Capítulo X

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O jogo foi muito emocionante. Me senti pronto para outro jogo. Ao sair do campo e me desparamentar fui direto para a sala onde guardamos as coisas do jogo. Guardei o que eu tinha de guardar e estava indo para o meu dormitório quando encontro Malfoy por um corredor vazio.
— Potter!
— Malfoy. — Falei seco.
— Meus parabéns pelo jogo. Jogou bem para a sua primeira vez.
— Valeu.
— Então...
— Acabou? Eu tenho que ir para o dormitório.
— Qual é o gosto de um pomo de ouro?
— Engole um para você saber.
— Acho que assim é mais fácil de saber o gosto.
Fui surpreendido por um beijo de Draco. Eu fiquei sem reação. Foi um beijo de mais ou menos 4 segundos. Quando o beijo terminou, ele olhou nos meus olhos e foi embora. Eu fiquei parado no meio do corredor com um dos dedos tocando os meus lábios. Segui até o dormitório sem reação. Tomei o banho pensando no que havia acontecido, mas logo voltei ao normal. Eu logo me vesti e fui conversar com Hagrid, Hermione e Rony. Hermione comentou sobre o ocorrido com Snape e logo Hagrid Indagou:
— Bobagem. Por que o Snape iria prejudicar você, Harry? Ele é um professor. Ele não pode fazer isso.
— Sei lá. Por que tentou passar pelo cão de 3 cabeças no dia das bruxas? — Perguntei sem pensar duas vezes.
— Quem te contou sobre o Fofo?
— Fofo? O nome daquela coisa é Fofo? — Perguntou Rony com cara de assustado.
— Aquilo tem um nome? — Perguntou Hermione.
— Ora. É claro que ele tem um nome. Ele é meu. Eu comprei de um irlandês que eu conheci num bar ano passado. Eu deixei ele com Dumbledore para guardar o...
— O o que? — Perguntei o interrompendo.
— Deixa para lá. Não deveria ter dito isso. Sem perguntas. Não me perguntem mais nada porque isso é sigiloso. Tá bem?
— Mas, Hagrid, seja lá o que o Fofo esteja guardando, o Snape está tentando roubar.
— Bobagem. O Snape é professor de Hogwarts e não faria isso.
— Ele pode ser professor de Hogwarts, mas eu conheci um feitiço quando eu vejo um. Eu li sobre vários feitiços e eu conheço um de longe. Tem manter o contato visual e o Snape nem piscava o olho.
Hagrid suspirou e disse:
— Escutem bem, isso é para os três. Estão se metendo com coisas que vocês não devem se meter. É muito perigoso. O que o cão está guardando somente interessa ao professor Dumbledore e ao Nicolau Flamel.
— Nicolau Flamel? — Nós três repetimos ao mesmo tempo.
— Porcaria. Eu preciso aprender a manter a minha boca fechada. — Disse Hagrid indo embora.
— Quem será esse tão de Flamel? - Perguntei.
— Eu não faço a menor ideia. — Disse Hermione.

***

O natal estava chegando. Estava tudo nevando. Os fantasmas cantavam canções natalinas, os professores ajudavam nas decorações, os alunos cantavam felizes e eu estava jogando xadrez com Rony. Hermione logo chegou com a sua mala. O xadrez bruxo era que nem o dos trouxas, mas com aquele toque bruxo. As peças se mexiam e interagiam entre si.
— Cavalo na E-05. — Eu disse e a minha peça foi em direção a casa que eu falei.
Rony riu e disse: — Rainha na E-05.
A sua peça saiu de sua poltrona e lançou a poltrona em direção ao cavalo, destruindo ele.
— Esse jogo é coisa de bárbaros. — Disse Hermione indignada.
— Não. Isso é xadrez de bruxo. — Disse Rony rindo. Ao notar a sua mala, ele logo mudou a sua feição e perguntou: — Já fez as malas?
— Você não fez? — Perguntou ela na mesma hora.
— Eu mudei de planos. Os meus pais decidiram ir para a Romênia para visitar o meu irmão Carlinhos que foi estudar dragões e eu vou ficar por aqui.
— Ótimo. Então pode ajudar o Harry. Ele vai para a biblioteca procurar informações sobre Nicolau Flamel.
— Mas nós já olhamos cem vezes.
