1. Um novo início pelo fim.

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                                                   Rio de Janeiro, 20 de Outubro 2013

 - Eu não quero saber dela, meu amor. Juliana, me escuta, eu te amo!

   Bato a porta atrás de mim que ficou semiaberta e olho para Pedro para ter a certeza que ele vai continuar mentindo para mim descaradamente.

- Uau, Juliana! – bato palmas ironicamente – e agora, vai continuar mentindo para mim?

- O que foi, Dandara?! - Pedro me olha surpreso.

- Você já nem faz mais questão de disfarçar! Sínico! Esperasse eu pelo menos dobrar a esquina para ligar para a vadia da Juliana Costa... Cretino!

- Que Juliana? Eu estava falando com a minha mãe.

- Não envolva a sua mãe nessa história porque ela não se chama Juliana e também não é uma vaca! Ou você já se esqueceu que eu já peguei vocês dois juntos e fui trouxa o suficiente para achar que você tinha se arrependido de verdade. Como eu fui idiota! – dou três tapas em a minha testa. Eu ainda me surpreende com o tamanho de minha burrice. Bem feito, quem sabe dessa vez aprende. Pedro tenta ainda, em vão, desconversar mas nem desconfia que fica mais vermelho que a cor de minhas unhas.

- M...mas meu amor... – ele vem em minha direção e segurando em meus braços mas depois de certo esforço consigo desvencilhar-me.

- Tire as suas mãos fétidas de cima de mim! Eu sei que nada do que sai da sua boca é de verdade então não gasta o seu latim tentando me convencer. Outra vez. Eu estava mesmo desconfiada de você, mas Juliana Costa? Tanta vadia por aí, tinha que ser justo com a mulher mais cretina do Rio de Janeiro. Aliás, vocês se merecem, afinal são dois cretinos miseráveis e aproveitadores. Eu não quero mais passar meio segundo que seja olhando para essa tua cara. Pegue as tuas cois... – levo a mão ao queixo e busco o tom mais irônico possível para me pronunciar – tuas coisas... – Solto uma gargalhada ainda mais irônica. – você vai sair com uma mão na frente e outra atrás porque foi desse jeito que você entrou no meu apartamento. Tudo o que existe dentro deste apartamento foi adquirido graças ao meu esforço enquanto você comia a "Juju". - Imito as aspas com os dedos.

- Quer saber, Dandara? Eu já não estava mais você e essas discussõezinhas sem fundamento mesmo. É um favor que você me faz. Desde que tua mãe morreu você virou uma grande e bela pedra no sapato! Você só sabe gritar, acusar, brigar.Pois que grite e brigue com as paredes porque eu estou caindo fora!

   Pedro sai andando em direção à porta.

- Dobre bem a sua língua para falar uma vírgula que seja de minha mãe, seu imbecil! – Cega de ódio vou até ele e o arrasto pela camiseta em direção à porta, apressando sua saída. – Vamos ver quantos dias você vai conseguir se virar sozinho depois que aquela vadia der um pé na tua bunda.

   Ele mal sai e eu bato a porta com tanta força que acabo me machucando. – Filho da puta! – esbravejo.

   De repente uma sensação tão boa toma conta de meu corpo, como se eu tivesse acabado de me livrar de um peso de duzentos quilos de minhas costas. – Acho que eu estava mesmo precisando me livrar desse estorvo. Estou me sentindo tão aliviada.

   Vou em direção à janela e vejo o dito cujo atravessando a rua aos berros no celular. – Com certeza a vadia da Juliana já soube de tudo e ele já tá levando outro pé na bunda. – Um riso incontrolável sai de meus lábios. – Deixa eu cuidar da minha vida que eu ganho bem mais.

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