Constelações

By Fuqqboi

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Onde Sirius gosta de tatuar constelações. " - Eu acho que nunca te disse isso, mas eu amo suas sardinhas - Si... More

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Floresta Proibida
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Dorcas e Torre de Astronomia
O Trem
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Halloween Parte 2
Sirius Black
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Halloween Parte 1

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By Fuqqboi

—Vamos, Sirius, deixa de ser uma diva e anda logo!

James revirou os olhos, arrumando sua capa no corpo. A capa não era sua capa comum do colégio, era uma capa preta com o interior feito de um vermelho vinho. James se olhou no espelho, estava até engraçado.
As meninas ajudaram ele a se arrumar, Dorcas havia passado uma base de cor mais clara no rosto de James, fazendo ele parecer mais pálido (mas não uma cor extremamente mais clara, ele não queria parecer ridículo, porque, convenhamos, o Halloween é uma época de se fantasiar, mas ninguém se fantasia pra ficar feio, garotas usam saias mais curtas e garotos usam menos roupa, essa é a regra).
Por debaixo da capa, ele estava com uma camisa social preta, que era transparente, ele não sabia explicar direito, mas era roupa do Sirius, então ele decidiu não fazer perguntas, pelo menos dava uma boa visão para seu peitoral. Ele era um vampiro. Bem, não um vampiro vampiro. Um vampiro do jeito que os Trouxas os retratam. James acreditara que se fantasiando do jeito trouxa era muito mais condizente com ele, porque era sexy. Enquanto os vampiros de verdade... É outra história.

—Deixa ele, Prongs. — Remus respondeu, prendendo a máscara em seu rosto com o elástico atrás de sua cabeça. Remus não usava nenhuma maquiagem, sua fantasia era muito mais simples.
Ele também usava uma capa, mas era uma capa simples preta, uma antiga que ele tinha, já que não havia dinheiro para customizar. E a máscara branca que cobria metade do seu rosto.
Ele estava de Fantasma da Ópera, e estava quase pulando de alegria com sua escolha. Era um de seus livros favoritos de todos os tempos, e provavelmente um dos únicos que reconheceriam a fantasia. Quer dizer, ninguém reconheceria se ele se vestisse de Sr.Darcy, de Orgulho e Preconceito, já o fantasma da ópera tem uma roupa icônica

—Ele é uma diva! Passa mais de meia hora só pra arrumar o próprio cabelo, e ainda por cima tá cheio de maquiagem hoje, só me falta ele beijar um macho.

—James! Não fale assim.

—Cara, ele já me beijou.

—Foi uma brincadeira!— Eles ouviram Sirius gritar de dentro do banheiro.
James riu baixo.

—Eu não te beijaria de novo, James. —Sirius abriu a porta do banheiro e Remus sentiu seu coração palpitar mais forte.— Meio gay, espero que você entenda e siga em frente.

—Meio gay? Wow, disse o que está viado pra caralho agora.

Remus sentiu seu coração pesar com essas palavras. Ele sabia que James não fazia de propósito, e nem por maldade, na verdade, Remus que seria o errado naquela época. Ser homossexual e dividir o quarto com outros quatro homens, e ele ouviu de sua mãe que no mundo trouxa isso era crime. Amar.
Ele sentiu seu braço arrepiar, balançou levemente a cabeça para se livrar dos pensamentos e focou seu olhar na fantasia de Sirius. É, ele mesmo não poderia negar, estava extremamente gay. Num nível que... Remus nem conseguia descrever.

Para começar, ele estava usando um terno, não um terno normal, um terno sem colarinho, com o peito aberto, como um decote enorme, em seus ombros haviam ombreiras grandes e exageradas, assim como no que era pra ser o colarinho. O terno em si era de um material mais plástico, um material que grudava na pele de Sirius, um material que fazia Remus ter noção de certas curvas de Sirius que ele nunca imaginara. Ele era feito de linhas verticais, linhas verdes, vermelhas e brancas, e elas brilhavam contra a luz. De calçado, ele usava uma bota vermelha do mesmo material cintilante que subia até seus joelhos. E a bota possuía um salto. Um salto. Ah, e se você achou que não poderia ficar mais gay? O cabelo de Sirius estava penteado e preso com spray, a parte de baixo com feita para parecer com um mullet, e a parte de cima estava cheia, como um topete arrepiado. E o rosto... Ah, seu rosto. Havia um raio vermelho indo começo da sua testa até seu queixo, e havia uma faixa azul no lado esquerdo do raio. O olho que o raio não passava por cima estava coberto por uma sombra e ele usava rímel.

