01

34.2K 1.6K 3.4K
                                    

três anos depois.

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Any Gabrielly.

- Boa tarde Carlos - Cumprimentei o mesmo quando eu estava entrando no condomínio.

- Boa tarde Any, como foi o dia na faculdade?

- Provas e mais provas - Revirei os olhos - Como esse é o último ano, estão lotando os universitários de atividades. Não vejo a hora de tudo isso acabar.

- Boa sorte então - Sorriu e eu fui até o elevador.

Carlos é o porteiro daqui do prédio onde eu moro. Mesmo ele já sendo um idoso, criamos uma amizade muito forte.

Ele foi o primeiro com quem eu conversei daqui, e só ele entendia o meu português que era horrível no começo. Mas por sorte eu já melhorei muito meu vocabulário nesses últimos meses.

Entrei no elevador e apertei no botão do último andar, que era aonde eu morava.

Mas antes de ir direto para o meu andar, o elevador parou três abaixo. Um homem entrou e eu reconheci ele, mas não lembrava seu nome.

- Oi Any - Entrou e apertou o botão do térreo.

- Oi - Fingi simpatia, mas nem se quer lembrava quem ele era.

- Está livre essa noite? Quer jantar comigo hoje? Eu cozinho.

- Me desculpe, mas eu preciso estudar - Sorri - Mas podemos sair outro dia, que tal?

- Tudo bem - Sorriu.

A porta do elevador se abriu no meu andar e eu saí.

- Tchau - Acenei.

- Tchau - A porta do elevador se fechou novamente e eu pude entrar no meu apartamento.

Comprei esse apartamento uma semana depois de chegar ao Brasil. Ele é ótimo e perfeito para mim. Não é tão grande e nem tão pequeno. São dois quartos grandes, sendo um, uma suíte.

Acho que a única coisa ruim é o fato de a varanda do quarto ter um muro baixo com o apartamento ao lado. Se eu colocar um banquinho já dá para mim pular da minha varanda para a varanda ao lado, dando de cara com o quarto.

Mas como eu tenho muita sorte, ninguém mora aqui. Me deixando com a minha privacidade intacta.

Fui até meu quarto e joguei minha bolsa na cama. Iria entrar no banheiro para tomar um banho depois desse dia estressante na faculdade. Mas meu celular fez um barulho de notificação de mensagem e eu fui ver. Sorri ao ler as mensagens carinhosas que minha mãe tinha enviado.

Eu converso todos os dias com a minha família, parece que depois que eu saí de Los Angeles e vim para São Paulo, estamos ainda mais próximas. É louco eu sei, mas agora realmente damos valor ao verdadeiro significado de "família".

Bem diferente de Joshua, que só conversou comigo durante o primeiro mês, depois parou de falar comigo e seguiu sua vida, nunca mais nós trocamos mensagens.

Não o culpo e nem o julgo. Eu também segui minha vida, estava completamente mudada e decidida que nunca mais vou sofrer por um homem.

Eu tenho orgulho de dizer que sim, eu superei Josh Beauchamp.

E não digo isso somente para entrar na minha cabeça. Digo isso porque é verdade. Eu sofri muito e por muito tempo até perceber que não merecia isso. Eu merecia ser feliz, e é isto que estou sendo agora.

Não é que agora eu estou sem sentimentos, obviamente não. Eu só percebi que eu era muito emocional, e isso afetou por completo a minha vida. Agora não me apego as coisas muito fácil. E está me fazendo muito bem.

O que me ajudou bastante foi ter ido em uma livraria da cidade e ter visto o volume dois do livro que Josh tinha. Eu nem sonhava que isso poderia existir, e acho que nem ele. Mas decidi comprar, e agora esse livro virou meu melhor amigo.

Deixei meu celular de lado e fui tomar um banho relaxante. Quando sai, fui direto para a minha escrivaninha começar a fazer as atividades de hoje e estudar para todas as provas que vinham pela frente.

Depois de horas cansativas, eu finalmente entendi a matéria então fui na cozinha preparar algo para servir de jantar. Acabei optando por uma simples barrinha de cereal mesmo.

Minha vida era bem mais organizada e minha alimentação controlada quando eu morava com a minha mãe.

Mas confesso que ter sua própria casa, com suas próprias responsabilidades e sua própria vida, era uma das melhores sensações do mundo.

Tudo bem que eu só tinha vinte e um anos, mas eu estava me sentindo a mulher mais independente de todas.

Fui para o meu quarto e assisti um pouco de televisão. Quando fiquei com sono, peguei meu livro que estava na cabeceira da cama e abri em uma página aleatória, como sempre fazia.

"O amor da sua vida deve estar por aí...
Pode ser na padaria, na escola, no bar.
O amor da sua vida pode ser alguém nunca antes visto ou aquele amigo que você jamais iria imaginar que poderia te amar. Você vai sentir quando ele chegar, seu coração vai vibrar, sua mão vai suar e sua alma ele vai encantar. Não desista, persista, mas sem neura! Acredite, ele vai chegar, vai te motivar, te conquistar e fazer seu olho brilhar.O amor está onde menos esperamos e chega quando estamos distraídos. Então não se desespere. O amor da sua vida está por aí. Ele pode muito bem aparecer na sua porta amanhã.

Não entendi muita coisa, mas coloquei o livro de volta no lugar e me ajeitei debaixo das cobertas.

As portas de vidro do meu quarto que levavam até a varanda sempre ficavam abertas. Eu nunca fechava as cortinas porque gostava de dormir com a luz da lua e das estrelas sobre mim. E já que não tinha nenhum vizinho para atrapalhar minha privacidade, eu nem me importava.

Acabei dormindo cedo por conta das minhas aulas serem no período da manhã. E uma boa noite de sono nunca é dispensada.

A Babá || Beauany {2° Temporada}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora