10. O resgate

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Finalmente Paulo havia acordado, o que fez Stevan se sentir um pouco mais aliviado. Ele estava realmente preocupado, Paulo corria muitos riscos, ainda tinha sequelas de outros ataques. Depois de ter sido levado ao hospital, ainda desacordado na madrugada de ontem, o médico havia informado que ele tinha desmaiado em decorrência de uma forte pancada na cabeça, depois de algumas análises ele dormiu. Stevan e Lênin permaneceram no hospital acordados até a manhã. Suas noites de descanso haviam sido revezadas por mais uma noite sem dormir. Ainda, na noite de ontem, Stevan tinha ouvido um barulho no corredor, foi quando encontrou Paulo caído no mesmo. Gritou por Lênin para buscar alguma justificativa, e acabaram levando-o para o hospital quando viram que ele não acordava com sacudida alguma. Até o momento não sabiam como Paulo havia levado aquela pancada, se ele tinha caído em algum lugar ou alguém teria cometido propositalmente.

— Paulo, está me ouvindo? — Stevan se aproximava da cama em que Paulo estava deitado

Paulo apertou um pouco os olhos como se ainda estivesse decifrando quem estaria a sua frente, e depois abriu-os por completo.

— Stevan?

— Sim, sou eu. Como está se sentindo?

— Estou bem. Esse não é o quarto do hotel, é?

— Não. Aqui é o hospital. Você lembra do que aconteceu ontem à noite? Alguém te atacou?

— Sim, lembro. Mas antes, quero sair desse lugar. Eu odeio hospitais! — falou ao tentar se levantar

— Sabemos disso, mas você precisa ficar aqui até o médico decidir quando você poderá sair.

— Paulo, dá pra parar de enrolação e falar logo o que aconteceu? — Lênin falou, sentado em uma das cadeiras do quarto, com os pés em cima da cama em que Paulo estava.

— Lênin... não fala assim com ele. Não vê que ainda está mal?— advertiu Stevan

— Ah, Stevan, olha a cara dele: ele está tão bem quanto eu, que passei altas horas acordado.

— Paulo, pode me dizer quem fez isso com você?

— Foi o Sujeito do Elevador. Sim, aquele mesmo que nos passava tantas informações.

— Que estranho! Por que ele faria isso?

— Inacreditavelmente ele exigiu que eu matasse German. Disse que ele precisava morrer de qualquer jeito. Eu tentei ir até o quarto de German para buscar justificativas de alguma suposta briga qualquer e tentar resolver isso, sem que ninguém precisasse se machucar.

Lênin ria
— E o machucado acabou sendo você.

— Isso não tem graça, Lênin. — Stevan falou — mas por que ele exigiria isso de você?

— Ele disse que eu tinha motivos o suficiente para isso.

— Stevan, a pergunta certa seria: por que ele quer German morto?

Isso realmente era muito estranho. Na verdade, a atitude deles seria muito estranha. Primeiro, German trancou Paulo no quarto, certamente para impedí-lo de ir ao cativeiro. Depois foi a vez de Jorge entrar em ação: tentou matar Paulo também. A justificativa que ele havia dado não era o suficiente para o que cometeu, supostamente haveria algo a mais nisso tudo. Agora, o Sujeito do Elevador, que a princípio parecia ser uma pessoa inofensiva que apenas estaria tentando ajudar uma equipe, vem com mais essa: pedir para Paulo matar German. O mais misterioso disso tudo seria o motivo pelo qual ele queria que esse desejo se concretizasse. Eles seriam inimigos mortais?

Paulo pegou um copo de água e bebeu um gole. Aparentava ainda estar apreensivo com tudo o que havia acontecido em tão pouco tempo: três ataques.
— Ele me disse que não poderia matá-lo por conta própria, pois na primeira oportunidade German o apagaria. Disse que German não tira sua arma da cintura, esperando o momento certo para encontrá-lo.

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