A cabeça de Remus não estava funcionando, ele não conseguia focar, ele poderia estar babando e não saberia, ele não tinha controle sobre seu corpo agora, e principalmente: ele não conseguia tirar os olhos do que aquela maravilha daquela calça fazia com as coxas de Sirius.

—E aí, o que vocês acharam?

—Me diga que você está brincando, Pads. — Peter soltou uma risada nervosa.

—Brincando?! Eu tô vestido do ícone! — Sirius exclamou e apontou pro raio enorme no rosto. Os meninos fizeram silêncio.

—Eu não acredito nisso! Ziggy Stardust? David Bowie? Alladin Sane, o melhor álbum já lançado?! — A cada pergunta a voz de Sirius ficava mais fina e mais indignada.

—Sirius... A gente ainda não processou a sua roupa.

—Eu não acredito que vocês não conhecem David Bowie. Remus!— Ele exclamou e virou pro garoto, esperançoso.— Sua mãe é trouxa, ela deve saber de algo.

Ele negou com a cabeça.
—Minha mãe não ouve esse tipo de música, Six.

Sirius estava com uma cara de ofendido. Ele amava seus amigos, mas às vezes eles mereciam um tapa de cultura, até mesmo Remus! Ele que era tão apaixonado pela cultura trouxa e ouvia seus compositores antigos, é impressionante o fato de Remus saber quem é Mozart e não saber quem é o DEUS DAVID BOWIE. Isso era um crime. Bem, pelo menos na concepção do Black.

—Bem... — James não sabia ao certo o que dizer. —É melhor irmos.

Peter concordou com a cabeça, ele também estava sem maquiagem, mas usava uma roupa-macacão de esqueleto, para simular que ele era um, e era a fantasia mais sem graça entre os quatro. Six suspirou ao ver a tristeza que estava aquela fantasia, ele estava decidido a tirar Wormtail dessa desgraça, era por isso que ele não pegava garota alguma. Ele passou seu braço pelos ombros de Peter.

—Hoje nós vamos te achar uma garota, Pete.

O garoto mais baixo sorriu e eles trocaram um soquinho. A verdade é que Peter estava de olho nessa garota da Lufa-Lufa, seus cabelos eram ruivos e cacheados e chegavam na cintura, ela era bem tímida, assim como Peter, e Sirius já estava bolando planos de como fazer eles ficarem juntos.

—Okay, vamos lá.—James disse sorrindo e saiu do dormitório com eles. Na verdade, havia mais um garoto que eles compartilhavam o dormitório, Frank Longbottom, mas ele estava namorando a Alice já fazia um ano e ele provavelmente já estava se arrumando com ela, ele passava todo seu tempo com ela, Sirius nunca viu alguém tão bobamente apaixonado como Frank, ele achava lindo, e um exemplo que gostaria de alcançar um dia.

Descendo a espiral de escadas, Sirius sorriu com a visão do salão comunal, estava cheio de Grifinórios fantasiados, mas isso não era nem metade, a festa de verdade estava acontecendo no salão de jantar e lá fora, nos jardins. Sirius mal esperava para ver que roupa a Marlene estava usando, ele esperava que envolvesse alguma saia curta.
Ele sentiu os olhares em si, mas bem, sendo o garoto mais bonito, isso já era comum. Mas dessa vez era por uma questão diferente. Ele viu os olhos de alguns nascidos trouxas brilharem, Sirius fez uma nota mental de pegar as garotas que reconheceram, por questão de bom gosto sabe.
Eles seguiram direto para os jardins, havia luzes espalhadas por toda grama, pilares levando caminhos de luzes, e haviam algumas abóboras que... Bem, falavam.

Bruxos nunca comemoraram o Halloween, mas o professor Dumbledore tinha algumas ideias estranhas às vezes, para os bruxos tentarem entender a cultura trouxa. Ele já havia recebido várias reclamações de pais extremistas, de famílias de sangue puro, mas não é como se Dumbledore se importasse. Ele não ouvia nada do que esses pais falavam, até havia um rumor que o mesmo fosse homossexual, o que enfurecia essas famílias conservadores, um professor homossexual numa escola cheia de crianças, forçando a cultura trouxa em seus filhos, era de revirar o estômago, assim diriam muitas famílias, como a Black.
Apesar de não ser um feriado comemorado pelos bruxos, esse dia sem dúvida é um dia especial. O véu entre os dois mundos fica mais fino e é possível ver fantasmas vagando. Eram fantasmas com assuntos inacabados, fantasmas lamentando, fantasmas esbravejando, fantasmas perdidos. James sentia arrepios toda vez que eles apareciam, mas ele não sabia dizer o porquê.

