14. A gata sedutora

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Desembarcaram em Las Vegas já a noite, como o esperado e simultaneamente planejado. O clima predominante era frio, o que contribuía para um certo incômodo pessoal em Kathe, que topou de imediato a proposta de Stevan. O mesmo havia explicado a ela tudo o que estava acontecendo, o que a motivou ainda mais de seguir com o plano e ajudá-los.

Ela havia deixado Washington quando soube do ocorrido com Josan. Particularmente havia ficado em choque, e sentiu-se na obrigação de voltar a Nova York, não apenas para marcar presença no seu sepultamento, mas também para oferecer total apoio e contribuição nas investigações a seus colegas do Deinyork. Foi quando Stevan a encontrou e contou-lhe toda a verdade, que até mesmo Louis não sabia por sua insegurança e desconfiança no trio, supostamente por falsos relatos de German, o que Kathe sempre achara uma boa pessoa.

A proposta que fizeram seria a mais nova oportunidade de mostrar sua eficácia, ter o privilégio de ajudar Louis novamente e a gratificação em voltar a trabalhar com Stevan, o que a lembra velhos tempos quando ainda residia em Nova York, além de ser contemplada em conhecer outros dois agentes de lugares distintos. Desta vez, atuaria de maneira mais complexa do que da última operação, a qual não se expôs muito, era como se tivesse trabalhado na de maneira indireta.

Finalmente havia chegado a hora tão esperada, a hora de enfrentar Vandame. Mas para Kathe, não seria bem um enfrentamento, seria algo mais leve, uma maneira mais branda de se conseguir informações, coisas típicas do feminismo. O plano consiste nisso, e atuação não lhe falta nessa e em outras áreas. Desde os primórdios, Vandame sempre foi uma presa fácil, mesmo não aparentando muito. Seus súditos estão um pouco acima quando se trata de raciocínio. Alguns tem mais competência e formas exepcionais de lidar com certas situações, essa certamente é sua salvação. Kathe não faz ideia de como lidar com seu instinto, não sabe o que acontecerá e nem tem algo literalmente planejado. Sempre viveu a base dos improvisos, e não largará mão disso.

Era uma pena Lênin não estar aqui com eles, Kathe adoraria conhecê-lo também, assim como adorou conhecer Paulo. Contudo, ele havia se metido em uma confusão onde estaria a seu critério sair por conta própria, nesse momento nenhum deles poderiam fazer algo para ajudá-lo. Talvez depois fosse cabível, mas por enquanto nada além de ir ao bar atrás de Vandame estava dentro dos planos dessa noite. Não era dedutível se a ausência de um deles faria grande diferença nessa parte do plano, pois só Kathe atuaria por essa noite. Se isso estivesse correto, a preocupação seria menor em relação à falta de um deles, que complementam o "trio" que Louis formou.

Já no carro de Martin, estavam todos prontos para seguirem para o bar. Stevan e Paulo usariam um disfarce e ficariam sentados em uma das mesas dando cobertura a Kathe, que faria sua parte do plano.

- Todos prontos? - perguntou Martin

- Sempre estivemos! - respondeu Kathe, no banco do passageiro.

Sendo assim Martin ligou o carro e avançou, seguindo viagem. Depois de longos minutos tensos dentro do automóvel, estavam na frente do bar. Não era um bar qualquer, aparentava ser nobre e bem organizado. Sua modelagem e estrutura externa chamavam a atenção do público, o que, certamente, rendia uma boa dose de clientes.

- Então, ninguém pode nos ver juntos, senão desconfiariam na hora - começou Stevan - Kathe, primeiro você entra, Paulo e eu seguimos depois.

- Certo, mas onde vocês ficarão?

- Ficaremos em alguma das mesas observando a movimentação e dando cobertura, sem levantar suspeitas. - disse Paulo - Seremos o que a Lobaz designa como os Invisíveis: aqueles que se disfarçam, porém, não atuam. São como pessoas qualquer da sociedade, apenas estão de olho em tudo.

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