— Não na sessão reservada. Feliz natal para vocês dois.
Na mesma hora Hermione virou-se de costas e foi embora.
O outro dia logo veio e eu fui acordado com Rony aos gritos me chamando. Levantei da cama correndo o mais rápido que pude, por pensar que poderia ter acontecido algo com ele. Ao chegar lá, ele me olha sorrindo e diz:
— Feliz natal, Harry.
— Feliz natal, Rony. O que você está vestindo?
— É um sweater de família. Tem presentes para você também. Vem ver.
— Eu... Eu ganhei presentes?
— Ganhou. Olha ele aqui.
Saí correndo o mais rápido que pude de tanta felicidade.
— Puxa vida. É a primeira vez que eu ganho um presente. 
Sentei na poltrona e comecei a desembrulhar o presente. Achei uma carta em cima dizendo: "Seu pai deixou isso comigo antes dele morrer. Está na hora de retornar para você. Faça bom uso." Curioso abri a embalagem enorme e era um tipo de capa. Eu estava sem entender nada, mas Rony me manteve positivo quanto ao presente.
— Ora. Veste logo. Vamos ver.
Ao vestir, Rony ficou com os olhos arregalados e sem reação.
— O que houve?
Ele somente apontou para mim e ao olhar para baixo vi que tudo estava invisível.
— É UMA CAPA DE INVISIBILIDADE, RONY.
— Elas são muito raras, Harry. Quem mandou pra você?
— Não tinha nome. Só dizia para fazer bom uso. Acho que eu tive uma ideia.
Logo entrei na biblioteca utilizando a capa da invisibilidade para ir até a área reservada da biblioteca e pegar o livro que estávamos procurando. Haviam inúmeros livros que eu nem sabia da existência. Peguei um livro que estava acorrentado e ao abrir a página, um rosto surgiu do livro e começou a gritar. Imediatamente eu o fechei e o devolvi a prateleira, mas do fundo surgiu uma voz perguntando quem estava no setor. Assustado, eu coloquei a capa novamente, derrubei a lanterna e corri para me esconder. Era Filch. Ele passou por muito perto de mim e eu prendi a respiração no mesmo instante e deixei ele passar perguntando quem estava por perto. Após ver ele saindo, eu fui embora da biblioteca, mas dei de cara com a Madame Nora que me encarava e me seguiu miando chamando a atenção de Filch. Ao virar o corredor, me deparei com o professor Snape deixando o professor Quirrell contra a parede e começou a ameaçar:
— Você não iria me querer como um inimigo.
— E-e-e-eu n-n-não s-s-sei d-do q-q-que v-voc-c-cê está f-f-faland-do.
— Você sabe muito bem.
E eu estava na tentativa de sair do local, mas o olhar de Quirrell me acompanhava, fazendo Snape voltar a sua atenção contra mim e olhava suspeitosamente em minha direção e chegou a estender a mão em minha direção na tentativa de agarrar seja lá o que fosse que estivesse em sua frente, mas sem ter sucesso na sua busca, voltou a sua mão em direção ao professor Quirrell que levou um susto na mesma hora.
— Vamos ter outra conversinha em breve. Depois que você tiver decidido a quem você vai ser leal.
A conversa foi interrompida ao ouvir passos vindo em direção a eles. Era Filch.
— Professores, achei isto na sessão reservada. — Estendeu uma lamparina para os mostrar. — Ainda está quente, o que indica que tem algum aluno fora da cama. — E logo eles correram pelo corredor. Eu abri a porta atrás de mim e ao fechar tirei a capa, me deparando com um espelho. O encarei e fui me aproximando cautelosamente. Ao chegar em frente ao espelho, notei que haviam algumas escrituras nele e que o mesmo estava com teias de aranha. E logo vi o meu reflexo no espelho, maior que eu por sinal, apareceram outras duas pessoas ao meu lado no espelho. Eu olhei para trás e não havia ninguém. Eram os meus pais. Eles sorriram para mim e eu era muito parecido com eles.
— Mãe? — Perguntei e tive como resposta um sorriso da linda moça e acenando a cabeça dizendo que sim. — Pai? — O moço de óculos pouco maior que a moça sorriu e acentiu com a cabeça.
Eu encostei a mão no espelho e senti uma mão tocar no meu ombro quando o reflexo de minha mãe havia me tocado no ombro no espelho também. Foi uma sensação gostosa e única na minha vida.
