A Babá || Beauany {2° Temporada}

45

Any Gabrielly

As vezes, há certas coisas que não gostamos de lembrar, todos nós temos um passado obscuro ou más lembranças, algo que nos arrependemos, um erro talvez... algo que nos fez mal, nos prejudicou e que desejamos nunca ter acontecido. Mas o que está em minha frente nesse momento, não é apenas uma coisa ruim que não queria lembrar ou ver, mas sim, um fantasma, do qual eu achei que jamais veria de novo.

Eu não estava muito segura sobre essa mudança, exatamente por esse ser um dos motivos. Não queria ter que rever coisas que me fez mal em meu passado, não queria ter que passar por tudo novamente.

Eu estava tomando uns medicamentos para me acalmar a um tempo, eu tinha sim decidido me mudar para cá com Josh, mas ainda estava nervosa. Então comecei a tomar esses remédios à duas semanas... e talvez, isso pode ter me gerado um problema, mas isso resolvo outra hora, agora tenho outro problema pra resolver, que no caso está bem à minha frente.

É como dizem né? "Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece".

- Oi pra você também Josh, quanto tempo não? Vejo que está muito bem! - A pessoa em minha frente ironiza, fazendo Josh ficar mais vermelho de raiva, enquanto a mim, não esboço emoção alguma diante dela.

- Não aja como se fossemos amigos, Jane!

- A por favor, vemos apenas esquecer nossas diferenças, não estou aqui pra atrapalhar vocês... pelo menos não mais - Sussurra a última parte, mas eu ouço muito bem, me faze do revirar os olhos.

- O que é que você veio fazer aqui então? - Pronuncio pela primeira vez chamando sua atenção.

- Oh, Any, também não está nada mal!

- Para de fazer hora com a minha cara, fala logo o que quer, tenho mais o que fazer - Sou direta, não dando minha corda pra ela.

- Bom, eu vim... - Antes que pudesse terminar, a porta de dona Úrsula é aberta, dando visão da mesma sorridente.

- Oh, Jane, que bom que veio - Diz a cumprimentando, enquanto Josh e eu nos olhamos com semblantes confusos.

- Como assim, "Jane, que bom que veio"? - Ele parecendo ler meus pensamentos, pergunta a sua mãe e parece que só agora percebe nossa presença.

- Ah meu filho, desculpe, eu não falei né? - Pergunta, mas vendo que não obteve resposta prossegue - Jane vem aqui de vez enquando trazer o Jaden para brincar com as meninas - Aponta a pequena criança ao lado de Jane, fazendo-me lembrar de seu filho.

- Esse é... - Solto involuntariamente me referindo a criança que poderia ter sido o filho de Josh e um misto de lembranças me consome, não muito agradáveis.

- Ah, sim - Jane lendo meus pensamentos, responde, enquanto Úrsula franze as sobrancelhas em um sinal de confusão... não me surpreende, já que a mesma não sabe sobre o rolo que seu filho quase se meteu - Este é Jaden, meu filho, ele tem 3 anos, diz oi filho - Diz posicionando o garoto a sua frente.

- Oi - Ele diz olhando pra baixo meio envergonhado. Eles tinha olhos azuis, puxando os da mãe, seus cabelos eram negros como o pai e sua pele era clara... de certa forma, foi um alívio ver que ele não era realmente filho de Josh e eu me senti mal por pensar assim de uma criança que não tem culpa de nada.

- Bom, vamos entrar então, as meninas estão esperando pelo pequeno Jaden, não é? - Úrsula nos chama depois de termos ficado é silêncio, apertando o nariz do menino que faz careta, me fazendo rir e Josh me olhar de canto, ele ainda não gostou muito da ideia de ter Jane por perto.

Claro! Eu também não, mas não devíamos nos torturar com o passado, já passou, não é!?

Jogando tais pensamentos de lado, me dirijo adentro da casa de minha sogra, sendo seguida por Josh.

[...]

- Ainda não engoli essa de Jane "boazinha" e seu filhinho "amiguinho" de minhas irmãs - Estávamos agora, Josh e eu em seu antigo quarto, enquanto o mesmo ainda esbravejava sobre o fato de Jane ser "amiga" de dona Úrsula.

