1. O início da jornada

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O despertador tocou. O sol raiava fortemente dentre as cortinas cor bege semi fechadas, fazendo Stevan não conseguir abrir os olhos por completo, apenas colocar o ante braço na frente de sua visão. Em cima do criado-mudo, o despertador vibrava. Eram 8:30 da manhã. Stevan havia esquecido de desativar o despertador programado para tocar nesta manhã, por conta da festa do dia anterior, os trabalhadores do Deinyork estavam de folga.

Os cobertores brancos tinham suas extremidades no chão e o travesseiro se encontrava nos pés de Stevan. Sinônimo de uma noite bem agitada, mas a manhã, estava mais calma. Ouvia-se um canto. Não de pássaros, mas de um vizinho enigmático que toda a manhã passava pelo apartamento de Stevan cantando, às vezes assobiando, mas ambos desafinadamente.

Já sentia-se o cheiro de pão de queijo e café quentinho dos apartamentos ao lado. O clima era mediano, a sensação era favorável. Stevan levantou seus dois braços para cima, alongando-os e, simultâneamente, bocejou. Ele logo levantou-se e foi em direção a sacada. Pegou, em cima do criado-mudo, as chaves de seu apartamento, abriu as cortinas e destrancou a porta de vidro. Era de costume. Todas as manhãs ele gostava de ir para a sacada ver como está o dia e, simplesmente, respirar um ar fresco.

O dia estava lindo, como sempre. Carros passavam a todo o instante e pessoas estavam em todos os lugares, aparentemente tudo normal. Mas na mente de Stevan uma confusão generalizada de pensamentos amontoados o causava inquietude desde a noite anterior. Ele havia deixado a mansão depois que todos os convidados o fizeram. Antes disso, uma investigação visual e dialogal foi feita e nada de suspeito foi constatado. Talvez suas suspeitas estivessem erradas, era pouco provável, mais pouco ainda era aceitável.

Ainda na noite de ontem, Stevan e Louis revisaram detalhadamente o escritório em busca de pistas. O grande quadro que escondia o cofre estava imóvel, em seu devido lugar e posição. Atrás dele, o cofre estava trancado que, concebida a senha, foi aberto e dentro um grande vazio que fazia com que Louis recaísse. Surpreendente era como tudo estava com aparência intacta, não havia danificação alguma. Nem sinal de que algum marginal tenha se dirigido a aquele local e praticado tamanho roubo em, figuradamente, um passe de mágica. Outra facilitação para o criminoso era a porta destrancada que se o contrário, não haveria outra alternativa a ele senão arrombá-la, por motivo de que no corredor onde se encontrava o escritório todas suas salas não tinham janelas, era um lugar exclusivamente secreto.

Alegoricamente se aquele criminoso a arrombasse, não haveria diferença alguma, fora o barulho que os empregados poderiam ouvir e constatar um assalto. Ou se ao menos a porta estivesse trancada, supostamente esse criminoso arranjaria um jeito sigiloso de abri-la, igualmente como arranjou um jeito sigiloso de abrir o cofre. Mas, como Louis tinha o costume de pensar em várias outras possibilidades, essa hipótese seria apenas uma delas, nada poderia estar totalmente constatado ou outros descartados, não até saber a versão de Josan ou praticar uma investigação mais profunda a respeito. Louis ainda não havia convocado Stevan para essa investigação, mas era de se esperar.

Stevan avistou uma figura na sacada do apartamento ao lado: um homem de pele branca que usava um moleton preto, um boné da mesma cor e oculos escuros. De acordo com sua experiência de agente, provavelmente esse homem estaria escondendo sua identidade, nunca havia o visto nesse prédio, supostamente um novo morador, mas que seu objetivo era um disfarce, não havia muitas dúvidas. Por um momento Stevan tentou imaginar a história desse homem: talvez estivesse sendo procurado pela polícia ou por alguma máfia local. Talvez existissem histórias obscuras por trás desses óculos escuros, ou simplesmente ele gostasse desse estilo. Na verdade, Stevan estava tentando conduzir seus pensamentos para um lugar mais distante, fora de toda a confusão de ontem a noite, por esse motivo, estava imaginando coisas em relação a esse homem que talvez não estivesse se disfarçando. Era um meio distrativo para ele, imaginar histórias longe de sua própria realidade.

MISSÃO IMPLACÁVELWhere stories live. Discover now