[editado] - 16

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– Arabella


    No momento em que decidimos sair apressadamente do nosso estabelecimento de trabalho, fomos de imediato para a sua casa, o local onde finalmente descarregámos a nossa paixão e frustração um no outro.

    O seu indicador traçava agora cada curva do meu corpo, arrepiando-me com o mínimo toque possível. Os intensos olhos azuis que lhe pertenciam estavam focados em mim, no meu peito tapado pelos meus braços, no meu pescoço descoberto. Ele sabia que eu não estava a dormir, porém, mesmo assim, continuava a tocar-me como se eu fosse uma obra de arte. E, para ser honesta, não me importava que o fizesse. Era raro ter alguém fascinante com a necessidade de me agarrar, de me tocar, de conhecer cada parte de mim.

    Pude finalmente encarar o seu esbelto rosto, os seus cabelos alourados despenteados e os seus olhos meio fechados. Passei a palma da minha mão sobre a bochecha, deixando o meu mindinho escorregar pelos seus lábios, que tanto me fascinavam. Encontravam-se inchados e meio que avermelhados, devido aos imensos beijos que tínhamos partilhado. Provavelmente, os meus encontravam-se no mesmo estado. O meu olhar caiu no seu peito, que subia e descia rapidamente, mesmo que ele estivesse sossegado. Encostei a minha orelha à sua pele calorosa, ouvindo atentamente as batidas do seu coração.

    "Sempre foi assim tão rápido?" – perguntei, inclinando um pouco a cabeça.

    "Sim" – respondeu-me, confuso – "Porquê?"

    "Não existe nada de mal que te possa acontecer, pois não?" – semicerrei os olhos, ajeitando-me no confortável sofá.

    "Não me assustes, Arabella" – Luke soltou pequenas risadas – "Os médicos sempre me disseram que era normal, no meu caso"

    "Então estou relaxada" – os meus lábios curvaram-se num genuíno sorriso – "Não podemos ficar neste sofá para sempre, Luke" – mudei de assunto, olhando em volta.

    "Não sei se vou conseguir sair daqui..." – bocejou, aconchegando-se – "Estou tão confortável..."

    "Luke!" – mudei de atitude – "Sendo assim, parece que vou ter de ir tomar um duche sozinha enquanto ficas aí" – comprimi os lábios, com um olhar inocente no rosto – "Adeus" – levantei-me, dando alguns passos em frente.

    "Arabella, não te atrevas!" – avisou-me. Debrucei-me lentamente e peguei na sua longa camisa, colocando-a sobre os meus ombros.

    "Não vens?" – mordisquei o meu lábio inferior para evitar que uma gargalhada escapasse da minha boca.

    "Sabes mesmo como me provocar" – Luke cedeu ao meu pedido, caminhando até mim – "Tenho algo a acrescentar" – examinou o meu frágil corpo com olhos desejosos – "Ficas tão bem na minha camisa" – suspirou longamente. A sua mão viajou rapidamente até ao meu rabo, apertando-o. Soltei um pequeno som de espanto, arregalando os olhos. Controla-te, Arabella!

    "Vou ligar a água quente" – respondi de forma apressada, correndo até à casa-de-banho. Ele limitou-se a acompanhar-me, com alguma frustração presente no seu tenso rosto.

    Assim que cheguei perto da banheira, baixei- me para rodar a torneira. Senti o toque de Luke nas minhas costas, de súbito. A sua mão subiu demoradamente para os meus ombros, e ele acabou por retirar a camisa branca que estava presente no meu corpo. Respirei fundo, fechando os olhos inconscientemente. As sensações que ele me transmitia tornavam-se cada vez mais intensas, especialmente quando não conseguia vê-lo a tocar-me.

    Mais uma vez, fiquei nua e exposta à sua visão. Contudo, não era a única. Luke também estava completamente descoberto. E, por momentos, só me apeteceu explorar a sua pele pálida e macia com as minhas pequenas e delicadas mãos, que eram capazes de o deixar a suspirar por mais.

    "Entra dentro da banheira" – pedi, com delicadeza. O meu desejo foi concedido. Quando vi que ele estava confortável, imitei a sua ação, deixando que a água quente queimasse o meu corpo, proporcionando-me uma doce tortura. Rodei a torneira mais uma vez, parando a água, e dei a Luke uma perfeita visão do meu peito. Quando me sentei sobre as suas pernas, percebi que ele se estava a divertir. Mas eu não queria que ele apenas se divertisse. Queria dar-lhe a adrenalina que ele me dava, a necessidade e o doce desespero que me fazia ter. Queria que Luke percebesse como eu me sentia quando ele explorava o meu corpo com a sua boca, com as suas ágeis mãos. Era exorbitante; era uma sensação quase demasiado intensa para alguém aguentar. E precisava que ele soubesse disso.

    "Tens um grande impacto em mim, sabes disso, certo, Arabella?" – ele perguntou, olhando-me nos olhos. Assenti lentamente enquanto ele desviava o cabelo da minha vista, prendendo-o com o elástico que se encontrava no meu pulso. Luke não falhava em impressionar-me.

    "Posso tocar-te?" – inquiri, pedindo pela sua permissão.

    "Podes, Arabella" – respondeu-me – "Podes tocar-me sempre que quiseres" – reforçou, e a sua frase foi a última gota de água. Irónico.

    Uni os nossos lábios de imediato, quase que violentamente. Contudo, esta ação levemente bruta demonstrou-lhe o quanto eu necessitava dele. Eu estava a começar a depender da forma como Luke me fazia sentir.

    Embora soubesse que esse facto não me iria trazer grandes vantagens, já estava enfeitiçada pelo seu charme e beleza, pelo seu humor, e, principalmente por si. Pelo seu fascinante ser.

Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora