Quem Vos Fala, Destino?

9. Entre Flores e Espinhos

- Este é meu amigo Christopher.  Luíza você já conhece.

Luíza estende a mão e cumprimenta Christopher e eu poderia até apostar que se ela fosse branca estaria roxa de vergonha. Mas...

- Prazer, Dandara. – estendo a mão ao Christopher depois de um longo aperto de mão entre ele e Luíza.

- O prazer é todo meu. – ele responde ainda olhando para ela. Não sei muito bem o que aconteceu entre esses dois mas este rapaz está enfeitiçado, penso.

- Sentem-se, por favor! – diz Joaquín sentando-se ao lado de Christopher.

Puxo uma das cadeiras, me sento e dou uma pequena chacoalhada em Luíza que ainda estava um tanto quanto atônita sem saber se sentava ou se saía correndo dali. Ela então percebe o quanto estava parecendo uma idiota e enquanto ainda estava se sentando cochicha em minha direção:

- Isso não vai dar certo, Dan!

Procuro sua mão e dou um leve apertão e um sorriso olhando em seus olhos e sem precisar dizer uma palavra e pelo seu olhar eu sei que ela entendeu que eu estaria ali para apoiar qualquer decisão que ela viesse a tomar.

- Que mundo pequeno, não?! – diz Christopher olhando pra Luíza meio sem graça.

- Pois é. – ela responde um tanto quanto ríspida.

- Quer dizer então que vocês três se conhecem? – tento quebrar o gelo que se fez entre todos os presentes à mesa.

- Pois é. E que coincidência nos encontrarmos justamente aqui. – Joaquín responde rapidamente percebendo minha intenção.

- Justamente. – digo olhando para Luíza e quando vejo que ela está tentando disfarçar mexendo no celular dou um leve beliscão em sua perna. Ela então dá o maior sorriso amarelo para mim e eu poderia jurar que neste exato momento ela tentava me fuzilar com os olhos. Confesso que isso foi bem engraçado. – O que vocês fazem da vida? – continuo.

- Nós somos médicos e vocês? – Joaquín responde. – Aliás, a Luíza eu sei que é bailarina e você, Den... Dandera, não é isso?! – completa.

 Solto uma breve risada.

- Acho que ninguém nunca errou meu nome desse jeito. Dan-da-ra. – digo pausadamente. - Mas enfim, eu também sou bailarina. Tenho uma companhia de dança no Brasil e tento há anos, em vão, levar Luíza de volta para lá mas ela não é fácil. – completo olhando para minha amiga tentando fazer com que ela interaja.

- Ai, que exagero! – ela diz e sorri. – Mas eu não quero viver às sombras de ninguém. Quero antes de pensar em voltar para qualquer lugar, consolidar minha carreira. – completa Luíza.

- Não adianta, é a teimosa em pessoa. – digo.

- É complicado, eu entendo. – diz Joaquín sorrindo. – Vocês querem beber algo? – ele diz olhando para nossos copos já vazios.

- Oh, claro! – respondo. – Eu aceito outro "Martini".

- Dois. – responde, finalmente, Luíza.

Joaquín levanta-se para ir até o bar pegar as bebidas e chama por Christopher para que o acompanhe.

******

- Qual é, Chris?! Vai ficar com essa cara de idiota até que horas? – digo enquanto caminhamos em direção ao bar.

- O quê? – Christopher responde ainda um tanto quanto aéreo ainda.

- Você está quase babando em cima da Luíza. – digo olhando para ele e rindo de sua cara de falso não-apaixonado.