[editado] - 2

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–  Arabella

   

    Não conseguia parar de andar. O meu corpo deslocava-se de um lado para o outro devido ao nervosismo.

    Onde estaria eu com a cabeça quando concordei trabalhar para aquele homem? Deus... Ele tinha-me intimidado (num estranho sentido), e havia algo nele que me fazia querer desafiá-lo... Tem calma, Arabella. Ele é o teu gerente! Não podes fazer tal coisa!

    O som estridente da minha campainha despertou-me dos meus pensamentos. Abanei a cabeça negativamente e levantei-me do sofá. Caminhei até à porta e abri-a, deparando-me com a minha única e verdadeira amiga, Evelynn.

    Ela entrou disparada dentro da minha casa e eu franzi a testa, um pouco confusa.

    "Conta-me tudo!" – exlamou. Oh, agora percebo.

    "O meu gerente é um homem tão... estranho? Charmoso?" – deixei-me cair no sofá mais uma vez. Eve soltou pequenos gritos.

    "Como se chama?" – inquiriu.

    "Senhor Hemmings" – pequenas gargalhadas escaparam dos meus lábios – "Não sei o primeiro nome dele ainda, por mais estranho que pareça"

    "Até o tratas por senhor" – lançou-me um olhar provocador.

    "Eve! Tem de ser, temos de ser profissionais!" – tapei a boca para abafar os meus risos.

    "Espera... Disseste Hemmings?" – arregalou os olhos.

    "Sim...?" – levantei uma sobrancelha.

    "Há artigos em revistas sobre ele..." – pareceu admirada – "Esse homem é super rico"

    "Imagino que sim... Achas normal ele me ter pedido para o entrevistar?" – mordisquei o meu lábio inferior.

    "Ele pediu-te?" – deu ênfase na sua última palavra.

    "Sim" – encolhi os ombros.– "Também tive uma reação desse género"

    "Minha querida Arabella..." – Evelynn deu-me um toque no ombro – "Tu estás metida em sarilhos"

" – Evelynn deu-me um toque no ombro – "Tu estás metida em sarilhos"

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    Olhava o homem à minha frente da mesma forma que ele me olhava. Com curiosidade.

    Os seus cabelos loiros estavam mais uma vez perfeitamente penteados para cima. Ele tinha as mãos unidas e os cotovelos pousados na mesa, dando-me a impressão de que me estava a tentar testar.

    "Olhe, eu sei que pode não parecer, mas eu tenho um trabalho" – comecei por dizer, com os braços cruzados – "Estou praticamente há uma hora no meu escritório sem fazer nada, e sou a sua assistente! Não precisa que vá buscar arquivos ou algo do género?"

    "Está dispensada por hoje" – passou o indicador pelo contorno do seu lábio inferior. Franzi o sobrolho suspirei, mostrando intenções de sair daquele local – "Não disse que podia sair daqui" – impediu-me.

    "Não tem um mundo para dominar?" – revirei os olhos, aconchegando-me na cadeira à sua frente.

    "Tenho" – respondeu, firme – "Não me revire os olhos, Miss Quinn, isso não é educado" – avisou. Quis fazê-lo de novo, mas controlei-me.

    "Devia estar grata por não ter que trabalhar hoje" – comentou, enquanto digitava no seu computador. Não respondi.

    "Quantos anos tem, mesmo? Ainda não verifiquei o seu arquivo" – carregou no enter e levantou-se da sua poltrona de seguida. Congelei. Oh não...

    "Vinte e um" – declarei, engolindo em seco.

    "Miss Quinn" – proferiu, colocando-se atrás de mim – "A senhora é realmente uma bonita assistente" – desviou o meu cabelo para o lado esquerdo, fazendo-me sentir o ar fresco a embater no meu pescoço – "E tão inocente..."

    "Profissionalismo, por favor" – consegui responder, embora me sentisse extremamente exposta e fraca naquele momento.

    "Arabella, você é... peculiar" – tratou-me pelo meu primeiro nome, algo que eu não estava à espera. A sua respiração embateu levemente na minha pele morna – "Sinto-me intrigado"

    "Pode tratar-me por tu, Senhor Hemmings. Eu é que tenho de mostrar respeito na forma como me dirijo ao senhor." – rodei o meu corpo na cadeira, de modo a que pudesse fitá-lo.

    "Eu prefiro ser educado e tratar a minha assistente com bons modos também" – soltou uma breve gargalhada e ajoelhou-se, dando-me uma perfeita visão do seu rosto.– "E se alguma vez me faltar ao respeito, Miss Quinn..."– começou por dizer– "Bem, já discutimos esse assunto no outro dia, estou seguro do seu conhecimento acerca das consequências"

    "Se isso foi uma tentativa de me meter medo, acho que falhou miseravelmente, Senhor. Referi anteriormente que pretendo tratá-lo com respeito" – afirmei, com a voz meio quebrada.

    "Não a intimido nem um bocadinho?" – humedeceu os lábios.

    Tentei não olhar em frente. Ele aproximou o seu rosto do meu. Os nossos narizes roçaram levemente um no outro e dei graças a Deus por estar sentada naquele momento.

    Cruzei as pernas com alguma força e recebi um sorriso provocador.

    "Eu presto atenção à sua linguagem corporal, Miss Quinn..." – brincou com as pontas dos meus cabelos – "Porque não admite logo que sou atraente?"

    "Senhor Hemmings..." – proferi – "Apenas julgo que é convencido" – prendi o meu lábio inferior entre os dentes. Os seus músculos contraíram de imediato, – o meu gerente ficou tenso.

    "Oh, Arabella, por muito que adore ouvi-la a pronunciar o meu pronome, acho que merece saber o meu primeiro nome, visto que trabalha para mim" – fez uma breve pausa, continuando a olhar-me intensamente – "Luke"

    "Luke" – repeti – "Luke assenta-lhe bem"

    "Arabella, deixar-me-ia retirar a inocência que predomina no seu corpo?" – ele perguntou-me, de forma educada, com um sorriso provocador curvado nos lábios. Só me apetecia arrancá-lo do seu atraente rosto. Nem soube o que responder, este homem tinha-me apanhado completamente desprevenida.

    "Parece-me que o Senhor Hemmings terá de tentar a sua sorte" – decidi desafiá-lo, tentando manter a minha voz forte, mas falhando miseravelmente. E, quando dei por mim, estava encostada à parede do seu escritório. Isto até poderia tornar-se divertido...

Stolen Innocence ➤ Luke Hemmings [Edited]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora