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Eu ainda estava parado de costas para ele quando o aperto forte na minha nuca me guiou para baixar meu rosto. Shoto era alto, mas por estar inclinado na cerca estávamos na mesma altura. Meu corpo queria experimentar aquela sensação gelada e calmante que eu senti no contato da sua pele.

Quando meu rosto chegou perto do seu, notei que seus lábios tremiam um pouco e sua testa estava franzida, seus dedos mais gelados. Achei fofa essa reação depois da atitude que tomou poucos segundos atrás.

—Desculpe, eu nunca beijei, então...

—Nunca?

—Nunca.

Seu hálito fresco e quente estava perto, aumentou minha animação. Eu nunca fui o primeiro beijo de alguém e me assustou como fiquei empolgado com aquela ideia. Shoto sempre se lembraria de mim, e mesmo depois que eu fosse embora eu sempre lembraria dele.

Eu me virei para ele, toquei o lado esquerdo do seu rosto, contornando os limites da sua cicatriz, sua pele era sensível, fina. Ele fechou os olhos e inclinou mais ainda o rosto na minha palma e suspirou quando beijei sua testa, só um toque suave e vi que ele se acalmou um pouco. Não pude deixar de sorrir quando beijei seu nariz e sua bochecha rosada.

Shoto engoliu em seco antes de me dar um selinho, rápido e convidativo ele abriu um pouco mais os lábios. Ele queria mais e sem pensar duas vezes eu aceitei seu convite. No começo eu apenas mantive nossas bocas juntas, esperando e seguindo seu ritmo. Ele moveu os lábios e então o guiei para um beijo mais profundo.

Shoto tinha lábios gelados, um pouco menos cheios que os meus. Sua inexperiência e movimentos descobridores eram mais excitantes do que todas as experiências que eu já havia tido. Sua boca se abriu mais um pouco e eu aproveitei para envolver sua língua, circular e explorar todos os cantos possíveis e sentir seu gostinho de hortelã. 

—Por que eu?

Perguntei assim que nos afastamos um pouco para respirar, eu estava curioso com aquilo agora que estava raciocinando um pouco. Shoto envolveu seus braços no meu pescoço e se aproximou.

—Por que meu pai não gosta de você.

—Quer irritar o papai ficando comigo?

—Não, mas se meu pai não gosta de você significa que você é uma boa pessoa.

Ergui uma sobrancelha com o comentário dele. Não tive muito tempo para pensar naquilo, ele tinha me puxado para outro beijo e dessa vez um mais tentador, urgente. Colamos os corpos o máximo que conseguimos com a cerca nos atrapalhando. Shoto mordeu minha boca, segurou na cerca com o braço esquerdo e pulou para o meu lado num movimento único.

—Vem comigo.

Peguei sua mão e o guiei para o fundo da casa. Cogitei em o levar para dentro, mas aquilo me pareceu errado. Eu não era um adolescente, porém sentia meu coração acelerado com a ideia de sermos pegos. No fundo, havia uma área de lazer coberta que nos daria mais privacidade. Foi engraçado a forma apressada que ele me empurrou em uma das cadeiras e se sentou no meu colo.

—Você parece ansioso... Shoto.

Sussurrei seu nome antes de beijar seu pescoço. Ele tinha um perfume delicioso de cedro e algo mais doce, como chocolate meio amargo. Elegante e presencial, seu perfume combinava perfeitamente com ele. Mordi o seu queixo e sorri com a forma assustada que ele suspirou quando apertei suas coxas fortes.

—Fique calmo Batsy*, vamos só curtir pode ser?

—Izuku.

Meu nome soou lindo na sua voz grave e rouca. Suas mãos invadiram minha camisa e não recuaram quando tocaram minhas cicatrizes. Seu beijo foi ganhando confiança e destreza, ele aprendeu rápido. Minha pele parecia gostar do seu toque e da sensação gelada dele. Precisei tomar cuidado, me lembrar várias vezes que era a primeira vez do garoto beijando quando seus gemidos e chupões nos meus lábios se tornavam sensuais.

CicatrizWhere stories live. Discover now