- Acho que não devemos esquentar a cabeça com isso, Jane foi sim um problema pra nós, mas, isso é passado, já passou, ela pode ter mudado, todos mudam, eu mudei... você mudou - Dou ênfase no "você", para que o mesmo perceba que não é impossível haver mudanças.

- Eu sei, mas... - Bufou frustrado - Eu só não quero que nada dê errado, justo agora que estamos tão bem.

- Vem aqui - Chamo para que se sente na cama ao meu lado, ele assim o faz e eu me sento em seu colo, tendo minha cintura rodeada por seus braços - Não se preocupe com isso me amor, estamos bem agora, vamos ter nossa casa - Dou-lhe um selinho - Vamos ter nossa família - Outro selinho - Fred terá um enorme quintal para poder correr e brincar - Mais um selinho - Ninguém vai nos separar mais - Outro selinho seguido de um beijo calmo, fazendo o mesmo sorrir em aprovação.

O beijo que começou calmo, foi se intensificando, Josh começou a deslizar suas mãos em minhas costas, até que parou uma em minha bunda, onde deu um aperto me fazendo arfar em meio ao beijo e a outra em minha cintura me puxando mais para si, como se me quisesse mais perto ainda, se fosse possível.

Meu corpo parecia em chamas, de repente me veio uma necessidade de senti-lo aqui e agora, eu não sabia o que estava acontecendo, mas sei que de um tempo pra cá, eu me sentia cada vez mais necessitada, necessitada de tê-lo dentro de mim, não me importando de mais alguém além da gente na casa.

Mas acho que não poderia ter isso agora, pois somos interrompidos por uma maldita batida na porta e eu xinguei mentalmente por isso.

- Quem será agora? - Me levantei de seu colo e o mesmo foi bufando até a porta, assim que a abriu, deu de cara com um pequeno ser de maria chiquinhas.

- Ah, desculpe Josh, mas será que você pode pedir pra Any buscar o Fred pra gente brincar com ele no jardim como disse que faria? - Sofya pede ao irmão com uma fofa carinha de cachorrinho sem dono, tirando-me uma risada e me levantando, indo em sua direção.

- Posso sim Sofy, eu já estava mesmo indo pra lá - Lanço-lhe um sorriso, sendo retribuida.

- Estava? - Josh que estava ao meu lado, esboça um sorriso safado cheio de malícia e dou-lhe um cutuvelada, enquando o cara de pau gargalhava.

- Sim, estava - Penso numa desculpa - Tenho que arrumar minhas coisas em meu guarda-roupa que eu não arrumei desde ontem.

- Tá certo, então eu vou com você até lá e aproveito pra trazer o Fred pra esses pestinhas.

- Não fale assim das crianças - Digo batendo em seu peito o fazendo rir - Vamos logo - Me despeço de Sofya, puxando Josh para irmos... quem dera se eu fosse mesmo apenas arrumar meu guarda-roupa.

Me despeço também das outras crianças, de dona Úrsula e senhor Ron... até de Jane e vamos até a casa de minha mãe.

[...]

- Cuide bem de nosso menino ok? Não deixe as gêmeas passarem maquiagem nos pelos dele, você sabe que elas são loucas por maquiagem - Digo me lembrando de como eu senti isso na pele, literalmente. Estávamos na porta de casa nos despedindo, enquanto o dava as instruções para não maltratarem meu filho.

- Eu sei, eu sei, beijo - Me deu um selinho - Até depois - Foi andando, mas para e completa - Princesa cor de rosa - Me manda um sorriso sacana e parte, me deixando com certas lembranças em minha mente, até que resolvo entrar e encarar o verdadeiro motivo de eu ter que vim logo aqui.

Respiro fundo e adentro em casa.

- Acho que temos que conversar, não é mocinha? - Aí está, dona Priscila me pega de surpresa, sentada no sofá, assim que fecho a porta atrás de mim me dando um susto. Só espero que dê tudo certo...

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