Capítulo 2: Mansão McDonie

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Tento assimilar tudo o que acabara de acontecer tão repentinamente: a aparição de Chen e a notícia da minha ida para Osan, cidade que abomino mais do que tudo nessa vida.

Questiono-me se foi mesmo isso que ouvi ou se é apenas mais um de meus pesadelos frequentes, e não, não é, é real. Chen está aqui e tudo o que saiu de sua boca é mais que verdade, ou não estaríamos sendo acompanhados por Anna até meu quarto, ou antigo quarto, para mim fazer minhas malas.

O céu, antes dublado, fechou-se ainda mais, deixando não só o corredor mas todo o reformatório com um cenário assombroso, iluminado apenas pelas fracas luzes que a qualquer hora podem se apagar por completo. Caminhamos lado a lado, eu e chen, enquanto Anna vai na frente, sem ao menos olhar para trás. Ao colocar os pés no corredor do meu atual/antigo dormitório um estrondo ecoa e eu me encolho, sem perceber havia agarrado o braço do meu motorista.

— Havia me esquecido que tinha medo de trovões. — Ele balbucia, fazendo-me olhá-lo. Ele fita meu braço envolvido nos seus com a sobrancelha arqueada, engulo seco e me afasto.

— Desculpa. — Suspiro.

— Tudo bem. — Ele sorri. O olho de soslaio e dou um sorriso de canto, um tanto forçado. — Como sobreviveu sem sua mãe em dias assim? Chuvosos. — Diz em um murmuro, quase inaudível, como se o que dissesse fosse me ofender.

— Tinha outra pessoa a substituindo. — Digo simplória, dando de ombros. — Mas ele se foi.

— Mobi eu..

— Arrume suas malas sem pressa, Senhorita McDonie, despeça de seus amigos e depois vá a coordenação, não vá sem antes se despedir de mim. — Anna lança uma piscadela brincalhona, mandando embora o ar de superioridade e medo que conheço desde que cheguei e vai. Sorrio minimamente e adentro no cubículo que me deram como quarto há quase dois anos.

— Não tenho muita coisa, então será rápido. — Chen assente e entra. Começo a juntar as coisas da estante, logo da cômoda e por fim do pequeno guarda-roupa, em seguida dando adeus a meu refúgio.

[...]

— Aqui está o doce que você mais gosta, os fiz mais cedo justamente para você. Espero que goste. — Anna me entrega um depósito e em seguida me puxa para um abraço apertado, tudo sendo seguido pelos olhares do doutor Choi, Merli, Chen e outros funcionários que me ajudaram na minha estadia até aqui. — Sentirei sua falta. — Ela diz próximo ao meu ouvido, me afastando ainda segurando meu braço. Ela alisa próximo aos meus ombro, sobre para meu rosto e depois, por fim, alisa meu o cabelo. — Se cuide Mobi, você tem um futuro brilhante para seguir. — Ela sorri nasal.

— Obrigada, Anna. — Abraço-a novamente com mais força e novamente ela me afasta, mas agora enxuga algumas lágrimas que caem solitárias .

— Bom, eu vou indo. Se não chorarei como um bebê. — Ela diz, passando a mão sobre a blusa social branca e depois pela saia longa, finalmente me olhando em seguida. — Tenha uma boa viagem. — Ela se curva e vai, como se nada tivesse acontecido e com sua pose de mulher séria que não tem sentimentos.

Doutor Choi me olha com um sorriso e em seguida avança, olhando rapidamente Anna sumir pelos corredores.

— Ela gostava de você. — Ele diz, ainda olhando para o corredor vazio.

— É, acho que sim. — Espremo os lábios, fazendo-os formar uma linha reta.

— Boa viagem, Mobi. Cuide-se. — Ele enfia as mãos no jaleco e suspira. — Seria uma pena perdê-la para a depressão, então cuide-se, por favor. — Nada digo, apenas assinto e vou ao encontro de Chen, que me aguarda parado ao lado da porta de trás aberta e expressão séria. Antes de entrar gesticulo um tchau e em seguida uma reverência, que foi retribuída por Choi Siwon e Merli. Chen fecha a porta e entra no banco do motorista, logo dando partida.

Never Far Away | Pjm | Série Amor e Fúria - Livro 2Where stories live. Discover now