Capítulo XLIII

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Términos


Ruby correu até o começo da floresta proibida, próximo a cabana de Hagrid, gritando para Carlinhos parar de andar, assim ela poderia alcançá-lo, mas é parada, quando o ruivo diz que ele não quer que ela chegue perto.

— Você ia beijar ele? — pergunta Carlinhos, evitando olhar para Ruby, com o braço esticado em um sinal de pare, mas não recebe uma resposta — VOCÊ IA BEIJAR ELE, RUBY? — torna a perguntar em um tom extremamente alto, ao virar seu rosto para a garota, revela seus olhos azuis marejados, começando a reter água.

— Eu-eu... — gagueja Ruby, com os lábios roxos, pelo frio, abraçando seus próprios braços, sem saber o que dizer.

— EU PERGUNTEI PRA VOCÊ RUBY — disse Carlinhos em meio às lágrimas, que ele não conseguiu impedir que caíssem — Eu perguntei! Você só tinha que ter me dito que era ele e não eu! — disse com dificuldade, pois a cada palavras, Carlinhos sentia seu coração se romper — Eu vim pra essa droga de torneio, para ver você, A MINHA NAMORADA, mas agora.. eu quero que você suma da minha frente...

— Carlinhos, não faz isso com a gent.. — disse Ruby em tom baixo, também tinham lágrimas se formando em seu olhar, sendo interrompida.

— Não existe a gente, Ruby. Eu nem sei se um dia existiu — disse Carlinhos em tom sério, suas lágrimas já tinham se congelado devido ao clima, apenas restando uma expressão vazia no rosto do Weasley, que deu as costas e voltou a andar em direção à floresta.

— Se você for embora, vai partir o meu coração....— disse Ruby em tom alto, segurando suas lágrimas, enquanto cerrava seus punhos, fazendo Carlinhos parar de andar.

— Estamos quites, então.

Os cabelos ruivos de Carlinhos sumiram por entre as árvores, Ruby mal sentia seu corpo congelar em contato com suas vestes molhadas, pois algo em seu coração doía mais. A garota se direcionou a tenda da sonserina no campo de quadribol, pois sabia que este seria o lugar onde ninguém estaria e nem encontraria ninguém pelo caminho, também sendo um lugar onde ela poderia se aquecer. Jorge marcou de encontrar com a namorada na tenda da grifinoria, mas mudou seu caminho ao ouvir o barulho de resmungo e choros, vindos de dentro dos tecidos verdes, encontrando com a amiga, coberta pela bandeira da sonserina, tremendo de frio.

— Ruby, o que faz aqui? — perguntou Jorge preocupado, sentando do lado da garota, a abraçando em um ato de tentar aquece-lá — Você passou na tarefa! Por que está triste?

— Carlinhos estava aqui, ele achou que eu ia beijar o Fred — disse Ruby soluçando, se encolhendo nos braços do gêmeo que pergunta "E você ia?" — Não! Quer dizer... Eu não sei, é complicado — respondeu confusa, afundando seu rosto nos ombros de Jorge.

— Tudo sobre nós é complicado. Olha pra você, acabou de enfrentar uma lula gigante! — disse Jorge animando a garota, que solta um sorriso triste — Você gosta do Fred? — pergunta o gêmeo, levando o olhar de Ruby.

— Eu não sei... quer dizer eu gosto... mas eu também gosto do Carlos — responde Ruby, se levantando impaciente, pensando sobre seus sentimentos — Sabe, é ótimo estar com Carlinhos, ele é inteligente, charmoso e me respeita. Faz com que eu me sinta incrivelmente segura... mas aí vem o Fred.. E eu nunca sei o que é real e o que não é. As vezes parece que sou impulsionada para perto dele como um imã, é incontrolável, quando eu percebo já estou lá— tenta explicar, mas percebe o olhar confuso de Jorge.

— Certo, então Carlinhos é ótimo, mas você sente tesão no Fred? — resumiu Jorge, levando um tapa de Ruby repreendendo-o, fazendo o gêmeo rir — e você pretende contar para ele? — pergunta, recebendo um balanço compulsivo de cabeça da garota negando — então vai deixar esse sentimento te consumir? — desta vez Ruby balança a cabeça confirmando, deixando o amigo pensativo — Já sei! Finge que eu sou o ele — sugere, fazendo Ruby ficar exitante — Qual é?  É mais fácil do que falar para o verdadeiro Fred. Além do mais, essa é a vantagem de ter amigos gêmeos, burlar o sistema — disse Jorge em um tom convincente.

— Ta... — Ruby suspirou, pensando no que queria dizer — Helga me disse uma vez que quando você gosta de alguém, você apenas sabe— disse se aproximando de Jorge, olhando para baixo, naquele instante Angelina havia chegado, ouvindo o barulho de conversa na tenda da sonserina, o que a fez se aproximar — Isso faz com que eu me questione se eu apenas sei, do mesmo jeito que sei quem é você só de olhar para suas mangas? Porque de um tempo pra cá, você nunca mais dobrou elas — disse Ruby, colocando suas mãos no pulso esquerdo do gêmeo e dobrando as mangas do sueter, que Angelina viu através das frestas entre os tecidos verdes em vários tons, arregalando os olhos, ao perceber a proximidade do namorado e da garota — Ou talvez eu apenas saiba, como eu sei que se eu passar mais de um segundo com meu olhar nos seu, ficarei hipnotizada. Isto sim, é mais certo — disse encarando os olhos castanhos do gêmeo, Jorge engole a seco, um pouco envergonhado — Mas ainda sim, nada acontece — Ruby se aproximou mais um pouco do ruivo, sem tirar seu olhar dos olhos dele, que agora já não retribuia mais, por se sentir intimidado — A verdade é que estou sendo consumida por esse sentimento. As vezes parece que o amor e a dor são a mesma coisa, talvez por isso doa tanto — disse abaixando a cabeça, sentindo seu coração latejar, afundando seu rosto nos ombros do amigo que a abraça.

— Você é mesmo uma vadia, Ruby! — disse Angelina invadindo a tenda, achando que todas aquelas coisas que ela havia dito eram para seu namorado, mas antes de qualquer um dos dois ter a chance de se explicar, a garota Johnson sai correndo dali com lágrimas escorrendo dos olhos.

— Eu... — disse Ruby tentando explicar, mas a garota já havia partido — Você não vai atrás dela? — pergunta confusa, olhando para Jorge.

— O que eu diria? — disse Jorge em um tom triste, dando de ombros — Não vou contar seu segredo, e dizer "não é o que você pensa" sem argumentos, nunca dá certo — explicou, voltando a se sentar.

— Me desculpa — murmurou Ruby abaixando a cabeça, recebendo um "tudo bem" desanimado do gêmeo, que oferece seu braço para que ela volte a se aquecer e chorar, assim, os dois  passaram o restante da tarde ali, com um consolando o outro.

𝐅𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝𝐬 ❘ 𝐅𝐫𝐞𝐝 𝐖𝐞𝐚𝐬𝐥𝐞𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora