03 - in the bar at xmas.

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Dias haviam se passado e eu, ainda sim, não consegui passar na padaria para comprar sorvete aos meus irmãos. Bem, tecnicamente, eu fui até a padaria com minha avó, mas Harry não estava lá, e não levei as crianças porque eles não vendem sorvete de manhã. Eu não havia conseguido levar meus irmãos à padaria porque Oliver teve alguns atendimentos médicos em Londres, então não adiantaria apenas levar Riley.

Era vinte e cinco de dezembro quando terminamos o almoço em família e minha irmã mais velha, Sophie, estava sentada no canto da sala. Sophie não celebra o Natal como o resto da família, ela não acredita em nada disso. Ela apenas janta conosco para agradar nossos pais.

"Eu quero beber." Ela fala quando me sento ao seu lado. "Tem um bar no fim da rua... Vai comigo?"

Sophie nunca gostou muito de passar o tempo comigo, mas odeia ainda mais ficar sozinha. Ela é o tipo de pessoa que precisa estar com as amigas o tempo todo, e estar em Holmes Chapel, sem nenhuma delas, está a deixando muito mal. Eu e Riley dividimos o quarto com ela, e Sophie está sempre reclamando. Mas hoje é Natal, então não quero ter problemas, ela quer sair, e por mim tudo bem.

"Tem certeza de que não quer tomar um pouco de vinho? Ou champanhe?" Olho para as garrafas apertas em cima da mesa da sala. Sophie diz que quer cerveja e eu afirmo.

Ajudamos a guardar as coisas da mesa e eu lavo a louça enquanto Sophie troca de roupa. Aviso nossa mãe que estamos indo ao bar e ela pede que não fiquemos muito bêbadas.

Assim que entro no bar, vejo Harry do outro lado do balcão, preparando uma bebida para uma mulher. Eu sabia que ele trabalhava aqui, ele comentou com a minha avó. Sophie me dá uma pequena cotovelada. "Olha que homem delicioso."

"Eu o conheço. Ele trabalha na padaria de manhã, e aqui a noite." Eu comento, de certa forma tentando fazer com que ela entenda que eu estou um pouco interessada nele. Não vou dizer isso com todas as letras, mas é verdade! Eu não sou de ferro e ele é o homem mais bonito que vi nesta cidade desde que cheguei aqui há uma semana e pouco.

"Ótimo, então vamos falar com ele." Ela tira o casaco que está usando e está apenas de regata agora. Ela vai congelar deste jeito, o que está fazendo? "Eu estou gostosa?"

Ah. É isso que ela está fazendo?

"Vai pegar uma pneumonia, isso sim." Ela revira os olhos com as minhas palavras e abaixa um pouco a regata, deixando os seios praticamente para fora. Eu suspiro, frustrada, sabendo que ela vai tornar Harry o alvo de sua vinda ao bar e que eles provavelmente vão ficar. Não é como se eu tivesse sentimentos por ele, nem o conheço, mas ele é um gato e eu estava querendo flertar com ele.

"Boa tarde..." Ela anda ao meu lado até o balcão do bar, Harry estava de costas e se vira para nos atender. "Eu gostaria de uma cerveja. Preciso de algo para me aquecer."

"Boa tarde." Ele sorri para ela e depois me olha. "Ray! Como você está?"

Eu percebo o sorriso de Sophie diminuindo e eu apenas penso em como ele sabe que meu sobrenome é Ray. "Oi, Harry! Tô bem, e você?"

"Tudo bem." Ele pega um copo e anda até uma máquina enorme de cerveja. "Estou pegando aqui sua cerveja, moça, mas não seria melhor colocar seu casaco se está com frio?"

Essa doeu até em mim. Sophie dá uma risada falsa e afirma, colocando a peça de roupa de volta.

"Ridículo." Ela resmunga para mim, e eu me seguro para não rir. "Verônica, pega minha cerveja para mim? Vou me sentar."

"Tudo bem." Afirmo e ela se afasta do balcão.

"É sua irmã?" Harry pergunta, me entregando o copo. "Ela parece com você, só é loira e..."

"Peituda?" Pergunto e ele arregala os olhos levemente. Eu sempre quis o corpo de Sophie para mim.

"Eu ia dizer que ela tem tatuagens nos braços e você não. Eu acho. Você tem?" Ele perguntar a eu nego, o que faz com que ele dê uma pequena risada, e se apoia no balcão de madeira. "Quer pedir alguma coisa para você?"

"Eu não sou muito de beber..."

"Temos outras coisas, aqui funciona como uma lanchonete. Quer uma batata frita? Hambúrguer? Tem refrigerante também... Suco..."

"Eu acabei de almoçar, mas depois peço alguma coisa..." Falo e ele afirma. "Não tem folga nem no Natal?"

"É, você vê? Que absurdo?" Ele pergunta, bem humorado, mas parece que na verdade está irritado com seu chefe. "Eu tive folga ontem, na véspera, então não posso reclamar. E se eu trabalhar mais hoje, talvez consiga passar a virada do ano sem trabalhar."

"Aí, sim!" Sorrio e ele sorri. "Feliz Natal, Harry."

"Feliz Natal, Ray." Ele retribui e eu aproveito para lhe questionar sobre isso.

"Como sabe meu sobrenome?"

"Você é a neta da Sra. Audrey, que alguns padeiros chamam de Sra. Ray. Então imaginei que fosse esse seu sobrenome. Não gosta?"

"Até que gostei... É que ninguém nunca me chamou de Ray. Tenho muitos apelidos e nenhum deles é Ray." Explico e ele assente com a cabeça.

"Bem, então coloque Ray na sua lista de apelidos. A não ser que queira que eu te chame de Verônica, mas parece que estou brigando com você. Sua irmã te chamou assim e pareceu uma general." Ele brinca e eu dou risada. "Ou então posso te chamar de Very, que é como sua avó te chamou na padaria."

"Por favor, não." Eu falo de forma exagerada e ele ri, tombando a cabeça para trás.

"Por que não levou seus irmãos para tomarem sorvete na padaria? Eu pensei que você iria aparecer." Ele me questiona, os

"Estava querendo me ver?" Pergunto, e ele sabe que estou flertando, porque afirma com o mesmo olhar que estou lançando para ele. "Eu apareço lá em algum momento..."

"Esse momento precisa ser numa segunda, terça, ou quinta, são os dias que eu trabalho na padaria." Ele me conta. "Mas caso você queira aparecer no bar, eu trabalho aqui de quintas, sextas e sábados à noite. Mas eu particularmente recomendo aos sábados, porque eu e uns caras tocamos aqui no bar das dez à meia noite."

"Todos os sábados?" Pergunto, Harry afirma. "Amanhã também?"

Ele afirma, sorrindo de lado. "Vai aparecer?"

"Talvez."

"Legal." Harry mantém o sorriso no rosto. "Vou te esperar, então."

"Legal." Pego a cerveja de Sophie, dando um passo para trás.

"Legal." Ele diz, cruzando os braços com uma expressão convencida. "Qualquer coisa que quiser pedir, é só chamar, Ray. Não quer mesmo uma bebida?"

"Amanhã vou querer." Digo e ele me olha dos pés a cabeça, mordendo o lábio debaixo.

"Volta a trabalhar, Styles!" A voz de um homem surge do nada e eu sorrio quando vejo Harry se recompondo e atendendo outra pessoa.

Sunflower, Vol.6 - HSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora