Capítulo II

1K 122 26
                                        

Os anos se passaram e com eles coisas novas surgiram. Harry estava com seus 10 anos de idade e o seu querido primo Duda seguia a mesma faixa etária. Harry era muito amado pelos Dursley, tão amado que maltratá-lo era inevitável. Duda sempre dava um jeito de bater em Harry ou incriminá-lo por algo que não havia feito. Os seus tios o maltratavam juntamente. Harry não ganhava coisas novas, tudo o que havia era herdado do seu primo Duda. Além das pessoas da casa onde moravam, para não chama-los de família, Harry sofria bullying na escola por nunca ter roupas novas, e sim roupas que antes eram do seu primo. Roupas essas muito folgadas, por sinal. Também riam da cara de Harry por seus óculos serem remendados. Harry remendava os óculos por conta das porradas que levava de Duda e ele conseguia quebra-lo, mas seu tio Walter não o permitia consertá-lo, apenas lhe dava um rolo de fita adesiva e cola para que desse o seu jeito. Haviam dias em que os seus tios fingiam que ele não estava por lá, apenas para evitar contato. Deram para ele um quartinho que havia embaixo das escadas. Adaptaram uma cama e havia consigo um lençol velho para cobrir-se a noite e caso fizesse calor, não era responsabilidade e menos culpa deles. Harry tinha cabelos negros, era magro e tinha olhos verdes. Certo dia, como sempre, sua tia Petúnia bateu na porta do seu "quarto" e gritou:

- Vamos! Acorde. Acha que vai ficar de moleza sem fazer nada?

Ele estava tão acostumado que nem ligava mais, mas desta vez ficou indignado porque estava sonhando com algo que lhe chamara a atenção e sabe que não sonhará com isso tão cedo. Sonhara com vozes e com uma luz verde em um local que parecia um quarto. Havia sonhado com isto algumas poucas vezes, mas nunca teve a oportunidade de terminar o sonho. Ao levantar da sua cama e ir em direção ao óculos, notou que subiu em cima de sua mão uma aranha. Uma das muitas aranhas que haviam dentro do seu quartinho estava em sua mão, e sem medo algum ele devolveu ela à sua teia. Ele não ficava mais assustado com a presença delas, elas eram suas amigas nesta terra maldita. O que fizera Harry para passar por tudo o que estava passando? Ao sair de seu cômodo, ouviu sua tia com a sua voz irritante falar:

- Vem cuidar dos ovos e do bacon. Faz com muito cuidado. Ouviu? Hoje é aniversário do Duda e eu quero garantir que o meu pequeno Duda ficará feliz.

- Tia Petúnia? Por que eu tenho essa marca na testa?

- Foi no acidente de carro dos seus pais. Não me faça mais perguntas. - Foi interrompida pelo barulho de alguém puxando uma cadeira para sentar-se a mesa. - Ah! Dudinha. Feliz aniversário. - Disse o 'feliz aniversário' cantarolando. - Papai e eu lhe compramos todos os presentes possíveis. Seu café está quase pronto.

- Posso abrir os meus presentes? - Disse ele todo alegre.

- Claro que pode, meu anjinho lindo.

Anjinho era difícil. Estava mais para um leitão de peruca loira e vestes humanas, o que por sinal combinava com o bacon. Após uns minutos apareceu Duda aos berros e com o seu choro fingido e mimado:

- Ah! Mamãe, ano passado foram 38. Esse ano só tem 37. Um presente a menos. Eu quero 39.

Harry sentia refluxo ao ver essa cena. Ainda mais vendo a sua ta prometer comprar mais dois presentes para lhe dar. Seu tio logo chegou lhe cobrando o café da manhã e conversando com a sua tia, mas logo um assunto lhe chamou a atenção.

- E temos um problema. A senhora Figg está doente e não pode ficar com Harry.

- Ele pode ir cuidar dela. Ou tentar. - Disse Petúnia carrasca e nojenta, como sempre.

- Aí que está. Ela não está na cidade. - Falou Walter com um tom cabisbaixo.

- O que nós vamos fazer?

- Poderíamos ligar para Guida.

- Você sabe que ela odeia o menino. Não diga bobagens.

- E aquela sua amiga?

Drarry: A Pedra Filosofal (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora