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3 capítulos para dizermos adeus à Lara e ao Harry! Como vou conseguir superar esses dois? Tenho tanto carinho por eles :(

LARA
— 32 —
(Dez meses depois)

Londres, Inglaterra

"Mamãe." Eu sinto Annie puxando a saia do meu vestido para que eu a olhe. "Colo!"

"Filha, seu irmão está dormindo aqui agora." Falo baixo, e minha baixinha de dois anos faz bico. "Que tal você pegar sua girafinha de pelúcia e ir até o sofá e eu já te encontro para assistirmos um filme?"

"Não." Bufa. Ah, Deus. Sabe, os médicos me falaram que a partir dos 2 anos, a minha filha já iria conseguir se expressar e, com isso, desobedecer, mas Annie faz isso o tempo todo desde que seu irmãozinho nasceu há dois meses. Harry e eu tentamos mostrar pra ela que ainda a amamos, mas infelizmente ela ainda não se acostumou com a ideia de não ser mais a única. "Cadê o papai?"

"O papai está lá no hospital com a vovó." Digo, balançando o recém-nascido no meu colo quando percebo que ele está prestes a chorar.

"Por que eles tão sempre no hospital?"

"O papai já te explicou isso, filha. Lembra quando você perguntou por que a vovó não tinha cabelo?" Pergunto e minha pequena afirma. "Então, é por isso. Na verdade, hoje é a última vez que ela vai ter que fazer aquelas coisas que tiram o cabelo dela."

"É?" Annie me pergunta enquanto andamos até a sala. "Por quê?"

"Porque a vovó fez um tratamento por anos e agora o tratamento vai acabar porque ela está curada."

"Então ela vai ter um cabelo comprido que nem o seu?" Annie pergunta e eu sorrio, afirmando, emocionada. Eu sei como Anne lutou durante esses anos, eu via como ela ficava nervosa antes de cada quimioterapia e como Harry não dormia bem toda vez que alguma coisa piorava. Ela eventualmente começou a melhorar, e acho que Harry nunca havia rezado tanto. Desde que deixamos Nova York para virmos para Londres acompanhar o tratamento, nunca deixamos de rezar por ela.

"Qual filme você quer ver, filha?"

"Enrolados." Ela diz, decidida.

"Essa é a escolha certa, bebezinha."

"Não sou uma bebezinha." Ela se irrita. "O único bebê aqui é o meu irmão!"

"Você vai ser sempre ser minha bebezinha e o seu irmão sempre vai ser meu bebezinho." Explico, colocando ele no berço que Harry insiste em trazer todo dia para a sala. Nós temos três — não um, não dois, e sim três berços — e ele continua movendo esse negócio pela casa. Eu sei que o nosso filho dorme melhor ali, por isso não implico com isso.

"Mamãe." Annie me chama enquanto eu ligo a televisão. "O tio Tyler é meu irmão?"

"Não, filha, o tio Tyler nem é seu tio, ele que gosta que você chame ele de tio. Ele é filho da tia Helena, então ele é seu primo."

"Por que eles nunca vem pra cá, e quando vem, ficam por muito tempo?" Ela faz uma voz exagerada de sofrimento. Ela tem um que de artista, fala tudo com emoções enormes.

"É porque eles moram nos Estados Unidos."

"É onde você nasceu?"

"Isso mesmo. Onde você nasceu também, mas a gente veio para cá quando você era muito pequenininha então você nem lembra." Aperto sua bochecha, me levantando em seguida para buscar o cobertor peludinho que Harry sempre teve e eu sempre adorei. Quando volto, Annie tem mais perguntas.

"Mamãe, você já namorou o tio Zayn?"

"Eu?" Coloco a mão no peito, indignada. "Eu nunca."

"A Aisha disse que você namorava o tio Zayn antes de você conhecer o papai." Aisha é a filha de Zayn e Alyssa.

"A Aisha entendeu errado, filha. Eu já beijei o tio Zayn."

"Mas o papai me disse que a única pessoa que você pode beijar é ele!" Ela me bate. Literalmente bate.

"Não faça isso, Annie, ou vai ficar sem pipoca." Falo e ela imediatamente pede desculpas. "Ok, então. Sim, eu só posso beijar o papai e o papai só pode me beijar. Mas isso nem sempre foi assim."

"Antes do papai você beijava o tio Zayn?"

Minha filha, antes do seu pai eu beijava qualquer um, seu tio foi um deles. "É, mas foi duas vezes só."

"O papai já beijou outra antes de você?" Ela pergunta, genuinamente curiosa.

"Ele já beijou sim, Annie."

"O tio Tyler-que-não-é-meu-tio beija a namorada dele?"

"Eu acho que sim." Dou de ombros, colocando Enrolados na televisão.

"Eu posso beijar alguém?" Ela pergunta. Aí, Jesus.

"Quando você tiver uns doze anos pode beijar uma pessoa da sua idade."

"Meu pai disse que eu só posso beijar com trinta anos." Harry é doido.

"Seu pai é um bobo, filha." Eu digo e ela ri, achando que eu falei um palavrão, a covinha na bochecha esquerda complementando sua beleza, os olhos verdes se fechando. Eu juro que tenho a filha mais linda do mundo.

Eu escuto a porta se abrindo e Annie sai correndo para pular no colo do Harry, e eu sorrio com a cena. "Oi, bobo!"

"Bobo?" Ele franze o cenho, confuso, e faz cócegas na barriga dela, causando uma explosão de gargalhadas dela. "Quem disse que eu sou bobo?"

"A mamãe!" Ela diz entre risadas e Harry fica boquiaberto, me olhando e eu rio. "Desculpa, mamãe!"

Harry coloca a bebê no chão e anda até mim, fingindo que está irritado. Nós trocamos olhares desafiadores um para o outro até ele se desdobrar em um sorriso. "Oi, linda."

"Oi, amor." Me levanto do sofá para beija-lo. "Como foi a última químio da sua mãe?"

"Foi tudo bem, graças a Deus." Ele olha para o alto e sorri, beijando meu rosto mais uma vez. "Eu vou tomar banho, mas antes quero pegar meu nenê no colo."

Ele anda até o berço e pega nosso filho no colo, e então anda até Annie e deixa as duas crianças em seu colo, uma em cada lado. Ela fica super feliz e me mostra a língua. "Eu sabia que dava pra pegar os dois no colo ao mesmo tempo!"

Goosebumps: The Sequence - HSWhere stories live. Discover now