Entidades

By JhonLucasPaes

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E se anjos e demônios realmente existissem? E se os anjos descessem dos Céus, se apaixonassem por humanos e t... More

Dedicatória
Epígrafe
Nota do Autor
PARTE I - OLHOS VERMELHOS
Capítulo 1 - Lola Witt
Capítulo 2 - Fragmentos
Capítulo 3 - Distúrbio
Capítulo 4 - O Convite
Capítulo 5 - Noite Longa
Capítulo 6 - Interrogada
Capítulo 7 - Novo Mundo
Capítulo 8 - Arrebatada
PARTE II - OS SEMIANJOS
Capítulo 9 - Anjos da Noite
Capítulo 10 - As Revelações
Capítulo 11 - Cooper's Candy
Capítulo 12 - Seja Bem-Vinda a Édenia
Capítulo 13 - Primeiro Exercício
Capítulo 14 - Sangue na Neve
Capítulo 15 - Lembranças Hostis
Capítulo 16 - Verdades Secretas
Capítulo 17 - Braceletes Celestiais
Capítulo 19 - Persistência
Capítulo 20 - Nova Aliada
Capítulo 21 - Segunda Fase
Capítulo 22 - O Anúncio
Capítulo 23 - Exame Valente
Capítulo 24 - Primeiras Lutas
Capítulo 25 - Lâminas e Sangue
Capítulo 26 - Arcanjo Rafael e o Pagão
Capítulo 27 - Um Pedido de Desculpas
Capítulo 28 - Reflexos do Passado
Capítulo 29 - Uma Jornada Inesperada
PARTE III - DOMINADA
Capítulo 30 - Vísceras Expostas
Capítulo 31 - Club Red & The Red Owl
Capítulo 32 - Lucy Morris
Capítulo 33 - Estranhos no Paraíso
Capítulo 34 - Mal-Assombrado
Capítulo 35 - Mãe e Filha
Capítulo 36 - Retornando
Capítulo 37 - Transcendentes
Capítulo 38 - Profecias do Apocalipse
Capítulo 39 - O Labirinto
Capítulo 40 - Corpos Incinerados
Capítulo 41 - Os Sobreviventes
Capítulo 42 - Templo de Metatron
Capítulo 43 - Anjos Cadentes
Capítulo 44 - Príncipe das Entidades
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 18 - Perseguição

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By JhonLucasPaes

Senti meu coração palpitar com força dentro do meu peito quando eu comecei a correr, sem olhar para trás. Não fazia ideia de onde estava Bonnie, Leone ou Path, pois eles haviam sumido tão subitamente em meio à multidão de semianjos que eu não consegui acompanhar nenhum deles. Mas isso era bom, não queria ter que encarar a possibilidade de enfrentar meus amigos — em um confronto de verdade. Bom, exceto talvez o detestável Path. Que eu não considerava um amigo, mas apenas um colega irritante que eu tinha que aturar nas aulas e treinamentos. Meu desprezo por ele era recíproco, e eu achava isso um tanto perigoso em ocasiões como essa. Quem garantiria que Path não fosse querer vir atrás de mim?

Continuei correndo pelo bosque até que acabei me dando conta de que já estava cercada por grandes árvores de folhas alaranjadas. Não tinha percebido que meu esforço incessante havia feito com que eu conseguisse chegar mais rapidamente na Floresta Temperada. Um pouco aliviada, resolvi parar em frente a uma árvore, sentindo o calor sugar a umidade do meu corpo como uma esponja. Me apoiei com o cotovelo, tentando recuperar o fôlego o mais rápido possível; não podia me dar ao luxo de sentar e descansar totalmente, primeiro tinha que achar o lugar de que Christopher havia me dito para poder fazer isso e então pensar em como conseguiria pegar de alguém o Bracelete Celestial do Fogo. Virei meu rosto de relance, olhando para o cristal azul no bracelete dourado que reprimia meu braço, próximo ao ombro. Dei uma rápida puxada, na inútil tentativa de tentar afrouxá-lo.