Depois de aproveitar aquele momento com os meus pais, eu corri atrás de Rony e gritei por ele.
— RONY, VOCÊ TEM QUE VER ISSO. VAMOS LÁ. SAI DESSA CAMA. VOCÊ PRECISA VER UM NEGÓCIO. ANDA LOGO. SÃO OS MEUS PAIS.
— Só vejo a gente.
— Vai. Fica de frente ao espelho. Olha. Eles vão aparec...
— Sou eu. Só que... Chefe dos monitores. — Falou Rony interrompendo Harry, o fazendo ficar sem reação. — Eu estou segurando a taça de Quadribol e, puxa vida, sou o capitão do time de quadribol. Harry, você acha que esse espelho mostra o futuro?
— Como poderia? Os meus pais estão mortos. — Falou Harry triste e olhando para o espelho.
Rony voltou para o dormitório, mas Harry permaneceu lá sentado em frente ao espelho aguardando os seus pais retornarem. Ele ficou cada minuto que pôde acordado esperando os seus pais e olhando para o espelho fixamente, sem notar que Dumbledore estava atrás o olhando.
— Outra vez aqui, Harry? — Falou Dumbledore assustando o pobre Harry. — Estou vendo que como outros, você descobriu a maravilha do espelho de Ojessed. Imagino que, a essa altura, já sabe o que ele faz. Eu vou te dar uma pista: o homem mais feliz do mundo iria olhar para o espelho iria se ver nele, assim como ele é.
— Então ele nos mostra o que queremos. Seja lá o que ele for?
— Sim e não, Harry. Ele nos mostra os nosso desejos mais profundos e desesperados dos nossos corações, Harry. Você, que nunca viu a sua família, os vê de pé ao seu lado. Mas lembre-se, esse espelho não nos dá o conhecimento e nem a verdade. Muitos homens chegaram até a enlouquecer por conta dele. É por isso que amanhã ele será levado para outro local. — Harry olhou Dumbledore sem reação no mesmo instante. — E tenho que lhe pedir para não ir atrás dele, Harry. Por favor. Não vale a pena viver sonhando, Harry, e se esquecer de viver.
A noite se passou e mais um dia com bastante neve chegou. Eu estava com Edwiges no pátio, quando a soltei e deixei ela voar. Sentei em uma das fontes e fiquei pensando no que Dumbledore havia me dito. Logo senti alguém se aproximando. Era Malfoy.
— Potter.
Eu não o respondi. Fiquei apenas de cabeça baixa.
— O que houve? Parece pensativo e triste.
— Eu só tive uma experiência boa e ruim ao mesmo tempo noite passada. Nada que eu queira comentar.
— Tudo bem. Eu vou permanecer aqui da mesma forma.
Ao ouvir isso, eu me levantei para ir andando, mas senti o meu corpo ser puxado de volta para onde eu estava sentado.
— Não vai. Eu preciso conversar contigo.
— O que você quer, Malfoy? Já não basta me humilhar e humilhar os meus amigos? Cadê os seus amigos?
— Eles foram visitar as suas famílias agora no natal.
— E por que você não foi visitar a sua?
— É complicado. Eu preciso conversar contigo.
— Não temos o que conversar, Malfoy.
— Discordo. Nós temos uma relação. Somos amigos.
— Eu não sei se quero alguém que me humilha como amigo.
— Para, Potter. Eu não sei o que acontece comigo. Eu só quero pedir desculpas. Lembra da promessa?
Ele tocou em um ponto fraco de Harry. Ele logo ficou sensível e parou na mesma hora.
— Tudo bem. Acho que você tem razão. Por que você faz isso com Rony e Hermione?
— Você não entenderia.
— E se você explicasse?
— Acho que ainda não é a hora certa pra isso.
— Você poderia ao menos explicar uma coisa?
— O que?
— O que aconteceu naquele dia depois do jogo? Por que do beijo?
— Potter...
— Malfoy?
— Lembrei que tô com um negócio pra fazer para o Snape. Depois eu converso contigo. Ele vai me matar se eu não fizer.
E eu vi a sua cabeleira branca ir embora junto com os flocos de neve que caiam.

Drarry: A Pedra Filosofal (Livro 1)Where stories live. Discover now