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Voltei a caminhar, ignorando o loiro atrás de mim. Ouvi seus passos me seguirem e não apressei nem diminui o ritmo, me mantive impassível no meu caminho sem rumo.

—Deku! Você precisa me ouvir.

Não me dei o trabalho de responder , mas fui obrigado a parar quando ele agarrou meu pulso.

—Deku! Por favor.

—Esse não é meu nome, porra.

Confuso, ele recuou um pouco — Mas... eu te chamo assim desde...

—Desde que virou um homofóbico fodido!

Ele me soltou mais por me ouvir gritar do que pela força que puxei meu braço. Voltei a caminhar um pouco mais apressado e ele voltou a me seguir.

—Midoriya! Eu... eu sinto muito, tá bem?! Você tinha razão, eu deveria ter te protegido naquela época.

—Você é mesmo um idiota, Bakugou. Eu nunca quis sua proteção, nunca precisei que retribuísse meus sentimentos, nada!

—Então o que... Eu deveria ter feito?

—Deveria ter me aceitado como eu sou! Deveria ter continuado a ser meu amigo.

—Ainda posso ser seu amigo, eu...

—Não, Bakugou. Não pode, sinto muito.

—Me escuta, por favor, Izuku. Eu preciso te falar uma coisa.

Parei de andar, na esperança de resolver aquilo o mais rápido possível —O que foi?

—Eu sei que eu fui um idiota naquela época, e não importa o que eu diga isso não vai mudar ou concertar o que eu fiz.

—Que bom que você sabe disso.

—Só me deixe terminar, droga... Me desculpe, eu sei que não mereço, mas você poderia me dar uma chance de me redimir?

—E como você pretende fazer isso?

Me arrependi no instante que perguntei, nunca imaginaria que ele agarraria a gola da minha camiseta e me puxasse em um tranco para me beijar. Quanto tempo eu perdi na minha adolescência imaginando como seria o beijar? Seus lábios não eram nem cheios demais nem finos demais, eram quentes e macios. Ele movia a boca contra minha com indelicadeza, seus dentes roçavam e me mordiam fortes, tinha certeza que minha boca ficaria inchada depois daquilo.

Bakugou me beijou com desejo, suas mãos seguraram meu cabelo com possessividade, eu senti um pouco de dor. Depois que ele soltou meus cabelos, ele apertou minha cintura várias vezes. Aquele era o tipo de beijo que eu sempre sonhei em receber dele quando tinha quinze anos, o tipo de beijo que tiraria meu ar e a força das minhas pernas e incrivelmente quando isso aconteceu eu me senti tão...

Vazio.

Seu beijo não significou nada, não me causou o calor que eu imaginei que faria o meu corpo agitar e reagir com seu contato. Não foi o que aconteceu. Eu fiquei parado o tempo todo esperando alguma reação positiva do meu corpo, mas nada de bom vinha do beijo dele. Bakugou colocou as mãos por dentro da minha camisa e eu senti sua mão fugir da minha pele quando sentiu as cicatrizes na minhas costas.

Ele estava ofegante, um pouco corado e com os olhos fechados quando se afastou de mim, ainda segurando minha cintura, agora por cima da minha blusa. Minha respiração estava calma, meu rosto sério escondia a queimação que eu sentia na cicatriz que lhe causou repulsa.

—Eu gosto de você, Izuku. Te ver me fez perceber o quanto senti sua falta, eu só fiz pensar em você desde ontem, por favor, eu não sei quanto tempo você vai ficar aqui, mas me dê uma chance de concertar a nossa relação.

CicatrizWo Geschichten leben. Entdecke jetzt