Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]

[editado] - 15

–  Arabella

    O meu frágil e descoberto corpo repousava confortavelmente na minha cama, junto do homem que me tinha levado para a beira do abismo no dia anterior.

    Destapei-me lentamente e elevei o meu corpo, esfregando os olhos. A luz clara que vinha da minha janela embatia sobre o rosto angélico de Luke, que se encontrava a dormir pacificamente ao meu lado.

    Levantei-me sem fazer barulho e apanhei a minha camisa de seda do chão, vestindo-a logo de seguida. Caminhei até à minha cama desmanchada novamente e sentei-me nela, contemplando o homem perante mim. Pousei a mão sobre o seu peito destapado, que descia e subia lentamente. Pouco tempo depois, as delicadas pontas dos meus dedos viajaram até aos seus cabelos loiros, afagando-os com ternura. Eram suaves, e caíam sobre a sua testa naturalmente.

    Sentia-me bem, – mais que bem. Sentia-me como se a felicidade e o bem-estar de toda a população deste mundo tivesse entrado em mim e não pudesse sair. 

    "O que estás a fazer?" – a sua voz matinal soou, ligeiramente rouca e grave. Afastei logo a palma da minha mão dos seus inúmeros fios de cabelo.

    "Nada" – declarei, um pouco embaraçada.

    "Seja o que for, não te pedi para parares" – disse-me, de olhos fechados. Esbocei um pequeno sorriso ao ouvi-lo.

    "Então?" – voltou a proferir. Calei-o simplesmente com o meu toque no seu peito descoberto e desenhei figuras imaginárias sobre o mesmo. Ele aninhou-se no meu braço, enchendo-o de carícias, e, repentinamente, senti-me estranha. Porque é que estávamos a agir como um... casal?

    "Tenho medo" – murmurou – "Tenho medo de começar a sentir em demasia e tornar-me vulnerável" – falou, honestamente. Oh, como eu te compreendo.

    "És o Luke Hemmings" – ri-me nervosamente – "Se alguém se tornar vulnerável, esse alguém serei eu, e não tu" – engoli em seco, levantando-me. Tecnicamente, a noite de ontem tinha sido um grande exemplo da nossa já existente vulnerabilidade.

    "Oh meu Deus, que horas são?!"– exclamei, arregalando os olhos. Já não era feriado, era dia de trabalho!

    "Oito e meia da manhã"– Luke respondeu-me de forma confusa, olhando para o seu relógio. Bati com a palma da minha mão na sua testa e revirei os olhos, atirando-lhe depois as suas roupas agressivamente.

    "Veste-te! Temos de ir trabalhar!"

    Estava agora no meu pequeno escritório, fazendo a mesma tarefa de sempre. Esperava que fosse chamada sempre que um arquivo fosse necessário e ia à sua procura, voltando depois para a minha cadeira. Por vezes, concentrava-me também na típica papelada, organizando os documentos mais importantes e colocando os restantes numa gaveta com bastante espaço.

    Conseguia observar o meu gerente do sítio onde me encontrava, uma vez que tinha deixado a porta ligeiramente aberta para que me fosse possível fazê-lo. Estranho, eu sei.

    De vez em quando, Luke mandava-me concentrar sempre que me apanhava a observá-lo atentamente. Porém, logo de seguida, conseguia vê-lo a esboçar um pequeno sorriso do canto do meu olho, o que me fazia rir baixinho e sorrateiramente.

    "Miss Quinn!" – chamou-me, com a voz bastante firme. Fui ter com ele imediatamente, desabotoando antes dois botões da minha camisa e puxando a minha saia ligeiramente para cima, sem que ele reparasse. Quando finalmente olhou para mim, engasgou-se na sua própria saliva, e tentou compor-se de imediato.

   "Sim, senhor?" – respondi, inocentemente. Um doce sorriso curvou-se nos meus lábios assim que o ouvi a tossir propositadamente.

    "A-Arquivo número 134 da secção D, por favor"

    "É para já, Senhor Hemmings" – rodei o meu corpo, com o intuito de me dirigir até à saída do seu departamento. Fiz questão de abanar notavelmente as minhas ancas enquanto andava devagar.

    "Aliás..." – a sua voz fez-se ouvir mais uma vez, parando-me a meio do caminho – "Já não preciso de mais arquivos por hoje, pensando melhor"

    "Não, senhor?" – voltei para onde estava antes – "Tem a certeza?"

    "Sim, Miss Quinn" – respondeu-me, com um olhar provocador – "Despachei-me mais cedo hoje, pelo que parece"– humedeceu os seus lábios, levantando-se. Contornou a sua secretária e deu alguns passos em frente, colocando-se depois atrás de mim. Senti a sua respiração quente a embater suavemente no meu pescoço, o que me fez estremecer de leve.

    "Tenho uns assuntos para resolver em casa" – murmurou no meu ouvido – "Gostaria de me acompanhar, Miss Quinn?"

    "Certamente, Senhor Hemmings" – virei-me para ele, de forma a encarar os seus profundos e belos olhos azuis – "Afinal de contas, estou sempre ao seu dispor, não é?"