Constelações

By Fuqqboi

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Onde Sirius gosta de tatuar constelações. " - Eu acho que nunca te disse isso, mas eu amo suas sardinhas - Si... More

Lua Cheia
Coroa De Flores
Floresta Proibida
Salão Comunal
Dorcas e Torre de Astronomia
O Trem
Lar
Halloween Parte 1
Halloween Parte 2
Sirius Black
Você está me deixando louco
Olhos Laranjas
Tick-Tock
Remus Lupin
Perdão
De Pink Floyd à Bowie
Bang
A Residência Lupin
Eu também tenho cicatrizes
Perguntas e Respostas
Trevo de Quatro Folhas
Milagres
Poções
Oscar Wilde
Amor
O Acordo
Cão e Gato
Regulus Black
Amarrando as Pontas
Passagens Secretas

Velhos Hábitos

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By Fuqqboi

Sirius correu para alcançar Remus. Maldito lobisomem com pernas longas.

— Aproveitador. — Sirius disse, esfregando as mãos para se livrar do frio.

— Vamos voltar logo. — Remus pediu, só querendo dormir.

— A noite só começou, Remie.

— Na verdade, ela está acabando. — Remus fez com a cabeça em direção ao sol nascendo.

O Black revirou os olhos e deu um leve soquinho no braço de Remus.

— Não vamos pra casa tão cedo.

— Se você está querendo que eu pare de ficar bravo com você, me privar de uma boa noite de sono não está te ajudando.

— Bem, você não reclamou disso algumas horas atrás.

Remus arregalou os olhos pro que Sirius falou. Sirius sorriu de lado, sentindo suas bochechas ganharem um tom rubro.

— Você está ficando confortável demais. — Remus resmungou, ainda sem acreditar na ousadia de Sirius.

Sirius sorriu e colocou as mãos nos bolsos.

A neve caia levemente, alguns pequenos flocos pintavam o cabelo quase loiro de Remus.

— Para onde vamos então?

Sirius deu de ombros e não respondeu. Remus cerrou os olhos.

— Porque sua tatuagem é segredo pra mim?

— Porque vai ser uma surpresa. Você pergunta demais, Moony.

Remus revirou os olhos.

— Eu não vou te deixar fazer isso!

— É só um presente!

— Um presente caro, e você já me deu um livro de natal ontem!

— Ontem foi um, hoje são...— Sirius sinalizou com a mão em direção ao carrinho com livros.— Uns vinte?

Remus cruzou os braços.

— Eu sei que você tá com o rabo entre as pernas pedindo desculpas, mas você não precisa gastar todo seu dinheiro comigo!

— Todo meu dinheiro? Esse é o dinheiro do meu almoço.— Sirius brincou, mas levou um chutinho.

— Me desculpa, sua majestade. — Lupin respondeu sarcasticamente.

Os dois garotos já estavam discutindo a dez minutos em um balcão da pequena livraria trouxa.

Sirius havia notado todos os livros que prenderam o olhar de Remus, e os juntou num carrinho.

— Até gostei de você me chamando assim. — Sirius disse, sorrindo. — Qual é, Moony, é presente!

— Um exagero! E eu não vou te chamar assim, se acostume com cachorro.

O Black deu de ombros.

— Meu nome do meio é exagero, Remie.

Remus suspirou.

— Eu tô sabendo.

Sirius passou a mão por seus próprios cachos e mordeu o lábio inferior.

— Então metade disso? Dez livrinhos, é pouca coisa.

— Pouca coisa? Eu odeio gente rica.

— Não quando eles estão comprando algo pra você.

— Principalmente quando eles estão comprando algo pra mim.

Sirius pegou sua carteira de dentro de seu agasalho.

— Cansei de discutir, escolhe dez ou eu levo os vinte.

Remus abriu a boca pra discutir. Sirius nunca entendia porque o amigo recusava ser mimado. Oras, ele tinha dinheiro, Remus não. Ele deveria aproveitar quando Sirius pagava para ele.

Remus selecionou os dez livros da grande pilha. Seu olhar estava no chão.

Sirius pagou e guardou a grande quantidade de livros em uma pequena bolsa com um feitiço extensível.

Quando eles saíram da livraria, a neblina já estava sumindo e o sol havia começado a brilhar alto.

Sirius checou seu relógio. Sete da manhã.

Ele dirigiu seu olhar a Remus, que estava de cabeça baixa.

O Black realmente não entendia as reações de Remus. Ele segurou o queixo do mais alto, obrigando o mesmo a o encarar.

— O que eu fiz de errado dessa vez?

— Drama queen. — Remus disse revirando os olhos.

— Velho emburrado.

— Disse o mais velho do grupo. A gente pode ir pra casa agora?

— Claro, Moony.

Eram sete da noite e eles ainda não haviam voltado para a casa dos Potter.

Eles haviam andado o dia inteiro, e o pé de Sirius estava ardendo naquele coturno.

Remus estava deitado no banco do trem, com a cabeça encostada na janela. Seu peito subia e descia lentamente, em um sono cansado.

Sirius se lembrou de quando eles se conheceram. O pequeno e magrelo garoto, sonolento e com a língua afiada. Ele havia acordado assustado com o barulho de Sirius entrando no vagão.

— Agradeço a delicadeza. — Foi a primeira coisa que ele disse.

Ele vestia um suéter quase o dobro de seu tamanho. Um malão tão gasto quanto suas roupas estava na parte de cima do vagão, com as iniciais " R.J.L." gravadas.

— Por nada. — Sirius respondeu, sorrindo. — É um prazer, Sirius Black. Espero que não se importe de dividirmos o vagão.— Black havia dito, já colocando seu malão ao lado do de Remus e esticando sua mão para um cumprimento.

Remus apertou a mão e se apresentou, sem saber como negar.

— Você parece meio assustado, desculpe-me te acordar assim. — Sirius mexeu nos seus bolsos e quando achou o que queria, soltou um "ahá!".— Coma, você vai se sentir melhor.

Remus esticou sua mão e pegou a barra de chocolate.

Sirius sorriu com a lembrança e olhou pela janela, vendo os prédios ficarem distantes e as pequenas casas e grandes propriedades começando a aparecer.

Ele tirou um pequeno caderno de seu bolso e o pousou na mesinha à sua frente. Ele havia o achado quando estava juntando suas coisas para fugir de casa.

Era um caderninho que, quando pequeno, ele desenhava. As páginas estavam borradas de grafite e carvão. A capa era de um couro marrom, e na primeira página, a sua caligrafia de anos atrás havia pintado seu nome com tinta.

Ele folheou até chegar no meio, onde começavam as páginas vazias.

Seu coração pulou em seu peito. Era algo idiota, mas ele sentiu seu braço arrepiar. Sirius considerou por alguns segundos, e então pegou o grafite que ele havia comprado na livraria mais cedo.

Ele se inclinou no assento, e então, começou a desenhar a curva dos lábios de Remus.

James estava começando a ficar sem desculpas para o sumiço dos dois amigos.

Claro, ele queria que os dois voltassem a se dar bem, mas eles precisavam ficar quase um dia inteiro fora?

Sim, havia uma grande possibilidade deles terem matado um ao outro, mesmo que James houvesse explicitamente dado ordens para não o fazerem. E também tinha a possibilidade deles terem se metido em alguma encrenca, porque Sirius estava envolvido, mas esse pensamento o magoava, saber que qualquer que fosse a encrenca, ele não estaria lá para presenciar.


Ele sentou na escada na frente de sua casa, com uma goles de quadribol na mão. Bem, ele estava preocupado, mas um tempo sozinho para pensar era bom. Ele girou a goles em sua mão direita, a luva sem dedos atrapalhava um pouco, então ele só deixou a bola girar por alguns segundos na ponta de seu indicador.

James Potter nunca havia se sentido tão angustiado. Ele tinha tudo, mas estava se sentindo sufocado. Os marotos sempre foram muito unidos, mas nos últimos meses tudo isso foi pro ralo. Começando pelo óbvio, a merda da pegadinha de Sirius. Esse foi o pontapé inicial, depois, Remus se recusando a falar com eles e Sirius e James tendo que o buscar num apartamento no subúrbio de Londres. E, o que afundava seu peito, Peter. Desde que se conheceram, eles sempre passaram o natal juntos. Pettigrew adorava aprender receitas novas com Euphemia, e massacrar Fleamont no xadrez.

Claro, Peter disse que não poder ir esse ano não era uma escolha sua. E ele não foi o único que decidiu ficar no conforto de sua casa. Sussurros eram levados pelo vento. De bruxo a bruxo. A guerra. James sentiu seu braço arrepiar, e não por causa do frio.

