Até onde o infinito nos guiar

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Após três anos combatendo o paranormal e garantindo a segurança mundial, com a membrana mais forte do que já esteve em qualquer outra época e os casos ocultistas praticamente inexistentes, os membros da Ordem enfim podiam aproveitar melhor suas próprias vidas, dedicando-se às coisas que os faziam felizes e tirando proveito de cada segundo de paz, embora nunca abaixando a guarda, eles não cometeriam o mesmo erro novamente.

O Sr. Veríssimo sorria mais vezes, conversando com todos os agentes sempre que tinha a oportunidade e mostrando-se uma companhia muito agradável, aumentando ainda mais o vínculo de respeito que tinha com aqueles ao seu redor. Agatha e Liz, após um início turbulento envolvendo discussões e olhares de canto de olho irritados, hoje eram quase inseparáveis, contando histórias de vida uma pra outra e passando o tempo juntas na base. Beatrice continuou trabalhando na floricultura ao lado de Tristan — que por vezes aparecia na loja — e Dante, que apesar de não sentir a mesma paixão que ela pelas flores, decidiu juntar-se mesmo assim ao trabalho. Fernando passava as horas cantando, Luciano contava acontecimentos da guerra, e seguiam apaixonados um pelo outro como sempre foi, tanto quanto Erin ainda era por explosões, e ela, atualmente, ajudava a arquitetar futuras alterações na base da Ordem.

Uma parte desse pequeno grupo em especial estava reunida em uma clareira, em um fim de sábado de outono, quando o sol estava há poucas horas de desaparecer por entre os morros próximos, todos de pé enquanto conversavam baixinho uns com os outros. Algumas flores da loja de Beatrice enfeitavam o local, criando uma espécie de arco florido no espaço onde Orpheu estava pousado e as pessoas presentes se dividiam em cada lado, formando um corredor que levava até um andar de madeira bem construído e também enfeitado, onde o Sr. Veríssimo, vestido de terno, aguardava de pé enquanto olhava para as pessoas em sua frente com Fernando mais ao lado, que estava sentado com um violão no colo, também com uma roupa elegante, um terno preto com uma camiseta social amarela e rosa por baixo.

A primeira de uma das filas de pessoas de pé era Beatrice, que usava um longo vestido laranja simples e uma pequena flor em sua orelha, que combinados com o cabelo solto e a maquiagem bem feita, deixavam-a deslumbrante. Ao seu lado, conversando com ela, estava Dante, que vestia um terno azul escuro e, surpreendentemente, também estava com os cabelos soltos, arrumados de um jeito especial pela mulher ao seu lado. Na frente dos dois, do outro lado, estava Erin, que vestia um vestido comprido semelhante ao de Beatrice, mas em um tom amarelado e com leves toques de brilho que combinavam perfeitamente com a maquiagem sutil e o cabelo preso em um coque formal, ela sorria junto de Tristan, que estaria completamente de preto se não fosse pela gravata colorida que usava.

Todas as conversas se cessam no local quando Fernando, acenando brevemente para alertar, começa a tocar as primeiras notas em seu violão de uma música que todos ali conheciam muito bem ao mesmo tempo em que uma leve brisa sacudia de leve as flores, deixando algumas pétalas caírem lentamente nos convidados e na grama. Enquanto tocava, Agatha aparece mais ao fundo com um vestido vermelho escuro e uma cesta em mãos. Sorrindo um pouco tímida pelos olhares dirigidos até si, começa a caminhar devagar em direção ao altar, espalhando pelo chão as pétalas de sakura que carregava.

Um pouco mais atrás, Joui, com um terno preto e uma gravata vermelha, caminhava de braços dados com Elizabeth, que usava um vestido azul claro e tinha um sorriso enorme no rosto, deixando vez ou outra um olhar orgulhoso escapar para o filho ao seu lado, que tinha o sorriso mais lindo do mundo no rosto. Agatha, guardando a cesta no chão ao estar próxima o suficiente e deixando enfim o caminho coberto pelas pétalas rosas, manteve-se junto de Beatrice, olhando para os dois, sorrindo como todos ali também faziam.

Liz acompanhou Joui até o altar, dando um beijo em sua bochecha ao deixá-lo na frente do Sr. Veríssimo e então seguindo para perto das pessoas que os observavam ao tempo que Arthur, vestido idêntico a Joui mas com uma gravata azul escura e a camisa dos Gaudérios Abutres por debaixo do terno, seguia pelo mesmo caminho com Ivete, que com um vestido preto elegante e o cabelo preso, parecia tão feliz por tudo o que acontecia naquele momento, a mesma expressão no rosto de Arthur. Com um abraço apertado no filho e uma lágrima caindo pelo rosto, deixou-o no altar ao lado de Joui, indo se juntar à Elizabeth, que apertou seu ombro, demonstrando que entendia o que a mulher sentia.

Um refúgio em seus braçosOù les histoires vivent. Découvrez maintenant