Eles caminharam até a mesa com ponche (não-alcóolico) e se serviram, James varreu o território com seus olhos procurando a garota ruiva de seus sonhos. Sirius piscava para as garotas que passavam. Um garoto passou por eles, e então piscou para Sirius. Black ficou extremamente confuso e então sentiu suas bochechas esquentarem, o que era isso que homens tinham a fixação de o fazer corar? Ele se virou em direção a James para dizer o que havia acontecido, mas se interrompeu.

Caminhando em direção a eles, havia uma fantasma, suas mãos cobriam seus olhos, mas ela caminhava com determinação até eles. Bem, não exatamente caminhava, mas também não flutuava, era como um caminhar flutuante, Sirius não sabia explicar exatamente. A mulher era uma senhora, seus cabelos negros flutuavam a suas costas, a fantasma havia uma áurea fria, azul, como toda sua pele, como todos os fantasmas, mas ela era a única cobrindo os olhos.
Ninguém ousou, ou soube o que falar. A mulher parou de flutuar na frente de James, o corpo do garoto estava completamente arrepiado, dos pés a cabeça, ele sentiu aquela sensação ruim, como se ele estivesse triste por algo que nunca aconteceu, ou que ainda não havia acontecido, a mulher lhe passava aquela sensação aterrorizante, mas... De certa forma, calmante.

Ela ergueu sua cabeça, tirando as mãos do rosto. Suas pupilas eram brancas e havia um terceiro olho desenhado em sua testa. Sirius sentiu seu estômago revirar, ele sabia o que aquilo significava, ela era uma sacerdotisa, uma cigana, uma profeta. Profetas eram algo há muito extintos, durante a caça às bruxas séculos antes, muitas haviam sofrido na mão de trouxas intolerantes, que não sabiam no que estavam se metendo. Ele já havia ouvido histórias delas aparecendo nesse dia, era algo grande, algo importante, algo perigoso.
A mulher então começou a falar.

—"Aquele que o mundo salvou com sua vida logo cairá, consigo levando a mulher que no ventre carregará o mais importante de todos. O Lorde perecerá, e o protetor, o mais leal entre os seus, será recluso e em desgraça afundará...O delator, desvanecerá e o híbrido passará cada luar com a vazia lembrança da traição daquele que mais amava, sozinho nas trevas." — Os olhos da mulher se arregalaram e ela voltou a os tapar com suas mãos.— Ele está vindo. Pobre garoto. Ele está vindo, ele está vindo, ele está vindo.—Suas mãos se afastaram novamente de seu rosto — "O dia de sua queda pelo mundo será celebrado, sua pobre alma se esvaziando em meio aos festejos, sua morte será motivo de euforia e o Samhain irá ser comemorado."

A mulher desvaneceu no fino ar. Peter, que havia presenciado a cena, falou primeiro.

—Profecias não eram pra rimar ou algo assim?

—Que porra foi essa? O que essa merda tem haver comigo?—James disse, tentando esconder no fundo o seu medo e aflição.

—Vocês ouviram, não ouviram? O Lorde? Será que ela estava falando do-

—Não, Sirius! Não diga o nome dele, eu não sei, tem que ter algo com a gente, a parte do híbrido, sou eu, não sou?

—Não diga uma bobagem dessas, Rem, aquilo nem fez sentido!

—O que mais poderia ser o híbrido?! Direcionado a nós ainda por cima?!— Remus elevou sua voz e logo a baixou, ele estava tenso, como eles não estavam levando aquilo a sério?

—Remie, se acalma.— Sirius pegou a mão do melhor amigo e a firmou em sua pegada. — Não vamos nos preocupar com isso, é Halloween.

—Mas, Six...

—Shhh. — Sirius colocou seu dedo indicador nos lábios de Remus. — Se você quiser podemos pensar e teorizar sobre isso amanhã, hoje vamos nos divertir, tudo bem?
Remus sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao sentir o dedo de Sirius em seus lábios, ele assentiu com a cabeça, sem capacidade de formular qualquer frase no momento.

Peter mordeu o bolinho que segurava em sua mão, aquilo era estranho, mas ele não ia perder a cabeça com uma fantasma louca.

James estava apreensivo.

Eu agradeço a paciência de vocês! E aqui está um dos meus capítulos favoritos de escrever. Prometo que no próximo já vai ter mais Wolfstar.
Os comentários de vocês são o que me fazem continuar escrevendo, muito obrigado.
E novidade: Agora Constelações está no Spirit e no AO3! Pra quem quiser achar, meu user é o mesmo nas três redes.

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