Fleamont não havia deixado seu filho ouvir as reuniões, mas James também vinha sussurrando. Uma Ordem. Comensais. Dumbledore. Voldemort.

Ele assoprou no ar, vendo sua respiração formar uma nuvem de ar quente.

Ele ouviu esse nome bastante. Lorde Voldemort. Pensando um pouco sobre, ele se lembrou da noite de Halloween, da profecia. "O Lorde perecerá'". Esse era o único "lorde" que James conhecia, então a profecia provavelmente se aplicava a ele. Bem, não era exatamente uma profecia. Veja, existem dois tipos de profecias, James aprendeu procurando sobre em seu tempo livre quando seus exames acabaram.
Uma, é certeira, o que é dito, vai acontecer. Essas são feitas por um vidente, e são armazenadas em objetos redondos de vidro chamados de Registros de Profecia. Elas são armazenadas em uma sala do Ministério, e são muito bem protegidas.

Mas, não foi esse tipo que James havia recebido em 31 de Outubro de 1976. O segundo tipo de profecia podia ser dito por qualquer pessoa com uma espiadinha em um possível futuro. Porém, a grande diferença das duas era que, uma delas poderia ser evitada.

Esse pensamento fez a cabeça de James rodar por semanas. A tal profecia poderia ser evitada. Isso havia acalmado seu coração até outro pensamento destruir isso. Muitas vezes, algumas profecias são cumpridas pelas próprias ações de tentar evitá-las.

Ele se perguntou onde ele se encaixava na tal profecia.

"Aquele que o mundo salvou com sua vida logo cairá, consigo levando a mulher que no ventre carregará o mais importante de todos. O Lorde perecerá, e o protetor, o mais leal entre os seus, será recluso e em desgraça afundará...O delator, desvanecerá e o híbrido passará cada luar com a vazia lembrança da traição daquele que mais amava, sozinho nas trevas.[...] O dia de sua queda pelo mundo será celebrado, sua pobre alma se esvaziando em meio aos festejos, sua morte será motivo de euforia e o Samhain irá ser comemorado."

Existiam alguns sujeitos na predição. O que cairá, a mulher, o filho, o lorde, o protetor, o delator e o híbrido. De dois, ele havia certeza, o lorde e o híbrido. O mais específico de todos era Remus, passando as luas cheias sozinho. O que significava que James, Sirius e Peter não estariam lá para ele. O que significava que os três se encaixavam no que cairá, o protetor e o delator.

James tirou um maço de cigarros de seu bolso, e acendeu um com o isqueiro que Sirius havia lhe dado de natal. Malditas coisas, esses cigarros. Sirius o havia levado pro mal caminho mais uma vez.

Ele tragou e soltou a fumaça em formatos de bolinhas.

Havia vários outros assuntos que apertavam seu peito no momento.
Mas um dos que mais doíam, tinha nome, sobrenome, e uma linda cabeleira ruiva.

James Potter era louco por Lily Evans. Ele sempre ouvira que ele nunca deveria desistir de seus sonhos. Então ele insistiu, por anos. Sirius adorava chamar ele de otário por causa disso. Ele era o melhor jogador de quadribol que Hogwarts já havia visto, ele era bonito, inteligente e havia uma longa lista de garotas querendo um pedacinho de James Potter. Mas ele só tinha olhos para Lily Evans. Okay, isso não quer dizer que ele nunca havia beijado ou saído com outras garotas. Ele havia, várias e várias vezes. Mas ele nunca havia tido nada sério, e em todas as garotas, ele procurava o verde dos olhos de Lily.

Depois da última bronca que ele havia levado, ele ficou no seu canto. Ele não havia admitido, mas ser comparado a Severus tinha doído.

Ele estava cansado. De correr atrás de uma garota que nunca havia olhado em sua direção. De tentar fazer todo mundo ficar bem. De limpar as sujeiras de Sirius.

Ele tragou novamente. Ele iria fazer 17 anos em três meses. Em menos de dois anos ele iria se formar em Hogwarts. Ele precisava pensar em si mesmo. Ele precisava largar o osso. Doía admitir, mas ele sabia que precisava disso.

James bateu levemente no cigarro, deixando as cinzas caírem. Ele ia desistir de Lily Evans. 

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