessa vez, e apenas dessa vez, não o incomodava por estar cheirando a álcool. Aqueles perfeitos lábios carmim se abriram e as próximas palavras saíram naquela maldita voz que Remus adorava, aquela voz que Sirius usava quando queria impor respeito, ou quando ele estava flertando. Aquela voz nobre de Sirius Black.

— “Eu sou inefável¹, do tipo Oscar Wilde²”— Sirius murmurou, e o coração de Remus saltou em seu peito. Ele reconhecia a frase. Ela pertencia a uma das novas aquisições de sua prateleira de favoritos, Maurice, de E.M.Forster. Era um dos poucos livros gays que Remus achou, e desses poucos, um dos únicos que tinha um final feliz. Mas era um livro tecnicamente desconhecido, como...
Sirius continuou.

— “Ele viveria de forma íntegra, não porque isso tivesse alguma importância para alguém agora, mas pelo mérito do jogo.
Não se enganaria tanto. Não fingiria, e era esse o teste, gostar de mulheres, quando o único sexo que o atraía era o próprio. Amava os homens e sempre os havia amado. Ansiava por abraçá-los e dissolver seu ser no deles. Agora que perdera o homem que retribuiu o seu amor, admitia a verdade.”

Remus fechou os olhos, deixando as palavras dançarem em seus ouvidos. De certa forma, Remus se identificava com Maurice. Claro, Remus era gay em 1970, Maurice fora gay no começo do século. Afinal, havia muita coisa mudado? Remus se sentiu estúpido, Maurice era um personagem fictício.

— “É o que estou lhe dizendo, eu vim aqui apenas para dizer isso, a meu modo... Sempre fui como os gregos e não sabia.”

Remus realmente gostava dessa passagem do livro em específico. Gregos sempre estiveram envolvidos com homossexualidade, diversos exemplos podiam ser encontrados, mas o favorito de Remus tinha de ser Aquiles e Patroclo. Talvez porque ele se identificasse um pouco com o último, mas era mais uma tragédia na história da literatura gay. Remus inspirou o ar e então se tocou de algo. Essas não eram apenas frases do livro, essas eram algumas das frases que Remus havia grifado em sua cópia do mesmo. Ele abriu seus olhos e o olhar de Sirius o encontrou. Ele estava tão perto…

Sirius o encarava. Ele sabia aquelas frases de cor. Remus sentiu seu braço arrepiar.

— Espero que você não se importe de eu ter pego emprestado. — Sirius sorriu de lado.

— Você deveria ter pedido. — Foi tudo que Remus conseguiu dizer.

— Se eu tivesse pedido, seu coração estaria batendo tão forte quanto ele está agora?

E Remus sabia que a resposta dessa pergunta era não, mas ele não disse o mesmo.

— Eu te dei esse livro, acho que eu posso pegar sem pedir.

Remus revirou os olhos mas sorriu.

— Você é um idiota, sabia?

Sirius sorriu e assentiu com a cabeça, concordando sem dizer uma palavra.

Ambos se encostaram na parede de pedra, ficando em silêncio e observando a festa rolar. Com o passar dos minutos, o frio da pedra fez o pelos do braço de Remus arrepiar e ele abraçou as próprias pernas. Sirius, entendendo o frio, passou seu braço pelos ombros dele.

Lily havia perdido um pouco do equilíbrio. James riu alto quando ela caiu no chão, mas claro, em seguida a ajudou a levantar.

— Eu acho que você passou do limite. — Ele disse, segurando outra risada e a segurando estável.

— Shhh silêncio, Potter. — Ela riu, pousando suas mãos nos braços de James que estavam a segurando.

— Vamos, você tem que ir pra cama.

— Ugh, okay pai.

Ele riu e a levou até a base das escadas. Então, ela parou e olhou para ele por alguns segundos.

— Você não consegue subir, as escadas não gostam de garotos.  — Ele riu e deu de ombros.

— Eu posso ir flutuando. — Ela franziu o cenho e deu um tapinha no braço dele.

— Não vou nem perguntar como você pensou nisso.

No dormitório feminino, James estava olhando para os lados, observando o local. As decorações eram as mesmas, e o quarto era organizado do mesmo jeito. Até as coisas femininas no dormitório tinham no dele, como espelhos por toda parte, escovas de cabelo e maquiagem. E isso se chamava Sirius Black.

Lily tirou os saltos e se sentou no que James imaginava ser a cama da mesma. Ela sorriu.

— Obrigada por me trazer, meu equilíbrio está duvidoso.

— Eu percebi. — Ele sorriu de lado. — É a primeira vez que você fica bêbada? — Ele colocou as mãos dentro do bolso da calça.

— Uhum. — Ela soltou a própria gravata. — Você é uma péssima influência, Potter.

— Nem me diga. — Ele sorriu de lado.
Ele sentiu as bochechas esquentarem e agradeceu a melanina por o fato não ficar aparente.

Ela se levantou novamente, depois de alguns segundos em silêncio.

— Você deveria ir, James.

Ele assentiu com a cabeça e andou em direção a porta. Antes que ele pudesse sair, Lily segurou o braço do mesmo.

— Tá tudo bem? — Ele perguntou, preocupado.

Ela sorriu e beijou o canto da boca do garoto.

— Boa noite, James.

Ela se virou e andou até sua cama. James saiu com um sorriso no rosto.

¹- indizível.
²- Oscar Wilde foi um escritor homossexual, que foi preso e condenado pelo mesmo. Seu livro mais famoso é Retrato de Dorian Gray, onde o personagem principal é um homem bissexual.

Pokračovat ve čtení

Mohlo by se ti líbit

4.4M 311K 74
Sua própria família a despreza. Seu pai lhe trata com indiferença, suas irmãs lhe humilham. Helle Diana, uma jovem de dezenove anos e praticamente ma...
225K 1.9K 32
Oiiee amores, uma fic pra vcs!! Irá conter: - masturbação - sexo - traição Se não gosta de nenhum dos assuntos a cima, já sabe não leia.
1.1M 67.2K 47
Atenção! Obra em processo de revisão! +16| 𝕽𝖔𝖈𝖎𝖓𝖍𝖆 - 𝕽𝖎𝖔 𝕯𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔| Fast burn. Mel é uma menina que mora sozinha, sem família e s...
132K 5.6K 10
Dois melhores amigos que vivem se provocando decidem adicionar um pouco mais de cor na amizade... O que pode dar errado?