Sunflower, Vol.6 - HS

76 - heartache.

Fiquei um mês sem publicar e por isso estou postando meu terceiro capítulo em três dias! Só lembrando que Sunflower termina no capítulo 100, então sem contar esse faltam 23 capítulos. Ainda temos um caminho a seguir, mas a reta final começou assim que eles se casaram na torre Eiffel.

Muitas emoções AAA

Meu coração foi até a boca quando mamãe repetiu no telefone que eu precisava ir para casa. "O Oliver não para de chorar, Verônica, ele te chama sem parar."

Eu travei, não consegui emitir um som se quer. Ela desligou na minha cara e eu sai correndo e puxei Harry pela mão. Ele não perguntou, viu meu desespero e me acompanhou. Só quando estávamos no táxi para o aeroporto, ele falou alguma coisa. "O que está acontecendo?!"

"Aconteceu alguma coisa com o Oliver."

"Puta merda." Harry se preocupa junto comigo, e pega no celular. "Já marcou o vôo? O que aconteceu?"

"Não sei o que aconteceu. Arranja um vôo para Londres, agora, Harry. Não dá tempo de irmos de trem." Engulo em seco, e ele afirma. "Vou ligar para minha mãe."

Ela não atendeu.

Mas minha irmã mais velha, Sophie, me mandou uma mensagem cinco minutos depois.

Estamos no hospital. Oli começou a passar mal há algumas horas, e ele terá que fazer uma cirurgia no coração. Fomos ao hospital de Holmes Chapel, mas acabamos de chegar em Londres em uma ambulância, eles só fazem a cirurgia aqui. Oliver não para de chorar. Está assustado e não para de te chamar.

Minhas mãos vão até a boca, angustiada. Aperto a mão de Harry enquanto ele está no telefone marcando para voarmos agora.

Sophie manda mais uma mensagem.

Ele vai ficar bem, é uma cirurgia que os médicos sempre disseram que talvez fosse necessário fazer, mas mamãe evitou isso até hoje porque o procedimento custa 20.000 libras, e Oliver nunca precisou antes....

Isso me tranquiliza, mas ainda sim, nunca me senti tão mal na vida. Eu pensando em deixar minha família enquanto meu irmão está precisando de mim. Eu sou um ser humano horrível.

De novo, ele vai ficar bem, mas precisamos de você. Sei que está viajando, mas ele está desesperado. Venha por favor.

"O que ela disse?" Harry me pergunta.

"Oliver... Ele passou mal, era um problema no coração e vai ter que operar. Mas Sophie disse que ele vai ficar bem."

"Graças a Deus." Harry respira fundo, sorrindo aliviado. "Isto é bom, porque não parece aliviada?"

"Ele está me chamando. Sophie disse que estava desesperado chamando por mim." Abaixo a cabeça. Ele está com dor, vai fazer uma cirurgia e eu não estou lá por ele. "Sou uma irmã horrível."

"Não fala isso." Harry nega com a cabeça e segura meu rosto. "Ele estava te chamando porque é a favorita dele. Porque é uma boa irmã."

"Eu não deveria ter deixado ele..." Soluço e começo a chorar, completamente desestabilizada. Saber que ele vai melhorar me acalmou muito e ainda sim estou me descontrolando. Imagina se ainda estivesse com a dúvida do que houve!

"Ray, você tem o direito de viajar. Não fez nada de errado. Você não tem culpa de nada."

"Eu não posso." Nego com a cabeça, entre lágrimas. "Eu não posso deixar ele, nunca mais. Essa sensação de impunidade dentro de mim é horrível. Eu sentia que algo estava errado, eu sentia..."

"Verônica, para com isso." Harry fala mais firme. "Estamos indo até lá. Ficar se martirizando não ajuda em nada. O avião terá uma hora de vôo, depois eu vou dirigir por três horas para chegarmos em Holmes Chapel."

"O hospital é em Londres."

"Melhor ainda. Em uma hora chegamos lá, só precisamos entrar no avião e ir." Ele fala assim que o taxista nos deixa no aeroporto. O homem nos deseja boa sorte e corremos até o avião que está prestes a partir, e eu tento controlar meus nervos enquanto aguardo para poder segurar a mão do pequeno Oliver.

"Dorme um pouco, amor." Harry fala quando estou batendo os pés repetidamente no piso do avião. "Precisa se acalmar."

Ele segura minha mão e sente minha mão tremendo. "Ray, você tá passando por um ataque de pânico ou alguma coisa assim e eu não sei te ajudar, me ajuda a te ajudar, por favor."

"Não estou." Fecho os olhos, apertando minha mão com a dele. "Vou tentar me acalmar. Me desculpe."

"Não tem nada a se desculpar." Ele solta a minha mão para passar o braço ao redor do meu ombro. Ele usa a outra mão para segurar a minha e sua boca vai até meu pescoço. "Eu te amo muito."

Ele sabe que também o amo, mas não consigo dizer nada agora, estou tensa demais. O avião finalmente decolar eu continuo de olhos fechados, apertando ainda mais nossas mãos, mas desta vez porque morro de medo de avião.

Eu fico em silêncio pelos próximos vinte minutos de vôo e Harry também está acordado, mas não fala nada, apenas faz carinho no meu cabelo enquanto minha cabeça pousa em seu ombro.

Eu olho para a janela do avião e consigo ver a torre Eiffel por cima e penso como há poucas horas fizemos a promessa que iríamos fugir para cá e viver uma nova vida. Harry sempre quis fugir para que eu pudesse encontrar meu lugar no mundo assim como ele encontrou o campo de girassóis, mas talvez meu lugar no mundo seja onde Oliver está.

"Nunca vamos fugir só nós dois, não é?" Harry parece ler meus pensamentos ao fazer a pergunta.

"Não." Suspiro.