As três flores de Joui Jouki

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Koi no Yokan, eram as únicas palavras que passavam pela mente de Joui a cada dia que passava ao lado de Kaiser e Arthur, afinal foram as primeiras que pensou ao conhecê-los. O termo, incompreendido por boa parte do mundo, tinha um significado que apesar de simples, era marcante: "eu definitivamente vou me apaixonar por você um dia", e não estava errado. Era inevitável. Aqueles homens, com seus jeitos tão bonitos de ser, tinham conquistado seu coração, e não havia motivo para negar isso.

Joui nunca foi alguém de esconder o que sentia, embora esse, em particular, lhe causasse certa hesitação. A cada conversa, risada e momento que compartilhavam juntos, um sentimento confuso parecia crescer dentro de si, como um broto de flor sendo a cada dia iluminado pelo sol e lentamente florescendo, até desabrochar. Joui tinha três flores eu seu coração que, longe do olhar do mundo, cuidou. Gostava de pensar que cada uma representava seus três amores. A primeira delas já havia florescido, tinha pétalas multicoloridas e simbolizava o amor e carinho que tinha por seus amigos e pela família, com um cheiro que consumia completamente qualquer ambiente que estivesse, fazendo com que cada lugar onde qualquer um deles estivesse tivesse o aconchego de um lar.

As outras duas eram mais especiais.

Uma delas tinha começado a desabrochar algumas horas antes, mas não fora por mérito seu. Joui mantinha aquela flor viva dentro de si, mas não era capaz de fazer o suficiente para ver suas pétalas se abrindo, por isso, buscou ajuda do único que conseguiria.

Na base da Ordem, alguns minutos antes de irem embora, conversava com Ivete no balcão, que preparava algumas flechas conforme havia pedido. Enquanto esperava, seu olhar acabou encontrando Arthur sentado em uma das mesas do saguão atrás de si, brincando com Jennifer com um sorriso no rosto enquanto conversava com ela. Joui sorriu, sentindo mais um raio de sol aquecendo a flor em seu peito.

— Ele sabe? — ouviu a voz de Ivete, que tinha se apoiado no balcão e também olhava a cena.

É claro que ela saberia, e estava tudo bem ela saber. Ela era como uma mãe para si, sentia-se grato pela percepção.

— Não — respondeu, o olhar ainda focado em Arthur, então suspirou.

— Você devia falar pra ele — continuou, olhando para o japonês.

Joui virou-se para ela, vendo um sorriso gentil em seu rosto. Sorriu de volta, embora o seu parecesse cansado.

— É mais complicado que isso — e olhou na direção da sala de Kaiser, Ivete seguindo seu olhar. Joui riu baixinho, envergonhado, então voltou a olhar para ela, que parecia confusa por um momento, mas então assentiu, entendendo.

Ivete sorriu, se aproximando para dar um beijo na bochecha de Joui.

— Eu acho que vocês três ficam bonitos juntos — comentou em seguida gentilmente, surpreendendo-o, afinal esperava uma reação diferente da senhora. — Eu acho que o Arthur também concorda. — Piscou, se afastando e seguindo em direção a um dos armários, de costas para o japonês.

Joui sorriu bobo, atônito com o comentário. Olhou para Arthur na mesa, que agora tinha a gata no colo e fazia um leve carinho em sua cabeça. Respirou fundo, então caminhou até ele, sentando-se ao seu lado.

— Oi, Joui — cumprimentou, olhando sorridente para o amigo. — Vi que você tava falando com a Ivete, do que cês tavam falando?

Respirou fundo mais uma vez.

— Sobre você, na verdade — começou, estava nervoso. Era angustiante não saber quais palavras usar ao certo para se expressar.

Arthur o olhou com uma expressão que beirava ao desesperado.

Um refúgio em seus braçosOnde histórias criam vida. Descubra agora