Laços de Amor (CONCLUÍDA)

By escritorapce

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Fernanda, envolta pelo calor familiar de uma fazenda em Minas Gerais, nutria em seu coração o anseio de desbr... More

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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Epílogo- Parte 1
Epílogo - Parte final

Capítulo 11

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By escritorapce

Fernanda

O restante do meu dia se arrastou, fiquei tão ansiosa e com tanta expectativa para a minha primeira entrevista de emprego na vida que mal consegui dormir a noite.

A moça da agência me passou o endereço da casa dos pais da criança, que se tudo certo eu seria a babá, eu iria falar diretamente com eles. Me avisou que eu deveria ser pontual e chegar ao local exatamente às nove horas.

Passei a noite praticamente insone, imaginando como seria a menina. Cinco anos. Eu convivia com crianças na fazenda, filhos de funcionários, mas nunca fui responsável por uma. Será que eu daria conta? E se ela não gostasse de mim?
Eram tantas questões. E minha família? Fernando iria enlouquecer quando soubesse que eu arrumei um emprego.

Financeiramente eu não preciso desse trabalho, no entanto a possibilidade de fazer algo por mim mesma estava me encorajando a investir em mais essa aventura.

Pesquisei o bairro, que não fica muito longe de onde está localizado meu prédio, e vi que se trata de um condomínio de luxo. Com certeza são uma família muito rica, pois o lugar é composto por mansões e moradores milionários.

Eu nunca fui uma covarde, quero pagar pra ver o que vai acontecer. Um dia sem nada para fazer no apartamento e já fiquei entediada. Se continuasse assim, eu logo voltaria para casa. Se esse trabalho der certo, posso focar na faculdade e começar os estudos por aqui mesmo.

Preciso contar para minha família, mas por enquanto aguardarei para saber se dará certo. Talvez os pais nem gostem de mim, não posso esquecer que não tenho nenhuma experiência. A menina também pode não ir com a minha cara. O que eu duvido muito, já que todas as crianças da fazenda me adoram.

Eu sempre me dei bem com todas. Inventávamos várias brincadeiras. Eu organizava piqueniques, acampamentos...
Tenho certeza que me darei bem com ela.

Tenho que ser eu mesma. Não tentar ser qualquer outra coisa que não seja a verdadeira Fernanda.
Eu tenho muito orgulho de ser mineira, da roça. Tudo que minha família construiu foi trabalhando honestamente. Apesar de sermos ricos, somos pessoas simples. Existem coisas muito mais importante que o dinheiro.

Tomara que eles gostem de mim.


Algumas horas depois

Ao estacionarmos em frente a mansão, desço do taxi e analiso minhas roupas. Pela imponência da construção, penso se não estou vestida de forma muito simples. Jeans, camiseta e tênis?
Seja você mesma Fernanda!
Uma voz sussurra em meus ouvidos. Exatamente, não devo me esquecer disso, jamais tentarei ser quem não sou somente para agradar alguém.

Apesar de ser jovem e ter apenas dezenove anos, recém completados, me considero uma pessoa madura para minha idade. Ter crescido ao lado do meu irmão, dez anos mais velho que eu, me fez enxergar a vida através de um ponto de vista mais experiente. Há pessoas que valorizam o ter. Aprendi com meus pais que devemos sempre valorizar o ser e enxergar o melhor nas pessoas, e não seu saldo no banco.

Após ser atendida pelo porteiro, lhe informo que vim para uma entrevista na casa de Raul Garcia, ele usa o interfone e após falar com alguém minha entrada é liberada. Enquanto percorro um curto caminho a pé, acompanhada por um segurança, observo o lugar. As casas são lindas, muito luxuosas. Nossa casa na fazenda também é bem grande, mas nem de longe tem o luxo dessas aqui. Nosso estilo de moradia é completamente diferente. Lá temos uma casa típica de fazenda.

Paramos em frente uma mansão enorme, e após tocar a campainha, ainda na presença do segurança, aguardo ser atendida. Não demora mais que alguns segundos para que uma senhora baixinha abra a porta. Ela me recebe com um sorriso tão simpático.

Não perco tempo em ne apresentar. — Oi, eu sou a Fernanda. — Lhe estendo a mão para um aperto e seu sorriso se alarga. Por Deus, nem a conheço, mas já me sinto mais relaxada em sua presença.
— Bom dia, querida! — Ela segura minha mão em um aperto firme. — Eu sou Rosa, venha que o patrão já a aguarda.

Eu disse que havia relaxado? Balela, estou muito nervosa.

Acompanho Dona Rosa para dentro e observo discretamente o lugar. A casa é enorme, e até onde meus olhos alcançam, acho tudo muito branco para meu gosto, no entanto é indiscutível o luxo do lugar. Quando ela para à minha frente foco minha atenção no homem diante de nós. Santa mãe de Deus!
Eu não estava preparada para o exemplar da figura masculina que tenho diante de mim.

Esse é o pai? Jesus misericordioso!


O homem é lindo, no entanto alguém chama ainda mais minha atenção. Automaticamente meus olhos seguem para baixo e focam em uma pessoinha de cabelos claros, como raios de sol, e os olhos mais azuis que já vira na minha vida. Ela me fita com expectativa. Cautelosa me aproximo, saindo de trás de Dona Rosa. Os dois, pai e filha, estão de mãos dadas e me observam como se isso fosse um teste, aguardando meus próximos passos.

— Oi, eu sou a Fernanda. — Ela me oferece um sorriso tão sincero e iluminado. Exatamente como deve ser o sorriso de uma criança. Me agacho para ficar da sua altura e lhe estendo a mão para um cumprimento. Ela solta a mão do pai e segura a minha. Sua mãozinha é tão delicada, tão macia. Se eu pudesse tocar uma nuvem no céu, tenho certeza que teria a mesma sensação. Falando em céu, tenho certeza que quando Deus a fez, usou a cor azul do céu como inspiração pra seus olhos.

— Oi! — O cumprimento sai sussurrado, percebo que está um pouquinho envergonhada. — Meu nome é Clara. — Ficamos nos avaliando por alguns segundos sem soltar nossas mãos. Clara me observa atentamente, acho que me avalia e se pergunta se estou a altura de ser sua babá. Já eu, estou focada em sua beleza, nunca vi uma criança tão linda. Parece um anjo.

— Você vai ser minha babá? — Ainda estou agachada aos seus pés e pela minha visão periférica percebo que o pai tem sua atenção em nós. Nossos olhos se encontram por segundos, e não consigo compreender a miríade de sentimentos que vivencio nesse momento. Me levanto, e nossas mãos não se soltam, ao contrário, Clara agora entrelaça nossos dedos.

Eu preciso ser sincera com ela, nao sei se serei contratada, embora em meu coração peço em uma breve oração que Deus permita que sim, que eu seja sua babá.

— Precisamos nos conhecer primeiro, o que você acha? — Ela franze a testa e olha para o pai sem dizer nada, como se aguardasse a sua decisão. Ficamos nós duas encarando o deus grego a nossa frente. Ainda bem que não se pode ler pensamentos. Eu não seria contratada se ele pudesse fazê-lo.

O homem é lindo e observando seu rosto noto as semelhanças entre pai e filha. Eles são fisicamente muito parecidos, entretanto a menina deve ter herdado o cabelo e olhos da mãe. Meleca, a mãe!

Eu aqui me derretendo pelo meu, quase futuro primeiro patrão e me esqueci completamente que Clara tem uma mãe. Falando nela, onde será que está? Se Clara fosse minha filha, com toda certeza eu estaria aqui.

— Planejamos ir ao cinema, gostaria de ir conosco? Assim, poderemos conversar e nos conhecermos. — A voz de Raul me traz de volta a realidade. É a primeira vez que a ouço, ficamos nos encarando por um momento, ele é bonito demais.
Olhos cor de mel, cabelo preto todo arrumadinho, rosto liso, sem barba. Ele é alto e imagino que por baixo da polo preta que usa, esconda um corpo definido.

Presta atenção. Fernanda! Você está aqui a cinco minutos e já está imaginando o corpo do homem por baixo da roupa. Um homem casado.

— Claro. Eu adoraria acompanhar vocês. — Finalmente respondo e noto Clara me observando de cima abaixo. Sua atenção se prende em meu tênis branco e vejo ela olhar para seus próprios pés que estão calçados com uma sandália que combina perfeitamente com o vestido cor de rosa. Ela olha para mim e depois para nossos pés e já posso imaginar o que se passa na sua cabecinha.

— Papai, vou trocar meu sapato. — Ela solta nossas mãos e sobe as escadas correndo, segurando no corrimão. Me sinto emocionada, se ela foi fazer o que estou pensando, Clara quer se parecer comigo, e isso é uma prova de que a minha nova amiga gostou de mim.

Movo meu corpo ficando de frente para o homem que está ao meu lado e preciso levantar a cabeça para fitar seus olhos. Ele é um tanto mais alto que eu, não que eu seja baixinha, no entanto ele deve ter quase uns vinte centímetros a mais que eu, assim como meu irmão. Lembro-me então que não nos apresentamos.

— Oi. — Digo e ele sorri. Juro por Deus, eu gostaria de fotografá-lo e usar como plano de fundo da tela do meu celular. — Eu sou a Fernanda, mas acho que você já sabe disso. Sua filha roubou completamente minha atenção que até esqueci de me apresentar.

— Entendo perfeitamente como se sentiu. Ela faz exatamente o mesmo comigo.

Antes que eu possa responder, Clara está de volta e para comprovar minha teoria vejo um par de tênis branco em seus pés. Seu pai e eu trocamos um olhar cúmplice e eu sorrio. Não precisamos de palavras para nos comunicar e isso me causa um sentimento de reconhecimento estranho.

Houve uma conexão entre nós, como se já fossemos conhecedores um do outro. Como se não precisássemos de palavras para nos entendermos.
Meu coração fica quentinho ao reconhecer que Clara quis se parecer comigo. Será possível que em poucos minutos tenha sido construída uma ligação invisível entre nós?

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