Foi quando eu ouvi um pedido de socorro:

— Lola, me ajuda!

O grito tinha sido apavorante, tão cheio de medo e dor que me fez sentir um arrepio gelado e profundo em minha espinha. Eu sabia de quem era aquela voz mais do que ninguém e, sem pensar duas vezes, comecei a percorrer o local, às cegas pela floresta, sem medo do perigo e sem saber qual o caminho certo que eu deveria seguir. Eu apenas tinha um único objetivo naquele momento: salvar meu irmão Nathan do que quer que fosse.

• • •

Eu não fazia ideia do que Nathan estaria fazendo ali, mas ele estava com medo e era tudo o que importava. Tinha que achá-lo primeiro para depois ter respostas, já estava correndo o mais rápido possível e não conseguia achar nenhum sinal de vida naquela paisagem alaranjada. Meus cabelos voavam atrás, enquanto eu sentia os galhos agarrando minhas roupas; os gravetos arranhando minha pele. O chão da floresta era desigual e eu sabia que iria acabar perdendo o equilíbrio se continuasse correndo tão rápido quanto eu estava.

Resolvi fazer uma breve pausa para analisar o local. Olhei para todos os lados, principalmente para cima. Só conseguia enxergar o céu claro e azul entre as folhas das árvores e trilhas sem fim. Repentinamente foi quando a vi: tinha no máximo dezenove centímetros e brilhava feito uma estrela, as asas batiam rapidamente, e se assemelhavam as da borboleta pavão diurno. Seu corpo de um leve tom avermelhado era coberto por folhas e cipós. A fada se aproximou momentaneamente de mim e abriu a boca, e pude ver minúsculos dentes pontiagudos e uma língua bifurcada parecida com a de uma cobra. Não era bonita como eu imaginava, mas também não era nenhum monstro apesar de certas características.

Repentinamente, em um piscar de olhos, ouvi o grito de Nathan sendo emitido da fada. Eu me sobressaltei com o susto, mas fiquei um pouco aliviada em saber que não se tratava do meu irmão. Fiquei me perguntando como ela conseguia fazer aquilo, sem contar que eu não tinha entendido o que ela queria dizer com isso, mas foi então que, de repente, meus ouvidos pareceram ficar aguçados e eu consegui ouvir o som de uma lâmina assobiando em minha direção e penetrar a dor em meu braço direito que, por um momento de terror, pareceu ter explodido, sendo arremessado de meu corpo. Eu tombei para o lado com a imensa dor, mas rapidamente tateei meu braço para saber se ele ainda continuava lá; fiquei feliz ao senti-lo, apesar da faca cravada nele.

Não tinha tempo para ver quem tinha atirado a faca, eu apenas corri, pressionando meu braço contra meu corpo com tanta força que eu acabei me causando mais dor. Cerrei os dentes. Comecei a ouvir o som de novo, vários assobios de lâminas voando ao vento outonal da floresta. Algumas cravavam nas árvores ao meu lado com tanta força que eu comecei a me perguntar se o que estava as arremessando era humano. Um pavor imenso me reprimia por dentro e o medo de morrer dominava minha garganta.

Enquanto eu corria, notei a fada vermelha me perseguindo entre as árvores. Ela voava em alta velocidade entre os galhos das árvores até eu perdê-la de vista. Parei por um momento e me escondi atrás de uma árvore. Eu não aguentava mais correr, estava chegando ao meu limite. Meu coração batia tão forte que eu achava que a qualquer momento eu pudesse ter um ataque cardíaco.

— Você tem que continuar correndo ou eles vão achar você — disse a voz de Priam ao meu lado. Virei meu rosto rapidamente, mas vi que era só a voz da fada de novo.

— Eu p-preciso achar o Bosque da Corredeira — balbuciei.

— É para lá que eu estou levando você — agora a voz que ela emitia era a minha. — Siga-me ou será tarde demais.

Recuperei o fôlego e logo voltei a correr, seguindo a fada pela trilha mais próxima. Comecei a perceber que a cor alaranjada das folhas das árvores era desbotada naquela região, transformando-se vagarosamente em um verde opaco enquanto eu seguia em frente.

Notei um Ceifador em cima de uma árvore analisando-me e escrevendo algo em uma prancheta. Até me passou pela cabeça querer fazer algo para impressioná-lo, mas na situação em que eu estava presente, a prioridade era me manter vida.

Estava quase sem fôlego quando ouvi o som abafado de uma esperançosa cachoeira. Eu soube então que o Bosque não estava muito longe e comecei a ficar um pouco mais calma, pois aquele lugar poderia ser minha única salvação. Tentei ignorar a dor que ocupava meu braço e o medo que insistia em voltar a me dominar e segui a fada vermelha rumo ao som de quedas-d'água que invadiam meus ouvidos.

Ela fez um pequeno gesto com seus minúsculos bracinhos e assim permitiu que eu visse o majestoso mundo novo que existia além daquela floresta que quase havia custado minha vida, e eu não hesitei em conhecê-lo. Voltei a correr com minha mente abrandada, ansiosa.

Serpenteei por entre as árvores verdes e inclinadas do local até afundar meu corpo na poça de água escura e barrenta. Eu estava tão cansada que nem notei que havia adentrado o lago no nível de meu pescoço. Era alimentado por uma nascente, que caía borbulhando de uma fenda em algumas pedras, que formavam uma pequena e graciosa cachoeira; a água era agradavelmente gelada.

Por alguns segundos, esqueci da faca cravada em meu braço, até a dor me fazer lembrá-la novamente. Eu a puxei sem hesitar. Fui amedrontada por uma dor causticante que me invadiu bruscamente — não só o meu braço, mas todo meu corpo. Eu mergulhei rapidamente e gritei o quanto pude. O som quase não saía, pois era abafado pela água, formando bolhas ao meu redor.

Voltei a respirar.

Levei meus olhos rumo ao lugar por onde eu havia entrado. Vi a fada sobrevoando o local, parecia que estava tentando fazê-lo desaparecer novamente, mas estava frustrada. Foi então que ela parou e olhou para mim e disse:

— Meu nome é Kaladriel — a voz que ela usava agora era de Bonnie, semelhante à de uma criança. — Você sabe o que...

Aconteceu em uma fração de segundo: a fada estava voando em minha direção quando outro assobio chegou ao meu ouvido. Ouvi algo como "Rápido, antes que ela feche o portal" e depois vi a lâmina de uma adaga amarela atravessar seu corpo pequeno contra o tronco de uma árvore. Ela soltou um urro alto e algumas palavras que eu não compreendia e minutos depois os galhos de todas as árvores ao meu redor começaram a balançar e uma nuvem de fadas surgiu sobrevoando a cachoeira. Elas soltavam um grito sinistro e melancólico.

Mesmo em meio a tanto barulho, meus ouvidos conseguiram ouvir múrmuros distantes, mas que se aproximavam rapidamente.

— Onde está aquela idiota? — Indagou alguém.

— Ela conseguiu escapar... — disse outro.

Quando notei que os múrmuros se tornaram claramente diálogos, não pensei duas vezes e enchi meus pulmões de ar e submergi novamente no lago.

Podia ver, apenas como um mero borrão, dois garotos na margem do lago onde eu estava. E eu achava que um deles eu conhecia.

— Droga, Path! Você a perdeu de vista — vociferou o garoto ao seu lado.

— Tanto faz, Jason. — Path deu de ombros. — O que importa é que já conseguimos o que queríamos.

Por um momento, notei que nenhum dos meus braços aparentava estar mais apertado...

— Rá, rá, rá. A idiota o deixou cair... — ridicularizou o garoto.

— Sim, a faca que você arremessou e que acertou o braço, acabou arrebentando seu Bracelete e ela o deixou cair sem perceber — explicou Path. — Agora vamos, não aguento mais toda essa gritaria. Temos de ir atrás do seu, porque esse aqui é meu, sabe disso — ele estava brincando com algo dourado nas mãos.

...e que eu deixei cair meu Bracelete Celestial da Água.

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