[editado] - 19

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–  Arabella


    Sentia-me nervosa. Não sabia o que fazer ou como reagir na maior parte das vezes. Tinha medo de causar uma má impressão na família de Luke, mas ele disse-me silenciosamente que estava a fazer um bom trabalho e que não devia preocupar-me.

    A sua mãe parecia imensamente simpática, assim como Lillian. Convidaram-me a sentar no sofá e trouxeram-me um chá de camomila delicioso. As minhas mãos, involuntariamente, tremiam sozinhas, assim como uma das minhas pernas, que subia e descia rapidamente, num gesto stressado.

    Ouvia-os a conversar entre si e não queria meter-me de maneira nenhuma. Contudo, um curto sorriso encontrava-se presente no meu rosto, pois tencionava ser o mais agradável possível.

    "Então, Arabella, o que faz normalmente no seu dia-a-dia?" – a mãe de Luke perguntou-me, subitamente.

    "É a minha assistente, mãe" – Luke respondeu por mim. Eu apenas abanei a cabeça afirmativamente, confirmando a sua afirmação.

    "Se fosse só isso..." – a irmã dele disse baixinho, e quase que me engasguei no chá. Realmente, ela tinha razão...

   "Oh, ia-me esquecendo!" – Lillian recuperou o seu tom de voz normal – "Luke, vai apresentar a casa à Arabella e mostra-lhe onde pode colocar as suas coisas" – ela exigiu, com um olhar inocente. Luke soltou um longo suspiro, levantando-se de seguida com uma expressão facial levemente irritada e tensa.

    "Vamos, Arabella"

    Elevei o meu corpo rapidamente, seguindo a sua ordem. Luke caminhou à minha frente em passos apressados, e eu limitei-me a acompanhá-lo, sem saber o que dizer. Esta situação era completamente nova para mim e não queria exceder os meus limites, visto que não estava num ambiente familiar.

    O homem perante mim parou em frente a uma porta de madeira escura e abriu-a, revelando um quarto acolhedor. Para um mero quarto de hóspedes estava bem decorado, com quadros encostados às paredes e um pequeno vaso com flores sobre a mesa de cabeceira. A cama também tinha um tamanho consideravelmente grande. Duas pessoas cabiam lá perfeitamente...

   "Este vai ser o teu quarto" – Luke afirmou o óbvio. Soltei uma breve gargalhada e tapei a boca logo de seguida, com o intuito de me manter séria.

    "Obrigada"– agradeci – "Vou-me sentir sozinha nestas próximas noites" – arrisquei em dizer. Ele cerrou o maxilar ao ouvir a minha frase, parecendo ainda mais tenso que antes, e, por momentos, pensei que tinha ido longe demais.

    "Eu também" – Luke murmurou. Arregalei os olhos de imediato, chocada com a sua resposta.

    "T-Tu também?"

    "A não ser que..." – os seus braços foram ao meu encontro, puxando-me para o seu rígido (mas confortável) peito – "Não fiques sozinha nas próximas noites" – ele completou, fechando a porta atrás de nós. Desta não estava nada à espera.

    "Parece-me uma boa ideia" – respondi baixinho, perdida nos seus profundos olhos azuis.

    Luke aproximou lentamente o seu rosto do meu, roçando os nossos lábios num gesto provocativo. Os meus pés prenderam-se inconscientemente ao chão, impossibilitando qualquer movimento meu.

    "O que estás a fazer?" – perguntei-lhe, com uma voz fraca e vulnerável.

    "Eu?" – ele colocou delicadamente o meu cabelo atrás da minha orelha, passando as pontas dos seus dedos pela curva do meu pescoço – "Nada, Arabella" – aproximou-se ainda mais de mim – "Absolutamente nada"

    "Luke..." – engoli em seco, sentindo a sua respiração quente a embater contra o meu rosto rosado – "Tens pessoas em casa"

    "Tenho?" – a sua mão viajou até ao meu queixo, num gesto meigo, fazendo-me fitar novamente as inúmeras emoções que nadavam no seu intenso olhar – "Pois tenho... Mas aqui não. Só tu..." – depositou um pequeno beijo no canto dos meus lábios – "E eu"

    "Correção, a tua assistente" – tentei não sucumbir ao seu toque – "Como tu próprio disseste"

    "É um facto" – ele encolheu os ombros, mexendo num longo fio do meu cabelo.

    "É?" – senti indignação a invadir-me – "Então, presumo que as assistentes possam beijar, tocar e ter relações sexuais com os seus gerentes sempre que desejarem?"

    "Correto, porém..." – Luke respondeu, com um irritante e estupidamente bonito sorriso delineado nos seus lábios – "És uma assistente especial, digamos..."

    "Admite logo, Luke"

    "O quê, Arabella?"

    "Gostas de mim" – disse, finalmente. A sua mão apertou fortemente a minha cintura, em resposta.

    "Arabella..." – ele sorriu brevemente após algum tempo – "Digamos que, de certa forma, aprecio bastante estar contigo"

    "Gostas de mim" – repeti – "Di-lo de uma vez por todas! Não é difícil"

    "Sinto uma extrema adoração por ti" – ele respondeu, com algum receio. Abri a boca para reclamar novamente com ele, não me apercebendo das suas palavras após breves segundos depois.

    "Ou seja, gostas de–"

    Fui interrompida pelos lábios de Luke, que se colaram aos meus ferozmente, eliminando a curta distância que havia entre nós. A minha vontade de discutir desvaneceu nesse momento.

    "Cala-te" – Luke sussurrou contra os meus lábios – "E beija-me"

    Dei-lhe uma pequena pancada no peito, com o objetivo de o afastar, mas acabei por puxá-lo contra mim mais uma vez, ansiando pelo seu toque e pela maneira de como os seus lábios dançavam em perfeita sintonia com os meus.

    "És..." – disse entre beijos – "Tão... Irrit–Ah"

    Perdi-me nos meus pensamentos assim que ele me agarrou, carregando-me até à cama com alguma pressa. Deitou-me nela num gesto rápido, colocando-se imediatamente sobre mim, sem separar os nossos lábios uma única vez. As nossas línguas exploravam-se delicadamente, dentro das nossas bocas entreabertas. As minhas mãos percorriam cada detalhe de Luke, em cima de mim, e as suas faziam o mesmo, com igual desespero e urgência. Entrelacei as pernas em volta do seu tronco e pressionei-o ainda mais contra o meu frágil e inquieto corpo, que necessitava de si. Não queria parar, queria mergulhar nesta sensação o dia todo e não retornar.

    "Foda-se" – Luke deixou escapar um palavrão dos seus lábios quando nos afastávamos ligeiramente para respirar – "Tens razão, Arabella" – ele encostou a sua testa na minha, como costumava fazer – "Eu gosto mesmo de ti" – não consegui evitar sorrir assim que ouvi as palavras que saíram inevitavelmente da sua boca.

    "E eu de ti, Luke"

Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora