Capítulo 4

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Me preparo para o pior:

- Depois que ele se casou. - Então abaixo minha cabeça e não digo nada. - Não vai dizer nada? - Pergunta o garoto ao meu lado.

- O que você quer ou espera que eu diga? Sejamos francos, eu sabia que ele não me esperaria. É muito tempo para se esperar. - Digo. Visivelmente magoada. Phelipe tem outra em sua vida, na qual se casou e provavelmente realizou todos os sonhos que nós sonhamos juntos... Mas não comigo, ele realizou com outra pessoa.

- Na verdade ele te... - Então ouvimos o som do helicóptero e me viro para arrastar um dos bancos sem olha-lo, quero muito que ele termine de dizer, mas infelizmente, não temos tempo para isso agora. Então ele vem até mim e juntos levantamos o banco e o colocamos na porta.

- Agora o outro.

- Preciso liberar a passagem. - Ele diz preocupado.

- E por que ela está trancada? – Digo já levantando o próximo banco e o colocando em cima do outro. - Responde! - Digo já irritada. Parece que tudo o que aconteceu ao longo dos anos trava em sua língua, é tão ruim assim que ele não consegue nem dizer? Procuro ignorar ou ao menos tentar ignorar o assunto, parece que quanto mais eu tento, mas ele remoe em minha cabeça.

- Meu irmão é bem complicado as vezes. - Diz me mostrando o que Phelipe fez para trancar o local, logo em seguida o rapaz a minha frente ajoelha no chão e começa a tentar desembolar a corrente que prendia o local.

- Eu sei. - Digo puxando a corrente com toda a minha força e ela se quebra.

- Como você fez isso? - Diz praticamente gritando, eu apenas faço um sinal de silêncio e aponto para a porta, ele entende o meu recado.

- Eu sei que está ai dentro Lorayne! - Alguém grita lá fora e eu me desespero.

- Não vai dar tempo. - Diz Jhonatan tentando tirar a corrente já arrebentada.

- Vai dar sim, confia. - Digo com uma voz confiante, mas por dentro eu estava tremendo.

- Vamos invadir em um...

- Abre isso logo Jhonatan. - Não consigo conter e acabo demonstrando meu desespero.

- Dois.

- Estou tentando. - Me diz desesperado.

- Três. - Então eles vão com toda a força para cima da porta, sorte que ela é pesada.

- Estou quase conseguindo.

- Vai logo. – Digo mais desesperada que ele.

- Consegui. – Diz ele, me empurrando para dentro da passagem e em seguida entra também. Então a porta se abre.

- Shiu. - Diz Jonathan para mim como se eu não soubesse que precisava fazer isso.

- Eu sei que você está aqui. – Diz um homem que... Talvez eu conheça. Jhonataan pega o seu celular e liga a lanterna, começamos a vasculhar o lugar, mas realmente preferia não ter feito isso...

- Eu, eu não sabia que essas coisas estavam aqui. - Diz ele reparando no que eu estava olhando. - Ele disse que tinha levado tudo para um bazar, mas parece que não. - Pelo menos ele não vendeu as minhas coisas, mas preferiu guardar em um lugar que foi projetado pra nunca mais ser aberto, foi tipo me enterrar, não sei qual dos dois me faz se sentir menos mal. - A Mulher dele pediu pra ele fazer isso um pouco antes de se casarem.

- Mas por quê? - Pergunto.

- Por que ela sabia que ele ainda a amava. - Meu coração se destrói ao ouvir isso.

- Então ela o obrigou a se livrar de tudo que lembrasse a mim. - Digo tirando a poeira de um porta-retrato meu e de Phelipe, sorriu ao lembrar desse dia.

A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant