Deliberação

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Quando os olhos se abriram, sentiu como se estivesse emergindo de um abismo escuro, sua mente envolta em uma névoa de confusão e dor

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Quando os olhos se abriram, sentiu como se estivesse emergindo de um abismo escuro, sua mente envolta em uma névoa de confusão e dor. Cada pensamento parecia um eco distante, reverberando em sua cabeça como os resquícios de um pesadelo recente, a dor de cabeça batendo como uma marreta contra suas têmporas. Céus, estava tão confuso que mal conseguia distinguir onde terminavam suas lembranças e onde começava a fantasia.

Seus olhos encontraram o teto enferrujado do búnquer, uma visão desoladora que parecia refletir seu próprio estado mental. Fragmentos de memórias dos dias passados dançavam diante de seus olhos, uma cacofonia de imagens e sensações que o deixava tonto, como se estivesse se afogando em seu próprio passado tumultuado.

Nunca se sentiu tão vulnerável, tão fraco. A sensação de impotência o consumia, ameaçando sufocá-lo enquanto lutava para dar sentido ao caos dentro de si. Sentou-se na cama dura, sua mente uma tempestade de incertezas crescentes à medida que as memórias se solidificavam lentamente em sua consciência.

Lembrou-se vividamente dos momentos anteriores, da sensação de ser arrastado para a inconsciência pelo líquido esbranquiçado que Zayn lhe ofereceu. Cada despertar era uma luta, uma batalha contra as sombras que o puxavam de volta para a escuridão. Hiperventilando, seus olhos buscaram freneticamente por respostas no espaço ao seu redor, encontrando apenas o vazio e o silêncio que pareciam ecoar sua própria confusão.

Ao voltar seu olhar na direção de Zayn, Harry encontrou os olhos curiosos do homem fixos nele, como se estivesse tentando decifrar os segredos que sua expressão escondia. No entanto, havia algo a mais ali, uma intensidade na maneira como Zayn o observava, uma preocupação que transparecia além das linhas profundas de sua expressão. Era como se cada sulco em seu rosto contasse uma história de angústia e dilemas, dando a entender que as escolhas difíceis que enfrentou pesavam mais do que o comum. Era evidente que Zayn estava mais preocupado do que o habitual, seus olhos transmitindo uma ansiedade que não conseguia disfarçar.

— Você finalmente acordou — murmurou Zayn, seus dedos apertando os braços da cadeira com uma tensão contida.

— Você finalmente me deixou acordar — retrucou Harry, sua voz carregada de confusão e desconfiança. — Que dia é hoje?

Houve uma hesitação perceptível no rosto de Zayn, uma sombra passageira de incerteza que atravessou seus olhos antes de desaparecer.

— Terça-feira — respondeu ele finalmente.

— Terça-feira — ecoou Harry, sua voz um sussurro fraco. — Você me dopou por três dias.

Um silêncio tenso pairou no ar, carregado com o peso das palavras não ditas entre os dois homens.

— Foi necessário — defendeu-se Zayn, sua expressão impassível.

Harry respirou fundo, lutando para controlar a onda de emoções tumultuadas que ameaçava inundá-lo.

AS RUÍNASWhere stories live. Discover now