06. o ponto principal

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Jeonghan me observava de longe.

Mas apenas mantinha seus olhos em meu corpo. Ele me analisava, parecia intrigado com algo, mesmo sem expressar sentimentos, e o único movimento que seu – lindo – corpo fazia era de sua respiração, me dava a impressão de que estava descompassada por algum motivo inexplicável. Eu apenas devolvia o olhar da mesma forma, mas eu não estava de fato o olhando, eu o contemplava. Meu corpo se apoiava na bancada de madeira daquela sala bonita. Yoon com seu corpo sentado no sofá, com seus dois seguranças durões ao lado. Aquilo estava estranho.

Com certeza havia algo de errado, mas eu não sabia o que era.

Seungkwan estava ao meu lado, me fitando com aquele seu olhar afiado que sempre me deixava desconfortável. Ele estava ainda mais intrigado que Jeonghan. Me pareceu que os dois tiveram alguma premonição, onde Yoon já havia descoberto tudo e estava só esperando eu me distrair para fugir. E Seungkwan parecia preparado para sacar uma arma a qualquer momento. Eu não o julgaria se fizesse isso, até eu faria tal ato – se tivesse uma arma.

— Tá tudo bem? - Ouvi Seungkwan me questionar ao meu lado. Eu apenas virei meu rosto para focar em suas orbes castanhas. Sua expressão transmitia preocupação.

— Sim. Por que não estaria?

— Você parece apreensivo. Espero que não desmaie novamente. - Sorriu da forma mais forçada possível.

Revirei os olhos. Eu sempre ODIEI quando Seungkwan ainda fazia questão de lembrar de assuntos constrangedores para mim.

— Foi apenas falta de um alimento no estômago. Não vou desmaiar novamente, já tomei meu café da manhã e estou pronto pra começar logo outro plano pra prender o Jeonghan. Mas se você ficar aí me olhando com essa cara de quem perdeu algo em mim, nós não vamos terminar isso até o tempo limite. - Rebati, me aproximando mais dele apenas para ter a certeza de que ninguém mais ouviria aquilo.

— Tudo bem, então. E o que você tem em mente? Apontar uma arma na cabeça dele e mandar ele se render? - Afiou os olhos, sorrindo ironicamente. Aquilo me deixou com medo. — Ou vai prender ele contra a parede, colocar as algemas nos pulsos dele e falar que ele tá preso da forma mais provocante possível?

Espera. Eu já ouvi isso em algum lugar.

Por um momento, até pensei na hipótese de Boo Seungkwan poder ler os pensamentos das pessoas. Mas isso seria um barato, imaginem poder ler a mente de assassinos e resolver os crimes com mais facilidade? Seria como um super herói do FBI.

— E o que sugere, já que você é mais inteligente que eu, e com certeza sabe ler mentes.

— Como assim, ler mentes? - Franziu o cenho. Eu dei graças a Deus por ele não saber do que eu estava falando. — Olha, o nosso tempo está passando, acho melhor você ir logo pra perto do Jeonghan e rebolar no colo dele, ou não consegue nada.

— O que pensa que sou? Um oferecido? - O questionei incrédulo, apoiando minhas mãos na cintura.

Boo apenas arqueou as sobrancelhas. Como se eu tivesse feito uma pergunta retórica. Pois é, senhoras e senhores, Boo Seungkwan acha que eu sou um oferecido.

Talvez eu seja.

Mas apenas perto dele.

Eu revirei meus olhos e bufei o máximo de vezes possíveis antes de finalmente me aproximar de Jeonghan. Ajeitei minha postura em frente ao homem, dei mais uma arrumada no meu paletó e sorri de forma simpática. Ele ainda me observava com aquele olhar que tanto me causava medo e calor. Me sentei ao seu lado, com minhas mãos sobre minhas coxas. Meus dedos se mexiam tanto que pareciam ter um ataque. Eu estava nervoso novamente, e tudo por culpa de Yoon Jeonghan.

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