02 - he works in a bakery.

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"Vá lá e aproveite e me traga um croissant!" Minha avó brinca e o padeiro garante que sim. Eu fico em silêncio observando o skatista de três dias atrás em um visual bem diferente. Ele também vestia uma blusa de manga longa naquele dia, mas agora há um avental vermelho vinho em seu corpo, sobre um suéter cinza escuro e uma camiseta branca por baixo de tudo. Ele também tem uma touca agora, diferente de antes.

"Qual era o pedido da senhora? Desculpe, cheguei com o bonde andando." Ele dá uma risada simpática para minha avó, que gargalha como se isso tivesse de fato sido engraçado.

"São todos os pães franceses que tiverem aí. Very, pegue as sacolas para mim? Vou observar as decorações de Natal da padaria." Ela fala e Harry mantém o sorriso. "Quem decorou tudo isso? Foi você, querido?"

"Não foi, não, Sra. Audrey, foi a filha de Alvin, na verdade."

"A menininha de cinco anos?" Ela pergunta, encantada observando uma árvore de Natal com enfeites bonitos. "Quanto talento..."

"Sim..." Harry afirma, recolhendo os pães e colocando em sacolas de papel, e eu fico em silêncio encarando o balcão e seus doces. Tudo parece delicioso.

"O strudel de maçã é o melhor." Harry fala e eu desvio o olhar do balcão quando percebo que ele notou que eu estava encarando aquilo. "Verônica, é isso?"

"Isso..." Sorrio levemente. Ainda não sei se ele se lembra de mim ou não, então não sei como agir com ele.

"Você está morando com a Sra. Audrey?" Ele me questiona, pesando as sacolas de papel e colocando pequenas etiquetas nelas. Eu afirmo e ele volta a perguntar. "É de Manchester?"

"Londres."

"Ah, claro!" Ele sorri como se ter se confundido fosse um absurdo. "Seu sotaque é completamente londrino."

Dou uma risadinha, ficando em silêncio enquanto ele termina de pesar os pães. Ele coloca todas as sacolas de papel em uma facial maior para facilitar para levarmos os pães para casa e eu agradeço. Vovó deixa de observar as decorações de Natal apenas para me entregar as libras para eu pagar pelos pães e Harry agradece. Quando me viro para ir embora, ele fala algo que eu não estava esperando. "Você voltou para a praça para dar sorvete aos seus irmãos?"

Então ele se lembra de mim.

"Oh." Não esperava que ele se lembrasse do meu rosto, afinal, não estava preparada para conversar sobre isso. "Hum, não pude. Choveu e nossa mãe disse que eu teria que ficar devendo para eles..."

"Entendi." Ele passa a mão na nuca, afirmando com a cabeça. "Nós vendemos sorvete aqui todos os dias a partir do horário do almoço. Você deveria trazer seus irmãos aqui amanhã para não ter que ficar mais em dívida com eles."

Ele está flertando comigo?

"Hum, é..." Sorrio, tímida. "Eu acho que posso passar aqui hoje mais tarde. Amanhã tenho algumas coisas para fazer."

"Então volte na segunda-feira, eu não trabalho aqui hoje a tarde, mas amanhã sim e nas segundas também." Fala e eu percebo o que ele está fazendo.

"Ok." Falo simplesmente. "Eu apareço aqui sim."

"Legal." Ele me olha de cima para baixo, o sorriso de lado evidência sua covinha.

"Como está seu joelho?" Pergunto, me lembrando do sangue que saia de sua perna depois dele se machucar por causa do cachorro que saiu correndo e pulou nele.

"Está tudo bem, obrigado por perguntar. Saiu bastante sangue, mas agora está começando a cicatrizar. Pareço realmente legal agora com a marca." Ele brinca e eu fico feliz que ele lidou bem com o pequeno acidente.

Minha avó volta a se colocar ao meu lado e não pergunta sobre o que estamos falando, mas já chega com um novo assunto. "Harry, querido, você sabe se algum lugar no bairro está contratando? Very precisa de um emprego. Alvin precisa de novos funcionários?"

"Hum, eu acho que não, infelizmente, mas acredito que a loja de discos aqui do outro lado da rua precisa de alguém, eles colocaram uma placa há uma semana, mais ou menos, e acho que ninguém pegou a vaga." Ele fala de forma prestativa. "Eu trabalho a noite no barzinho, também desta rua, e sou amigo do gerente da loja de discos, posso ver se eles precisam de alguém e posso indicar a sua neta."

"Ah, você é mesmo um amor!" Ela agradece, apertando a bochecha do homem, que sorri, franzindo o nariz com força. "Deveria ir algum dia lá em casa, tomar um café. Não só a Very precisa de amigos aqui na cidade, mas os meus outros netos também. Acha que consegue ir?"

"Com certeza." Dá um sorriso para minha avó. "Eu vou levar aquele bolo de laranja que a senhora sempre compra."

"Ah, inclusive, pegue um bolo desses para mim?" Ela pede, e eu fico apenas observando a cena. Quando eu e vovó deixamos a padaria, ela fica me falando como Harry é um bom partido para mim.

Até parece que isso daria em alguma coisa.

Sunflower, Vol.6 - HSWhere stories live. Discover now