Primeira "Discussão"

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Já estávamos prontos para sair do instituto rumo a Floresta de Condriz, cada um com sua mochila nas costas, Ágata era a que levava mais coisas pois ela usava o ar para manipular o peso da sua mochila assim ela não pesaria em suas costas. Estávamos parados no portão ainda fechado do castelo esperando Trisha, eu estava encostado na parede de braços cruzados, Molly estava encostada brincando com seu próprio fogo manipulando-o em imagens, Tristan estava sentado no chão mexendo na sua mochila e Ágata estava de pernas cruzadas em posição de meditação flutuando no ar, assim que ela aparece nos colocamos de pé lado a lado

— Antes de irmos quero que venham comigo, tenho algo a mostrar-lhes

Assentimos e a seguimos, subimos vários lances de escadas sem nossas mochilas — pois Trisha havia nos mandado deixa-las encostada ao pé da escada — o que facilitou a subida. Chegamos em uma porta de madeira que parecia a entrada de um sótão e que na verdade era mesmo um, adentramos o lugar e Trisha acendeu as luzes, não era como um sótão comum cheio de poeira e cômodos velhos, nesse havia quatro baús de frente a quatro estátua que estavam cobertas por um pano branco, Trisha nos posicionou cada um de frente a um baú e nos mandou tirar o pano e assim fizemos.

Ao remover o meu, revelou uma estátua de uma mulher em posição de ataque com a água enrolando-se em seu corpo como uma cobra, seus olhos brilharam na mesma intensidade que os meus assim que meus olhos entraram em contato com os seus. Trisha nos mandou tocar na marca semelhante a nossa no baú e assim fizemos. Toquei em meu baú e minha cicatriz brilhou fazendo com que a água que estava em torno da estátua se movimentasse indo em direção a marca do baú como se a marca sugasse a água e assim que parou ele se abriu revelando uma luz azul forte, de relance pude ver outras quatro cores ao meu lado, Vermelho, Branco e Marrom. Aproximei-me do baú e lá dentro brilhavam armas, mas não armas quaisquer como dos guerreiros de Aqua, eram armas cintilantes como se fossem esculpidas em gelo, pareciam frágeis.

Estiquei a mão para pegar uma e um arco com uma bolsa de flechas voaram para minhas mãos sem eu nem ter as visto no baú. Ainda boquiaberto,  coloquei a bolsa na costa e segurei firme o arco, no mesmo instante o baú se fechou fazendo a agua voltar a seu lugar de origem em volta da estátua, essa por sua vez apagou os olhos fazendo os meu apagarem também. Esse ato vez com que meu arco sumisse da minha mão, toquei em meu peito assustado e vi que a alça da bolsa com flechas não estava mais lá me virei para Trisha que devolveu o olhar me passando calma, logo percebi que eram encantados e que só apareceriam quando eu fosse usar a dominação. Olho para os outros e os vejo na mesma situação que eu, respiro mais calmo e me volto para trisha.

— Essas armas já pertenceram a vocês a milhões de anos atrás, e agora votaram para as mãos dos verdadeiros donos. Aquelas estátuas que viram eram vocês no passado, eram os Senhores Elementais. Suas armas aparecerão conforme a ocasião, se precisarem usa-las em algo elas apareceram automaticamente... Ou podem ocorrer de elas mudarem.. vai depender do grau de dominação de vocês.

— Mas se nem sabemos usá-las como é vamos lutar com elas? – Molly a interrompe.

— Vocês não sabem, mas suas almas sim. Deixem que as armas façam seu trabalho, vocês só precisam empunha-las – Explica. – Agora vamos, temos um caminho a trilhar. – Disse já saindo do sótão.

A seguimos de volta ao portão da frente do instituto e os mesmo se abriram para nós, Trisha foi em direção a uma árvore e tocou em seu cordão e o mesmo brilhou junto aos seus olhos e os olhos e marca de Tristan, ela atravessou a arvore seguido de Tristan, Ágata, Molly e por último eu. Fomos parar em um vilarejo em Térrie, haviam pessoas na frente de suas casas conversando entre família e crianças brincando umas com as outras.

Era bem diferente de Aqua onde só podíamos conviver com familia e quem a família autorizava a conversar e, as crianças brincavam apenas com os irmãos ou primos da mesma idade, isso se tivessem algum. Caso contrário brincavam sozinhas mesmo, como foi no meu caso já que meus tios e tias morreram em batalhas e não tiveram oportunidade de ter filhos e meus pais só me tiveram porque se aposentaram cedo, logo após se conhecerem em guerra. Acho que estão orgulhosos de mim, não sei... Nós nunca conversamos a respeito do que eles gostariam que eu fosse, afinal, nem pudemos nos despedir direito antes de Arthur me levar ao instituto. Só sei que meu pai estava feliz com minha partida, acho que é pelo grau de importância que eu dei à família que agora era descendente direto do Senhor — agora, descoberto que na verdade era uma Senhora — da água.

 Elemental (Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora