Capítulo 43

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- Sei que é difícil para você, mas precisamos sair daqui. – Digo me esforçando o máximo para parecer não estar abatida com o que acabou de acontecer.

- Como você pode ser tão fria? – Pergunta com desprezo para mim.

- Também tive que deixar minha mãe para trás, eu a vi morrer e não pude fazer nada, tive que deixar ela lá, para que eu pudesse viver e agora, você precisa fazer o mesmo.

- Eu não quero mais viver. – Diz quase rosnando para mim.

- Mãe, ele já estava condenado e você deveria imaginar isso.

- Ele estava doente, mas tinha tratamento. – Diz repreendendo seu filho mais velho.

- Ele estava com câncer terminal, não havia solução. – Diz e pelas sombras que meu fogo faz, vejo Phelipe abaixar o rosto.

- Não é possível, só está dizendo isso para que eu sofra menos, para que tenha algo de consolo, ele teria me contado.

- Ele queria viver seus últimos meses feliz com você, não queria que ficasse triste toda vez que olhasse para ele. – Sinceramente não sei o que fazer, não temos tempo para essa conversa, mas ela é necessária.

- Ele lhe escreveu uma carta, te darei se sair daqui com a gente. – Diz Phelipe e lanço um sorriso para ele, o mesmo apenas me olha, sei que ele provavelmente também deve estar bravo comigo, nenhum deles vai me perdoar por isso.

- Onde está o Jonathan? – Pergunto após não vê – lo.

- Eles o levaram por outro lugar. – Diz Larissa tremendo de medo pela minha reação.

- Não vamos sair daqui sem ele, peguem as lanternas e as armas, vamos resgata – lo. – Todos fazem o que eu mandei, sobra 1 arma para mim, vou até Jake e o entrego uma.

- Você está bem? – Pergunto preocupada.

- Eu não vou morrer por isso, o efeito deve passar em algumas horas. – Diz bem fraquinho, quase como um sussurro.

- Não vou te deixar aqui. – Digo e ele sabe que é verdade, não deixarei ninguém com vida para trás.

- Não há como eu sair daqui Lorayne, eles vão me pegar assim que sair desse túnel.

- Não vão não, irei achar ele e o mesmo irá te levar para um lugar seguro.

- Ele quem?

- Seu pai de criação. – Não sei se devo confiar a vida de Jake a ele, mas é a única opção. Minhas feridas não se cicatrizaram, o veneno ainda está em mim, mas a dor em Jake. Não passarei despercebida assim e isso me preocupa.

- Sabe para onde o levaram? – Pergunto me virando para eles.

- Pela entrada principal, sabemos onde fica.

- Ótimo, vão até lá, atirem se necessário, preciso encontrar alguém que nos ajudará. – Então eu sumo deixando a todos por conta própria.

Começo a procurar aquele homem no meio da multidão, mas não o encontro, centenas de pessoas vivem aqui, embora ainda seja uma cidade, uma vila pequena, devem morar ao menos 800 pessoas aqui, não sei o nome do homem então não posso sair gritando por aí, todos começam a me olhar vendo minhas feridas, porém, não me deixo intimidar por isso.

- Me procura Senhorita Evans? – O homem diz em meu ouvido.

- Preciso da sua ajuda. – Digo tentando não demonstrar o susto que levei. – Jake precisa da sua ajuda. – Então o homem sai da sua forma invisível e demostra grande preocupação em sua face.

- O que aconteceu com o meu menino? – Pergunta.

- Ele passou toda a dor das balas que levei para ele. – Digo e abaixo o olhar.

- Quantas?

- 3.

- O quê? Ele deve estar com muita dor. – Fala preocupado.

- Preciso que o tire daqui e leve para um lugar seguro, tenho que tirar Jonathan de onde está e talvez consiga pegar o antídoto.

- Os antídotos ficam na sala do que agora eles chamam de mestre, você a encontrará facilmente, porém, é muito difícil de entrar lá e mais difícil ainda de sair vivo. – Eu assinto com a cabeça em forma de dizer que entendi.

- Ele está na tubulação. – Digo. – Mas antes de ir, me diga onde fica a central daqui, Jonathan ainda está lá.

- É aquela grande casa, lá em cima. – Então eu olho e a vejo, é uma casa muito grande e antiga, ela tem várias colunas de apoio e é toda branca, mas não tenho tempo de reparar nos detalhes dela agora.

Então corro em direção a ela, com minha arma na mão, pronta para atirar em quem estiver na minha frente, chego na entrada e vários homens apontam suas armas para mim, sem pensar duas vezes eu atiro em todos de uma só vez, pego todas as suas munições reservas e entro. O lugar é todo revestido de mármore branco, do chão ao teto, suas portas são todas branca com ouro, ouro de verdade e há grandes lustres no teto e uma escadaria enorme a minha frente. Eu diria que isso parece mais um palácio do que um casarão.

- Ela está ali! Volta. – Ouço alguém dizer e corro em direção ao barulho. Vejo os homens carregando uma maca e do outro lado Phelipe e Mariana saírem pela tubulação, provavelmente Larissa ficou com Nando lá em cima. Começo a atirar em todos eles com cuidado para não matar Jonathan, assim como fiz com seu pai.

- Me leve até o antídoto, ou você morre. – Digo em um que atirei no braço, o homem se levanta com dificuldade, ele aparenta ter uns 27 anos de idade, o homem tem cabelos ruivos, olhos azuis e uma postura militar.

- Peguem a Larissa e o Nando, tirem eles e o Jonathan daqui. – Digo, dou uma rápida olhada para Jonathan que sequer nota a minha presença.

- Mas e o Jake? – Pergunta Phelipe achando que me esqueci dele.

- Já cuidei disso pessoalmente. – Ele assente e segue as minhas ordens. O homem que uso de refém me leva até a sala do seu Mestre. Ele tenta gritar para alguns dos homens que passavam por perto, mas eu os matei antes que pudessem fazer alguma coisa.

- É aqui. – Diz me mostrando uma grande porta, eu coloco fogo nela mas não acontece nada, ela fica intacta e não derrete nem o ouro contido nela.

- Não irá conseguir entrar aí, só os grandes sabem como. – Penso por um instante, não deve ser tão difícil.

- Eu sei como entrar aí. – Digo sorrindo, não demorei para pensar em algo

- Como? – Pergunta curioso e surpreso por ter pensado tão rápido como entrar nessa fortaleza.

- Eu tenho meus truques.

A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)Where stories live. Discover now